14- Maria Gicárlia Braz - A HUMANIZAÇÃO ENQUANTO COMPONENTE DA FORMAÇÃO EM SAÚDE: A VISÃO DE DISCENTES DE GRADUAÇÃO

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                    UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA SAÚDE

MARIA GICARLIA BRAZ

A HUMANIZAÇÃO ENQUANTO COMPONENTE DA FORMAÇÃO EM SAÚDE: A
VISÃO DE DISCENTES DE GRADUAÇÃO

Maceió-AL
2017

MARIA GICARLIA BRAZ

A HUMANIZAÇÃO ENQUANTO COMPONENTE DA FORMAÇÃO EM SAÚDE: A
VISÃO DE DISCENTES DE GRADUAÇÃO

-

Trabalho acadêmico apresentado à Universidade
Federal de Alagoas, como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Ensino na Saúde,
para obtenção do título de Mestre.
Orientadora:

Maceió-AL
2017

Prof.ª Dr.ª
Cavalcante.

Margarete

Pereira

Catalogação na fonte
Universidade Federal de Alagoas
Biblioteca Central
Divisão de Tratamento Técnico
Bibliotecário Responsável: Helena Cristina Pimentel do Vale
B827h

Braz, Maria Gicarlia.
A humanização enquanto componente da formação em saúde: a visão de
discentes de graduação / Maria Gicarlia Braz. – 2017.
38 f. : il.
Orientadora: Margarete Pereira Cavalcante.
Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino na Saúde) – Universidade
Federal de Alagoas. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em
Ensino na Saúde. Maceió, 2017.
Inclui bibliografias.
1. Cursos em ciências da saúde. 2. Atenção primária à Saúde. 3. Humanização
da assistência. 4. Trabalho em equipe. 5. Saúde – P>Formação profissional. I. Título.

CDU: 614.253

AGRADECIMENTOS

A DEUS, que me concedeu forças e coragem para superar as dificuldades, e
alcançar meus objetivos.
Aos meus pais (in memorian), a quem dedico essa vitória. Minha eterna gratidão por
seus ensinamentos. Saudades eternas!
Aos meus familiares, pelo incentivo e apoio constante.
A professora Dr.ª Margarete Pereira Cavalcante, pela acolhida, incentivo e
orientação.
A Coordenadora do Núcleo de Saúde Pública, Profª. Maria das graças Monte Mello
Taveira, pelo apoio, compreensão e confiança.
A Banca Examinadora, por ter aceitado o convite, Profª. Drª. Divanise Suruagy
Correia e Profª. Drª. Maria Betania Buarque Lins Costa, mais uma vez obrigada pela
disponibilidade e atenção.
Aos colegas de trabalho, em especial Quitéria do Nascimento Torres e Malba Vieira
Torres, pelo apoio nos momentos de cansaço e insegurança.
As discentes participantes da pesquisa, que possibilitaram a viabilização desse
trabalho.
Aos acadêmicos, residentes e profissionais da Unidade de Saúde Profº. Dídimo Otto
Kummer, pelo acolhimento, disponibilidade e contribuição para a concretização
desse trabalho.
A Maria Erigleide Bezerra da Silva, que de forma especial e carinhosa me acolheu e
deu forças nos momentos mais críticos, ao longo do curso.
À Universidade Federal de Alagoas, pela oportunidade de fazer o curso.
A todo corpo docente e técnico, que compõem o mestrado, meu muito obrigado.

RESUMO

O objetivo do estudo foi identificar, sob a ótica de discentes de graduação, qual a
contribuição para a sua formação no ensino na saúde, vivenciada nas práticas do
projeto de assistência humanizada à mulher e a criança, no período de 2010 a 2013.
Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, com uma abordagem qualitativa, na
qual se utilizou a técnica de entrevista não estruturada para a preensão do material
de campo. A interpretação das falas foi orientada pela Teoria Análise de Conteúdo d
Bardin. Este trabalho resultou em um d artigo científico intitulado: “A humanização
enquanto componente da formação em saúde: a visão de discentes de graduação”
que teve como objetivo central analisar as contribuições do projeto quanto à
humanização, no ensino em saúde da graduação. Os resultados apontam que o
projeto em pauta contribuiu para formação de futuros profissionais reflexivos e
críticos com o perfil necessário para atuar no Sistema Único de Saúde. A proposta
de intervenção consiste numa capacitação intitulada: “Desenvolvimento de
metodologia de técnicas de estimulação precoce numa unidade básica”, direcionada
aos discentes de área da saúde e humanas, bem como aos profissionais das
unidades básicas de saúde de Maceió. Seu objetivo é desenvolver metodologia e
técnicas de estimulação precoce, associadas ao método da massagem shantala,
numa perspectiva humanizada, interdisciplinar e multiplicador de saúde integral.
Espera-se, com a realização dessa capacitação, que os participantes possam
promover novos modos de cuidar mais humanizados e que se convertam em
multiplicadores dessa prática ao longo de seu exercício profissional nos serviços de
saúde na atenção básica.

Palavras-Chave: Atenção Primária à Saúde. Humanização da Assistência. Trabalho
em Equipe. Formação em Saúde.

ABSTRACT

The objective of this study was to identify, from the undergraduate students' point of
view, the contribution to their training in health education, experienced in thepractices
of the project of humanized care to women and children, from 2010 to 2013. This
was an exploratory, descriptive study with a qualitative approach, in which the
unstructured interview technique was used to collect the field material. As subjects of
the research, there were 14 students from different undergraduate courses of the
Federal University of Alagoas and the Center of Higher Education of Maceió. The
interpretation of the speech was guided by content analysis. Humanization in health
is a topic that is constantly addressed in the current debates on health and research
in this field. It is considered an important factor in the training of health professionals
in undergraduate courses, since students can be seen as agents involved in the
modification of health practices, adding new values that enable the development of
new methods of care to their professional practice in the future. This work resulted in
a scientific article entitled: "Humanization as a component of health education: the
vision of undergraduate students", whose main goal was to analyze the possible
contributions of the humanized practices developed by students in health education
of graduation in this project. The research was qualitative. The results indicate that
the project contributed to the formation of future reflective and critical professionals
with the appropriate profile to act in the Unified Health System. The intervention
proposal consists of a training entitled: "Development of methodology of early
stimulation techniques in a Basic unit", made for the students of health and human
subjects, as well as to professionals of the basic health units of Maceió. Its objective
is to develop methodology and techniques of early stimulation, associated to the
shantala massage method, in a humanized, interdisciplinary and multiplier
perspective of integral health. It is hoped, with the realization of this training, that the
participants can promote new humanazed ways of caring and that they become
multipliers of this practice throughout their professional. practice in health services in
basic care.

Key words: Primary Health Care. Humanization of Care.Team work.Training in
Health.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABS

Atenção Básica à Saúde

APS

Atenção primária à Saúde

CESMAC

Centro de Estudos Superiores de Maceió

CONASS

Conselho Nacional de Secretários de Saúde

ESF

Estratégia de Saúde da Família

FAMED

Faculdade de Medicina

LILACS

Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências de Saúde

NUSP

Núcleo de Saúde Pública

PACS

Programa Saúde da Família

PNH

Política Nacional de Humanização

PNHAH

Política Nacional de Humanização na Atenção Hospitalar

PSF

Programa Saúde da Família

SciELO

Scientific Eletronic Library Online

SMS

Secretaria Municipal de Saúde

SUS

Sistema Único de Saúde

UFAL

Universidade Federal de Alagoas

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO............................................................................................... 8
1

ARTIGO: A HUMANIZAÇÃO ENQUANTO COMPONENTE EDUCATIVO DA
FORMAÇÃO EM SAÚDE: A VISÃO DE DISCENTES DE GRADUAÇÃO...... 10

1.1 Resumo............................................................................................................. 10
1.2 Abstract............................................................................................................ 10
1.3

Introdução....................................................................................................... 11

1.4 Metodologia...................................................................................................... 14
1.5 Resultado e Discussão................................................................................... 15
1.6 Considerações Finais..................................................................................... 20
REFERÊNCIAS................................................................................................. 21
ANEXO............................................................................................................ 23
ANEXO –Termo deConsentimento Livre e Esclarecido............................... 24
2

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO..................................................................... 27

2.1 Desenvolvimento de metodologia de técnicas de estimulação precoce
numa unidade básica de saúde................................................................... 27
2.2 Introdução........................................................................................................ 27
2.3 Objetivos.......................................................................................................

29

2.3.1 Objetivo Geral.................................................................................................. 29
2.3.2 Objetivos Específicos........................................................................................ 29
2.4 Metodologia.................................................................................................... 29
2.5 Análise da avaliação do produto pelos participantes da capacitação..... 31
REFERENCIAS................................................................................................. 33
3

CONCLUSÃO GERAL..................................................................................... 34
REFERÊNCIAS GERAIS................................................................................. 36

8

APRESENTAÇÃO
A formação de recursos humanos tem se constituído como uma das questões
relacionadas à concretização de práticas de saúde, calcada nos princípios do
Sistema Único de Saúde (SUS), sendo este um dos problemas a ser encarado tanto
do ponto de vista das práticas quanto da formação pessoal.
No percurso de nossa vida pessoal e profissional, tivemos a oportunidade de
desenvolver o projeto de extensão intitulado: “Assistência humanizada à mulher e à
criança”, cujo objetivo central foi propor ações estratégicas visando contribuir para a
transformação e a qualificação das práticas de saúde, com foco na humanização da
assistência à mulher e à criança. Desse modo, buscou-se aproximar o estudante dos
serviços e da comunidade, contribuindo assim na formação de futuros profissionais
generalistas, humanistas, comprometidos socialmente, com capacidade crítica de
analisar a sua realidade de trabalho e competência para atuar em equipe
interdisciplinar, priorizando a integralidade da atenção. Nesse sentido, o trabalho
coletivo interdisciplinar favoreceu a percepção e a atuação de diferentes sujeitos
sobre um campo de práticas na saúde – a atenção básica –, na perspectiva de sua
integralidade, enquanto princípio fundamental do Sistema Único de Saúde (SUS).
O projeto foi desenvolvido pelo Núcleo de Saúde Pública da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Alagoas NUSP/FAMED/UFAL), em parceria
com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Maceió, no período de 2010 a 2013,
em nove unidades de saúde da Estratégia Saúde da Família (ESF) de Maceió.
Envolveu cerca de 40 profissionais de saúde, 146 gestantes e 25 discentes de
diferentes cursos de graduação, a saber: Medicina, Enfermagem, Odontologia,
Psicologia, Serviço Social e nutrição da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e
do Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC).
Com base na experiência vivenciada, identificou-se a utilização de
abordagens individualizadas, tecnicistas e fragmentadas, por parte de alguns
discentes, durante a seleção para a sua inserção em projetos de extensão na
atenção básica, e ainda, a não percepção a respeito de sua importância na prática
interdisciplinar para a humanização na atenção primária em saúde. Desse modo,

9

evidenciou-se a necessidade de um processo investigativo voltado a contribuir para
o entendimento dessas questões, por meio de uma pesquisa científica.
Nesse sentido, esta pesquisa buscou investigar como a execução das ações
desenvolvidas no referido projeto - que se caracterizam como uma prática
humanizada e integral de assistência materno e infantil - contribuiu para o ensino em
saúde na graduação em diferentes cursos. A pesquisa apresenta-se em formato de
artigo, intitulado: “A humanização enquanto componente da formação em saúde: a
visão de discentes de graduação”, e tem como proposta de intervenção a
capacitação de desenvolvimento de metodologia de técnicas de estimulação
precoce em bebês, para os discentes de diferentes cursos de graduação da
Universidade Federal de Alagoas e de outras instituições públicas e/ou privadas,
residentes e profissionais de saúde de uma Unidade Básica de Saúde em Maceió.
Tem como objetivo desenvolver metodologia e técnicas de estimulação precoce,
associada à técnica da shantala de Leboyer, numa perspectiva interdisciplinar de
saúde integral entre os pais e o bebê. Especificamente, busca proporcionar aos
participantes a vivência metodológica de base ativa, tornando-os multiplicadores
dessa prática nas unidades básicas de saúde em Maceió.
O estudo foi orientado pela pergunta de pesquisa. “Qual a contribuição da
prática de assistência humanizada à mulher e à criança no ensino em saúde
vivenciada, pelas discentes da graduação?”. Foram estabelecidos os objetivos a ser
alcançados, tendo por objetivo geral analisar as possíveis contribuições das práticas
humanizadas, desenvolvidas pelas discentes, no ensino em saúde da graduação.
Especificamente, buscou: descrever o processo metodológico e as ações
fundamentadas na perspectiva integral e humanizadas do projeto de extensão;
identificar a visão das discentes sobre suas vivências no projeto de assistência
humanizada à mulher e à criança, para a sua formação; refletir sobre os avanços e
desafios ao desenvolvimento de um trabalho em equipe.
A pesquisa revelou a necessidade da estruturação de uma proposta
pedagógica de caráter interdisciplinar, voltada ao desenvolvimento de uma
metodologia de técnicas de estimulação precoce em bebês na atenção primária à
saúde, contando com a participação efetiva de profissionais de saúde, dos
graduandos e residentes da área da saúde, com caráter multiplicador.

10

1

ARTIGO - A HUMANIZAÇÃO ENQUANTO COMPONENTE DA FORMAÇÃO
EM SAÚDE: A VISÃO DE DISCENTES DE GRADUAÇÃO

1.1 Resumo
O objetivo do estudo foi identificar, sob a ótica de discentes de graduação da área
da saúde, qual a contribuição para a sua formação no ensino na saúde, vivenciada
nas práticas do projeto de assistência humanizada à mulher e à criança, no período
de 2010 a 2013. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, com uma
abordagem qualitativa, na qual se utilizou a técnica de entrevista não estruturada
para a apreensão dos dados. Teve como sujeitos da pesquisa, 14 discentes de
diferentes cursos de graduação da Universidade Federal de Alagoas e do Centro de
Estudo Superior de Maceió. A interpretação das falas das entrevistadas foi orientada
pela Teoria Análise de Conteúdo, de Bardin como ferramenta para análise dos
dados qualitativos. Os resultados apontam que o projeto em pauta contribui para a
formação de futuros profissionais reflexivos e críticos com o perfil adequado para
atuar no Sistema Único de Saúde. Conclui-se que, a inserção dos discentes em
ações de extensão humanizadas, pode resultar na formação de sujeitos
comprometidos na transformação das práticas de saúde, agregando novos valores
que possibilitam a construção de novos modos de cuidar em sua futura prática
profissional.
Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde. Humanização da Assistência. Trabalho
em Equipe. Formação em Saúde.
1.2 Abstract
Title: Humanization as a component of health education: the vision of undergraduate
students

The objective of this study was to identify, from the undergraduate of health area
students' point of view, the contribution to their training, experienced in the practices
of the project of humanized care to women and children, realized from 2010 to
2013.This was an exploratory, descriptive study with a qualitative approach, in which
the unstructured interview technique was used to collect the data. As subjects of the
research, there were 14 students from different undergraduate courses of the
Federal University of Alagoas and the Center of Higher Education of Maceió. The
interpretation of the interviewees' speeches was guided by the Content Analysis
Theory of Bardin, as a tool for analyzing the qualitative data. The results indicate that
the project in question contributes to the formation of future reflective and critical
professionals with the appropriate profile to act in the Unified Health System. It is

11

concluded that, the insertion of the students in humanized extension actions, can
result in the formation of Subjects involved in the transformation of health practices,
adding new values that allow the construction of new ways of caring in their future
professional practice.

Key words: Primary Health Care. Humanization of Care. Team work. Training in
Health.
1.3 Introdução
A humanização da atenção à saúde tem se mostrado um tema de grande
interesse e objeto de muitos debates na saúde coletiva brasileira. No entanto, em
virtude da vulnerabilidade do paciente e ao confronto entre tecnologia e
humanização, as discussões têm dado ênfase à importância do atendimento
hospitalar, e pouca relevância no diz respeito à humanização nos atendimentos na
atenção básica (SIMÕES et al.,2007).
Para Reis (2004), a partir da década de 1980 emerge o processo de
humanização dentro dos movimentos de reforma sanitária e nas Conferências de
Saúde e nos grupos militantes, que almejavam com suas atuações o alcance da
ampliação de uma consciência cidadã.
A sistematização sobre a humanização na saúde torna-se mais evidente em
1999, após o planejamento e implementação de algumas ações e programas, a
exemplo do Programa Nacional de Humanização da Atenção Hospitalar (PNHAH),
lançado pelo, o Ministério da Saúde em 2001. A forma precisa que apresentavam
essas iniciativas resultava na fragmentação das ações levando a um pensamento
vinculado a práticas voluntaristas e assistencialistas (MORSCHEL ; BARROS, 2004).
Percebendo a necessidade de modificar o atual cenário imposto ao
atendimento do SUS, em 2003, o Ministério da Saúde propões ampliar a
humanização para além de o ambiente hospitalar, estabelecendo nessa proposta, a
Política de Humanização (PNH) ou Política Nacional de Humanização da Atenção da
Gestão em Saúde no SUS (HumanizaSUS), almejando com sua transversalidade

12

atingir todos os níveis de atenção de saúde na esfera estadual e municipal
(FORTES, 2004).
Segundo Junges e Nora (2013), a estrutura da PNH encontra seus
fundamentos em três princípios, a saber: transversalidade, refere-se ao grau de
comunicação entre os sujeitos e coletivos e que está relacionado com a dimensão
da compreensão do processo de trabalho; a indissociabilidade entre atenção e
gestão, ou seja, a inseparabilidade entre o modo de cuidar e modos de gerir e
apropriar-se do trabalho e a afirmação do protagonismo, corresponsabilização e
autonomia dos sujeitos e coletivos, envolvidos como sujeitos que assumam um lugar
central nos acontecimentos de saúde.
O conceito de humanização é polissêmico, com referência à atenção em
saúde, visto que não há uniformidade de conceito e nem de metodologia, alguns
percebem seus sentidos ligados ao humanitarismo, outros como relação
interpessoal e outros como políticas públicas.
Para Benevides e Passos (2005), a humanização como política pública deve
criar espaços de construção e troca de saberes, possibilitando mudanças nas
práticas de saúde, e não ter um caráter fragmentado em cada iniciativa de atividades
propostas ou programas.
Neste sentido, a humanização do atendimento supõe encontro entre sujeitos
que compartilham saber, poder e experiências vivenciadas. Cabe considerar que o
trabalho em equipe tem importância fundamental no processo de organização e
reorganização da atenção à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). Em relação
às práticas junto à mulher e à criança, assume maior significação, ainda mais
quando vinculadas à formação em saúde, no âmbito da universidade.
De acordo com Bispo, Tavares, e Tomaz (2014), as novas Diretrizes
Curriculares Nacionais dos cursos de graduação em saúde concebem como
dimensão fundamental da formação, o trabalho em equipe, na medida em que, para
atender aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), as universidades se
tornam responsáveis em proporcionar uma formação comprometida com as
necessidades da sociedade.

13

Tendo em vista esses desafios, Ceccin e Feuerwerker (2004), concebem a
formação em saúde, na perspectiva do denominado quadrilátero, ao considerar
como componentes integrantes dessa formação, o ensino, a gestão, as práticas de
atenção e o controle social. Ressalta, ainda, o protagonismo dos profissionais e dos
usuários dos serviços de saúde, como fundamentais para a construção e
organização de uma educação responsável por desencadear processos e práticas
voltadas à transformação da realidade, com vistas a operar mudanças, além de “[...]
mobilizar caminhos (negociar e pactuar processos) convocar protagonismo
(pedagogia in acto) e detectar a paisagem interativa e móvel de indivíduos, coletivos
e

instituições,

como

cenário

de

conhecimentos

e

invenções

(cartografia

permanente)” (CECCIN ; FEUERWERKE, 2004, p. 59).
Nessa perspectiva, entendemos que o perfil profissional necessário para os
serviços de saúde inclui a capacidade na formação de profissionais críticos,
reflexivos, com compromisso ético, sócio-político, preparado para enfrentar
problemas complexos que se apresentam na sociedade e, mais especificamente nos
serviços de saúde. Outro aspecto importante na formação e desenvolvimento de
indivíduos capazes de exercer a cidadania plena, dizem respeito à indissociabilidade
entre o ensino, pesquisa e extensão, visto que, a articulação entre ensino, serviço e
integração teoria e prática implicam em ações pedagógicas que extrapolam os
muros da universidade, indicando a necessidade da inserção do aluno em
realidades concretas, fazendo com que a formação seja centrada na prática, em
consonância com o mundo do ensino e do trabalho.
No âmbito da atenção à saúde, a atenção primária à saúde (APS), tem sido
apresentada como o nível de organização de serviços de saúde que oferece a
entrada no sistema para todas as novas necessidades e problemas, fornece atenção
sobre a pessoa no âmbito individual e coletivo, considera o sujeito em sua
singularidade, complexidade, integralidade e inserção sociocultural, e busca a
promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, por meio do exercício de práticas
gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em
equipe, dirigida a populações de territórios bem delimitadas, das quais assumem
responsabilidade. Constitui o primeiro elemento de um contínuo processo de
atendimento em saúde, orientada pelos princípios de universalidade, acessibilidade,

14

continuidade, integralidade, responsabilização, humanização, vínculo, equidade, e
participação social (CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE, 2004;
FAUSTO; MATTA, 2007; STARFIELD, 2002).
O projeto desenvolveu-se em nove Unidades de Saúde da Estratégia da
Saúde (ESF) de Maceió, no período de 2010 a 2013, envolvendo trabalhadores,
usuários e discentes de diferentes cursos de graduação: medicina, enfermagem,
serviço social, odontologia, nutrição e psicologia da UFAL e do Centro de Estudos
Superiores de Maceió (CESMAC), e objetivou através de ações estratégicas,
contribuir para transformar e qualificar as práticas de saúde, com foco na
humanização da assistência à saúde da mulher e à criança, e aproximar o discente
dos serviços de saúde e da comunidade, na perspectiva de contribuir na formação
profissional voltada para o fortalecimento da atenção básica à saúde.
1.4 Metodologia
A pesquisa utilizou uma metodologia tipo exploratória, descritiva, numa
abordagem qualitativa que possibilita o desvelamento de questões particulares
identificadas através das falas das entrevistadas. Concebe-se que na pesquisa
qualitativa a preocupação é com o nível de qualidade, que não pode ser
quantificado, visto que trabalha com significados, valores, motivos, aspirações, entre
outros (MINAYO, 2000).
Para a coleta de dados, utilizou-se da entrevista não estruturada, por se
constituir em importante instrumento utilizado no trabalho de campo, visto que a
entrevista não estruturada é uma forma de coleta de dados em que o entrevistador
pode explorar mais amplamente uma questão.
A pesquisa teve como amostra 14 discentes de diferentes cursos de
graduação: duas de enfermagem, três de medicina, três de serviço social, três de
psicologia, uma de odontologia e duas de nutrição, da Universidade Federal de
Alagoas (UFAL) e do Centro de Estudos Superiores de Maceió (CESMAC), que
participaram do projeto intitulado: assistência humanizada à mulher e à criança,
realizada em nove Unidades Básicas de Saúde da Estratégia de Saúde da Família
de Maceió, no período de 2010 a 2013. O recrutamento e a realização da pesquisa

15

ocorreram por meio de endereço eletrônico. Como critério de exclusão considerouse as discentes que não foram localizadas por meio do endereço eletrônico e/ou
telefone. Para efeito de codificação das falas das discentes envolvidas na pesquisa,
foram adotados nomes fictícios de flores, para garantia do sigilo.
As questões que serviram como base orientadora para as entrevistas foram:
a) O que você entende por humanização em saúde? B) Qual a importância do
trabalho em equipe na saúde? c) Como as ações humanizadas podem ser
realizadas na sua prática nos serviços de saúde? d) Qual a contribuição do projeto
na sua formação em saúde?
Após os registros, as entrevistas foram transcritas na íntegra, constituindo-se
em material sobre o qual se realizou uma leitura cuidadosa para a apropriação dos
significados. A interpretação das falas foi orientada pela análise de conteúdo de
Bardin, por considerá-la como a técnica de análise de material qualitativo capaz de
descrever o conteúdo explícito ou implícito no processo de comunicação, seja ele
por meio de falas ou de textos, dos sujeitos envolvidos na investigação. Cabe
destacar, que a análise de conteúdo não se limita à leitura superficial das falas, mas
busca as conexões e as interrelações com as produções teóricas, com os contextos
sociais e culturais em que se deram (MINAYO, 2014).
1.5 Resultado e Discussão
Nos resultados da pesquisa, percebeu-se que as discentes atribuíram
diferentes sentidos para a humanização em saúde - alguns que se distanciam e
outros que aproximam da humanização, como as políticas públicas de saúde. Elas
concebem a humanização em saúde, ora voltada para o cunho de respeito humano,
bem-estar social, ora a entendem como um método ou um modo diferente de prestar
assistência.

“Humanização em saúde é um modo diferenciado no tratamento de
pacientes, ou seja, é um método que trata a pessoa com a doença e
não só a doença da pessoa” (Protea).
“É transpor os sentimentos através das palavras trazendo o
atendimento e relacionamento com o próximo para o campo da

16

comunicação dando a palavra não só ao usuário como ao
profissional a fim de tornar a saúde um todo” (Jasmim).
“Tal como o próprio nome diz, abrange tornar humana a assistência
prestada tanto clinicamente, no exercício da profissão, quanto
emocionalmente, [...] trabalha a emoção e a forma como abordar
determinado tema” (Violeta).

Esses relatos encontram amparo teórico em Simões et al (2007), quando
afirmam que,

para humanizar a relação entre serviço, profissional de saúde e

usuário, não basta considerar a questão da responsabilidade e do respeito como
pressupostos para a realização da assistência. Segundo os autores referidos, na
perspectiva da PNH, na humanização das práticas de atenção e gestão deve-se
levar em conta a humanidade como força coletiva que impulsiona e direciona o
movimento das políticas públicas.
Ainda em conformidade com o tema, as participantes da pesquisa
apresentaram uma reflexão relevante sobre a humanização em saúde, que vai ao
encontro da Política Nacional de Humanização, como segue abaixo.

“A humanização dos serviços de saúde vem com a proposta de
redesenhar as práticas de cuidado, refletindo sobre as relações de
trabalho, sistema de gestão e os serviços prestados a sociedade”
(Gardênia).
“Humanização da saúde é um acesso integral, igualitário no que diz
respeito ao acesso, porém individualizado a cada ser,
multiprofissional” (Palma).
[...] é o atendimento, respaldado pelo comportamento ético, aliado
com o conhecimento técnico e cuidados voltados para as
necessidades dos usuários (Rosa).

Os relatos acima expostos encontram-se em consonância com Benevides e
Passos (2005), quando asseguram que humanizar a atenção e a gestão em saúde
no SUS se apresenta como meio para a qualificação das práticas de saúde: acesso
com acolhimento; atenção integral e equânime com responsabilização e veículo;

17

valorização dos trabalhadores e usuários, com avanço na democratização da gestão
e no controle social participativo.
Também foi possível identificar e sistematizar os diferentes significados e
entendimentos no que diz respeito à humanização da assistência, trazidos pelos
depoimentos. Na compreensão de algumas discentes, a humanização em saúde foi
enfocada como um método de tratar pessoas; é transpor sentimentos, trabalhar
emoções. Outras enfocam

aspectos relacionados

ao

acesso

integral,

ao

atendimento respaldado pelo comportamento ético, acessibilidade aos serviços, e
também como uma proposta de redesenhar as práticas de cuidado.
Neste sentido, torna-se necessário estabelecer relação terapêutica entre
usuário e os profissionais de saúde, de maneira a humanizar o atendimento. Porém
essa relação não deve ser entendida como um ato de caridade exercido por
profissionais abnegados e já dotados de qualidades humanas essenciais. A
humanização deve ser compreendida como resultado de novas práticas no modo de
fazer trabalho em saúde, levando em consideração o trabalho em equipe,
adicionando-se a troca de saberes entre usuários e profissionais, alicerçados em
ações guiadas pela compreensão e pela valorização dos sujeitos como reflexo de
uma atitude ética e humana, a ser entendida como direito humano à saúde
(BENEVIDES; PASSOS, 2005; CASATE; CORRÊA, 2005).
As discentes fizeram referência à importância do trabalho em equipe;
destacaram que o compartilhamento de saberes é fundamental para garantir a
organização dos serviços e melhorar a qualidade da assistência em saúde,
conforme disposto abaixo:

“No trabalho em equipe multiprofissional há a necessidade de uma
inter-relação entre os diferentes profissionais que devem ver o
paciente como um todo, de forma humanizada” (Girassol).
“O trabalho em equipe garante maior organização nos serviços e
permite vários olhares e várias formas de atuação sobre as diversas
situações, integrando todos os envolvidos em ações em prol de toda
a comunidade” (Margarida).

18

“Diminuição da distância no relacionamento dos profissionais com a
comunidade, a divisão das responsabilidades do cuidado entre a
equipe, a cooperação e a colaboração dos envolvidos na execução
dos trabalhos para que os objetivos comuns sejam alcançados”
(Rosa).

Para Leite e Veloso (2008), o trabalho em equipe representa um processo de
relação a ser pensado entre os sujeitos envolvidos, de forma que no cotidiano do
trabalho a horizontalidade das relações possa estabelecer-se, viabilizando a
melhoria dos serviços nos modelos de atenção à saúde. Assim, “[...] o trabalho em
equipe é indispensável, pois poderá melhorar a qualidade da educação, permitindo
uma maior e melhor adequabilidade ao singular e às características peculiares dos
diferentes grupos de alunos” (SOUZA; MONTEIRO; ELGUES, 2007, p. 158).
Considera-se que as discentes reconheceram a importância da vivência
durante o desenvolvimento das ações de educação em saúde, o que possibilitou
ampliar seus conhecimentos com competência para trabalhar em equipe
multiprofissional, compartilhando saberes e experiências e, também, a formação de
vínculo com a comunidade na atenção básica de saúde.
As discentes concebem que as ações humanizadas podem estar presentes
na sua prática nos serviços de saúde, desde a intervenção individual, como nas
ações coletivas. Fazem referência à importância do trabalho em equipe para o
fortalecimento de ações que possam promover a integralidade da assistência.

“As ações de humanização podem estar presentes em toda prática
profissional, desde a intervenção individual, com o usuário até ações
coletivas, e também nas discussões da equipe multiprofissional e da
gestão para fortalecer essas ações” (Gardênia).
“O profissional de saúde deve deixar de lado as práticas que tratam
do indivíduo apenas como um ser biológico, [...] deve estar atento ao
cuidado integral à saúde do indivíduo, levando em consideração seu
estado psicológico e social” (Hortência).
“Os serviços de saúde somente têm condições de fluir se houver
trabalho em equipe. Não se faz saúde com apenas uma categoria
profissional” (Tulipa).

19

Para Benevides e Passos (2005), a humanização como política pública deve
criar espaços de construção e troca de saberes, que possibilitem mudanças nas
práticas de saúde, e não deve apresentar caráter fragmentado em cada iniciativa de
atividades propostas ou programas. Ainda em consonância com os relatos
apresentados, Casate e Corrêa (2012, p. 222) afirmam que “[...] não só os aspectos
biológicos, mas também psíquicos, sociais, ambientais, éticos estão implicados
necessariamente nos processos de saúde e doença, influenciando, portanto,
diretamente nas possibilidades de tratamento e cura”. Desse modo, a humanização
pode ser compreendida como resultado de novas práticas de saúde que, quando
desenvolvidas na perspectiva da interdisciplinaridade, poderão assegurar a
integralidade da assistência no campo da atenção à saúde.
Com base na experiência desenvolvida, as discentes ressaltam que o
aprendizado e as oportunidades vivenciadas durante a realização do projeto foram
importantes para a sua formação em saúde e crescimento profissional, uma vez que
proporcionam a aproximação com a comunidade e o compartilhamento de saberes e
experiências entre diversas áreas de saberes por meio de ações preventivopromocionais em saúde, com aprendizagem de habilidades e competência para
trabalhar em equipe multiprofissional, com caráter generalista, humanista e crítico da
realidade da saúde atual.

“A extensão vem com o papel de contribuir na lacuna na formação,
ampliando o conhecimento do estudante e proporcionando viver a
prática, como funciona os serviços e como são realizadas as ações.
O projeto [...] propiciou a formação de vínculos com a comunidade e
os profissionais dos serviços” (Gardênia).
“Contribuiu na minha formação enquanto profissional generalista,
humanista e crítico, me permitindo um novo olhar sobre a atenção
primária à saúde da população, no desenvolvimento de minha
capacidade de trabalhar em equipe multiprofissional, de forma crítica
e reflexiva e com competência social, técnico-científica” (Girassol).

Casate e Corrêa (2012) asseguram que [...] as Universidades ainda não estão
dando prioridade à formação de profissionais sensíveis com as condições de vida da

20

população. Afirmam ainda que, na área da saúde, nas instituições formadoras
públicas e privadas, a organização curricular tem por base um conjunto de
disciplinas isoladas e estanques, reproduzidas de forma acrítica e a-histórica, e que
a integração entre ensino e serviço dá-se de forma desarticulada.
Neste sentido, o projeto de extensão desempenhou um importante papel no
processo educativo e cultural das discentes, na medida em que possibilitou a
aproximação do ensino, serviço e comunidade. As Unidades Básicas de Saúde
contribuíram como espaço de construção e compartilhamento de saberes,
envolvendo graduandos e profissionais das diversas áreas do conhecimento e
comunidade. Colaboraram, ainda, para a formação de futuros profissionais, como
sujeito ativo, crítico, reflexivo, criativo e solidário, com competência para trabalhar
em equipe, priorizando a integralidade da atenção, incluindo a capacidade de atuar
em ambientes complexos, com competência para lidar com as mudanças
enfrentadas pelo setor saúde.
1.6 Considerações Finais
Os resultados da pesquisa identificaram uma possível polissemia de termos
atribuídos à humanização em saúde. Na compreensão de algumas discentes, a
humanização em saúde foi percebida com um método de tratar pessoas, de transpor
sentimentos, de trabalhar emoções; outras enfocaram aspectos relacionados ao
acesso integral, ao atendimento respaldado pelo comportamento ético,

à

acessibilidade aos serviços, e também como proposta de redesenhar as práticas de
cuidado.
Nos termos conferidos nas diferentes interpretações apresentadas pelas
discentes no campo da produção de saúde, há alguns sentidos que afastam e outros
que vão ao encontro do conceito da humanização como políticas públicas.
experiência

propiciada

pelo

projeto

de

extensão

possibilitou

um

A

novo

redirecionamento no olhar das discentes, de forma reflexiva, visualizando a
humanização da assistência como direito à cidadania.
Os resultados evidenciados nas falas das discentes encontram fundamentos
nas propostas apresentadas pelo projeto de extensão intitulado: “Assistência

21

humanizada à mulher e à criança”, que expressa à valorização dos campos de
práticas como espaços potenciais de formação para atuar de forma a garantir a
integralidade da atenção à saúde.
REFERÊNCIAS

BISPO, E. P.; TAVARES, C. H. F.; TOMAZ, J. M. T. Interdisciplinaridade no ensino
em saúde: o olhar do preceptor na Saúde em Família. Interface: Comunicação,
Saúde, Educação, Botucatu, 2014. Disponível em:
<http://pesquisa.bvsalud.org/saudepublica/resource/pt/eps-5233> Acesso em: 21 set.
2016.
BENEVIDES, R.; PASSOS, E. Humanização na saúde: um novo modismo?.
Interface: comunicação, saúde, educação, Botucatu, v.9, n.17, p. 389-406,
mar./ago. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/asc/v1on3/a14v1n3>.
Acesso em: 31 jul. 2016.
BENEVIDES, R.; PASSOS, E. A Humanização como dimensão pública das políticas
de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.10, n.3, p. 561- 571, 2005.
Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/asc/v10n3/a14v10n3>. Acesso em: 13 fev.
2016.
CASATE, J. C.; CORRÊIA, A. K. A humanização do atendimento em saúde:
conhecimento veiculado na literatura de enfermagem. Rev. Latino-am
Enfermagem, Ribeirão Preto, v.13, n.1, p. 105-111, jan./fev. 2005. Disponível em:
<http://www.scielo.br.www.scielo.br/pdf/rlae/>. Acesso em: 13 fev. 2016.
CASATE, J. C.; CORRÊIA, A. K. A humanização do cuidado na formação dos
profissionais de saúde nos cursos de graduação. Rev. Esc. Enferm., São Paulo,
v.46, n.1, p. 219-26, 2012. . Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v46n1/v46n1a29.pdf >. Acesso em: 20 mar. 2016.
CECCIM, R. B.; FEUERWERKER, L. C. M. O Quadrilátero da Formação para a Área
da saúde: Ensino, Gestão, Atenção e Controle Social. Rev. Saúde Coletiva. Rio de
Janeiro, v.14, n.1, p. 41-65, 2004. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/physis/v14n1/v14n1a04>. Acesso em: 14 fev. 2016.
CONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOS DE SAÚDE – CONASS. Atenção
Primária. Seminário para estruturação de consensos. Caderno de informação
técnica e memória de Progestores. Brasília: CONASS, 2004. (CONASS
Documenta, v.2).
FAUSTO, M. R; MATTA, G, C. Atenção primária à saúde: histórico e
perspectivas. Modelos de Atenção e Saúde da Família. Publicação apoiada pelo
PDTSP/Fundação Osvaldo Cruz, p. 43-67. Rio de Janeiro, 2007.

22

FORTES, P. A. C. Ética, direitos dos usuários e políticas de humanização da
atenção à saúde. Saúde e Sociedade, São Paulo, v.13, n.3, p. 30-35, set./dez.
2004. Disponível em:
<http://www.revistas.usp.br/sausoc/article/viewFile/7123/8597>. Acesso em: 15 abr.
2016.
LEITE, R. F. B.; VELOSO, T. M. G. Trabalho em Equipe: Representações Sociais de
Profissionais do PSF. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v.28, n.2, 374-389,
2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br//scielo.php?script=sci_abstract&pid=1414>. Acesso em: 17 abr.
2016.
MORSCHEL, A. BARROS, M. E. B. Processos de trabalho na saúde pública:
humanização e efetivação do Sistema Único de Saúde. Saúde Soc., São Paulo, v.
23, n.3, p. 928-941. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?> Acesso
em: 13 fev. 2016.
MINAYO, M. C. S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 28. ed.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
MINAYO, M. C. S. O Desafio Do Conhecimento: Pesquisa Qualitativa em Saúde.
14. ed. São Paulo: Hucitec, 2014.
NORA, C. R. D; JUNGES, J. R. Política de humanização na atenção básica: revisão
sistemática. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 47, n.6, p. 86-200, 2013. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v47n6/0034-8910-rsp-47-06-01186.pdf>. Acesso
em: 23 fev. 2016.
REIS, Alberto Olavo Advincula. A humanização na saúde como instância libertadora.
Rev. Saúde e Soc., São Paulo, v.13, n.3, p. 36-43, set./dez. 2004. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v13n3/05. Acesso em: 13 de fevereiro de 2016.
SIMÕES, A. L. et al. Humanização na saúde: enfoque na atenção primária. Rev.
Texto Contexto Enferm., Florianópolis, v.16, n.3, p. 439-444, jul-set. 2007.
<http://www.scielo.br/pdf/tce/v16n3/a09v16n3.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2016.
STARFIELD, B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços
e tecnologia. Brasília: UNESCO, Ministério da Saúde, 2002.

23

ANEXO

24

ANEXO A- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (T.C.L.E.)
(Em 2 vias, firmado por cada participante-voluntári(o,a) da pesquisa e pelo responsável)
Eu ........................................................................................................................, tendo sido
convidad(o,a) a participar como voluntári(o,a) do estudo .Assistência humanizada à mulher
e à criança, recebi d(o,a) Sr(a). Maria Gicarlia Braz, d(o,a) coordenadora, responsável por
sua execução, as seguintes informações que me fizeram entender sem dificuldades e sem
dúvidas os seguintes aspectos:
Que o estudo se destina a transformar em dissertação de mestrado, coordenado pela
mestranda Maria Gicarlia Braz.
rtância deste estudo é de finalidade científica.
propor a construção de um
produto final, de caráter divulgador e educativo, que reflita sobre ações coletivas de saúde
na perspectiva da consolidação da assistência humanizada à mulher e à criança.

o será feito da seguinte maneira: será realizada em Maceió com a
participação de 25 (vinte e cinco) discentes participantes do projeto de Assistência
humanizada à mulher e à criança durante o período de 2010 a 2013. Para coleta dos
dados, será utilizada entrevista não estruturada, com perguntas abertas a serem
respondidas dentro de uma conversação informal.
Perguntas da Pesquisa:
1 - O que você entende por humanização?
2 - Qual a importância do trabalho em equipe na saúde?
3 - Como as ações humanizadas podem ser realizadas na sua prática nos
serviços de saúde?
4 - Qual a contribuição do projeto na sua formação em saúde?
As entrevistas serão registradas por meio de gravação de áudio que serão transcrita
na íntegra, material sob o que se realizará leitura cuidadosa para apropriação do conteúdo.

assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE), após ter compreendido perfeitamente tudo que me foi informado sobre
minha participação no mencionado estudo; participação nas entrevistas e dos resultados
da pesquisa.
e riscos que poderei sentir com a minha participação são os
seguintes: timidez, constrangimento, emoções e quebra de sigilo.
de proporcionar conforto e segurança e
até mesmo interromper a entrevista, caso seja necessário, sendo responsável (is) por elas:
Maria Gicarlia Braz que tomará todas as providências para evita-las ou minimizá-las.

25

ação, mesmo que não
diretamente: que essa experiência possa ser vivenciada por outras discentes,
possibilitando a construção de novos métodos que contribua para transformar e qualificar
as práticas de saúde com foco na humanização da assistência.
acompanhada do seguinte modo: será acompanhada pela
coordenadora do projeto Maria Gicarlia Braz, que assegurará a garantia de toda
assistência aos eventuais incômodos e riscos que possam surgir.
sobre cada uma das etapas
do estudo.

também, que eu poderei retirar este meu consentimento, sem que isso me traga qualquer
penalidade ou prejuízo.
eguidas através da minha participação não permitirão a
identificação da minha pessoa, exceto aos responsáveis pelo estudo, e que a divulgação
das mencionadas informações só será feita entre os profissionais estudiosos do assunto.
ará nenhuma despesa para o participante da pesquisa.

pesquisa.
.
Finalmente, tendo eu compreendido perfeitamente tudo o que me foi informado sobre a
minha participação no mencionado estudo e estando consciente dos meus direitos, das
minhas responsabilidades, dos riscos e dos benefícios que a minha participação implicam,
concordo em dele participar e para isso eu DOU O MEU CONSENTIMENTO SEM QUE
PARA ISSO EU TENHA SIDO FORÇADO OU OBRIGADO.

Endereço d(o,a) participante-voluntári(o,a)
Domicílio: (rua, praça, conjunto):
Bloco: /Nº: /Complemento:
Bairro: /CEP/Cidade: /Telefone:
Ponto de referência:
Contato de urgência: Sr(a). Maria Gicarlia Braz
Av. Mendonça Júnior, nº 1189, Aptº 201. Gruta de Lourdes. CEP.57052-480. Maceió/Al.
Telefone: 99977-2095/98840-2083
Ponto de referência: Próximo à galeria Buenoa Áires.
Endereço d(os,as) responsáve(l,is) pela pesquisa (OBRIGATÓRIO):
Instituição: Universidade Pederal de Alagoas – Campos A.C.Simões
Endereço:Rua Lourival Melo Mota. Bloco B, 1º andar, sala 213. CEP. 57.072-900
Telefones p/contato: 3214-1156/3214-1157.

26

ATENÇÃO: Para informar ocorrências irregulares ou danosas durante a sua
participação no estudo, dirija-se ao:
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas
Prédio da Reitoria, 1º Andar , Campus A. C. Simões, Cidade Universitária
Telefone: 3214-1041
Maceió,

Assinatura ou impressão datiloscópica
d(o,a) voluntári(o,a) ou responsável
legal e rubricar as demais folhas

Nome e Assinatura do(s) responsável(eis) pelo estudo
(Rubricar as demais páginas)

27

2

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

2.1 Desenvolvimento de metodologia de técnicas de estimulação precoce
numa unidade básica de saúde
2.2 Introdução
A preparação de recursos humanos em saúde é de fundamental importância
no desenvolvimento de ações que visam à humanização no cotidiano da assistência
à saúde da criança nas unidades básicas de saúde.
Independentemente da idade ou estágio na vida, todos necessitam de um
pouco do contato humano, da sensibilidade e dos cuidados que lhes mostrem que
não estamos sozinhos.
A Terapia Manual existe há séculos. É uma modalidade terapêutica utilizada
por membros de diferentes especialidades. Os terapeutas manuais são estimulados
a empregar todas as técnicas manuais existentes, mesmo as que tradicionalmente
não fazem parte de sua especialidade. As técnicas mais eficazes podem ser
aplicadas para restaurar a saúde de pacientes, qualquer que seja a especialidade do
profissional (LIDELL, 1998).
Neste sentido, as barreiras interdisciplinares devem ser superadas e as
informações, compartilhadas, com o único objetivo de melhorar a qualidade da
assistência à criança desde o ventre materno.
Dentre todos os sentidos, o primeiro a se desenvolver no feto é o tátil,
começando do pólo bucal, em torno de sete a oito semanas. A partir da 15ª semana
já suga o dedo, e com 20 semanas apresenta sensibilidade tátil no corpo todo,
explorando ativamente a face, o tronco e os pés. Esse sistema é o de maturação
mais precoce, pois permite reconhecimento e a reação diante dos diferentes tipos de
toque. Após o nascimento, a estimulação é mantida pela própria criança, através dos
movimentos passivos do corpo e pelo manuseio dos cuidadores (LEDERMAN,
2001).

28

Tocar significa contactar, ou seja, relacionar-se com aquilo que se situa fora
de nossa própria periferia. Para os seres humanos, como para os outros animais, o
ato de tocar é de importância vital. O contato instila confiança, transmite amor, calor,
prazer, conforto, e renova a vitalidade. O contato nos diz que não estamos sós.
Portanto, não constitui apenas um ato físico, mas também um ato psicológico e de
amor (LIDELL, 1998).
Pesquisas realizadas com bebês comprovaram que os lactentes que recebem
massagens (toques) leves combinadas com movimentos passivos de membros, têm
mais facilidades de ganhar peso. Revelam também que o toque interativo na vida
infantil poderá gerar tendências positivas no decorrer do seu crescimento,
proporcionando bem- estar físico, psíquico e sociais (LEDERMAN, 2001).
Neste sentido, propõe-se desenvolver metodologia de implantação de
técnicas de estimulação precoce baseada em medidas que envolva a mãe, família e
equipe de saúde, usando como referência os princípios das técnicas Shantala1 por
se constituir de uma de uma modalidade terapêutica manual importante a aumentar
o vínculo afetivo entre pais e filho e promover o desenvolvimento neuropsicomotor,
possibilitando prevenir e/ou reduzir os desconfortos frequentes ocorridos nos
primeiros meses de vida da criança.
Considera-se a humanização em saúde um componente pedagógico
fundamental no desenvolvimento de uma proposta de formação que envolve
diferentes sujeitos e práticas na área da saúde, no campo da atenção primária. A
ênfase deve incidir sobre os princípios preconizados pela Política Nacional de
Humanização (PNH), referentes ao: acesso com acolhimento; atenção integral e
equânime com responsabilização e veículo; valorização dos trabalhadores e
usuários, com avanço na democratização da gestão e no controle social
participativo.

_________________________________________________________________________________
1
Shantala é o nome da técnica de massagem para bebês usada há milhares de ano na Índia. Foi o
Dr. Frederick Leboyer, obstetra francês que observou, em Calcutá, uma mãe massageando seu bebê
e trouxe ao mundo ocidental tais informações. Encantado com a força do movimento, batizou a
sequencia de movimentos com o nome daquela mulher: Shantala; que é uma arte de dar amor e uma
técnica (SIQUEIRA NETO, 2004).

29

Essa proposta consiste na capacitação direcionada aos discentes de área da
saúde e humanas e profissionais das unidades básicas de saúde, estabelece como
centralidade a humanização das práticas de saúde, considerando sua contribuição
para a formação de futuros profissionais que serão inseridos no Sistema Único de
Saúde (SUS). Tem-se como referência empírica relevante o projeto inicial
desenvolvido na Unidade de Saúde Professor Dídimo Otto Kummer em Maceió.
2.3

Objetivos

2.3.1 Objetivo Geral
 Desenvolver metodologia e técnicas de estimulação precoce, associadas ao
método

da

massagem

shantala,

numa

perspectiva

humanizada

e

interdisciplinar de saúde integral entre pais e bebê.
2.3.2 Objetivos Específicos
 Gerar novas práticas de saúde, buscando ações integrais junto aos discentes,
profissionais de saúde e à comunidade, e melhores soluções para
sustentação e consolidação da assistência humanizada.
 Aperfeiçoar os conhecimentos científicos teóricos e práticos dos profissionais
de saúde e estimulá-los a incorporarem em sua prática cotidiana, ações que
possam fortalecer a atenção primária em saúde.
 Proporcionar aos discentes e profissionais da saúde a vivência metodológica
de base ativa, capaz de torná-los multiplicadores dessa prática nas unidades
básicas de saúde em Maceió.
2.4

Metodologia
As atividades do curso ocorrem na unidade Básica de saúde Prof. Dídimo

Otto Kummer, localizada no Benedito Bentes II, no Município de Maceió. Foram
direcionadas a 14 participantes: 02 acadêmicos de medicina, 03 e residentes dos
cursos de s. social, enfermagem e farmácia da UFAL, e 09 profissionais: 02
médicos, 01 enfermeira, 02 auxiliares de enfermagem e 04 agentes comunitários de
saúde da unidade de saúde prof. Dídimo Otto Kummer em Maceió.

30

O curso teve duração de 20h, foi realizado, em três momentos distintos e
consecutivamente conduzidos em três dias de trabalho, sendo utilizada uma
variedade de método de ensino, incluindo roda de conversa, aula expositiva,
demonstrações práticas com bonecos, seguidas de desenvolvimento de práticas
com os bebês, mães, acadêmicos, residentes e profissionais de saúde.
Primeiro momento - Foi aplicado um questionário para identificar os
conhecimentos dos participantes relacionados à estimulação precoce em bebês com
o uso das técnicas da massagem shantala, utilizando as seguintes perguntas: 1 Você teve algum contato ou conhecimento sobre a técnica da massagem Shantala?
O que vem a sua mente quando fala sobre essa técnica? 2 - O que você espera da
capacitação sobre as técnicas de estimulação precoce baseada na massagem
Shantala?
Em seguida, o tema foi tratado e discutido de forma coletiva, utilizando-se de
exposição teórica com demonstração em slides, seguida de discussões em rodas de
conversa.
Segundo momento – A técnica Shantala foi vivenciada em grupo pelos
participantes, inicialmente com a utilização de bonecos, para que todos pudessem
praticar a observação e as habilidades de manejo, com o propósito de tornarem
aptos a praticarem a técnica da massagem shantala de maneira plena, e com mais
segurança no cuidado com o bebê.
Terceiro momento – Consistiu da demonstração da técnica com os próprios
bebês, contando com a participação de 14 mães e dos acadêmicos, residentes e
profissionais de saúde da unidade de saúde Profº Dídimo Otto Kummer em Maceió.
Salientamos que a massagem requer o uso das mãos treinadas e
conhecimentos técnicos para o alcance dos efeitos desejados: ganho de peso,
desenvolvimento

psicomotor,

aumento

da

imunidade,

melhora

do

sono,

abrandamento de cólicas, prisão de ventre, problemas e respiratórios, que são
alguns benefícios que a massagem Shantala pode oferecer. Ela também age como
facilitador no relacionamento de intimidades entre mãe e filho, algo que deve ser
conquistado no dia-a-dia (LEBOYER, 1989).

31

As manobras foram iniciadas na cabeça, passando pelo rosto, peito, braços,
abdome e pernas até alcanças as pontas dos dedos dos pés, sempre em
movimentos suave de deslizamentos e torções, seguidos de movimentos passivos
de membros superiores e inferiores, os quais preconizam a técnica da massagem
Shantala. O uso do óleo vegetal (coco) foi imprescindível para deslizá-lo nas mãos e
para que os movimentos fluíssem com mais facilidade em todo corpo com exceção
do rosto, cabeça e mãos do bebê.
Após a capacitação, foi solicitado aos participantes: acadêmicos, residentes e
profissionais de saúde, a responderem a um questionário registrando suas opiniões
a cerca dos conhecimentos adquiridos relacionados à temática abordada
anteriormente, utilizando as seguintes perguntas: 1 - A metodologia foi adequada
para a obtenção dos conhecimentos sobre as técnicas de estimulação precoce
baseada na técnica da massagem Shantala? 2 - Qual a contribuição da capacitação
para a sua formação em saúde e crescimento profissional?
2.5

Análise da avaliação do produto pelos participantes da capacitação
A presente análise expressa o resultado da avaliação a capacitação intitulada

“Desenvolvimento de metodologia de técnicas de estimulação precoce numa
unidade básica de saúde”, por seus participantes e que se constitui o produto
apresentado ao Mestrado Profissional em Ensino em Saúde, da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Alagoas (MPES/FAMED/UFAL).
O desenvolvimento das atividades programadas na capacitação representou
momentos importantes uma vez que buscou integrar acadêmicos, residentes e
profissionais de saúde e comunidade na perspectiva de saúde integral entre mãesbebê. Na ocasião, os participantes tiveram a oportunidade de aperfeiçoar e ampliar
seus conhecimentos relacionados às técnicas da massagem Shantala, uma vez que
ainda eram limitados para alguns participantes que em suas falas, os significados
atribuídos a massagem Shantala estavam relacionados apenas aos efeitos de
relaxamento do bebê, outros relatos, no entanto, se aproximam do principal objetivo
da técnica que é fortalecer vínculo de segurança e amor entre mãe e filho.

32

Para os participantes a metodologia utilizada foi adequada, pois permitiu a
troca de informações inovadoras vivenciadas durante a capacitação e enfatizaram a
articulação entre os conteúdos teórico-práticos, como facilitadores da aprendizagem
das técnicas da massagem Shantala de estratégia ativa de ensino aprendizagem.
Dessa forma, os participantes evidenciaram em suas falas, que tiveram a
oportunidade de desenvolver habilidades que possibilitaram um novo olhar sobre
suas práticas e capacidade de tornarem multiplicadores dessa prática na atenção
primária em saúde, em sua formação profissional.
Assim sendo, devemos entender que a formação em saúde, de forma
permanente, é de fundamental importância no desenvolvimento de ações que visam
contribuir para transformar e qualificar as práticas de saúde, na medida em que
incorporar novos valores pode possibilitar a construção de modos de cuidar mais
humanos

33

REFERÊNCIAS

LEDERMAN, Eyal. Fundamentos da Terapia Manual: fisiologia, neurologia e
psicologia. 1. Ed. brasileira. São Paulo: Manole, 2001.
LIDELL, L. O Livro das Massagens: Completo Guia Passo a Passo das Técnicas
Orientais e Ocidentais. 1. Ed. Brasileira. São Paulo: Manolo, 1998.
LEBOYER, Frédérick. SHANTALA: uma arte tradicional - massagem para bebês. 2ª
edição. Editora Ground. São Paulo, 1989.
SIQUEIRA NETO, A. C. A importância do ato de tocar. 2004. Disponível em:
<http://www.psicologia.pt/artigos/ver_artigo.php?codigo=A0179&area=d4&subarea>. Acesso em:
1 fev. 2017.

34

3

CONCLUSÃO GERAL
O mestrado representou um dos caminhos que possibilitou ampliar meus

conhecimentos e esclarecer muitos questionamentos adquiridos no percurso da
minha vida profissional, uma vez que propiciou a convivência e a troca de
informações, num processo participativo e de compartilhamento entre discentes e
docentes de diversas áreas do saber.
Ao longo do desenvolvimento do curso, realizamos a pesquisa, cujo objetivo
do estudo foi identificar, sob a ótica de discentes de graduação da área da saúde,
qual a contribuição para a sua formação no ensino na saúde, vivenciada nas
práticas do projeto de assistência humanizada à mulher e à criança, no período de
2010 a 2013.
Os resultados evidenciados na pesquisa apontam à importância de promover
projetos de extensão, que possibilitem a inserção dos discentes de graduação nos
serviços de saúde na atenção básica, desde o início do seu projeto de graduação
até a prática profissional em seu cotidiano, para que estes compreendam o seu
compromisso social com a sociedade e percebam a relevância do trabalho em
equipe para a melhoria da qualidade do serviço e a promoção da integralidade da
atenção.
A pesquisa evidenciou a necessidade da estruturação de uma proposta
pedagógica de caráter interdisciplinar, voltada à capacitação em uma metodologia
de técnicas de estimulação precoce em bebês na atenção primária à saúde, que
contou com a participação de profissionais de saúde da Unidade de Saúde Profº
Dídiomo Otto Kummer em Maceió, dos acadêmicos e residentes da área da saúde
da Universidade Federal de Alagoas.
Com a concretização da capacitação “Desenvolvimento de metodologia de
técnicas de estimulação precoce numa unidade básica de saúde”, é possível afirmar
que os profissionais de saúde, acadêmicos e residentes da área da saúde, podem
incorporar em sua prática cotidiana, ações de estimulação precoce em bebês,
associada à técnica da massagem shantala, com reais possibilidades de
fortalecimento da atenção primária em saúde, e serem capazes de tornarem-se
multiplicadores dessa prática nas unidades básicas de saúde em Maceió.

35

Espera-se, com os resultados da pesquisa, que as instituições formadoras
busquem desenvolver projetos de extensão que promovam aproximação dos
discentes com os serviços de saúde e a comunidade, na perspectiva de formar
profissionais generalistas, crítico e humanistas, com o perfil necessário para atuar no
Sistema Único de Saúde, e que outras pesquisas relacionadas à humanização da
assistência, sejam promovidas no âmbito da atenção primária à saúde.

36

REFERÊNCIAS GERAIS

BISPO, E. P.; TAVARES, C. H. F.; TOMAZ, J. M. T. Interdisciplinaridade no ensino
em saúde: o olhar do preceptor na Saúde em Família. Interface: Comunicação,
Saúde, Educação, Botucatu, 2014. . Disponível em:
<http://pesquisa.bvsalud.org/saudepublica/resource/pt/eps-5233> Acesso em: 21 set.
2016.
BENEVIDES, R.; PASSOS, E. Humanização na saúde: um novo modismo?.
Interface: comunicação, saúde, educação, Botucatu, v.9, n.17, p. 389-406,
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