2- Saberes e Práticas de Docentes no Uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (Tic) no Ensino Superior na Saúde
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA SAÚDE
ANTONIA ADRIANA ALVES DE ALBUQUERQUE
SABERES E PRÁTICAS DE DOCENTES NO USO DAS TECNOLOGIAS DA
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) NO ENSINO SUPERIOR NA SAÚDE
MACEIÓ-AL
2013
ANTONIA ADRIANA ALVES DE ALBUQUERQUE
SABERES E PRÁTICAS DE DOCENTES NO USO DAS TECNOLOGIAS DA
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) NO ENSNO SUPERIOR NA SAÚDE
Dissertação de Mestrado Profissional apresentada
ao Programa de Pós Graduação de Ensino na
Saúde, da Universidade Federal de Alagoas
(UFAL), como requisito parcial para obtenção do
grau de Mestra em Ensino na Saúde.
Orientadora: Profa. Dra. Lucy Vieira da Silva Lima
Coorientador: Prof. Me. Fernando Silvio Cavalcante
Pimentel
MACEIÓ-AL
2013
Catalogação na fonte
Universidade Federal de Alagoas
Biblioteca Central
Divisão de Tratamento Técnico
Bibliotecária Responsável: Fabiana Camargo dos Santos
A345s
Albuquerque, Antonia Adriana Alves de.
Saberes e práticas de docentes no uso das tecnologias da informação e
comunicação (TIC) no ensino superior na saúde / Antonia Adriana Alves de
Albuquerque. – 2013.
50 f.
Nota: No final desta dissertação constam o produto de intervenção e artigo para
posterior publicação em revista científica.
Orientadora: Lucy Vieira da Silva Lima.
Coorientador: Fernando Silvio Cavalcante Pimentel.
Dissertação (Mestrado em Ensino na Saúde) – Universidade Federal de
Alagoas. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ensino na
Saúde. Maceió, 2013.
Bibliografia: f. 41-43.
Apêndice: f. 44-46.
Anexos: f. 47-50
1. Tecnologias da informação e comunicação. 2. Saúde – Ensino superior.
3. Saúde – Formação docente. 4. Ciências da saúde. 5. Práticas pedagógicas.
I. Título.
CDU: 616:378.147.68
Ao meu amado filho, Vinícius Alberto, que se
tornou meu incentivador silencioso, a ti, oferto
meu exemplo acadêmico, para que possas
apreciar os estudos, as tecnologias digitais e o
conhecimento.
A minha amada mãe, Tereza Alves, que
anulou sua vida acadêmica para cuidar dos
filhos, recebendo os bons frutos.
A minha amada irmã-amiga, Rosário de
Fátima, sempre torcendo por mim, acreditando
na minha capacidade intelectual. Ela que me
conduzia à escola da tia Lenira e a escolinha
“O Bambi” durante minha infância, agora me
ver chegar até aqui.
AGRADECIMENTOS
A Deus, que me permite todas as coisas.
Ao meu pai (in memorian), Manoel Tenório de Albuquerque, por sua
brevidade terrena e por demonstrar em silêncio sua genialidade.
A minha irmã, Nadja Alves de Albuquerque Falcão, presença decisiva na
hora da enfermidade repentina do Vinícius no dia da minha entrevista para seleção
deste Mestrado.
A minha amiga, Roselene Menezes Aleluia de Oliveira, que me auxiliou na
construção do meu projeto de pesquisa para seleção deste Mestrado, dando-me
norteamento para seguir nessa linha de pesquisa.
Ao meu namorado, Danúbio Saleme Moreira Júnior, pelos pensamentos
positivos de que tudo no final daria certo, sempre me acalmando nos momentos de
angústia, contribuiu para o nome da cartilha: TIC-se.
A professora, Maria Áurea Caldas Souto, Diretora do CED (Centro de
Ensino à Distância) UNCISAL, por todo carinho, empréstimo de livros, compreensão,
empatia e disposição para me ajudar no que precisasse.
Aos professores(as) do CED da UNCISAL, companheiros(as) de trabalho,
que torcem pelo meu desenvolvimento profissional e me estimulam a seguir em
frente, rumo ao doutorado.
Ao meu amigo, João Batista de Holanda Cavalcante Júnior, que
incansavelmente manteve-se conectado até dar-me a notícia de aprovação neste
Mestrado.
A minha Orientadora, professora Dra. Lucy Vieira da Silva Lima, por me
motivar a seguir em frente com palavras de incentivo.
Ao meu coorientador, professor Mestre Fernando Silvio Cavalcante
Pimentel, por em alguns momentos de minha escuridão, ter se tornado luz.
A Emanuelle Cavalcante Pimentel, amiga do Mestrado que me auxiliou e
me deu forças para que eu conseguisse o novo local da pesquisa, sempre atenciosa
e prestativa.
Ao professor Dr. Salomão Patrício França, por auxiliar na minha formação
docente desde a especialização em Docência do Ensino Superior, até suas sábias
colocações dias antes da entrevista deste mestrado.
Aos Coordenadores dos Cursos da Saúde da IES pesquisada, que
autorizaram o “novo local” da pesquisa.
Aos
docentes
participantes
deste
estudo,
que
me
forneceram
espontaneamente as informações e desta maneira, colaboraram com a construção
desta pesquisa.
Aos Professores do Programa do Mestrado Profissional Ensino na
Saúde, da Universidade Federal de Alagoas - FAMED-UFAL, pela contribuição,
ensino, incentivo e conhecimento científico na produção acadêmica.
A todos que, de maneira direta ou indireta, colaboraram com a realização
desta conquista.
“O homem concreto deve se instrumentalizar
com os recursos da ciência e da tecnologia
para melhor lutar pela causa de sua
humanização e de sua libertação”.
(Paulo Freire)
RESUMO
Esta pesquisa descreve saberes e práticas de docentes no uso das TIC no ensino
superior na saúde. O objetivo geral deste estudo foi conhecer o uso das TIC pelos
docentes no processo ensino-aprendizagem de uma instituição privada de ensino
superior (Campus I) na cidade de Maceió-Alagoas. A metodologia utilizada foi
descritiva, transversal, quanti-qualitativa, com a participação de 25 docentes de
biomedicina, enfermagem, farmácia, fisioterapia, nutrição e odontologia, utilizando
um questionário com 16 perguntas, sendo seis fechadas para a caracterização dos
docentes e dez abertas sobre as TIC na prática docente. Conclui-se a maioria dos
professores pesquisados tem formação docente para utilizar as TIC e que as TIC
mais usadas por eles foram: blog e outras redes sociais, chat, data show, correio
eletrônico, fórum de discussão, videoconferência e wikis. Para esses professores,
essas tecnologias são importantes para as práticas pedagógicas, e já fazem parte do
cotidiano dos mesmos, auxiliando, favorecendo e contribuindo para o processo
ensino-aprendizagem.
Palavras chave: Ensino Superior. Formação docente. Ciências da saúde.
ABSTRACT
This research describes knowledge and practices of teachers in using ICT in higher
education in health. The aim of this study was to know the use of ICT by teachers in
the teaching-learning process of a private institution of higher education (Campus I)
in the city of Maceió Alagoas. The methodology used was descriptive, crosssectional, quantitative and qualitative, with the participation of 25 teachers of nursing,
pharmacy, physiotherapy, nutrition and dentistry, using a questionnaire with 16
questions, six closed for the characterization of teachers and ten open on ICT in
teaching practice. We conclude that the majority of teachers surveyed have teacher
training to use ICT and the ICT they use most often were: blog and other social
networks, chat, date show, e-mail, discussion forum, video conferencing and wikis.
For these teachers, these technologies are important for pedagogical practices, and
are now part of daily life for themselves, assisting, promoting and contributing to the
teaching-learning process.
Keywords: Higher education. Teacher education. Health sciences.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 -
Docentes participantes do estudo com formação para usar as
TIC no processo ensino-aprendizagem ----------------------------------
33
Gráfico 2 -
Docentes participantes da pesquisa que se consideram
capacitados para usar as TIC no processo ensino-aprendizagem
33
Gráfico 3 -
Docentes participantes da pesquisa adaptados para usar as TIC
no processo ensino-aprendizagem ---------------------------------------
35
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 -
Comunicações mediadas por TIC ----------------------------------------
18
Quadro 2 -
Aprendizagem baseada na web 2.0 --------------------------------------
19
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 -
Características dos docentes participantes do estudo --------------
30
Tabela 2 -
IC utilizadas pelos docentes participantes do estudo -------------
31
Tabela 3 -
Importância do uso das TIC na prática docente ----------------------
32
Tabela 4 -
Motivos que levaram os professores a utilizarem as TIC em sua
prática docente -----------------------------------------------------------------
34
Tabela 5 -
Alunos e as TIC na área educacional na percepção dos
professores ----------------------------------------------------------------------
34
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
IES
-
Instituição de Ensino Superior
R
-
Resposta
TIC
-
Tecnologias da Informação e Comunicação
TCLE -
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
MEC
Ministério da Educação e Cultura
-
SUMÁRIO
1
APRESENTAÇÃO....................................................................................... 14
2
DISSERTAÇÃO........................................................................................... 16
2.1
Introdução................................................................................................... 16
2.2
Objetivos.................................................................................................... 16
2.3
Fundamentação Teórica............................................................................ 17
2.3.1
Tecnologias da Informação e Comunicação no ensino superior................. 17
2.3.1.1 O que são as TIC.......................................................................................... 17
2.3.1.2 TIC na área da educação............................................................................. 18
2.3.1.3 TIC no ensino na saúde............................................................................... 20
2.3.1.4 Professor do ensino superior....................................................................... 21
2.3.1.5 Processo de qualificação profissional com TIC........................................... 22
2.3.1.6 Relação professor-aluno e as TIC na educação.......................................... 23
2.3.1.7 Ambientes digitais de aprendizagem............................................................ 24
2.3.1.8 Cibercultura.................................................................................................. 25
2.4
Método......................................................................................................... 27
2.5
Resultados.................................................................................................. 29
2.6
Discussão................................................................................................... 36
2.7
Considerações Finais................................................................................ 39
REFERÊNCIAS............................................................................................ 41
APÊNDICE................................................................................................... 44
ANEXOS....................................................................................................... 47
14
1
APRESENTAÇÃO
Esta pesquisa está inserida na linha Currículo e Processo Ensinoaprendizagem na Formação em Saúde, do Mestrado Profissional Ensino na Saúde
do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina – FAMED da
Universidade Federal de Alagoas - UFAL.
A escolha do tema surgiu pelas inquietações da pesquisadora, enquanto
professora presencial dos cursos superiores tecnológicos da Universidade Estadual
de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL, ao longo de mais de seis anos
exercendo funções docentes, preocupada com o avanço tecnológico e a
incorporação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) nas práticas
pedagógicas, nas mais diversas áreas de atuação, inclusive na educação em saúde.
A consolidação das TIC na educação superior deve-se, sobretudo, às
inovações metodológicas que rompem com a perspectiva tradicional do processo
ensino-aprendizagem, constituindo novos modelos de construção do conhecimento
atendendo às novas demandas da sociedade da informação na qual o domínio e a
competência para usar as TIC são fundamentais (OLIVEIRA e FUMES, 2008).
O uso das TIC no ensino superior na saúde é reconhecido como elemento
que pode propiciar uma nova linguagem para enfrentar a dinâmica dos processos de
ensinar e de aprender, caso os professores desenvolvam novas habilidades,
incorporando-as em sua prática docente.
Desta forma, os professores passariam a incorporar situações inovadoras do
processo ensino-aprendizagem, assimilando novos conceitos, avaliando novas
situações, exercitando a criatividade, a cooperação, a construção do conhecimento
juntamente com o discente, sujeito colaborador ativo desse espaço educacional
baseado nos meios tecnológicos. Entretanto, os professores que, por razões e
interesses variados, adentram no campo universitário, são oriundos de diferentes
áreas de atuação e, em sua maioria, não tiveram contato com as metodologias
intermediadas por TIC em sua formação inicial.
Por outro lado, a reação dos alunos, da sociedade e das instituições de
ensino para com os docentes da educação superior na saúde, frente ao uso das TIC
na educação, parece ser um fator determinante para a procura por qualificação
desses profissionais, por meio de capacitações e oficinas, com tecnologias
informatizadas, que favoreçam preparem-nos para utilizá-las na área educacional,
15
podendo assim, promover enriquecimento no processo ensino-aprendizagem e
inclusão digital dos mesmos.
Esta
pesquisa
desenvolveu-se
como
descritiva,
transversal,
quanti-
qualitativa para o alcance dos objetivos propostos, realizada com 25 docentes do
ensino superior da saúde de uma instituição privada de ensino superior - Campus I –
nos cursos de Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição e
Odontologia.
Atendendo a resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde, esta
pesquisa foi encaminhada para análise do Comitê de Ética do Centro Universitário
Cesmac, Maceió, Alagoas, Brasil, no dia 16/07/12, obtendo aprovação em 19/02/13,
sob Protocolo nº 1582/12.
Após a realização da pesquisa, foi redigido artigo científico submetido à
revista Educação, Formação & Tecnologia no dia 18 de maio de 2013, como uma
exigência acadêmica.
A pesquisa também originou como produto de intervenção, a elaboração de
uma cartilha informativa intitulada: TIC-se: o Docente do Ensino Superior da
Saúde no Mundo Digital, que tem como objetivo, proporcionar aos professores do
ensino superior da saúde, uma visão geral das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC), facilitando o entendimento de como elas estão incorporadas na
área da educação. Assim, a referida cartilha será apresentada ao grupo de docentes
do ensino superior da saúde do Campus I, após aprovação da banca examinadora.
16
2
DISSERTAÇÃO
2.1
Introdução
As TIC estão incorporadas na área da educação, porém, no ensino superior
na saúde, o assunto ainda é escasso, devido a inexistência de pesquisas
semelhantes enfocando esta temática, esse estudo tornou-se relevante, esta é a
primeira pesquisa a focar este tema no ensino na saúde.
As TIC introduziram novas formas de interação humana, principalmente na
área educacional, reconfigurando as relações e didáticas pedagógicas no ambiente
digital.
Hoje as TIC fazem parte do cotidiano das pessoas e de seus diálogos
rotineiros, e assim elas adentram a universidade pelo contato que professores e
alunos diariamente têm com as mídias e tecnologias e, uma vez incorporadas à
educação, transformam o contexto educacional, valorizando um conjunto de
habilidades com capacidade de integrar novos elementos a antigos, nas diversas
áreas
do
conhecimento,
instituindo
novos
alicerces
no
ensino
superior,
especificamente na saúde. Essa mudança no cenário global transformou o conceito
de ensinar e, dessa forma, para atender a demanda da sociedade da informação é
requerido um novo perfil dos docentes.
Reconhecendo como fato a incorporação das tecnologias da informação e
comunicação à área do ensino na saúde, a questão que norteou a realização desta
pesquisa foi: qual a importância do uso das TIC para a prática docente no processo
ensino-aprendizagem na saúde?
2.2
Objetivos
Considerando o contexto apresentado, esta pesquisa teve como objetivo
geral conhecer o uso das TIC pelos docentes no processo ensino-aprendizagem de
uma instituição privada de ensino superior (Campus I) na cidade de Maceió-Alagoas.
Os objetivos específicos foram:
Investigar a utilização das TIC pelos docentes no ensino superior na saúde;
Analisar as contribuições do uso das TIC no processo ensino-aprendizagem
na saúde;
17
Identificar as TIC que os professores conhecem e utilizam na prática docente;
e,
Verificar a formação docente para usar as TIC.
2.3
Fundamentação Teórica
2.3.1
Tecnologias da Informação e Comunicação no ensino superior
2.3.1.1 O que são as TIC
Ramal (2008, p. 58), enfoca que as TIC são concebidas “como redes de
produção de conhecimentos e de aprendizagem, mais do que como meros
instrumentos de intercâmbio de informação, pois são recursos imprescindíveis para
a gestão do conhecimento”.
De certa forma, as TIC introduziram novos modos de interação humana,
provocando mudanças na vida pessoal, social, profissional e educacional do ser
humano, reconfigurando as relações interpessoais e de comunicação.
Belloni (2001, 52), relata que “o advento da internet e das TIC transformou e
ampliou o conceito de interação, trazendo ao homem novas formas de trabalhar,
viver e de se organizar socialmente”, com mais facilidade, mesmo estando em locais
distantes, entretanto, Oliveira e Fumes (2008, p. 57) defendem que “o uso das TIC
na educação superior facilita a troca de informações entre professores e alunos e
abre debate sobre os meios de utilização e implementação dessas ferramentas
como auxiliares do trabalho docente já que são inúmeras as possibilidades de sua
aplicação pedagógica”.
Nesta visão, digitalizada, a informação se reproduz, circula, se modifica e se
atualiza em diferentes interfaces de comunicação, que para Santos, (2010, p.38),
“são aquelas que contemplam a troca de mensagens entre os interlocutores do
grupo ou da comunidade de aprendizagem”. Estas podem ser síncronas e
assíncronas.
A comunicação síncrona ocorre em tempo real, exigindo que todos os
participantes estejam conectados simultaneamente, promovendo uma forma de
interação mais próxima da realizada presencialmente enquanto que a comunicação
assíncrona é realizada em tempos diferentes, não envolvendo a participação
simultânea dos envolvidos, propiciam maior tempo para a leitura e respostas de
18
mensagens, favorecendo maior reflexão acerca do conteúdo. (CASTRO FILHO et al,
2009).
Para uma maior compreensão, as comunicações mediadas pelas TIC são
descritas no quadro abaixo:
Quadro 1 - Comunicações mediadas por TIC
Síncronas
Videoconferência
Bate-papo (Chat)
Skype
Assíncronas
Correio Eletrônico (E-mail)
Lista de discussão
Fórum de Discussão
Wikis
Fonte: Castro Filho et al (2009).
Estas interfaces podem contribuir para o processo de ensino-aprendizagem,
impulsionando a participação colaborativa dos alunos, proporcionando participação
ativa dos professores e alunos na produção do conhecimento, promovendo o
compartilhamento de experiências. Nesta visão, o processo de informação, pode
alcançar o entendimento e a comunicação entre o professor e o aluno, em tempo
real ou em tempos diferentes.
2.3.1.2 TIC na área da educação
O Ministério da Educação e Cultura (MEC) estabelece diretrizes curriculares
nacionais, destinadas aos cursos de graduação no Brasil, que devem ser
consideradas e seguidas pelas Instituições de Ensino Superior (IES) na elaboração
de suas estruturas curriculares. Desta forma, dar-se-ão ênfase neste estudo, às
diretrizes
curriculares
dos
cursos
de
biomedicina,
enfermagem,
farmácia,
fisioterapia, nutrição e odontologia, que enunciam no item Comunicação, para os
referidos cursos, “[...] o domínio de Tecnologias da Informação e Comunicação”.
(BRASIL, 2013). Ainda de acordo com o MEC, 20% da carga horária total de um
curso presencial podem ser ministrados com atividades à distância, desde que as
avaliações sejam presenciais. (BRASIL, 2013).
Com o avanço das TIC no contexto educacional, surgiram novas
possibilidades sobre a construção do saber do aluno, além de ampliar as discussões
sobre o papel do docente e da instituição de ensino na atualidade.
Segundo Santos (2010), as tecnologias utilizadas na educação na atualidade, são
denominadas de quinta geração, a partir de 2005, reunindo a comunicação via
19
computadores com sistemas de respostas automatizadas, além de acesso via portal
e processos institucionais.
Como exemplo temos a web 2.0 é caracterizada pela interação entre os
usuários, permitindo a interatividade entre os mesmos, e viabilizando o intercâmbio
de informações, ideias e recursos materiais. O surgimento das facilidades oferecidas
pela web 2.0, permite compartilhamento e difusão de conteúdos digitais que
fomentam a colaboração e a interação online, estimulando a criação de algo novo
que possa ser visto ou usado por outras pessoas.
Ainda nesta perspectiva, Mercado et al (2012, p.111), afirma que “as
interfaces da web 2.0 centram-se em possibilitar e promover trocas de conteúdos,
participação, interação e colaboração dos envolvidos”. Quem as usa admite que elas
tem um papel ativo de construção do conhecimento, contribuindo como rede
colaborativa, podendo formar comunidades ou redes sociais.
Com base no quadro 2, é possível perceber que na web 2.0 professor e
aluno interagem
entre si como construtores do conhecimento. A proposta de
aprendizagem é aberta, os alunos não são agentes passivos, eles participam
ativamente, contribuindo para melhorá-la e adaptá-la as suas necessidades e estilos
de aprendizagem. Por sua vez, o professor não é um repassador de informações,
mas um agente organizador, orientador e dinamizador da construção do
conhecimento por parte dos alunos.
Quadro 2 - Aprendizagem baseada na web 2.0
(Continua)
Papel do educador
Papel do aprendiz
Status do conteúdo
Autoria
Design educacional
Conteúdo
Acesso
Facilitador da aprendizagem, mentor, gestor do conteúdo de
aprendizagem.
Agente ativo, social, colaborativo, co-autor e co-gestor do seu
próprio processo de aprendizagem.
Conteúdo flexível, selecionado e compartilhado, integrados com
objetivos claros, de aprendizagem para desenvolvimento de
competências e habilidades.
Diversos autores, incluindo profissionais e múltiplos co-autores,
educadores e aprendizes.
Criação colaborativa, partilha, reutilização, aprimoramento
coletivo, acesso aberto.
Aprendizagem baseada em investigação, situações de
aprendizagem contextualizada no mundo real e interdisciplinar.
Acesso aberto, coletivo ou individual conforme as circunstâncias.
20
Quadro 2 - Aprendizagem baseada na web 2.0
(Conclusão)
Recursos educacionais
Avaliação
Controle de qualidade
Diversidade, variedade, atualização frequente, busca e
compartilhamento automáticos.
Processo interativo, participativo decorrente de processos
formativos.
Realizado por comunicadores de prática, aprendizes e
educadores.
Fonte: Okada (2011, p.14).
Para Feldmann (2005), o conhecimento deixou de ser percebido como
absoluto para se relativizar em cada momento, ante os novos avanços científicos e
tecnológicos. Ele já não tem sido considerado produto de um único indivíduo, mas
constructo social. Neste contexto,
[...] a Internet não é apenas uma ferramenta de comunicação e de
busca, processamento e transmissão de informações que oferece
alguns serviços extraordinários; ela constitui, além disso, um novo e
complexo espaço global para o aprendizado e ação educacional.
(CASTELLS, 2001, p.60).
2.3.1.3 TIC no ensino na saúde
A área da saúde não poderia ficar à margem dos avanços tecnológicos e
mudanças de paradigmas que têm caracterizado a sociedade da informação e assim
como ocorreu em outras áreas, seria de se esperar o surgimento das TIC na
educação em saúde, com suas múltiplas áreas de atividades.
Segundo Sabbatini (2010), saúde em rede digital, abrange não apenas todo
o universo de aplicações das TIC, mas também a inovação na forma e nos modelos
de atuação dos profissionais da saúde, especificamente no subsistema de formação,
educação e treinamento, como também, no subsistema de atenção a saúde, na
medicina, enfermagem, odontologia, fisioterapia, nutrição, psicologia, fonoaudiologia
e outras áreas da saúde. Assim, as TIC encontram aplicações em todos os campos
acima. Mais do que isso, após os subsistemas se informatizarem em suas
respectivas atividades, começam a se integrar através da infraestrutura de redes
digitais, que aos poucos, se expandem pela internet, interligando as informações a
um grande número de pessoas.
Ainda segundo Sabattini (2010), fica evidente que a aplicação das TIC na
educação em saúde pode promover: a) Redes cooperativas à distância, para
pesquisas na área da saúde, b) Tecnologias educacionais digitais aplicadas em
21
cursos e faculdades da área da saúde para apoio ao ensino presencial, c) Educação
e treinamento à distância, d) Bibliotecas virtuais, e) Revistas eletrônicas em saúde, f)
Telemedicina
e
telessaúde
(telessocorro,
tele-enfermagem,
teleterapia,
telediagnóstico, etc.), g) Bases de dados estatísticos em saúde, e h) Vídeo e
teleconferência, entre outros benefícios para a educação superior em saúde.
2.3.1.4 Professor do ensino superior
A docência é uma das mais antigas ocupações, tão antiga quanto à
medicina e o direito, portanto, ao “situarmos a docência no âmbito da organização
socioeconômica do trabalho, ela representa atualmente um setor nevrálgico sob
todos os pontos de vistas” (TARDIF; LESSARD, 2008, p.21).
O professor universitário quase sempre é convidado a exercer a docência
após sua pós-graduação, tornam-se especialistas, e passam a ensinar disciplinas de
seu domínio, como se o que importasse, estivesse relacionado apenas a uma área
de saber específico. Normalmente, não iniciam sua trajetória docente com
capacitação especifica para atuar como docente. Por ter sido um bom aluno na
graduação, é lançado para o mercado de trabalho como docente, como se essa
condição, o habilitasse para ensinar nos cursos superiores. Apenas espelhando-se
naqueles que foram significativos em suas vidas, isto é, que contribuíram para sua
formação pessoal e profissional. Pimenta e Anastasiou (2002).
Segundo Masetto (2008, p.45), o perfil do docente universitário precisaria
contemplar quatro eixos, que podem ser considerados como saberes para a prática
docente:
Preparação pedagógica, seus requisitos legais, pessoais e técnicos e
enfatiza a carência dos professores quando se fala em
profissionalismo na docência, ou seja, a falta de domínio na área
pedagógica e a falta de compreensão sobre o processo de ensinoaprendizagem.
O professor como conceptor e gestor de currículo e, neste aspecto,
exige do professor a consciência de que ele deve se libertar da
postura aulista de ministrar aulas e reconhecer que o conhecimento a
ser aplicado na sala de aula é de sua responsabilidade. Além disso,
por meio destes conteúdos, ele pode ou não estimular seus alunos a
pesquisar e trabalhar em equipe, valorizar tanto o conhecimento e
22
sua atualização quanto os aspectos éticos e os valores sociais,
culturais, políticos e econômicos.
A relação professor-aluno e aluno-aluno no processo de
aprendizagem, partindo do pressuposto de que é a presença do
professor mediador de atividades, que permite ao aluno aprender e
com todos da classe, de modo que as relações interpessoais sejam
apreciadas.
O domínio da tecnologia educacional, com a sua importância
motivada pela necessidade do docente ser dinâmico e competente
no processo de ensino-aprendizagem. Não abrir mão do auxílio das
tecnologias industriais, que estão relacionadas com a informática, a
telemática, o computador, a internet, os aparelhos de data show e de
retroprojetor, o e-mail e as interações humanas por meio de
dinâmicas de grupo. O professor qualificado que planeja e consegue
inserir as tecnologias nas aulas, sem dúvida, alcançará os objetivos
propostos.
Em síntese, torna-se cada vez mais necessária à intervenção do professor
com o propósito de organizar os conceitos adquiridos pelos alunos, de modo a
permitir que se construa a estrutura dos diferentes campos do saber.
2.3.1.5 Processo de qualificação profissional com TIC
Segundo Bettega (2010), o aprender contínuo é essencial na profissão do
professor, e deve concentra-se em dois pilares: na própria pessoa do professor,
como agente, e na instituição de ensino como lugar de crescimento permanente.
Ainda segundo a autora, é importante a formação no campo das tecnologias, já que
na educação, essa não se limita apenas ao domínio do uso da ferramenta, mas
também da apropriação de recursos interativos ou hipermediáticos no campo
educacional.
No entanto, Almeida e Valente (2011), afirmam que operacionar as TIC vai
além de fazê-las apenas funcionar. A proposta mais importante é a compreensão de
fazê-las
funcionar
promovendo
riqueza
na
aprendizagem,
identificando
potencialidades pedagógicas, agregando-as a prática docente em atividades que
alcancem e promovam o que pede a proposta curricular, resultando positivamente
na aprendizagem do aluno, buscando atender a dinâmica de funcionamento da IES.
23
Os docentes, pela posição que ocupam na IES e na formação discente,
devem orientar os alunos na leitura e interpretação crítica as mensagens das mídias
que fazem parte do cotidiano, assim:
O professor precisa adquirir habilidades técnicas e pedagógicas,
respondendo aos grandes desafios que envolvem essa área de uso
do computador na educação, que é justamente a combinação do
técnico com o pedagógico. (MERCADO, 2002, p. 139).
Nesse sentido, Alves e Nova (2003), apresentam que um dos desafios para
o uso intensivo das TIC no ensino presencial é implantar uma infraestrutura
adequada na IES, composta de computadores, dispositivos especiais e softwares
educacionais nas salas de aula e/ou laboratórios, ofertando conectividade em rede.
Desta forma, os professores tem um recurso pedagógico a mais para usar
no processo ensino-aprendizagem, de modo, que possa favorecer a aprendizagem
de seus alunos. Porém para usá-las, os professores além da formação em
tecnologia informatizada, precisam praticá-las, adquirindo domínio sobre esses
instrumentos (ALMEIDA; VALENTE, 2011).
Assim, qualificados e seguros, os docentes, serão capazes de se sentirem
capacitados para utilizá-las na área da educação, consequentemente, familiarizados
com essas tecnologias, adaptam-se ao seu uso. Considerando adaptação, segundo
Piaget (1996), como movimento de equilíbrio contínuo entre a assimilação
(apropriação) e a acomodação (adaptação).
2.3.1.6 Relação professor-aluno e as TIC na educação
Na atualidade, o professor presencial, que divide o mesmo tempo e espaço
com seus alunos, poderá perceber que as TIC vêm mudando o ambiente de ensinoaprendizagem. Assim, em toda IES os computadores estão interligados a internet, o
contato com as TIC está no dia-a-dia do professor e do aluno.
Segundo Oliveira e Fumes (2008, p.64),
os alunos que já vivenciam cotidianamente essas transformações
adquirem uma familiaridade e domínio dessas tecnologias que
muitas vezes superam o conhecimento do professor a respeito dos
recursos disponíveis nas diversas mídias.
24
Ainda nesta perspectiva, Mercado (2009, p.17) afirma que, “num ambiente
com internet, a aprendizagem poderá ser um processo em que alunos são
construtores dos seus conhecimentos e competências, mediante a interação com o
ambiente e a reorganização das suas próprias estruturas mentais”.
A sala de aula tomou uma nova configuração, o aluno apresenta um novo
perfil, compatível com o da sociedade da informação, nesse cenário digital o aluno é
participativo, criativo, ousado, domina as TIC na vida pessoal e na área educacional,
mais que os próprios docentes, possuem habilidades digitais, manipulam
ferramentas da web, usam aplicativos e softwares, com uma facilidade incompatível
a do professor. Assim, saberes e práticas quanto ao uso das TIC no processo
ensino-aprendizagem na educação superior na saúde, são exigidos dos docentes na
atualidade (ALMEIDA; VALENTE, 2011).
2.3.1.7 Ambientes digitais de aprendizagem
Os ambientes digitais de aprendizagem, definidos pela autora, como
sistemas computacionais disponíveis na internet, destinados ao suporte de
atividades mediadas pelas TIC, trouxeram novas formas de trabalhar os conteúdos
vistos em sala de aula, o que antes era encerrado na sala de aula, hoje, transpõe os
muros da organização educacional, do espaço-tempo, que interliga professor e
aluno, promovendo a possibilidade de acesso a esses ambientes digitais. Os
recursos dos ambientes digitais são basicamente os mesmos existentes na internet
(correio eletrônico, fórum de discussão, bate-papo, blogs, vídeos, banco de recursos,
entre outros) com a vantagem de possuir bancos de informações representadas em
diferentes mídias (textos, imagens, hipertextos, vídeos), e interligados com conexões
constituídas de links internos ou externos ao sistema. (ALMEIDA, 2003).
Assim, existe a possibilidade do aluno usar a internet como meio de
representação do conhecimento. Por essa razão o professor pode estar atento para
que os aspectos envolvidos nessa situação de aprendizagem possam potencializar o
desenvolvimento do pensamento cognitivo e criativo do aluno. Com Almeida (2006),
esses novos meios de comunicação favorecem o estabelecimento de conexões
entre pessoas em diferentes lugares, idades e profissões. A troca de ideias e
experiências com pessoas de diversos contextos pode ampliar a visão do aluno no
sentido de fornecer novas referências para sua reflexão.
25
2.3.1.8 Cibercultura
A sociedade da informação (SILVA, 2006), também denominada de
cibercultura (Lévy, 1999) surge com a nova versão conhecida como web 2.0 que
permite mídias interativas.
Segundo Dyson (1999), Freeman e Louçã (2001), a nova revolução
industrial centrada no computador, no software, na microeletrônica, na internet e
telefonia móvel, abre novos territórios para a cultura digital. Diante disso, faz-se
necessário o entendimento do termo cibercultura na contemporaneidade, tornandose necessário uma compreensão prévia sobre ciberespaço, hipertexto e hipermídias.
O ciberespaço através da internet permite liberdade dos usuários para
compartilhar, trocar, executar, copiar, distribuir e colaborar. “A internet interliga o
mundo, o local e o global, coisa que a televisão não fez” (SILVA, 2009, p. 76).
A universidade tem muito a aprender com esse cenário para se posicionar
consistentemente como espaços privilegiados de inclusão digital entendida para
além do mero acesso ao computador. Na visão de Silva (2009, p.75) “o computador
online ocupa posição central na constituição da sociedade da informação e da
cibercultura”.
Não basta ter acesso à informação digitalizada, é preciso estar a par
de que temos nossa vida e nosso cotidiano não mais somente no
mundo analógico. Mas também no mundo digital online, no
ciberespaço”. Assim, o professor, o aluno ou qualquer outro usuário
do ciberespaço deixa de ser receptor para tornar-se emissor e
coautor de informações e de conhecimento. (SILVA, 2009, p.76).
Para Lévy (1999, p.32, 92, e 167) o ciberespaço “é o principal canal de
comunicação e suporte de memória da humanidade a partir do início do século XXI”;
“novo espaço de comunicações, de sociabilidade, de organização e de transação,
mas também o novo mercado da informação e do conhecimento que tende a tornarse a principal infraestrutura de produção, transação e gerenciamento econômicos”.
“O ciberespaço é o hipertexto mundial interativo, onde cada um pode adicionar
retirar e modificar partes dessa estrutura telemática, como um texto vivo, um
organismo auto-organizante”.
A mídia baseada na informação foi substituída por mídias interativas que
permite a criação de hipertextos. Clicando ícones, o usuário pode saltar de uma
26
“janela” para outra e transitar aleatoriamente por fotos, sons, vídeos, textos, etc.,
armazenados na memória do computador. E em rede (internet) a disposição de
processamento hipertextual do computador permite ao usuário múltiplas recorrências
e navegações; permite selecionar, receber, tratar e enviar qualquer tipo de
informação desde seu terminal para qualquer outro ponto da rede. (SILVA, 2006).
Assim sendo, o hipertexto pode ser compreendido através de ligações não
lineares, composto por texto e também por material em áudio, vídeo, imagens
conectados entre si, formando diferentes itinerários para o leitor, apresentando uma
textualidade aberta, combinadas com termos como: nós, rede trajeto e ligações.
Na hipermídia, segundo Silva (2006, p.147), o usuário guia-se por meio de sinais e
dispõe de palavras e conteúdos que, ao ser acionados apresentam ligações
múltiplas que conduzem a outras palavras e conteúdos configurando um mapa de
caminhos intricados e labirínticos por onde o usuário pode navegar e, neste
ambiente, permutar e potencializar.
Dentro de todas essas perspectivas, Lévy (1999, p.17), define a cibercultura
como “conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), as práticas, as atitudes, as
maneiras de pensar e os valores que se desenvolvem conjuntamente com o
crescimento do ciberespaço”, permitindo que um indivíduo esteja interligado a
outros,
comunicando-se
com
eles,
simultaneamente
criando
e
recriando
conhecimentos, partilhando e recebendo conhecimentos, interagindo com o outro
para ensinar, aprender e se relacionar.
Assim, Silva (2006) afirma que, a interatividade é o que existe de mais
importante nesse cenário. À contribuição de cada usuário para a construção
coletivamente do conhecimento é o que dá vida e significado ao mundo virtual,
rompendo fronteiras (espaço e tempo) proporcionando uma nova maneira de se
pensar no processo de ensinar e de aprender imaginando assim, que o
conhecimento está eternamente em processo de construção, desta forma, os
usuários aprendem a lidar com a finitude de concepções e paradigmas vistos
antigamente como acabados e definidos e passam para um novo paradigma onde é
possível, da continuidade em conjunto, com usuários interconectados a internet em
busca do mesmo objetivo, onde nenhum conteúdo está terminado, pronto, pelo
contrário, sempre aberto a possíveis alterações.
27
Desta maneira, professores atentos ao novo ambiente sociotécnico poderão
garantir a realização da função social da organização educacional na sociedade da
informação ou cibercultura.
Na cibercultura os professores podem lançar mão da potencialidade
da internet para abrir novos espaços de participação coletiva, eles
podem experimentar isso na sala de aula presencial e online e
preparar o aluno, para a geração digital, para sua atuação no novo
espaço de manifestação da cidadania (SILVA, 2009, p.86).
2.4
Método
Esta pesquisa desenvolveu-se numa abordagem descritiva, transversal,
quanti-qualitativa, para o alcance dos objetivos propostos. O projeto de pesquisa foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário CESMAC por
meio do parecer nº: 1582/12.
Considerando-se o universo de 200 professores de uma instituição privada
de ensino superior, foi definido o tamanho da amostra em 12,5%, correspondendo a
25 docentes dos cursos de biomedicina, enfermagem, farmácia, fisioterapia, nutrição
e odontologia, localizada na Cidade de Maceió-Alagoas.
Os docentes foram convidados a participar da pesquisa na sala dos
professores da instituição. A abordagem foi feita individualmente pela pesquisadora
de acordo com o critério de inclusão definido no estudo (docentes do ensino superior
da saúde, de ambos os sexos, que lecionam no Campus I desta instituição e que
aceitaram fazer parte da pesquisa). Na abordagem, foi apresentado o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e após a leitura do mesmo, havendo
anuência, os sujeitos assinaram o TCLE e posteriormente responderam ao
questionário, devolvendo-o a pesquisadora.
A coleta de dados ocorreu no período de fevereiro a março de 2013, por
meio de um questionário (apêndice A) contendo perguntas fechadas e abertas,
dividido em duas partes: a primeira parte, com 6 (seis) perguntas fechadas para
caracterização dos docentes participantes do estudo (titulação, faixa etária,
formação docente, atuação docente, tempo de atuação docente e cursos que
lecionam) e a segunda parte, contendo 10 (dez) questões abertas, com o intuito de
28
analisar o uso das TIC no processo ensino-aprendizagem pelos professores dos
cursos superiores da saúde, a partir das seguintes perguntas:
1) Cite as principais TIC que você conhece?
2) Fale sobre as TIC que você utiliza na sua prática docente
3) Qual a importância das TIC em sua prática docente?
4) Como
você
percebe
a
introdução
das
TIC
no
processo
ensino-
aprendizagem?
5) Participou de formação para utilizar as TIC em sua prática docente?
6) Você se considera capacitado (a) para utilizar as TIC na sua prática docente?
7) Quais motivos o (a) levou a usas as TIC na área da educação?
8) Como você percebe o discente na atualidade frente às TIC?
9) Você se considera adaptado (a) as TIC na área da educação?
10)As TIC contribuem para sua prática docente?
O processo de análise se deu após a análise das respostas dos
questionários que foram aplicados aos docentes da saúde (Campus I) da instituição
já qualificada, a partir da amostra deste estudo, foi possível conhecer o uso das TIC
pelos docentes no processo ensino-aprendizagem.
A análise quantitativa utilizada para os dados de caracterização dos sujeitos
foi realizada com estatística descritiva Moda que “é o valor ou categoria da variável
que
ocorre
com
maior frequência”.
(MATTAR,
1996,
p.191).
Visando
à
caracterização dos docentes participantes do estudo foram analisados os tópicos I e
II do questionário.
Segundo Bardin (1979, p.36) a aplicabilidade da análise de conteúdo deste
referido estudo “ocorreu pelo código e suporte linguístico escrito, por comunicação
dual (diálogo) por meio de respostas a questionários”.
Em relação à tabulação da segunda parte do questionário, nas questões
abertas 01, 02, 03, 04, 07, 08 e 10, foi realizada uma análise qualitativa, utilizandose da análise de conteúdo na modalidade temática proposta por Bardin:
29
Conjunto de técnicas de análise de comunicação visando obter, por
procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo
das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a
inferência de conhecimentos relativos às condições de produção
/recepção destas mensagens na modalidade temática. (BARDIN,
1979).
Considerada apropriada no âmbito das investigações qualitativas em saúde,
envolve três etapas:
A pré-análise, que objetiva construir um conjunto de categorias descritivas,
a partir de uma série de leituras (flutuantes) do material e da busca de
unidade
de
significado
(aspectos
comuns,
aspectos
inusitados,
silenciosos);
A exploração do material, que objetiva categorizar e codificar o material
coletado;
A nova exploração do material para tratamento dos resultados obtidos e
interpretação (reagrupamento análises com pressupostos teóricos).
Com relação à análise de conteúdo, este estudo se enquadra na modalidade
temática, uma vez que:
Fazer uma análise temática consiste em descobrir os núcleos de
sentido que compões uma comunicação, cuja presença ou
frequência significa em alguma coisa para o objeto analítico visado.
[...]. Para uma análise de significados, a presença de determinados
temas denota estruturas de relevância, valores de referencia e
modelos de comportamentos presentes ou subjacentes no discurso.
(MINAYO, 2008, p. 316)
Após a análise dos questionários que foram aplicados aos docentes na
instituição já qualificada, a partir da amostra deste estudo, foi possível uma
compreensão dos saberes e práticas docentes no uso das TIC no processo de
ensino-aprendizagem nos cursos superiores da saúde.
2.5
Resultados
Os docentes que participaram do estudo foram predominantemente mestres
(56%) e doutores (16%). Quanto à variável idade, dezoito estão na faixa etária entre
30-39 anos (72%), professores jovens e atuantes nos cursos de graduação e pós-
30
graduação na saúde, sendo a maioria com formação em docência do ensino
superior (72%). Quanto ao tempo de docência, predominam entre 6 a 20 anos (72%)
podendo assim, contribuir para o processo ensino-aprendizagem nos cursos
superiores da saúde.
Tabela 1 - Características dos docentes participantes do estudo – Maceió/AL- 2013.
25 docentes participantes do estudo
Quantidade
Título
Professor Doutor
Professor Mestre
Professor Especialista
Faixa Etária
20-29 anos
30-39 anos
40-49 anos
50-59 anos
60 ou mais
Formação Docente
Sim
Não
4
14
7
Quantidade
3
18
3
1
0
Quantidade
18
7
Atuação Docente
Graduação
Pós-graduação
Graduação e Pós-graduação
Tempo de atuação docente
1 a 5 anos
6 a 10 anos
11 a 15 anos
16 a 20 anos
%
16
56
28
%
12
72
12
4
%
72
28
Quantidade
%
3
1
21
Quantidade
12
4
84
%
7
10
7
1
28
40
28
4
Fonte: Autora, 2013 - Dados da pesquisa.
Quando questionados sobre as TIC que conhecem e utilizam em sua prática
docente (questão 01 e 02), eles descreveram as TIC e usam-nas, além de
assegurarem que elas são favoráveis para o processo de ensino-aprendizagem,
referiram que as mais conhecidas e usadas são: blogs e outras redes sociais, chat,
data show, correio eletrônico (e-mail), fórum de discussão, lousa digital ou interativa,
mapas conceituais, moodle, homepage, videoconferência e wiki. As respostas dos
docentes de 1 a 4 ilustram estas observações:
31
R1.: “conheço e uso blog, mapas conceituais, fórum e chat”.
R2.: “uso data-show, portal universitário da instituição, wiki, e
fóruns.”.
R12.: “o que conheço são: blog, e-mails, homepage, as que uso são:
moodle, chat, fórum, portais e vídeo conferência”.
R17.: “conheço lousa digital, mas uso mapas conceituais, chat, blog
e wikis, além do uso das TIC do portal acadêmico da instituição
(debate).
Tabela 2 - TIC utilizadas pelos docentes participantes do estudo – Maceió/AL – 2013.
Respostas
Frequência
(%)
Blog e outras redes sociais
Chat
Projetor multimídia (data show)
Correio eletrônico (e-mail)
Fórum de discussão
Lousa digital ou interativa
Mapas conceituais
Moodle
Homepage
Videoconferência
Wiki
6
6
7
4
3
1
1
1
5
3
2
24
24
28
16
12
4
4
4
20
12
8
Fonte: Autora, 2013 - Dados da pesquisa.
É possível perceber na tabela 2, que a totalidade dos docentes participantes
do estudo, utiliza interfaces da Web 2.0
Ao serem indagados sobre a importância das TIC na prática docente
(questão 03), ficou evidenciado na totalidade na tabela 3, nas respostas dos
docentes participantes do estudo, que as TIC são importantes porque auxiliam na
didática, aproximam professores e alunos, assimilam conteúdos, contribuem para o
aprendizado e facilitam o entendimento, incentivam a pesquisa e interação no
processo ensino- aprendizagem na educação superior na saúde.
32
Tabela 3 - Importância do uso das TIC na prática docente – Maceió/AL – 2013.
Categorias
25 docentes participantes do estudo
Respostas docentes
Frequência
R1.: “auxilia no processo ensinoaprendizagem, permitindo trocas de
informações”.
13
R2.: “aproximação professor e aluno, e
estimula a construção de
conhecimentos, facilitando a
transmissão de informação entre o
docente e o discente e vice-versa”.
R3.: “melhora assimilação do conteúdo”.
2
Contribuição
R4.: “contribui como alternativa no
aprendizado e divulgação de
conhecimentos”.
6
Entendimento
R5.: “facilitar o entendimento do aluno e
capacita profissionais, abrangendo a
área de atuação”.
1
Incentivo
R6.: “uma extensão da sala de aula e
incentivo a pesquisa para os discentes”.
1
Interação
R7.: “trouxe maior interação com os
alunos e maior discussão dos assuntos
dados em aula”.
1
Auxilio
Aproximação
Assimilação
1
Fonte: Autora, 2013 - Dados da pesquisa.
Quando questionados sobre qual a percepção que os mesmos tinham da
introdução das TIC no processo ensino-aprendizagem (questão 04), como ilustra as
respostas de 1 a 5 dos docentes participantes do estudo:
R1.: “a introdução das TIC facilita e promove aprendizado”.
R2.: “a inserção das TIC auxilia diretamente no desenvolvimento do
discente”.
R3.: “a inserção das TIC na educação é vista como inovadora e
propulsora de entusiasmo”.
R4.: “as TIC inseridas na educação permite que o aluno tenha um
papel mais atuante na relação ensino-aprendizagem”.
R5.: “as TIC trazem muitas possibilidade e contribuição para valorizar
a aprendizagem, a pesquisa, reflexões e construção do
conhecimento”.
33
Quando indagados sobre se possuíam formação em TIC (questão 05), os
docentes, em sua maioria, responderam que sim.
Gráfico 1 - Docentes participantes do estudo com formação para usar as TIC no
processo ensino-aprendizagem – Maceió/AL – 2013.
20%
SIM
80%
NÃO
Fonte: Autora, 2013 - Dados da pesquisa.
Conforme a análise descritiva do gráfico 2, quando questionados sobre
sentirem-se capacitados para usar as TIC na prática docente, (questão 06) a maioria
dos professores (72%) responderam que se sentem capacitados para usar as TIC na
prática docente, 16% dos professores não se sentem capacitados, 8% se sentem
parcialmente capacitados, e 4% se considera um eterno aprendiz em TIC.
Gráfico 2 - Docentes participantes da pesquisa que se consideram capacitados para
usar as TIC no processo ensino-aprendizagem – Maceió/AL – 2013.
CAPACITADOS
16%
4%
8%
PARCIALMENTE
CAPACITADOS
72%
ETERNO APRENDIZ
EM TIC
NÃO CAPACITADO
Fonte: Autora, 2013 - Dados da pesquisa.
Sobre os motivos que os levaram a usar as TIC na prática docente (questão
07), ficou evidenciado na maioria das respostas dos professores participantes do
estudo, que os principais motivos foram profissionais (tabela 4).
34
Tabela 4 - Motivos que levaram os professores a utilizarem as TIC em sua
prática docente – Maceió/AL – 2013.
25 docentes participantes do estudo
Respostas docentes
Categorias
Frequência
Relação com
aluno
R1.: “possibilita uma maior aproximação com o
aluno, estimula o desempenho e a autonomia do
discente”.
10
Relação com as
TIC
R2.: "as TIC permitem rapidez de informação,
comodidade e praticidade”.
4
Motivos
educacionais
R3.: “facilidade no processo de ensinoaprendizagem e dinamiza as aulas.
6
R4.: “auxilia na didática de ensino”.
R5.: “as TIC são importantes ferramenta para o
processo de formação profissional.
Atualizar as
práticas
educacionais
Não responderam
3
-
2
Fonte: Autora, 2013 - Dados da pesquisa.
A tabela 5 resulta do questionamento aos docentes quanto à percepção
deles em relação ao aluno frente ao uso das TIC na educação (questão 08).
Tabela 5 - Alunos e as TIC na área educacional na percepção dos professores
Maceió/AL – 2013.
(Continua)
Categorias
25 docentes participantes do estudo
Respostas docentes
Frequência
R1.: “ o mundo está informatizado. Em minhas
turmas cerca de 90% dos alunos tem celular
conectado à internet e com recursos tecnológicos
avançados, nós docentes, temos que nos
adaptarmos”.
Adaptação
R6.: “os alunos estão em um grau bem mais
avançado, às vezes, até mais que o docente”.
R5.: “precisamos estar disponíveis ao aprendizado,
porque há muitas informações e inovações nessa
área, e os alunos sabem como manusear as TIC”.
R11.: “os alunos mostram facilidade, pois já estão
familiarizados com essas ferramentas”.
13
35
Tabela 5 - Alunos e as TIC na área educacional na percepção dos professores
Maceió/AL – 2013.
(Conclusão)
25 docentes participantes do estudo
Respostas docentes
Categorias
Frequência
Frequência
R9.: “os alunos são curiosos e motivados a usá-las”.
Motivação
Atualização
R14.: “os alunos são motivados, porém, às vezes
sem fazer o uso correto da ferramenta, por vezes
eles procuram o Ctrl C e Ctrl V, e não percebem o
objetivo do ensino-aprendizagem e da pesquisa,
assim o docente deve mediar isto de maneira clara e
objetiva para os discentes”.
5
R7.: “os alunos estão mais atualizados que os
docentes”.
R3.: “os alunos estão sempre atualizados
quanto às novas ferramentas e exigem dos
docentes a mesma velocidade na transmissão
de informações”.
7
Fonte: Autora, 2013 - Dados da pesquisa.
Quanto a adaptação ao uso das TIC na área da educação (questão 09),
observa-se no gráfico 3, de acordo com os respondentes, que apenas 48% dos
docentes se sentem adaptados para usar as TIC, 32% dos docentes se consideram
parcialmente adaptados, 16% não se consideram adaptados e 4% optaram em não
responder.
Gráfico 3 - Docentes participantes da pesquisa adaptados para usar as TIC no
processo ensino-aprendizagem – Maceió/AL – 2013.
4%
32%
48%
ADAPTADOS
NÃO ADAPTADOS
ADAPTADOS
PARCIALMENTE
16%
Fonte: Autora, 2013 - Dados da pesquisa.
NÃO RESPONDEU
36
Embora 80% dos docentes participantes deste estudo tenham formação em
TIC, apenas 72% se sentem capacitados para usá-las, e 48% se consideram
adaptados a elas.
Quando questionados sobre a contribuição das TIC para a sua prática
docente (questão 10), as respostas não divergem. Alguns declaram que as TIC
facilitam ou promovem o aprendizado, conforme pode ser observado nos relatos,
dos 25 respondentes, somente um declarou que as TIC não favorecem a sua prática
pedagógica. As respostas dos docentes 1 a 6 ilustram estas observações:
R10.: “sim, considero a aplicação dessas tecnologias para facilitar o
entendimento e abranger conhecimentos”.
R12.: “com certeza! Sem estas novas tecnologias a comunicação se
torna lenta e retrógrada para transmissão do conhecimento”.
R17.: “sim, diversifica e promove o conhecimento através de uma
tecnologia que os jovens adoram”.
R21.: “sim. As TIC possibilitam que nós docentes possamos estar
mais atualizados, o que é imprescindível para um docente”.
R23.: “as TIC são imprescindíveis para a atualização e aplicação aos
conhecimentos e práticas docentes”.
R25.: “as TIC contribuem de forma efetiva para a aprendizagem”.
2.6
Discussão
A inserção das TIC no processo ensino-aprendizagem
Os dados da pesquisa assinalam o uso das TIC no processo ensino-
aprendizagem por todos os docentes pesquisados, demonstrando a incorporação
dessa nova cultura à sua prática diária. Desta forma, os resultados apontam para o
pensamento de Almeida (2005, p.113) diz que:
O professor que associa as TIC aos métodos ativos de
aprendizagem desenvolve a habilidade técnica relacionada ao
domínio da tecnologia e, sobretudo, articula esse domínio com a
prática pedagógica, e com as teorias educacionais que o auxiliem a
refletir sobre a própria prática e a transformá-la, visando explorar as
37
potencialidades pedagógicas das TIC em relação à aprendizagem e
a consequente constituição de redes de conhecimento.
Saberes e Práticas docentes no uso das TIC
Os resultados além de assinalar que 100% dos professores conhecem as
TIC, asseguram que elas favorecem o processo de ensino-aprendizagem, reforçam
que fazem uso dos meios tecnológicos na prática docente diária, e as eleitas foram:
blogs e outras redes sociais, chat, data show, correio eletrônico (e-mail), fórum de
discussão, lousa digital ou interativa, mapas conceituais, moodle, homepage,
videoconferência e wikis. Isto aponta na direção do pensamento de Almeida e
Valente (2011, p.9):
As mudanças vão além de práticas esporádicas em espaços
delimitados a laboratórios de informática e penetram no cerne dos
processos de ensino e aprendizagem, provocando mudanças nas
relações com o conhecimento e no currículo.
Masetto (2008) categoriza que a relação do professor com as tecnologias é
um saber, e os dados da pesquisa revelam que, no universo pesquisado, este saber
está incorporado à vida acadêmica dos professores, desde a utilização do portal
acadêmico institucional, à utilização das interfaces da web 2.0, que permite troca,
interação, contribuição, colaboração, construção e interatividade entre professores e
alunos no processo ensino-aprendizagem.
A importância do uso das TIC na prática docente
Os dados da pesquisa asseguram a importância do uso das TIC na prática
docente por auxiliar na didática, aproximar professores e alunos, estimulando nos
discentes a construção do conhecimento, e permitindo a autonomia para que os
mesmos possam acrescentar dados, discutir opiniões, compartilhar conteúdos,
distribuir e trocar informações e conhecimentos. Melhorar a assimilação do conteúdo
ministrado em sala de aula, contribuindo para o aprendizado e facilitando o
entendimento por parte dos alunos, incentivam a pesquisa e interação no processo
ensino-aprendizagem na educação superior em saúde.
Deste modo, Almeida (2005, p.113) diz que:
38
O professor que associa as TIC aos métodos ativos de
aprendizagem desenvolve a habilidade técnica relacionada ao
domínio da tecnologia e, sobretudo, articula esse domínio com a
prática pedagógica, e com as teorias educacionais que o auxiliem a
refletir sobre a própria prática e a transformá-la, visando explorar as
potencialidades pedagógicas das TIC em relação à aprendizagem e
a consequente constituição de redes de conhecimento.
Formação em TIC
Os dados da pesquisa demonstram que a maioria dos docentes possui
formação em TIC e são estimulados pela IES para a aplicação na prática docente.
Ficou comprovado ainda que ter formação em TIC, não significa que os professores
se sintam capacitados e adaptados para usá-las, a familiarização desses recursos
tecnológicos só ocorre com o exercício diário. Assim, os resultados levam ao
pensamento de Oliveira e Fumes (2008), afirmando que o professor, frente a esses
desafios, vê-se despreparado e consequentemente, sente necessidade de
qualificação e desenvolvimento de práticas que respondam a essas carências de
sua formação inicial. Os cursos de formação, capacitação e atualização precisam
criar instrumentos concretos que viabilizem a familiarização dos professores com os
recursos tecnológicos articulando os saberes e experiências anteriormente
adquiridas com novas práticas de ensino-aprendizagem baseado nos meios
tecnológicos.
Motivos para utilização das TIC na prática docente
Os dados da pesquisa revelam que os principais motivos para os docentes
utilizarem as TIC são de origem profissional, corroborando com o pensamento de
Almeida e Valente (2011, p.45), afirmando que “o professor começa a utilizar as TIC
para melhorar a aprendizagem dos seus alunos e a sua própria aprendizagem, ele
reconhece as funcionalidades das TIC e adéqua seu uso de acordo com as
diferentes preferências de aprendizagem de seus alunos”.
39
Alunos e as TIC na educação superior na percepção docente
Os dados pesquisados assinalam que todos os docentes consideram os
alunos familiarizados e adaptados as TIC na área educacional, assegurando muitas
vezes, que os mesmos estão mais preparados que os próprios docentes quanto à
utilização dos meios tecnológicos. Corroborando com os pensamentos de Mercado
(2008, p. 64), “os alunos que já vivenciam cotidianamente essas transformações
adquirem uma familiaridade e domínio dessas tecnologias que muitas vezes
superam o conhecimento do professor a respeito dos recursos disponíveis nas
diversas mídias”. E de Almeida e Valente (2011), os alunos se apropriam das
tecnologias, convivem harmoniosamente com o mundo digital de um modo mais
confortável do que os professores (gestores, especialistas em educação), muitos dos
quais se mostram inseguros em relação a essas tecnologias e demonstram pouco
interesse em incorporá-las à prática pedagógica.
Contribuições das TIC para a prática docente
Os dados da pesquisa assinalam em 96% que as TIC contribuem por facilitar
e promover o aprendizado, e confirmam o pensamento de Mercado (2009, p.57), que
as TIC, assumem “papel fundamental no ensino superior na atualidade provocando
mudanças no modelo de aquisição e difusão do conhecimento”, apesar de ser um
processo que está ocorrendo lentamente, já está modificando a relação entre
professores e alunos e entre a instituição e os alunos.
A pesquisa tornou-se relevante, expandindo perspectivas de continuidade
para inovadoras pesquisas dentro dessa temática. Os estudos, não esgotam as
tentativas de desenvolverem novos campos de pesquisa e a busca de inserir o
docente nos saberes e práticas no uso das TIC.
2.7
Considerações Finais
No cenário pesquisado, os docentes conhecem e usam as TIC no processo
ensino-aprendizagem na saúde, essas tecnologias estão incorporadas na prática
didática desses professores diariamente, e podem ser compreendidas como
recursos pedagógicos importantes para o processo ensino-aprendizagem.
Os docentes pesquisados usam em sua prática docente blog e outras redes
sociais, chat, data show, correio eletrônico, fórum de discussão, videoconferência e
40
wikis. Para esses professores, essas tecnologias são importantes para suas
práticas pedagógicas, e fazem parte do cotidiano desses professores, auxiliando e
favorecendo o processo ensino-aprendizagem.
Os participantes do estudo asseguram que as TIC contribuem com o
processo ensino-aprendizagem na saúde por facilitar a troca de informações entre
docentes e discentes, aproximar professores e alunos, e promover a construção do
conhecimento de forma individual e coletiva. É possível perceber que neste
ambiente virtual de aprendizagem professor e aluno interagem entre si como
construtores do conhecimento. Na visão desses docentes, a inserção das TIC
favorece o processo ensino-aprendizagem na educação superior na saúde.
A proposta de aprendizagem é aberta, os alunos não são agentes passivos,
eles participam ativamente contribuindo para melhorá-la e adaptá-la às suas
necessidades e estilos de aprendizagem. Por sua vez, o professor não é um
repassador de informações, mas um agente organizador, orientador e dinamizador
da construção do conhecimento por parte dos alunos.
Sugere-se que os demais professores do estudo que não possuem
formação docente para utilizar as TIC, participem dessa formação, pois uma das
exigências da instituição pesquisada é que os professores utilizem as TIC existentes
no portal universitário para que contribuam para o processo ensino-aprendizagem,
assim, mais seguros e capacitados, incorporem-nas em sua didática de ensino. A
adaptação dos professores ao uso das TIC pode ocorrer a partir do contato
constante do professor com o uso das TIC na prática docente.
Existe a possibilidade de incorporar nas instituições privadas e públicas de
ensino superior, formação docente com a utilização de TIC para todos os docentes
do ensino superior, principalmente, os que atuam na área da saúde, promovendo
oficinas/capacitações sobre interfaces da web 2.0, incorporadas a educação, tanto
as síncronas, quanto assíncronas, podendo assim, propiciar um repensar sobre o
currículo da disciplina e da metodologia do ensino superior com a inserção das TIC,
reforçando a possibilidade de contribuição do uso das TIC para o ensino superior na
saúde.
Conclui-se que essas tecnologias são consideradas importantes para as
práticas pedagógicas, auxiliando, favorecendo e contribuindo para o processo
ensino-aprendizagem.
41
REFERÊNCIAS
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44
APÊNDICE
45
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO
I. Dados Gerais
Cargo:
Faixa etária: 20-29 (
)
30-39 (
)
Nacionalidade:
Sexo:
M(
)
40-49 (
) 50-59 (
F(
)
) >60 anos (
)
Naturalidade:
II. Formação
Graduação(
) Especialização(
) Residência(
) Mestrado(
) Doutorado(
)
Área de Graduação:................................................................................................
Tipo de Instituição: Pública (
)
Privada (
)
Formação docente:
)
Não (
)
Sim (
Graduação
( )
ATUAÇÃO DOCENTE
(ENSINO SUPERIOR)
Bacharelado (
)
Licenciatura (
)
Tecnologia (
)
Modalidade
Especialização ( )
Lato Sensu
Residência (
)
MBA
(
)
Stricto
Mestrado
(
)
Sensu ( )
Doutorado (
)
Pós-Graduação
(
Cargo ocupado: Docente (
)
) Preceptor (
(
)
)
Coordenador(a) e Docente ( )
Tipo de contrato docente: Efetivo ( ) Substituto ( ) Visitante ( ) Voluntário ( )
Início da Atividade docente:
46
III- Sobre a Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) na Prática
Docente
1.- Cite as principais TIC que você conhece?
2.- Fale sobre as TIC que você utiliza na sua prática docente.
3.- Qual a importância da TIC em sua prática docente?
4.- Como você percebe a introdução das TIC no processo ensino-aprendizagem?
5.- Participou de formação para utilizar as em sua prática docente?
6.- Você se considera capacitado(a) para utilizar a TIC na sua prática docente?
7.- Quais motivos o (a) levou a usas as TIC na área da educação?
8.- Como você percebe o discente na atualidade frente as TIC?
9.- Você se considera adaptado (a) as TIC na área da educação?
10. As TIC contribuem para sua prática docente?
Saberes e práticas de docentes no uso das TIC no ensino superior na saúde
Antonia Adriana Alves de Albuquerque (Mestranda)
Lucy Vieira da Silva Lima (Orientadora)
Fernando Silvio Cavalcante Pimentel (Coorientador)
47
ANEXOS
48
ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
49
50
ANEXO B – SOLICITAÇÃO DE EMENDA AO PROTOCOLO 1582/2012
