17- Implementação do Projeto Político Pedagógico de Uma Instituição de Ensino Superior no Interior de Alagoas - Perspectivas Discentes
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM
ENSINO NA SAÚDE
PETRÚCIA MARIA DE MATOS
IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR NO INTERIOR DE ALAGOAS –
PERSPECTIVAS DISCENTES
MACEIÓ/ALAGOAS
2013
PETRUCIA MARIA DE MATOS
IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO
DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR NO INTERIOR DE ALAGOAS –
PERSPECTIVAS DISCENTES
Dissertação de Mestrado Profissional apresentada
ao Programa de Pós Graduação Mestrado
Profissional em Ensino na Saúde, da Universidade
Federal de Alagoas (UFAL), como requisito parcial
para obtenção do grau de Mestre em Ensino na
Saúde.
Orientador: Prof. Dr. Jefferson de Souza Bernardes.
MACEIÓ-AL
2013
Aos meus filhos amados, Laryssa Karla, Luis Henrique e
Isabela, razão maior da minha vida, e ao meu esposo Paulo
Soares, pela compreensão e ajuda em toda a minha
caminhada.
AGRADECIMENTOS
A construção de um desejo não se materializa apenas por um sentimento
e vontade que move o autor/sujeito, mas principalmente pela contribuição e
convivência com outras pessoas durante esse percurso. Na tentativa de tercer
algumas considerações a todos aqueles que de alguma maneira compartilharam
desse processo de aprendizagem, agradeço:
A Deus, que sempre esteve e está comigo, me guiando, iluminando e
dando forças nesta caminhada tão difícil; mas gratificante de minha vida profissional.
Ao
meu orientador,
Prof.
Jefferson Bernardes,
pela atenção
e
disponibilidade em me orientar, sempre com uma palavra de incentivo e
tranquilidade.
Ao meu esposo, Paulo Soares, pelo amor, paciência e por cuidar dos
nossos filhos em minhas ausências. A você meu amor, minha gratidão. Sem você
tudo seria mais difícil.
A minha querida mãe, Expedita Gomes, grande incentivadora e
motivadora, meu referencial de mulher; meu espelho.
Ao meu Pai Francisco pelas vezes que cuidou dos meus filhos quando
viajava para estudar.
Aos meus irmãos Petrônio Matos e Thais Maira pela torcida e orações.
Ao meu cunhado Luisinho por ter me acolhido na sua residência. À minha
sogra Sebastiana por sempre estar disposta a cuidar de mim.
Às minhas amigas: Adriana Albuquerque, que sempre me acolheu em sua
residência e Cleide Soares, companheira, motivadora, sempre disposta a ajudar.
Aos docentes, discentes e preceptores da FASVIPA, que me acolheram e
permitiram a realização desta pesquisa.
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO
9
2 ARTIGO
2.1 INTRODUÇÃO
12
2.2 SOBRE CONCEITOS E CAMPO DE ESTUDO.
13
2.3 MÉTODO
16
2.4 RESULTADOS – ANÁLISE: CONSTRUÇÃO DOS REPERTÓRIOS 22
LINGUÍSTICOS
2.5 CONCLUSÃO
27
3 PRODUTO DE INTERVENÇÃO - OFICINA
30
3.1 APRESENTAÇÃO
30
3.2 OBJETIVO DA OFICINA
31
3.3 METODOLOGIA
31
4 CONCLUSÃO GERAL
33
5. REFERENCIA BIBLIOGRAFICA GERAL
34
APENDICE A – Roteiro da Roda de Conversa
APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
ANEXO A – Aceite do Comitê de Ética em Pesquisa
ANEXO B – Comprovante de Submissão do Artigo
7
Resumo
Implementação do projeto pedagógico de uma instituição de ensino superior no
interior de Alagoas – perspectivas discentes. Esta dissertação objetiva refletir sobre
o processo de implantação da Proposta Político-Pedagógica de um curso de
Enfermagem do interior de Alagoas, na perspectiva dos estudantes. Fundamenta-se
nos estudos da Teoria Crítica do Currículo e em conceitos oriundos das Diretrizes
Curriculares Nacionais. O referencial metodológico aproxima-se das práticas
discursivas e produção de sentidos, sendo utilizada a Roda de Conversa. A análise
foi realizada por meio da estratégia dos Mapas Dialógicos, que permitiu identificar os
repertórios linguísticos utilizados pelos estudantes para falar sobre a implantação da
proposta pedagógica. Os principais resultados foram: a ausência de repertório em
consonância com as Diretrizes; discurso de hipervalorização da prática em
detrimento
das
posturas
teórico-reflexivas;
distanciamento
do
ensino
da
Enfermagem com as práticas desenvolvidas nos serviços de saúde e na condução
do agir pedagógico; carência de cenários de aprendizagens que vão além da sala de
aula; ausência de espaços de convivências e de trocas de experiências.
Descritores: Educação em Enfermagem; Escolas de Enfermagem; Estudantes de
Enfermagem.
8
Abstract
Implementation of the education in institution of higher learning inside Alagoas perspectives students. This dissertation reflects on the process of implementation of
the Proposed Political-Pedagogical a Nursing Course inside Alagoas, in the
perspective of students. It is based on studies of the Critical Theory of Curriculum
and concepts from the National Curriculum Guidelines. The methodological
framework approaches discursive practices and production of meanings, using the
conversation wheel. The analysis was performed through the strategy of dialogical
maps, which identified the linguistic repertoires used by students to talk about the
implementation of the Proposed Pedagogical. The main results were: the lack of
repertoire in line with the Guidelines; speech hypervalorization practice at the
expense of theoretical-reflective postures; distancing of nursing education with
practice in the health services and the conduct of pedagogical action, lack of
scenarios of learning beyond the classroom; absence of spaces cohabitation and
exchange experiences.
Descriptors: Education Nursing; Schools Nursing; Students Nursing .
9
1 APRESENTAÇÃO
Esta dissertação possui dois momentos: o primeiro, vinculado à
dissertação, que é a pesquisa em si, fruto de investigação sobre a implementação
da PPC do Curso de Enfermagem de uma Instituição de Ensino Superior do interior
do Estado de Alagoas. O segundo momento, apresenta a proposta de
desenvolvimento de um produto oriundo desta pesquisa e inserção no campo de
trabalho da pesquisadora.
A pesquisa objetiva analisar as falas dos Discentes acerca da
implementação do Projeto Político Pedagógico do Curso de Graduação em
Enfermagem, explorando as facilidades e as dificuldades encontradas neste
processo.
O cenário para a pesquisa foi um Curso de Enfermagem de uma
Instituição de Ensino Superior privada, com fins filantrópicos, situada na cidade de
Pão de Açúcar, localizada as margens do Rio São Francisco na região do sertão
alagoano, a 223 km de Maceió, capital do Estado.
O interesse pelo campo da educação e, em especial, pela formação em
Enfermagem, desvelou-se durante o ingresso no Mestrado em Ensino na Saúde,
quando iniciado estudos sobre o tema. Coincidentemente, nesse mesmo período, a
Instituição de Ensino Superior, na qual a pesquisadora é docente (e cenário desta
pesquisa), recebeu a visita do Ministério da Educação (MEC). Foi constatado,
durante a reunião com os professores e estudantes, que a Proposta Pedagógica do
Curso não havia sido trabalhada nem incorporada por boa parte dos mesmos,
principalmente, com os discentes.
Surge assim, o interesse em realizar esta pesquisa. Para a produção de
informações, foram realizadas Rodas de Conversas com professores, preceptores e
estudantes. Entretanto, em função do tempo para a conclusão do Mestrado, esta
dissertação centrará esforços na análise da perspectiva discente da implementação
da PPC.
Atendendo a Resolução nº 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, esta
pesquisa foi encaminhada para análise do Comitê de Ética do Centro Universitário
CESMAC, Maceió, Alagoas, Brasil, obtendo aprovação no dia 07/05/2013, sob
protocolo nº 1.612/12. (ANEXO A)
10
Após a realização da pesquisa, foi redigido artigo científico e submetido a
Revista Eletrônica de Enfermagem (ANEXO B). Neste momento, aguarda-se o
resultado da submissão. O comprovante da submissão está em Anexo B. Vale
destacar que a pesquisa está no formato e com as normas da Revista, no caso, a
Vancouver. O projeto de intervenção (oficinas) e os demais componentes da
dissertação estão de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).
Já o segundo momento desta dissertação é o desenvolvimento de um
produto, que se caracterizou pela produção de uma Oficina com a comunidade
acadêmica da instituição envolvida na pesquisa, com o objetivo de promover um
maior dialogo e participação dos discentes na construção da Proposta PolíticoPedagógica do Curso de Enfermagem. A meta é auxiliar na incorporação, por parte
dos estudantes, do debate atual sobre a formação em Enfermagem, contribuindo
com uma formação profissional cidadã.
11
2 ARTIGO
Implementação do Projeto Pedagógico de uma Instituição de Ensino
Superior no interior de Alagoas – Perspectivas Discentes
Resumo - Implementação do projeto pedagógico de uma instituição de ensino
superior no interior de Alagoas – perspectivas discentes
Este artigo objetiva refletir sobre o processo de implantação da Proposta
Político-Pedagógica de um curso de Enfermagem do interior de Alagoas, na
perspectiva dos estudantes. Fundamenta-se nos estudos da Teoria Crítica do
Currículo e em conceitos oriundos das Diretrizes Curriculares Nacionais. O
referencial metodológico aproxima-se das práticas discursivas e produção de
sentidos, sendo utilizada a Roda de Conversa. A análise foi realizada por meio da
estratégia dos Mapas Dialógicos, que permitiu identificar os repertórios linguísticos
utilizados pelos estudantes para falar sobre a implantação da proposta pedagógica.
Os principais resultados foram: a ausência de repertório em consonância com as
Diretrizes; discurso de hipervalorização da prática em detrimento das posturas
teórico-reflexivas; distanciamento do ensino da Enfermagem com as práticas
desenvolvidas nos serviços de saúde e na condução do agir pedagógico; carência
de cenários de aprendizagens que vão além da sala de aula; ausência de espaços
de convivências e de trocas de experiências. Descritores: Educação em
Enfermagem; Escolas de Enfermagem; Estudantes de Enfermagem.
Abstract - Implementation of the education in institution of higher learning
inside Alagoas - perspectives students
This article reflects on the process of implementation of the Proposed PoliticalPedagogical a Nursing Course inside Alagoas, in the perspective of students. It is
based on studies of the Critical Theory of Curriculum and concepts from the National
Curriculum Guidelines. The methodological framework approaches discursive
practices and production of meanings, using the conversation wheel. The analysis
was performed through the strategy of dialogical maps, which identified the linguistic
repertoires used by students to talk about the implementation of the Proposed
Pedagogical. The main results were: the lack of repertoire in line with the Guidelines;
speech hypervalorization practice at the expense of theoretical-reflective postures;
distancing of nursing education with practice in the health services and the conduct
of pedagogical action, lack of scenarios of learning beyond the classroom; absence
12
of spaces cohabitation and exchange experiences. Descriptors: Education Nursing;
Schools Nursing; Students Nursing .
Resumen - Aplicación de la propuesta pedagógica de enseñanza de educación
superior en el interior de Alagoas - perspectivas estudiantiles
Este artículo reflexiona acerca del proceso de implementación del Proyecto
Político-Pedagógico de un curso de enfermería del interior de Alagoas, en la
perspectiva de los estudiantes. Se basa en los estudios de la Teoría Crítica de los
Currículos y en los conceptos de las Directrices Curriculares Nacionales. El marco
metodológico es las prácticas discursivas y producción de sentidos, con la rueda de
conversaciones. El análisis se realizó a través de la estrategia de los mapas
dialógicos, que identifican los repertorios lingüísticos utilizados por los estudiantes
para hablar de la aplicación del Proyecto Pedagógico. Los principales resultados
fueron: la falta de repertorio en línea con las Directrices; grande valorización de la
práctica a expensas de posturas teórico-reflexivo; distanciamiento de la educación
con la práctica de enfermería en los servicios de salud; la falta de escenarios de
aprendizaje más allá de las clases; la ausencia de espacios de convivencia e
intercambio de experiencias. Descriptores: Educación en Enfermería; Programas de
Graduación en Enfermería; Escuelas de Enfermería; Estudiantes de Enfermería;
Investigación en Educación de Enfermería.
2.1 INTRODUÇÃO
Os tempos atuais apresentam desafios cada vez mais complexos, exigindo
atitudes coerentes e habilidades multifacetadas para enfrentá-los. O desafio na
Educação é buscar instrumentos para formar cidadãos que sejam capazes de
conviver com as inquietações e as mudanças sociais. A Educação, portanto, tem
papel fundamental no ensinar para a vida, para a convivência coletiva e real, na
busca de romper com a reprodução do individualismo e competitividade no mundo
capitalista (SANTOS, 2006, P. 59) .
O diálogo sobre a formação profissional apresenta-se como possibilidade de
refletir e dar sentido às práticas pedagógicas exercidas no cotidiano. Em tempos de
Diretrizes Nacionais Curriculares (DCN), torna-se importante a construção coletiva
dos projetos pedagógicos das instituições. No contexto da saúde, as DCN’s
estimulam a participação dos futuros profissionais na construção de um novo
saber/fazer. Em levantamento recente da literatura brasileira sobre formação em
13
Enfermagem foram identificadas poucas referências direcionadas à análise das
implementações das Propostas Político-Pedagógicas dos Cursos (PPC).
Considera-se de suma importância neste contexto a problematização da
formação do enfermeiro alicerçada nos preceitos do SUS e a reflexão sobre a
compreensão das comunidades acadêmicas sobre a formação, principalmente,
identificando como se constitui a participação dos discentes nestes processos.
Diante destas especificidades, elabora-se a seguinte questão norteadora desta
pesquisa: na instituição estudada, como os discentes da graduação em Enfermagem
falam da implementação do PPC?
Assim, esta pesquisa teve como objetivo geral, compreender como os
estudantes falam acerca da implementação do Projeto Político-Pedagógico de Curso
de Graduação em Enfermagem. Os objetivos específicos são os de identificar como
ocorreu a implantação e a implementação da Proposta Político-Pedagógica do curso
e
identificar as facilidades e dificuldades narradas pelos estudantes na
implementação da PPC.
Esta pesquisa aproxima-se de dois referenciais teóricos importantes: o
primeiro, na teoria crítica do currículo, segundo Veiga-Neto (2007, p.45) e Silva
(2005); já o segundo referencial, centra suas discussões em torno da formação em
saúde e as discussões contemporâneas em torno da Educação Permanente em
Saúde, segundo Ceccim (2004, 2005). O referencial Metodológico aproxima-se das
Práticas Discursivas e Produção de Sentidos (SPINK,1999, BERNARDES,2004)
Foram realizadas Rodas de Conversas com os estudantes, preceptores e
docentes do curso estudado. Para análise neste texto, será realizado um recorte em
torno da Roda de Conversa com os estudantes (SPINK, MJ. 1999).(APÊNDICE A)
Esta pesquisa desenvolverá, como produto, a constituição de processo de
intervenção no curso estudado (oficina), visando auxiliar o processo dialógico na
condução da implementação da PPC junto a comunidade acadêmica, envolvendo
diretamente seus principais atores (docentes, discentes e preceptores).
2.2
SOBRE CONCEITOS E CAMPO DE ESTUDO
Currículo é produtor de cultura e de identidades nos processos de constituição
e de posicionamento dos sujeitos no interior das diversas divisões sociais. O
currículo não pode ser reduzido a um processo de transmissão ou de revelação de
conteúdos, como um meio neutro de transmissão de conhecimentos ou de
informações (VEIGA-NETO, 2007, P.45). É sempre resultado de seleções de um
14
universo mais amplo de conhecimentos e saberes, portanto, também não pode ser
reduzido a um conjunto de conteúdos dispostos em um sumário ou índice. A Teoria
Crítica do Currículo posiciona-se contrária a perspectivas tecnicistas e conteudistas
de currículo (SILVA, 2005).
Embora ainda persista a hegemonia dos modelos tecnicistas na formação do
profissional em saúde, paulatinamente, percebem-se avanços na reorganização do
ensino e das práticas de saúde. Esta realidade une forças com a criação das novas
diretrizes curriculares nacionais, compreendidas como instrumento de reorientação e
de apoio ao ensino brasileiro, atingindo o ensino em saúde a partir dos anos 2000(
SANTOS, 2006,P. 59).
Neste sentido, a formação para a área da saúde é compreendida englobando
“aspectos de produção de subjetividade, produção de habilidades técnicas e de
pensamento e o adequado conhecimento do SUS. A formação para a área da saúde
deveria ter como objetivos a transformação das práticas profissionais e da própria
organização do trabalho, e estruturar-se a partir da problematização do processo de
trabalho e sua capacidade de dar acolhimento e cuidado às várias dimensões e
necessidades de saúde das pessoas, dos coletivos e das populações”(CECCIM,
2004, P. 65).
Influenciados, por um lado, por movimentos que provocaram mudanças no
ensino e, por outro, pelo contexto de mundialização do capital, foram produzidas as
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Enfermagem, homologada pela
Resolução CNE/CES Nº 3 de 7/11/2001, atendendo às determinações da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, (LDB) n. 9394/96. A LDB assegura a
autonomia dos cursos de ensino superior para reorganização curricular, extinguindo
o currículo mínimo. Trata-se de instrumento norteador do processo de construção de
Projetos Pedagógicos, apresentando como princípios organizadores, dentre outros,
flexibilidade na estruturação curricular e a formação de profissional generalista,
humanista, crítico e reflexivo (ITO, 2006, P.40).
A implementação das DCN’s dos Cursos de Graduação em Enfermagem aos
Projetos Pedagógicos de cada escola ou curso, oferece oportunidades para
desenvolver estratégias coletivas para colaborar com a construção desses projetos,
de forma a aproximar a formação do enfermeiro às necessidades locais de saúde,
respeitando a vocação e a identidade institucional. Assim, favorece a consolidação
do Sistema Único de Saúde (SUS) no modelo de atenção à saúde que se
15
fundamenta em um conceito ampliado de saúde e de justiça social (RODRIGUES,
2007, P.11).
No momento, no país, as escolas/cursos se encontram em fase de adequação
de seus projetos pedagógicos e matrizes curriculares às DCN’s da Enfermagem.
Tais Projetos Pedagógicos devem estar fundamentados em princípios educacionais
que garantam: a flexibilidade dos currículos; a consideração dos estudantes como
sujeitos do processo ensino-aprendizagem e dos professores como facilitadores; a
construção de um currículo integrado, articulando teoria e prática; das concepções
de saúde enquanto condições de vida (e não como simples ausência de doença); da
concepção
de
avaliação
como
processo
de
(re)definição
de
paradigmas
(FERNANDES, 2011, P.63).
Esta pesquisa foi realizada em Instituição de Ensino Superior privada com fins
filantrópicos que está situada na cidade de Pão de Açúcar, localizada as margens do
Rio São Francisco na região do sertão alagoano, a 223 km de Maceió, capital do
Estado. Atualmente, o Curso de Enfermagem desta instituição possui 37 docentes,
sendo 17 enfermeiros. Destes, oito possuem especializações, oito mestrado e um
doutorado. Os demais professores são das áreas de Biologia, Ciências Sociais,
Farmácia, dentre outras.
O Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Enfermagem da instituição de ensino
na qual foi realizada a pesquisa, entrou em vigor na criação do curso, em 2005. A
proposta de criação deste curso partiu das necessidades locais de enfrentamento a
problemas de saúde que emergem de uma realidade específica: população com
base econômica agrícola, ressaltando epidemiologicamente processos patológicos
relacionados à falta de saneamento básico, à qualidade de moradia e aos aspectos
de higiene.
O Projeto Pedagógico do Curso apresenta em sua proposta de formação o
perfil de enfermeiros generalistas, críticos e reflexivos, com possibilidades de
articular competências técnico-científicas e ético-políticas, para exercerem atividades
de atenção à saúde, nas áreas de assistência, pesquisa e ensino. Apresenta, ainda,
um instrumento assistencial (Sistematização da Assistência de Enfermagem) e
gerencial, implementando ações de enfermagem específicas.
A dinâmica do trabalho docente é peculiar, pois não há professores que
residam no município da Instituição. Por isso os espaços para encontros são
16
restritos aos dias específicos das aulas de cada professor, dificultando a interação e
o diálogo entre a comunidade acadêmica.
Os campos de estágios para aulas práticas e para os Estágios Supervisionados
acontecem em hospitais e Unidades Básicas de Saúde de Pão de Açúcar, Santana
do Ipanema e Olho D’Água das Flores.
2.3 MÉTODO:
O referencial teórico-metodológico desta pesquisa aproxima-se das Práticas
Discursivas e Produção de Sentidos (SPINK, MJ. 1999,2003). As práticas
discursivas centram-se na linguagem em uso e, portanto, referem-se às maneiras
pelas quais, por meio da linguagem, produzimos sentidos e nos posicionamos nas
relações sociais cotidianas. No uso das práticas discursivas as conversas são
territórios férteis, espaços de interação social e produção de sentidos. Pois é no
exercício da fala que as pessoas expressam seu horizonte conceitual, suas
intenções e visões de mundo (MENEGON, 2004).
A presente pesquisa é de abordagem qualitativa e visa responder questões
particulares, não quantificáveis, pois trabalha com um contexto “que corresponde a
um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não
podem ser reduzidos à operacionalização das variáveis”(MINAYO, 2010).
Os participantes da pesquisa foram discentes do curso de graduação em
Enfermagem do último ano do curso ou já em estágio profissional.
Em relação à delimitação do campo, esta pesquisa aproxima-se à ideia de
campo-tema. O campo é compreendido não como um universo “distante”,
“separado”, “não relacionado”, “um universo empírico” ou um “lugar para fazer
observações”: “O campo-tema é um espaço criado, herdado ou incorporado pelo
pesquisador e negociado na medida em que este busca se inserir nas suas teias de
ação”(SPINK, P. 2003) Campo, portanto, é o próprio argumento no qual estamos
inseridos, que acontece em muitos lugares diferentes.
O campo-tema desta pesquisa foi construído antes da própria inserção e
elaboração do projeto de pesquisa, pois se constrói na realização, pelo pesquisador,
de ações nos micro lugares do cotidiano. Assim, o campo-tema iniciou-se quando da
inserção da pesquisadora no exercício da docência, na preocupação com a
formação, nos questionamentos do perfil profissional do enfermeiro formado pela
instituição estudada. Durante o percurso do campo-tema que a pesquisadora iniciou
o uso de repertórios específicos como “Perfil Formativo”, “Competências”,
17
“Habilidades”, “PPC”, “Diretrizes Curriculares”. O campo-tema foi se constituindo em
momentos de negociações, diálogos, conversas, acordos com a direção da
Instituição de Ensino Superior, com os professores, estudantes e preceptores e,
também, fora do próprio ambiente de pesquisa. Conversar sobre o que se
compreende, ampliar argumentos, narrar e publicar, não são atividades eventuais e
opcionais. Estar no campo-tema implica pensar em ser útil, confrontar saberes,
negociar sentidos, buscar ampliar possibilidades e transformar práticas (SPINK, P.
2003, P. 18).
Após a solicitação de autorização para a realização da pesquisa foi realizado o
convite aos discentes para participação. Todos os convidados compareceram e,
quando de seu início, foram realizadas contratações definindo: a participação
voluntária, as regras do grupo (combinações), o tempo da conversa, o anonimato,
leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
(APÊNDICE B), a gravação em áudio e o sigilo.
O procedimento de produção de informações foi a Roda de Conversa, que
ocorreu nas dependências da Instituição de Ensino Superior, em sala ampla e
confortável. Tal procedimento possibilita maior intercâmbio de informações, maior
fluidez de discursos e de negociações diversas entre pesquisadores e participantes.
Foi utilizado roteiro previamente produzido baseado nos objetivos do estudo. Na
Roda participaram 12 estudantes de final de curso ou já em Estágio Profissional. A
Roda teve a mediação da pesquisadora, com a participação de mais quatro
observadores (o orientador, mais três mestrandos do Grupo de Pesquisa Psicologia
Discursiva da UFAL).
As conversas foram transcritas em arquivo do Word, de acordo com as normas
técnicas de transcrição de dados. A partir da transcrição iniciou-se a construção dos
Mapas Dialógicos, que constituem estratégia de visualização da conversa com o
objetivo de dar subsídios e facilitar o processo de análise (SPINK, MJ. 1999).
Nesse procedimento busca-se organizar os conteúdos a partir das categorias
produzidas, preservando a sequência do diálogo, mantendo-o intacto. Constrói-se
uma tabela e desloca-se partes da conversa para linhas subsequentes ou para
outras colunas previamente definidas.
A construção dos Mapas inicia-se pela definição de categorias gerais, de
natureza temática, a partir dos objetivos da pesquisa. Entretanto, levam em
18
consideração, também, a própria conversa, o levantamento bibliográfico realizado e
os principais conceitos das Diretrizes Curriculares do Curso de Enfermagem.
Foram criadas seis categorias para o Mapa Dialógico: a) Proposta Político
Pedagógica b) Perfil Formativo, c) Relações Teoria Prática, d) Facilidades
relacionada a implementação da Proposta, e) Dificuldades relacionada a
implementação da Proposta e f) Responsabilidades. Um extrato dos Mapas é
apresentado no “Quadro 1”.
19
Quadro 1: Extrato do Mapa Dialógico da Roda de Conversa com os Estudantes:
Categorias
Autoria
Pesquisadora
1
A1
A2
Pesquisadora
1
Proposta
Pedagógica
Político- Perfil Formativo
Então, como eu falei,
meu projeto é sobre a
implementação
da
proposta
política
pedagógica da (Nome da
IES)
Não, já ouvi falar porém,
não tenho conhecimento.
Sabemos que existe,
mas ai então...
Relações Facilidades
teoria e
prática
Está disponível no portal,
porém assim com a
quantidade de páginas,
ementa é... Não tivemos
aquele
interesse,
digamos assim imprimir
ou parar para...
sabemos que existe e
esta lá disponível. Mas,
conhecimento não temos.
Eu nem sabia que estava
lá (no site) na verdade,
sabia que existe porque
ouvi
falar
sobre
a
questão da implantação,
mas
não
para
a
elaboração, mas até
então
não
tinha
conhecimento.
Porque, na realidade,
no projeto está toda a
Dificuldad
es
Respon
sabilida
de
20
A4
Pesquisadora
1
Fonte: Matos e Bernardes, 2013.
questão do perfil do
egresso e outras coisas.
Como é que vocês
acham que deveria ser
o perfil hoje de um bom
enfermeiro? Como é o
perfil desse enfermeiro
formado pela (Nome da
IES)?
Como é esse perfil?
O que é ser um bom
enfermeiro para vocês,
relacionado a questão
da
formação
pela
(Nome da IES)?
Como é que a (Nome da
IES) contribuiu para a
formação de vocês?
21
A partir dos Mapas inicia-se o processo de identificação dos Repertórios
Linguísticos que, segundo Spink (1999), são as unidades básicas de análise do
discurso. São termos ou conjuntos de termos, descrições, lugares-comuns e figuras
de linguagem que demarcam o rol de possibilidades de construções discursivas,
tendo como parâmetros o contexto (função e variabilidade) em que essas práticas
são produzidas e os estilos gramaticais específicos (retóricas). Os repertórios são
considerados os elementos fundamentais que os falantes utilizam para construir
versões das ações e dos processos cognitivos (BERNARDES, 2004).
A escolha do uso dos repertórios justifica-se por ser o primeiro passo para a
análise de conversas. Trabalhar com produção de sentido implica em considerar que
o discurso é sempre um fenômeno da esfera da intersubjetividade e é necessário
compreender, primeiramente, como se produz e se usa este espaço de interlocução.
Para esta pesquisa, é importante compreender a dinâmica das conversações
dos atores para a implementação da PPC de Enfermagem. São construções
coletivas, nas quais pesquisador(a) e pesquisados(as) coconstroem sentidos nas
conversas no grupo, na multiplicidade de posicionamentos do diálogo e a partir dos
repertórios que permeiam o cotidiano dos mesmos. O(a) pesquisador(a) também faz
parte do grupo, compõe o grupo, sendo coprodutor de sentidos (SPINK, MJ. 1999).
As conversações que se dão no grupo evidenciam a linguagem em uso,
utilizadas pelos atores para falarem do PPC. A análise dos repertórios linguísticos
possui três características principais: função, variabilidade e retórica.
A função dos repertórios diz respeito à própria natureza do discurso, que se
orienta à ação e a determinados efeitos. As pessoas produzem atos com suas falas
e lhes dão funções variadas, que podem ser acusatórias, inquisitórias, justificativas
etc. Ou seja, as pessoas usam a fala de modo performático, numa maneira própria
de exercitar e atuar com suas falas para justificar determinadas ações e não outras.
A variabilidade do repertório implica no reconhecimento de que a fala constrói
diferentes versões do mundo, portanto, é de se esperar que exista variabilidade
tanto no discurso produzido pela pessoa quanto entre os discursos produzidos por
outros: a análise do discurso argumenta que as pessoas usam a linguagem
(incluindo declarações atitudinais) de modos e maneiras que variam de acordo com
o contexto discursivo (COSTA, 2010).
A característica retórica do discurso, também faz parte da análise do discurso.
O próprio discurso é tomado como objeto de análise e constituirá a base retórica da
22
argumentação. A base retórica tem a ver com o contexto de argumentação,
implicando ai os posicionamentos, endereçamentos e gêneros discursivos
envolvidos na conversação (BAKHTIN, 1994).
Por questões de tempo, os dispositivos analíticos utilizados nesta pesquisa
centram-se na análise das funções e das variabilidades dos repertórios linguísticos.
2.4.
Resultados - Análise: Construção dos Repertórios Linguísticos
Para análise inicial dos Repertórios Linguísticos foram contempladas as
categorias produzidas nos Mapas Dialógicos. Apresenta-se a seguir a análise a
partir dos Repertórios Linguísticos elaborados nas seis categorias do Mapa
Dialógico: Proposta Pedagógica; Relações Teoria e Prática; Perfil Formativo;
Facilidades; Dificuldades; Responsabilidades.
a)
Proposta Pedagógica:
Os repertórios utilizados na Roda de Conversa com os estudantes são
referenciados a uma proposta pedagógica vinculada ao currículo mínimo, com
perspectivas conteudistas, tecnicistas e disciplinares. Por exemplo, termos e
expressões como Grade, disciplinas, proposta pedagógica, plano; currículo foram os
produzidos quando referidos a Diretrizes Curriculares.
É
repertório
que
sugere
pouca
variabilidade
nas
possibilidades
de
compreensão da dinâmica das propostas pedagógicas contemporâneas. São termos
mais distantes do preconizado pelas Diretrizes Curriculares da Enfermagem e
restritos à lógica disciplinar, mantendo ainda traços marcantes da prática
pedagógica tradicional que tem como objetivo a formação centrada nos
procedimentos.
A PPC da Enfermagem parece não se transformar em pauta do cotidiano dos
estudantes, provocando pouca possibilidade de encarnarem as discussões sobre
currículos e formação.
Em todas as mudanças curriculares no ensino de Enfermagem no Brasil,
denuncia-se a predominância do modelo tecnicista, médico/hospitalar no ensino de
graduação. A legislação sobre o ensino de Enfermagem (da criação da Escola Anna
Nery, compreendendo os currículos de 1923, 1949, 1962 e 1972), revelam que a
formação do enfermeiro era centrada no indivíduo/doença/cura e na assistência
hospitalar, seguindo o mercado de trabalho específico daquela época (SILVA, 2010,
P. 176).
23
Os termos referenciados pelos estudantes demonstram a perpetuação da
formação centrada no modelo biomédico, enraizada ao longo dos anos, com
formação tecnicista, centrado em conteúdos e lista de disciplinas (“grades”), e em
pedagogia de transmissão e acúmulo de informações, sem vínculos e articulações
entre ensino, pesquisa e extensão, predominando um formato de orientação para o
tratamento da doença e para reabilitação.
As atuais Diretrizes Curriculares definem que a formação do enfermeiro tem
por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos necessários para o exercício das
competências gerais e específicas, além de habilidades pautadas nas concepções
do aluno como sujeito do seu processo de formação, da articulação entre teoria e
prática, da diversificação dos cenários de aprendizagem, de metodologias ativas, da
articulação da pesquisa com o ensino e extensão, da flexibilidade curricular, da
interdisciplinaridade, da incorporação de atividades complementares, da avaliação
da aprendizagem, do processo de acompanhamento, avaliação e gestão do curso
(SILVA, 2010, P.180)
Dessa forma, cabe a cada escola/curso definir o perfil do profissional que
deseja formar, tendo como base as competências do enfermeiro e prosseguimento
às determinações das Diretrizes Curriculares ( RODRIGUES, 2007, P. 315).
b)
Relações entre Teoria e Prática:
Na categoria “Relações entre Teoria e Prática” os estudantes apresentaram os
seguintes repertórios: Poucas aulas práticas; Inserção tardia nos campos práticos;
Centrado apenas em um setor (prática); Experiências diferenciadas quanto ao
estágio; e, Teoria satisfatória.
O conjunto de repertórios identificados na Roda de Conversa com os
estudantes, no que diz respeito às “Relações entre Teoria e Prática”, é orientado à
valorização da prática e à desvalorização dos aspectos teóricos. Relataram a
existência de poucas aulas práticas com inserção tardia nos campos de estágios.
De acordo com a Roda de Conversa, a diversidade dos cenários de práticas
com ênfase no SUS constitui um desafio permanente para a formação. Entretanto,
no que diz respeito à Atenção Básica, os estudantes afirmaram que as experiências
eram bastante diversificadas. Essa diversificação de vivências/experiências nos
cenários de prática, bem como a aproximação ao SUS, é de grande importância
para a formação do futuro enfermeiro, fazendo com que ele possa interagir com a
realidade local, trabalhar em equipe e participar da atenção integral à saúde. É
24
importante avançar no que as DCN’s vêm sinalizando, pois a formação tem sido
predominantemente centrada em hospitais ( GERMANO, 2003, P. 366).
Durante a Roda de Conversa, os estudantes, também verbalizaram que a
teoria é satisfatória. Nesse sentido, sugerem, neste contexto, que a aprendizagem
em sala de aula já é suficiente, e que seria necessária inserção nos campos de
estágios mais precocemente para que pudessem chegar ao mercado de trabalho
melhor preparados. Há, portanto, desvalorização da dimensão teórico-reflexiva em
detrimento à dimensão prática, pois teoria e prática são percebidas como
independentes e concorrentes: uma com menos e o outra com mais.
O grande desafio na formação do enfermeiro é transpor o que é determinado
pela nova LDB e pelas Novas Diretrizes Curriculares ao formar profissionais que
superem o domínio teórico-prático exigido pelo mercado de trabalho, enquanto
agentes inovadores e transformadores da realidade, inseridos e valorizados no
mundo do trabalho (FERNANDES, 2003, P. 394).
c) Perfil Formativo:
No que se refere ao “Perfil Formativo” trata-se de repertório praticamente
inexistente entre os estudantes. O repertório a esta categoria somente surgiu
quando instigado por um dos pesquisadores. Quando surgiu entre os estudantes foi
centrado nas especialidades e no perfil individual de cada estudante. Os repertórios
são vinculados às disciplinas e orientados por formação conteudista/técnica. Tais
falas reproduzem um enfermeiro que pensa sua prática profissional centrado nas
especialidades com discursos distantes dos contextos, ou seja, das redes de
cuidados de saúde.
A formação do enfermeiro/a é um processo dinâmico e imbricado de desejos
de construir o conhecimento com um sujeito (estudante) que exercerá sua prática
profissional diante de um discurso de formação que elege o cuidado como norteador
de ações e atitudes. Nesse sentido, a formação deve ser compreendida como um
movimento de decisões comunitárias, envolvendo instituição de ensino e
enfermeiros docentes que participam diretamente deste processo de formação
(MATSUMOTO, 2010).
O estudante de Enfermagem necessita desenvolver, cada vez mais, papel ativo
na sua formação, buscando efetivamente conhecimentos relevantes aos problemas
e aos objetivos da aprendizagem. Para tanto, é preciso ser considerado como um
sujeito capaz de modificar a realidade, construir e articular ideias, encontrar
25
oportunidades para interagir com situações e com outros atores que solicitem o seu
envolvimento (CECCIM, 2005, P. 1570).
É apontado como prioridade, na formação do estudante, o desenvolvimento da
criatividade e da curiosidade científica, bem como do espírito crítico-reflexivo e da
autoavaliação. Aliados a isto, soma-se o discernimento para o trabalho em equipe
aliado à ética, à responsabilidade e à sensibilidade no cuidado. Estas são
competências fundamentais a serem desenvolvidas para a formação em seu perfil.
O aluno deve ser capaz de aprender a reaprender, de reconhecer a
transitoriedade do conhecimento científico, de identificar as lacunas do seu
conhecimento, de saber buscar ativamente informações para resolução de
problemas e de reconhecer e respeitar os saberes que orientam as ações dos
demais profissionais e dos usuários (FERNANDES, 2003, P. 393).
A ausência deste repertório entre os estudantes corrobora o argumento que a
implementação da Proposta Político-Pedagógica está distante de seus cotidianos.
Vale destacar que são estudantes das primeiras turmas de fundação do curso.
Um dos desafios para dar conta dos princípios pedagógicos e do perfil
esperado para a(o) enfermeira(o), é o de romper com a rigidez das disciplinas, dos
pré-requisitos e dos conteúdos obrigatórios (na maioria das vezes desconectados e
distantes dos problemas e necessidades colocados pela realidade social), para a
construção de um currículo integrado, onde o eixo da formação passa a ser a
prática/trabalho/cuidado de enfermagem voltado para o processo da vida e da saúde
dos indivíduos (BRUGGMANN, 2010).
Esse é um desafio que exige comprometimento, responsabilidade, para que, de
forma criativa e abrangente, se estabeleçam ações pedagógicas, de acordo com as
diferentes realidades em que ocorre a formação, no sentido de tornar os futuros
profissionais aptos a atuarem de forma generalista e humanista, como as Diretrizes
preconizam.
d) Facilidades:
Na categoria “Facilidades”, foram produzidas quatro conjuntos de sentidos para
melhor compreensão desta: “gestão”; “relações com professores e preceptores”;
“instituição”; “sobre a pesquisa em si”.
No que diz respeito à Gestão, os estudantes fazem referência: à
disponibilidade de informações sobre o Projeto Político Pedagógico no Portal; a
faculdade (que) abre espaço para conhecimento quando instiga o aluno a participar
26
de projetos de extensão; que a faculdade permite acessibilidade a materiais para as
práticas; que a instituição possui uma biblioteca com bom acervo, garantindo
conhecimento cientifico; e, por fim, afirmam que a coordenação do curso possui boa
visão gerencial.
Já no conjunto de sentidos que diz respeito às relações com professores e
preceptores, os repertórios indicam que os docentes são considerados bons
profissionais, na concepção dos estudantes. Vale destacar que a pesquisadora é
professora e preceptora do curso e, possivelmente, tal posicionamento produz
sentidos na conversa. Consideram, também, dois itens que chamaram a atenção:
para os estudantes, boa parte da aprendizagem se dá diretamente com os Técnicos
de Enfermagem nos campos de estágios, deixando de lado os profissionais de
Enfermagem; e, também, consideram que, boa parte da aprendizagem, vem em
decorrência de já trabalharem na área como Técnicos de Enfermagem. Tal
posicionamento também auxilia na compreensão da desqualificação da teoria em
relação à prática, conforme observado na categoria anterior.
Em relação à Instituição, apresentaram como facilidade a localização da
mesma e sua estrutura física, pois enfatizam que a instituição garante acesso aos
estudantes do interior do Estado, contribuindo assim para o fortalecimento nas
ações de saúde da região (especificamente da Enfermagem), garantindo uma
melhor e mais adequada assistência para a população.
Outro conjunto de sentidos, diz respeito a esta própria pesquisa. O repertório
compreendeu: a importância da oportunidade de diálogo sobre currículo e formação
que obtiveram a partir da dissertação e da pesquisa; a contribuição para despertar o
interesse dos alunos em conhecer o PPP do Curso; e a contribuição do ato de
pesquisar para a formação.
e) Dificuldades
A construção e a implementação dos projetos políticos pedagógicos, por vezes,
têm revelado no cotidiano institucional dificuldades que transitam entre as questões
relativas à infraestrutura e à conciliação do que está proposto pelos projetos
pedagógicos com a realidade em seus diferentes aspectos.
Nesta categoria “Dificuldades” os estudantes apresentaram os seguintes
conjuntos de sentidos: “Gestão”; “dificuldades relacionadas a professores e
preceptores”; “estudantes”; “prática”; e, por fim, “instituição”.
27
Sobre a gestão, os estudantes associam as dificuldades devido às muitas
mudanças de coordenações; a falta de comunicação entre estudantes e
coordenação e problemas com a gestão da própria instituição.
Em relação às dificuldades relacionadas aos professores e preceptores os
estudantes externaram as mudanças constantes do quadro de docentes,
prejudicando o desenvolvimento do curso.
Outras dificuldades apresentadas pelos estudantes dizem respeito a não
participação dos mesmos nos processos avaliativos do curso e da instituição. Neste
sentido, existem necessidades de mudanças, visto o princípio da participação dos
estudantes como sujeitos na construção de conhecimentos e não mais como meros
espectadores.
Relacionado
ao
conjunto
de
sentidos
sobre
a
Instituição
aparecem
contradições em relação ao conjunto das facilidades. O pouco tempo do curso
transforma-se em dificuldade, assim como sua localização.
Em relação às dificuldades das práticas os repertórios voltam a se repetir:
poucas aulas práticas; inserção tardia nos campos práticos; falta de diversificação
dos cenários de prática devido ausência de rodízio; o aluno não sai pronto para
atuar; aprenderão no dia a dia.
O espaço da formação deve estar intrinsecamente articulado à realidade
concreta, em contínua aproximação do mundo do ensino com o mundo do trabalho.
Os vários campos do exercício profissional, principalmente, da rede de serviços em
saúde, são espaços do processo ensino-aprendizagem, através da incorporação de
estudantes e professores no processo de produção dos serviços, que não se reduz
ao uso desses espaços apenas como laboratórios para a aprendizagem
(BRUGGMANN, 2010).
2.5.
CONCLUSÃO DO ARTIGO:
De acordo com as questões abordadas, são muitos os desafios a serem
enfrentados na formação em Enfermagem para consolidação dos princípios e
diretrizes do SUS e orientação dos currículos para as necessidades de saúde da
população: o desenvolvimento de perfis formativos críticos; melhor articulação entre
a teoria e a prática; a integralização do saber/fazer na prática disciplinar; as
articulações entre ensino-pesquisa-extensão, dentre outros.
Em relação ao perfil profissional, o destaque é para a ausência de repertório
em consonância com as DCNs e orientação do mesmo para formação profissional
28
centrada em especialidades. Nesse caso, é importante a reflexão sobre os rumos da
formação: formar para que? Para quem? Neste sentido, a realidade coloca o desafio
de constituição de práticas pedagógicas que possibilitem formar enfermeiros
comprometidos com o enfrentamento de problemas de saúde das populações. É
importante que o estudante se sinta sujeito do seu processo de formação sendo
direcionado para: o desenvolvimento da capacidade de aprender a aprender, de
articular conhecimentos e desenvolver habilidades e atitudes; saber buscar
informações para resolução de problemas; a capacidade de agir com eficácia frente
às mais diversas situações, apoiando-se em conhecimentos anteriormente
adquiridos, mas sem limitar-se a eles. Desse modo, as inovações requerem uma
atitude coletiva, aberta, envolvendo docentes, discentes, preceptores, gestores e
profissionais da área.
A relação entre teoria e prática apresenta-se com o desafio de ruptura com o
discurso de hipervalorização da prática em detrimento das posturas teóricoreflexivas. É necessário ampliar os espaços de atenção à saúde, com diversificação
dos cenários de aprendizagem, com articulação da pesquisa com o ensino e
extensão, adoção de atividades interdisciplinares na comunidade, incorporação de
atividades complementares, fazendo com que a formação em Enfermagem seja
centrada numa contínua aproximação do mundo do ensino com o mundo do
trabalho.
Em relação às questões das articulações entre ensino-pesquisa-extensão,
destaca-se no grupo a necessidade de maior articulação entre tais aspectos como
fundamentos para a inserção à prática já no início do curso. Percebe-se certo
distanciamento do ensino da Enfermagem com as práticas desenvolvidas nos
serviços de saúde (extensão), na condução do agir pedagógico, por não conseguir
articular teoria/prática, tanto em sala de aula, quanto em atividades extramuros.
Percebe-se, também, a necessidade de utilização de diversos cenários de
aprendizagem que vão além da sala de aula. É interessante que se estimule
espaços de convivências e de trocas de experiências, como atividades
interdisciplinares, participação dos discentes na comunidade, entre outros.
Tal pesquisa pode possibilitar um repensar nos variados campos de inserção
do enfermeiro/a. Ao envolver o estudante na pesquisa, foram produzidas reflexões
sobre o ser e o fazer Enfermagem. Sendo assim, este estudo pode contribuir com o
ensino, o cuidado e a pesquisa em Enfermagem. A proposta para novas pesquisas
29
fica aberta para reflexões e considerações, tendo em vista que este estudo não
pretende esgotar as inúmeras possibilidades de continuar a dialogar sobre a
questão.
30
3.0 PRODUTO DE INTERVENÇÃO - OFICINA :
CONHECENDO O PROJETO POLITICO PEDAGOGICO DO CURSO (VAMOS
FAZER JUNTOS)
3.1. APRESENTAÇÃO:
Um dos desafios que a Enfermagem se propõe enfrentar diz respeito à
elaboração de projetos pedagógicos mais dinâmicos que tenham a potencialidade
de formar profissionais com competência para os desafios do século XXI, com perfil
voltado para a consciência crítica a respeito do contexto em que está inserido,
compromissados com a sociedade e com seus problemas de saúde, em perspectiva
que articule a teoria e a prática, considerando a complexidade do ser humano e o
contexto em que ele vive e trabalha. (CHIRELL, 2004).
O Projeto Político Pedagógico (PPP) se apresenta como uma forma de
explicitar os objetivos de um curso e orientar estratégias, sendo um instrumento de
integração, de coordenação das ações dos diversos sujeitos envolvido no processo
coletivo. (FERNANDES, 2007)
Um curso, mais do que um conjunto de disciplinas em sequência
oferecidas aos alunos, requer proposta lógica resultante de uma construção em que
toda a comunidade escolar, coletivamente, discute, analisa, se posiciona e se
organiza, quer pedagogicamente, ao nível da prática cotidiana da escola, quer
politicamente, no reconhecimento da educação do povo e do seu papel de
contribuição para a alteração da qualidade existente. (BECK, 2003).
Neste sentido, este trabalho coletivo não se caracteriza como uma
experiência nova, apesar de desafiadora e extremamente complexa. Nesta
perspectiva, a participação é o caminho para o homem fazer coisas e afirmar-se.
Sua prática envolve a interação com os demais homens, a autoexpressão, o
desenvolvimento do pensamento reflexivo, o prazer de criar e recriar coisas e a
valorização de si pelos outros. (BECK, 2003).
Historicamente, as mudanças curriculares no ensino da graduação em
Enfermagem no Brasil visaram, pontualmente, preparar o egresso para as
exigências do mercado de trabalho. Observa-se, no entanto, a necessidade de
ampliar o foco da formação para além desses interesses, priorizando que o
31
enfermeiro seja agente de transformação com atuação crítica no sistema de saúde
vigente, contemplando o exercício da cidadania. (ITO, 2006).
Desse modo, estratégias de avaliação da implantação de projetos
pedagógicos inovadores na área de Enfermagem como, por exemplo, as oficinas,
são relevantes e devem buscar explicitar os desafios e as potencialidades dessas
propostas, visando caminhos a serem pensados na superação das dificuldades.
Esta Oficina surgiu como produto da dissertação do Mestrado Profissional
de Ensino na Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas,
cujo tema foi a Implementação do Projeto Político-Pedagógico de uma Instituição de
Ensino Superior no interior de Alagoas – perspectivas discentes.
A idéia da realização da Oficina surgiu como forma de ajudar a preencher
lacunas observadas durante a realização das rodas de conversas com os discentes
para pesquisa do mestrado. Foi observada a necessidade de promover uma maior
interação dos alunos com o Projeto Político-Pedagógico do Curso (PPC),
promovendo uma primeira aproximação dos discentes com as Diretrizes Curriculares
de Enfermagem e a PPC.
3.2. OBJETIVO:
Dialogar sobre a Proposta Político-Pedagógica do Curso de Enfermagem e refletir
sobre a melhoria da qualidade da formação no curso.
3.3 METODOLOGIA:
Como procedimento de diálogo será utilizada a Roda de Conversa sendo
esse um recurso que possibilita um maior intercâmbio de aprendizagens,
possibilitando fluidez de discursos e de negociações diversas.
A dinâmica da Roda de Conversa começa com a abertura para a circulação
da palavra, um espaço para expressão, criação, recriação, decisão, opinião,
escolhas, são espaços que possibilitam á interação social, pois é no exercício da
fala que as pessoas expressam seus conceitos, suas intenções e visão de mundo.
32
PROCEDIMENTOS:
1° Momento: Convite aos Participantes
Realização de convite aos sujeitos (Discentes) para a participação na
Oficina na reunião sobre o Exame Nacional de Desempenho Escolar Discente
(ENADE). O qual partirá da Coordenação do Curso de Enfermagem que mobilizará
os possíveis participantes, enfatizando a representação do momento para o
crescimento do curso e da área de Enfermagem.
2° Momento: Escolha do Local / Dia
A Oficina acontecerá na Faculdade São Vicente de Pão de Açúcar
(FASVIPA) durante o mês de outubro de 2013, tendo a duração de 05 horas, contará
com a participação dos discentes do 8º e 9º o período do Curso de Enfermagem.
3° Momento: Dinâmica da Oficina
Inicialmente, será realizada uma exposição dialogada sobre as Diretrizes
Curriculares para Enfermagem que respalda o projeto pedagógico em questão.
Posteriormente, os discentes se organizarão em grupos. Será proposto
aos componentes de cada grupo que realizem diálogos sobre as Diretrizes
Curriculares Nacionais da Enfermagem e o Projeto Político Pedagógico da
Instituição e, após, respondam, de forma descritiva às questões a seguir: Quais são
os maiores desafios para a implementação do projeto pedagógico do curso? Que
estratégias podem ser utilizadas para minimizar as possíveis dificuldades?
Após a discussão, cada grupo registrará suas opiniões em cartazes. Cada
grupo irá expôs suas considerações para a platéia maior de discentes permitindo a
discussão coletiva.
Após a discussão dos discentes será construída uma cartilha explicativa
como forma de tornar público para toda comunidade acadêmica o conhecimento e a
importância da participação na construção do PPC.
33
4 CONCLUSÃO GERAL
A proposta de integrar os alunos com a Proposta Político-Pedagógica do
Curso indica a tentativa de reorganizar o currículo, voltado para o “aprender a
aprender”, frente às demandas sociais, favorecendo o compromisso do profissional a
ser formado.
O desafio que se coloca é a construção de um projeto pedagógico que
produza uma formação de modo que esta seja transformadora e divulgadora da
natureza da enfermagem: CUIDAR - na perspectiva de melhorar a vida do cidadãousuário. Este desafio só poderá ser vencido com o conjunto dos que estão na
formação, na assistência, no planejamento de políticas de saúde e nos que estão no
processo de formação.
A possibilidade de incorporar os discentes no diálogo sobre formação é
uma sugestão para viabilizar a possibilidade da real integração entre os alunos,
docentes e preceptores no curso.
Partindo deste pressuposto, foi elaborada uma Proposta de Intervenção
no formato de Oficina, com a realização de um produto final: cartilha explicativa
sobre o PPP e as propostas de mudanças no curso, elaborada pelos próprios
discentes, na tentativa de facilitar ou, ao menos, divulgar a Proposta PolíticoPedagógica do Curso para toda comunidade acadêmica. Teve como meta, também,
propor à própria IES, a busca de soluções para tentar minimizar as dificuldades
detectadas pelos discentes durante a realização desta pesquisa.
34
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APÊNDICE A – Implementação do projeto pedagógico de instituição
de ensino superior no interior de Alagoas – perspectivas discentes
ROTEIRO DA RODA DE CONVERSA (ARTIGO)
1- Como foi a experiência na construção do Projeto Político
Pedagógico do Curso? Quem participou/quem não participou?
2- A proposta forma o egresso que vocês se propõem formar?
3- Como vocês veem a relação Teoria-Prática no Curso?
4- Quais as facilidades na implementação do Projeto Político
Pedagógico do curso?
5- Quais as dificuldades na implementação do Projeto Político
Pedagógico do curso?
APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (T.C.L.E.)
(Em 2 vias, firmado por cada participante voluntário(a) da pesquisa e pelo responsável)
“O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa
se processe após o consentimento livre e esclarecido dos
sujeitos, indivíduos ou grupos que por si e/ou por seus
representantes legais manifestem a sua anuência à participação
na pesquisa”
Eu,...................................................................................................................tendo
sido
convidado(a) a participar como voluntário(a) do estudo “Implementação do projeto Político
Pedagógico de uma instituição de ensino superior no interior de alagoas – perspectivas
discentes ” , que será realizada na Faculdade São Vicente Pão de Açúcar
recebi do Sr.
Jefferson de Souza Bernardes, psicólogo, responsável por sua execução, as seguintes
informações que me fizeram entender sem dificuldades e sem dúvidas os seguintes aspectos:
1) Que o estudo se destina avaliar a implementação da Proposta político Pedagógica do curso
de enfermagem da Faculdade de Enfermagem São Vicente Pão de Açúcar , junto ao corpo
docente, preceptores e discentes.
2) Que a importância deste estudo é ajudar a transformar as dificuldades/limites em
facilidades/potências no que diz respeito aos diálogos sobre o PPC na comunidade acadêmica,
considerando a importância de uma maior participação nas reformas curriculares e
incorporação da PPC pelo corpo docente, pois como enfermeira e membro do colegiado do
curso é necessário o entendimento se existe estreita relação entre as Diretrizes Curriculares
Nacionais, /Proposta Pedagógica do curso e os saberes/praticas docente; bem como pela
baixa produção acadêmica sobre o tema , como forma de contribuir para a formação de
profissionais graduados em enfermagem para atuarem no Sistema de Saúde.
3) Que os resultados que se desejam alcançar proporcionará uma estreita relação entre as
Diretrizes Curriculares Nacionais, a Proposta Pedagógica do Curso e os saberes/praticas entre
os discentes, como forma de contribuir para a formação de profissionais graduados em
enfermagem para atuarem no Sistema de Saúde.
4) Que este estudo começará em janeiro de 2013 e terminará em setembro de 2013.
05) Que, sempre que desejar, serão fornecidos esclarecimentos sobre cada uma das etapas do
estudo;
06) Que, a qualquer momento, eu poderei recusar a continuar participando do estudo e,
também, que eu poderei retirar este meu consentimento, sem que isso me traga qualquer
penalidade ou prejuízo;
07) Que as informações conseguidas através de minha participação não permitirão a
identificação da minha pessoa, exceto aos responsáveis pelo estudo, e que a divulgação das
mencionadas informações só será feita entre os profissionais estudiosos do assunto;
08) Que eu deverei ser ressarcido
por qualquer despesa que venha a ter com a minha
participação nesse estudo e, também, indenizado por todos os danos que venha a sofrer pela
mesma razão, sendo que, para estas despesas foi-me garantida a existência de recursos.
Finalmente, tendo eu compreendido perfeitamente tudo o que me foi informado sobre a minha
participação no mencionado estudo e, estando consciente dos meus direitos, das minhas
responsabilidades, dos riscos e dos benefícios que a minha participação implica, concordo em
dela participar e, para tanto eu DOU O MEU CONSENTIMENTO SEM QUE PARA ISSO EU
TENHA SIDO FORÇADO OU OBRIGADO.
Endereço do(a) participante voluntário(a):
Domicílio: (rua, conjunto).......................................................
Bloco: ...........
Nº:............,complemento:......................................................Bairro:................
Cidade:.............................................CEP.:........................Telefone: ..............
Ponto de referência: .......................................................................................
Contato de urgência (participante): Sr(a): .............................................
Domicílio:(rua,conjunto)............................................................. Bloco: ..........
Nº:.............,complemento:..............................................Bairro: ......................
Cidade:...............................................CEP.................. Telefone:....................
Ponto de referência: .......................................................................................
Nome e Endereço do Pesquisador Responsável:
Instituição:
ATENÇÃO: Para informar ocorrências irregulares ou danosas, dirija-se ao Comitê de
Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde (CEP-FCBS),
pertencente ao Centro Universitário Cesmac – FEJAL: Rua Cônego Machado, 918. Farol,
CEP.: 57021-060. Telefone: 3215-5062. Correio eletrônico: cep@cesmac.com.br
Maceió, _________ de ______________________ de _________
_________________________
____________________________
Assinatura ou impressão datiloscópica
Assinatura do responsável pelo Estudo
do(a) voluntário(a) ou responsável legal
(rubricar as demais folhas)
(rubricar as demais folhas)
Proposta Político Pedagógica de um Curso de enfermagem no Interior de Alagoas: Avaliação da Implementação . Jefferson
de Souza Bernardes e Petrúcia Maria de Matos
ANEXO A: Aceite do Comitê de Ética em Pesquisa
ANEXO B – Comprovante de Submissão do Artigo – Revista Eletrônica de
Enfermagem
