3- David Costa Buarque - ANÁLISE DO ENSINO SOBRE SAÚDE DO IDOSO EM UM CURSO DE MEDICINA

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                    UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA SAÚDE
MESTRADO PROFISSIONAL DE ENSINO NA SAÚDE

DAVID COSTA BUARQUE

ANÁLISE DO ENSINO SOBRE SAÚDE DO IDOSO EM UM CURSO DE MEDICINA

Maceió - Alagoas
2017

DAVID COSTA BUARQUE

ANÁLISE DO ENSINO SOBRE SAÚDE DO IDOSO EM UM CURSO DE MEDICINA

Trabalho Acadêmico de Conclusão do Curso
apresentada ao Programa de PósGraduação em Ensino na Saúde da
Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Alagoas, como requisito parcial
para obtenção do grau de Mestre em Ensino
na Saúde.
Orientador:Prof. Dr. Francisco José Passos
Soares
Coorientador: Prof. Dr. Jorge Artur Peçanha
de Miranda Coelho

Maceió – Alagoas
2017

Catalogação na fonte
Universidade Federal de Alagoas
Biblioteca Central

Bibliotecária Responsável: Janaina Xisto de Barros Lima
B917a

Buarque, David Costa.
Análise do ensino sobre saúde do idoso em um curso de medicina / David Costa
Buarque. – 2017.
91 f. : il.
Orientador: Francisco José Passos Soares.
Coorientador: Jorge Artur Peçanha de Miranda Coelho.
Produto (Mestrado Profissional em Ensino na Saúde) – Universidade Federal
de Alagoas. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ensino na
Saúde. Maceió, 2017.
Inclui bibliografia.
Apêndices: f. 56-88.
Anexo: f. 89-91.
1. Educação médica – Orientação profissional. 2. Gerontologia. 3. Saúde –
Idoso. I. Título.
CDU: 616-053.9:378.147

Dedico,
A minha esposa pelo amor incondicional.
A minha família e amigos, pela compreensão
nas

ausências

frequentes,

senão

quase

universais.
Aos

orientadores,

pela

paciência

e

perseverança.
Aos amigos de mestrado, pelo incentivo mútuo.

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Francisco José Passos Soares, pelo apoio e disponibilidade.
Ao Prof. Dr. Jorge Artur Peçanha de Miranda Coelho, pelo apoio e
compreensão.
À Profa Dra Maria de Lourdes Fonseca Vieira, pelo incentivo e paciência.
A todos os professores e técnicos do Mestrado Profissional em Ensino na
Saúde, que tanto se dedicaram aos mestrandos, permitindo-lhes um belo
crescimento pessoal.
A minha esposa, pelo incentivo,entusiasmo e amor de sempre.
A meus amigos de mestrado, que nunca se permitiram um segundo de
hesitação e formaram uma grande família, especialmente nos momentos difíceis.

“Art. 22. Nos currículos mínimos dos
diversos níveis de ensino formal serão
inseridos conteúdos voltados ao processo
de envelhecimento, ao respeito e à
valorização do idoso, de forma a eliminar
o preconceito e a produzir conhecimentos
sobre a matéria.”
Estatuto do Idoso – Lei No 10.741, de 1º
de outubro de 2003.

RESUMO GERAL
A expectativa de vida mundial vem aumentando e, no Brasil, atingiu os 75,7 anos em
2016. Em 2010 nossa população incluía 19,6 milhões de idosos, número que será
de 41,5 milhões em 2030, consumindo parcela significativa de recursos em saúde.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Medicina de 2014 incluemo
ensino de conteúdos sobre o envelhecimento humano, porém menos da metade das
escolas médicas brasileiras os incorporam. Com o objetivo de identificar conteúdos
mínimos em geriatria e gerontologia na matriz curricular da Faculdade de Medicina
da Universidade Federal de Alagoas (FAMED/UFAL), definidos pelas diretrizes da
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) de 2014, realizou-se
análise documental do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) e planos de aula. Para
tanto, foram desenvolvidos instrumentos para análise do PPC acerca de conteúdos
de interesse, produtos deste trabalho e que, quando aplicados, demonstraram
abordagem apenas parcial dos conteúdos mínimos em envelhecimento humano
(18% do proposto pelas diretrizes da SBGG). Com o mapeamento resultante,
elaborou-se plano executivo para adequação de conteúdos previstos e inclusão dos
não previstos pelo PPC e planos de aula, também produto da pesquisa realizada
que será apresentado ao Núcleo Docente Estruturante da FAMED/UFAL com o
propósito de qualificar o egresso para o atendimento ao idoso e suas peculiaridades.
Os instrumentos elaborados já estão sendo utilizados em outras pesquisas de
mestrado sobre o tema de competências para a graduação médica.
Palavras-chave: Educação médica. Geriatria.Gerontologia.Saúde do idoso.

GENERAL SUMMARY
World life expectancy has been increasing and in Brazil reached 75.7 years in 2016.
In 2010, our population included 19.6 million elderly people, a figure that will be 41.5
million in 2030, consuming a significant portion of resources in Health Care. The
2014 National Curriculum Guidelines for Medical Course include the teaching of
contents about human aging, but less than half of Brazilian medical schools
incorporate them. With the objective of identifying minimum contents in geriatrics and
gerontology in the curricular matrix of the Faculty of Medicine of the Federal
University of Alagoas (FAMED / UFAL), defined by the guidelines of the Brazilian
Society of Geriatrics and Gerontology (SBGG) of 2014, documentary analysis of
Pedagogical Project of the Course (PPC) and lesson plans has been made. To that
end, tools were developed to analyze the PPC about contents of interest, products of
this work and that, when applied, demonstrated only a partial approach of the
minimum contents in human aging (18% of the proposed by the guidelines of the
SBGG). With the resulting mapping, an executive plan was prepared for the
adequacy of predicted contents and inclusion of those not foreseen by the PPC and
lesson plans, also product of the research that will be presented to the Teaching
Structuring Nucleus of FAMED / UFAL with the purpose of qualifying the egress to
care for the elderly and their peculiarities. The elaborate instruments are already
being used in new master´s degree research about competencies in medical
graduation.
Keywords: Medical education. Geriatrics. Gerontology. Elderlyhealth

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Plano executivo para introdução de conteúdos mínimos em
geriatria e gerontologia na matriz curricular da Faculdade de
Medicina - ciclo teórico-básico (1º a 8º semestres) – Universidade
Federal de Alagoas............................................................................... 40
Quadro 2 - Plano executivo para introdução de conteúdos mínimos em
geriatria e gerontologia na matriz curricular da Faculdade de
Medicina – estágio supervisionado (9º a 12º semestres-internato)
- Universidade Federal de Alagoas......................................

45

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Instrumento de análise estrutural do Projeto Pedagógico do Curso
(PPC) de graduação acerca de conteúdos de interesse
:

embasamento e justificada.................................................................. 22

Tabela 2 – Instrumento para análise documental do Projeto Pedagógico do
Curso (PPC) de graduação acerca de conteúdos de interesse –
Cicloeórico-prático.............................................................................. 23
Tabela 3 – Instrumento para análise documental do Projeto Pedagógico do
Curso de graduação acerca de conteúdos de interesse - estágio(s)
supervisionado(s)............................................................................... 23
Tabela 4 – Conteúdos mínimos em envelhecimento humano previstos pelas
diretrizes da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
(Galera et al., 2014) encontrados no Projeto Pedagógico e planos
de aula da graduação médica da FAMED-UFAL, 1º a 8º
períodos............................................................................................... 26
Tabela 5 – Conteúdos mínimos em envelhecimento humano previstos pelas
diretrizes da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
(Galera et al., 2014) encontrados no Projeto Pedagógico do Curso
(PPC) e planos de aula da graduação médica da FAMED-UFAL,
9º a 12º períodos................................................................................. 27
Tabela 6 – Instrumento 1: Análise estrutural do Projeto Pedagógico do
Curso (PPC) de graduação acerca de conteúdos de
interesse: embasamento e justificativa do ensino............................... 34
Tabela 7 – Instrumento 2: Análise documental do Projeto Pedagógico do
Curso (PPC) de graduação acerca de conteúdos de interesse - ciclo
teórico-prático...................................................................................... 34

Tabela 8 – Instrumento 3: Análise documental do Projeto Pedagógico do
Curso de graduação acerca de conteúdos de interesse - estágio
Supervisionado..............................................................................

35

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BCP

Broncopneumonia

BMF

Bases Morfofuncionais

CACON

Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia

CCH

Clínica Cirúrgica Hospitalar

CINAEM

Comissão Interinstitucional Nacional de Avaliação do Ensino Médico

CM

Clínica Médica

DCN

Diretrizes Curriculares Nacionais

EAPMC

Eixo de Aproximação à Prática e Comunidade

EDP

Eixo de Desenvolvimento Pessoal

ER

Estágio Rural

ERP

Ética e Relações Psicossociais

ETPI

Eixo Teórico-Prático Integrado

FAMED

Faculdade de Medicina

FMUSP

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

GDS

GeriatricDepressionScale (Escala de Depressão Geriátrica)

HAS

Hipertensão Arterial Sistêmica

HU

Hospital Universitário

IBGE

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ITU

Infecção do Trato Urinário

MEEM

Mini Exame do Estado Mental

PPC

Projeto Pedagógico do Curso

SAI

Saúde do Adulto e do Idoso

SBGG

Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia

SCA

Síndrome Coronariana Aguda

SI

Semiologia Integrada

SM

Saúde Mental

SS

Saúde e Sociedade

SUS

Sistema Único de Saúde

UE

Urgência e Emergência

UFAL

Universidade Federal de Alagoas

URM

Uso Racional de Medicamentos

SUMÁRIO
1

APRESENTAÇÃO....................................................................................... 14

2

ARTIGO: ANÁLISE DO ENSINO SOBRE SAÚDE DO IDOSO EM UM
CURSO DE MEDICINA................................................................................ 18

2.1

Introdução................................................................................................... 19

2.2

Metodologia................................................................................................ 20

2.3

Resultados e Discussão..........................................................................

23

2.3.1 Análise estrutura do PPC............................................................................. 23
2.3.2 Análise de conteúdos mínimos de geriatria e gerontologia.......................... 25
2.4

Considerações finais................................................................................. 29
Referências...........................................................................................

3

30

PRODUTO 1 - INSTRUMENTOS PARA ANÁLISE DE PROJETO
PEDAGÓGICO DO CURSO (PPC) ACERCA DE CONTEÚDOS DE
INTERESSE................................................................................................. 32

3.1

Introdução................................................................................................... 32

3.2

Objetivo....................................................................................................... 33

3.3

Metodologia................................................................................................ 33

3.4

Público alvo................................................................................................ 33

3.5

Procedimentos........................................................................................... 33

3.6

Instrumentos.............................................................................................. 34

3.6.1 Tabela 6 - Instrumento 1: Análise estrutural do Projeto Pedagógico do
Curso (PPC) de graduação acerca de conteúdos de interesse:
embasamento e justificativa do ensino........................................................ 34
3.6.2 Tabela 7 - Instrumento 2: Análise documental do Projeto Pedagógico do
Curso (PPC) de graduação acerca de conteúdos de interesse - ciclo
teórico-prático............................................................................................. 34
3.6.3 Tabela 8 - Instrumento 3: Análise documental do Projeto Pedagógico do
Curso de graduação acerca de conteúdos de interesse - estágio(s)
supervisionado(s)......................................................................................... 35
REFERÊNCIAS........................................................................................... 36

4

PRODUTO 2 – PLANO EXECUTIVO PARA INTRODUÇÃO DE
CONTEÚDOS MÍNIMOS DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA NA
MATRIZ CURRICULAR DO CURSO MÉDICO DA UFAL.......................... 37

4.1

Introdução................................................................................................... 37

4.2

Objetivo....................................................................................................... 38

4.3

Metodologia................................................................................................ 38

4.4

Procedimentos.............................................................................................38

4.5

Público Alvo...........................................................................................

4.6

Plano Executivo........................................................................................ 40

39

4.6.1 Quadro 1 - Plano executivo para introdução de conteúdos mínimos
em geriatria e gerontologia na matriz curricular da Faculdade de
Medicina – ciclo teórico-básico (1º a 8º semestres) - Universidade
Federal de Alagoas...................................................................................... 40
4.6.2 Quadro 2 - Plano executivo para introdução de conteúdos mínimos em
geriatria e gerontologia na matriz curricular da Faculdade de Medicina –
estágio supervisionado (9º a 12º semestres - internato) - Universidade
Federal de Alagoas...................................................................................... 45
REFERÊNCIAS........................................................................................... 50
5

CONCLUSÃO GERAL................................................................................ 51
REFERÊNCIAS DO TRABALHO ACADÊMICO..........................................53
APÊNDICES................................................................................................ 56
APÊNDICE A - Análise estrutural do Projeto Pedagógico do Curso
(PPC) da FAMED/UFAL: embasamento e justificativa do ensino de
conteúdos relacionados ao envelhecimento humano.................................. 57
APÊNDICE B - Análise do Projeto Pedagógico do Curso de Medicina
FAMED-UFAL acerca de conteúdos mínimos em Geriatria e
Gerontologia - ciclo teórico-prático (1º ao 8º semestre)............................. 63
APÊNDICE C -Análise do Projeto Pedagógico do Curso de Medicina
da FAMED-UFAL Acerca de Conteúdos Mínimos em Geriatria e
Gerontologia – Internato (9º ao 12° período.............................................

81

ANEXO......................................................................................................... 89
ANEXO A - Conteúdos Mínimos em Geriatria e Gerontologia –
Diretrizes da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
(XIX Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia) – 2014................... 90

14

1

APRESENTAÇÃO
O desejo de pesquisar sobre o ensino da geriatria e gerontologia sobreveio

por alguns motivos principais: minha formação em geriatria, a docência e a
observação prática (também vivida na minha graduação) que mantemos uma grande
lacuna no ensino de tais conteúdos. Ao deparar-nos com a literatura brasileira sobre
o assunto, o resultado não é diferente. Apenas metade das escolas oferecem
conteúdos em geriatria e gerontologia na matriz curricular.
Nasci em Maceió e iniciei minha vida acadêmica no então Curso de Medicina
do Centro de Ciências da Saúde na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), ano
de 2000. Em 2006 mudei-me para São Paulo – SP para cursar a residência médica
de Clínica Médica no Hospital Santa Marcelina. Em 2009ingressei na residência de
Geriatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP),
regressando a Maceió em setembro de 2011 com o título de especialista em
Geriatria.
Fato é que não tive, durante toda a minha graduação, nenhum conteúdo
específico de geriatria. Tínhamos pouco contato com idosos e, quando ocorria, não
havia abordagem específica. Pouco se falava em profissionais de geriatria e/ou
gerontologia. Até mesmo na residência de Clínica Médica ainda não havia estágios
em geriatria, assim como não existia qualquer abordagem médica diferenciada ao
idoso. Muitas vezes paciente mais velhos tinham de esperar por tempo prolongado
em unidades de urgência, pois os profissionais médicos procuravam as fichas dos
mais jovens para atendimento. Poucos eram os residentes que se interessavam em
atendê-los, já que “davam bem mais trabalho”. Eu era um desses poucos.
Passaram-se 10 anos e, nesse período houve aumento exponencial no número de
idosos em nossa população.
Conheci, no Hospital Santa Marcelina, alguns preceptores com formação em
Geriatria. Esses possuíam, além de conduta completamente diferenciada em relação
ao atendimento de idosos, profundo conhecimento de Medicina Interna. Eram os
preceptores mais procurados e respeitados pelos residentes. Foi através desse
contato que me interessei pela área, além do desejo pessoal de não ser especialista
em um órgão ou sistema específico.

15

Desde a primeira residência (talvez até antes mesmo, ainda na graduação)
sempre me envolvi em transmitir conhecimento aos que estavam em estágios
anteriores do aprendizado médico. Logo após o término da residência de Clínica
Médica, fui contratado como preceptor do Pronto Socorro Adulto do Hospital Santa
Marcelina, permanecendo de 2008 a 2011. Na residência de Geriatria da FMUSP
também tinha contato e auxiliava no aprendizado em saúde do idoso dos discentes
de medicina. Gostava de saber que facilitava a aquisição de conhecimentos que eu
mesmo não tivera a oportunidade de aprender na minha graduação.
Já no fim do curso de Medicina pensava na oportunidade de retornar à
Universidade e auxiliar no aprendizado dos alunos. Ao retornar para Maceió, fui
aprovado no concurso para professor efetivo da Faculdade de Medicina (FAMED) da
UFAL (agora não mais Curso de Medicina). Assumi em setembro de 2011, onde
permaneço, desde então, ministrando aulas de semiologia, participando como tutor
do método PBL além de auxiliar na organização de manequins para práticas
simuladas, posteriormente inaugurando e coordenando o Laboratório de Simulações
da FAMED/UFAL.
A área de aprovação no concurso foi em geriatria. Fiquei surpreso em não
encontrar conteúdos de saúde do idoso na matriz curricular do curso, ao mesmo
tempo em que animado por ter a oportunidade de tentar introduzi-los. Em 2016
assumi a supervisão do Programa de Residência Médica em Geriatria da Santa
Casa de Misericórdia de Maceió, iniciada em 2015 e única residência da
especialidade em nosso estado.
Quem nasce hoje no Brasil quase certamente atingirá a maturidade e
envelhecerá. Consumirá, nesta última fase de vida, grande parte dos recursos
destinados à saúde, já que possuirá mais doenças crônicas com necessidade de
tratamento contínuo e assistência multidisciplinar. O envelhecimento populacional já
é uma realidade, influencia todos os setores sociais e se acentuará nas próximas
décadas, quando em 2030 teremos mais pessoas acima de 60 anos que abaixo de
18 anos.
Fica evidente que o egresso de medicina se deparará, cada vez mais, com
pessoas idosas em sua prática diária, graças ao envelhecimento populacional
acelerado por que passamos. Do mesmo modo que é impensável ao egresso de
medicina prescindir de conteúdos básicos em saúde da criança (já que se trata de
um ciclo da vida humana com peculiaridades de abordagem), torna-se igualmente

16

inadmissível que não receba treinamento mínimo em saúde do idoso, já que também
é fase indissociável e peculiar de nosso ciclo de vida.
Na prática docente, mesmo não encontrando na matriz curricular conteúdos
estruturados, observamos que alguns tópicos considerados como competências em
geriatria e gerontologia são abordados em disciplinas específicas. Podemos citar,
como exemplos, tópicos sobre finitude e cuidados paliativos na disciplina de Ética e
Relações Psicossociais, assim como demências na disciplina de Saúde do Adulto e
do Idoso 2 - setor de neurologia. Tal fato se aliou a duas publicações de 2014: as
diretrizes para conteúdos mínimos sobre envelhecimento na graduação médica pela
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e as Diretrizes Curriculares
Nacionais - DCN(BRASIL, 2014; GALERA et al., 2014) para o curso médico, esta
última trazendo textualmente a necessidade de atuação do egresso em todas as
fases do ciclo de vida, incluindo envelhecimento e morte.
Surge, então, a pergunta que seria base e objetivo geral do projeto: Qual a
situação do ensino de conteúdos em geriatria e gerontologia na FAMED? E outras
perguntas, naturalmente, se seguem a esta inicial. Como o tema é abordado pelo
Projeto Pedagógico do Curso (PPC)? Existe previsão para a abordagem de
conteúdos específicos? E, sendo ou não abordados pelo PPC, há reflexo nos planos
de aula? Ou os planos de aula abordam temas que o PPC não contempla? Qual a
melhor forma de buscar tais conteúdos? Inúmeras outras surgem ao longo do
processo, dando corpo à pesquisa. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS,
2013).
Optamos por nos restringir a análise documental, apesar da previsão inicial de
entrevistas semiestruturadas com docentes e coordenadores de eixo e estágios.
Alguns motivos explicam a mudança, mas em especial a dificuldade temporal de
realizar tantas entrevistas(mesmo por meio digital) e a necessidade de análise de
conteúdo mais profunda do próprio PPC e de todos os planos de aula da FAMED,
consumindo boa parte do tempo dedicado ao mestrado. Para tal análise, não
encontramos metodologia ou instrumentos que pudessem contemplar os objetivos
propostos. Talvez pelo fato de ainda não existir, por não ter ainda sido descrita ou
por incapacidade do pesquisador de encontrá-los.
Diante do exposto, impôs-se a elaboração metodologia própria e o surgimento
de instrumentos para análise de um PPC acerca de conteúdos de interesse, um dos
produtos deste mestrado que, para nossa grata surpresa, já vem sendo utilizado em

17

novas pesquisas do em ensino na saúde da FAMED (a exemplo de segurança do
paciente e saúde da população negra). O produto final, respondendo ao
questionamento inicial da pesquisa, apresenta um mapa dos conteúdos mínimos em
envelhecimento humano abordados na matriz curricular e planos de aula da
graduação médica, com sugestões para adequação ou inclusão de conteúdos
específicos não contemplados ou parcialmente contemplados.
Como demonstrado ao longo do deste trabalho, são poucos os conteúdos
abordados ou previstos em saúde do idoso na FAMED. Particularmente menos que
o que esperava, já que a observação prática me fazia acreditar que mais conteúdos
poderiam ser contemplados em planos de aula, mesmo que não previstos pelo PPC.
Fato que reforça a urgência da inclusão e adequação de tais conteúdos.
O processo de elaboração do projeto e coleta de dados foi proveitoso,
fazendo com que conhecesse mais profundamente a estrutura curricular de nossa
faculdade e me aprofundasse no tema do ensino da geriatria e gerontologia. O
trabalho foi meticuloso e os resultados poderão ser utilizados pelo Núcleo Docente
Estruturante para discussões acerca da introdução dos conteúdos necessários em
nossa matriz curricular.

18

2

ARTIGO: ANÁLISE DO ENSINO SOBRE SAÚDE DO IDOSO EM UM
CURSO DE MEDICINA.

RESUMO
O aumento da expectativa de vida e da população idosa é fenômeno mundial. No
Brasil teremos 41,5 milhões de idosos em 2030, porém sequer metade das escolas
médicas brasileiras incorporam conteúdos sobre o envelhecimento humano.
Objetivando o diagnóstico situacional do ensino da Geriatria e Gerontologia em um
curso médico, realizou-se análise documental no Projeto Pedagógico do Curso
(PPC) e planos de aula das disciplinas através da (1) definição de categorias de
análise e unidades de registro, (2) exploração documental e (3) análise e
interpretação dos dados. As unidades de registro foram identificadas nas diretrizes
propostas pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG, 2014),
totalizando 71 conteúdos mínimos a serem buscados no PPC. Houve previsão para
abordagem de 13 dos 71 conteúdos, apenas quatro com abordagem completa.
Verificou-se, deste modo, grande lacuna no ensino de conteúdos mínimos em
geriatria e gerontologia em um curso médico.
Palavras-chave: Educação médica. Geriatria. Gerontologia. Saúde do idoso.
ABSTRACT
Increase in life expectancy and elderly population is a worldwide phenomenon. Brazil
will have 41.5 million seniors in 2030, but even half of Brazilian medical schools
incorporate content on human aging. Aiming the situational diagnosis of Geriatrics
and Gerontology teaching in a medical course, a documentary analysis was carried
out in the Pedagogical Project of the Course (PPC) and lesson plans of the
disciplines through (1) definition of categories of analysis and registration units, ( 2)
documentary exploration and (3) data analysis and interpretation. The registry units
were identified in the guidelines proposed by the Brazilian Society of Geriatrics and
Gerontology (SBGG, 2014), totaling 71 minimum contents to be sought in the PPC.
There was forecast to approach 13 of the 71 contents, only four with complete
approach. Thus, there was great gap in the teaching of minimum content in geriatrics
and gerontology in a medical course.
Keywords: Medical Education. Geriatrics; Gerontology. Health of the Elderly.

19

2.1

Introdução
A expectativa de vida mundial vem aumentando nas últimas décadas. Hoje,

pela primeira vez na história, a maioria das pessoas espera viver até 60 anos ou
mais. Uma criança nascida no Brasil em 2015 pode esperar viver 20 anos a mais
que uma criança nascida em 1965, sendo as consequências profundas para toda a
sociedade (ORGANIZAÇÂO MUNDIAL DE SAÚDE, 2015). Em 2010 havia 19,6
milhões de brasileiros com mais de 60 anos e, em 2030, serão 41,5 milhões de
idosos (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2013).
É crescente também o desafio dos cuidados em saúde com os idosos, que já
consomem parcela significativa de recursos humanos e financeiros. No Brasil, entre
2002 e 2011, no Sistema Único de Saúde (SUS), apesar dos idosos corresponderem
a 16% das internações hospitalares, consumiram 36,5% dos recursos (SILVEIRA et
al., 2013). Nesse panorama as escolas médicas não podem omitir de sua formação
habilidades mínimas em geriatria e gerontologia, cada vez mais requisitadas na
rotina diária.
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) brasileiras para o Curso de
Medicina foram publicadas em 2001 e atualizadas em 2014. Nelas, enfatiza-se que
os conteúdos fundamentais devem contemplar o "diagnóstico, prognóstico e conduta
terapêutica nas doenças que acometem o ser humano em todas as fases do ciclo
biológico", assim como a "promoção de saúde e compreensão dos processos
fisiológicos

dos

seres

humanos

(gestação,

nascimento,

crescimento

e

desenvolvimento, envelhecimento e morte)" (Grifo nosso) (BRASIL, 2014, 2001).
Apesar do exposto, menos da metade das escolas médicas brasileiras
incorporam o ensino da geriatria e gerontologia em seus projetos pedagógicos,
sendo o percentual maior de incorporação nas regiões Sul e Sudeste (BRASIL;
BATISTA, 2015).
Com a necessidade de padronização de conteúdos curriculares, a Sociedade
Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) lançou, em 2014, diretrizes sobre
conteúdos mínimos acerca do envelhecimento para cursos de medicina no Brasil
(GALERA et al., 2014). Um documento definindo o currículo europeu também foi
lançado no mesmo ano (MASUD et al., 2014), demonstrando a preocupação
mundial com o tema.

20

Nos países em desenvolvimento, que atualmente experimentam as mais altas
taxas de envelhecimento populacional, o tema vem sendo debatido, porém algumas
vezes de modo incipiente. Em 2016 realizou-se um mapeamento do ensino de
saúde do idoso na Índia, revelando que, apesar da rápida transição demográfica,
poucas opções de aperfeiçoamento foram encontradas, com ensino insignificante de
geriatria nos currículos de graduação em saúde (PATI et al., 2016).
No currículo médico da Faculdade de Medicina (FAMED) da Universidade
Federal de Alagoas (UFAL), a despeito de existir uma disciplina de Saúde do Adulto
e do Idoso, do 5º ao 8º períodos do curso, não observamos formalmente a
organização de conteúdos abordando o envelhecimento humano e as competências
mínimas necessários em geriatria e gerontologia. Faz-se, deste modo, necessário a
realização de um diagnóstico situacional do ensino de tais conteúdos na instituição.
2.2

Metodologia
Trata-se de pesquisa documental de caráter exploratório, do tipo descritiva-

analítica, com abordagem qualitativa, que visa descrever os conteúdos em geriatria
e gerontologia presentes na Matriz Curricular do Curso de Medicina da Faculdade de
Medicina (FAMED) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). A pesquisa foi
realizada em âmbito local, tendo como limite o curso de medicina de uma
universidade pública federal no Nordeste Brasileiro. O projeto de pesquisa foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFAL. A coleta de dados realizou-se
de agosto a outubro de 2016.
A análise documental constitui uma técnica importante na pesquisa
qualitativa, seja complementando informações obtidas por outras técnicas, seja
desvelando aspectos novos de um tema ou problema. Pode-se definir análise
documental como “um conjunto de operações visando representar o conteúdo de um
documento sob uma forma diferente da original, a fim de facilitar num estado ulterior,
a sua consulta e referenciação” (BARDIN, 1977; SAMARA; TUPY, 2007). A Análise
de conteúdo tem por objetivo a manipulação das mensagens, evidenciando
indicadores que permitam inferir sobre uma realidade que não a da mensagem
principal (SAMARA; TUPY, 2007). Nesta pesquisa foi analisado não aquilo que o
PPC representa como documento, mas o que do PPC pode-se extrair de
informações referentes ao ensino da geriatria e gerontologia na FAMED/UFAL.

21

Foram utilizadas, como parâmetro para análise de conteúdos mínimos em
saúde do idoso, as “Diretrizes da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
sobre conteúdo de disciplinas/módulos relacionados ao envelhecimento (geriatria e
gerontologia) nos cursos de medicina”, publicadas em 2014.
A análise de conteúdo restringiu-se ao Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de
Medicina da FAMED/UFAL, versão 2013, disponível através do site da referida
faculdade (http://www.ufal.edu.br/unidadeacademica/famed), e aos planos de aula
com os conteúdos programáticos das disciplinas do corrente ano, que são
cadastrados na plataforma on-line da Universidade semestralmente.
Foram obedecidas as seguintes etapas cronológicas para a análise
documental: (1) Definição de categorias de análise, (2) definição de unidades de
registro, (3) exploração documental em busca por unidades de contexto que
codifiquem unidades de registro, (4) tratamento dos resultados e interpretação.
Definem-se como “categorias de análise” grupamentos de conteúdos de interesse
(neste trabalho, em saúde da pessoa idosa) que se relacionam. “Unidades de
registro” referem-se aos conteúdos de interesse propriamente ditos, agrupados nas
“Categorias de Análise”. “Unidades de contexto” são definidas como trechos dos
documentos em análise que permitam codificar as “unidades de registro”, ou seja,
que permitam verificar que as unidades de registro (conteúdos de interesse) são
contempladas pelo texto analisado.
Antes da análise de conteúdos mínimos em geriatria e gerontologia no PPC,
foi realizada análise estrutural do documento. Nessa fase, procurou-se verificar a
existência de elementos suficientes para embasar a importância do ensino em
geriatria e gerontologia para a graduação médica. As categorias de análise e
Unidades de Registro foram determinadas previamente pelos pesquisadores, sendo
elaborado um instrumento para que, a partir desse ponto, o texto fosse explorado,
com posterior tratamento dos resultados e interpretação. O instrumento de avaliação
estrutura do PPC pode ser visualizado na tabela 1.

22

Tabela 1 -Instrumento de análise estrutural do Projeto Pedagógico do Curso (PPC)de
graduação acerca de conteúdos de interesse: embasamento e justificativa
do ensino.

Categoria de Análise*

&

Unidade de Registro

£

Unidades de contexto
/ Citações

Sugestões

Fonte: Autor (2017).
Notas:* Categoria de análise: Categoria geral do conteúdo de interesse (Ex.: Envelhecimento
humano)
& Categoria de Registro: Conteúdo de interesse a ser identificado no texto (Ex.: Transição
demográfica)
£ Unidade de Contexto: Trechos do Projeto Pedagógico do Curso que permitam codificar unidades de
registro.

Passou-se, então, para a análise de conteúdos mínimos sobre o
envelhecimento humano, com elaboração de novos instrumentos para atingir os
objetivos propostos. As categorias de análise e unidades de registro foram
estabelecidas nas Diretrizes da SBGG (GALERA et al., 2014).
A partir das “categorias de análise” e “unidades de registro” determinadas, as
“unidades de contexto” foram buscadas no PPC e nos Planos de Aula das
disciplinas determinando se as unidades de registro eram contempladas, total ou
parcialmente. Não sendo encontradas “unidades de contexto” que pudessem
decodificar as “unidades de registro”, considerou-se que o conteúdo não é previsto
na matriz curricular analisada. Os resultados obtidos passaram por fase de
tratamento e interpretação.
Para a roteirização e organização da fase de exploração documental, foram
elaborados dois instrumentos genéricos de avaliação de conteúdos de interesse em
um Projeto Pedagógico do Curso. Um deles refere-se à análise do ciclo teóricoprático do curso médico (1º ao 8º semestre), enquanto o segundo instrumento
contempla a análise do estágio supervisionado (internato, 9º a 12º semestres). Os
instrumentos podem ser visualizados nas tabelas 2 e 3.

23
Tabela 2 - Instrumento para análise documental do Projeto Pedagógico do Curso
(PPC) de graduação acerca de conteúdos de interesse - ciclo teóricoprático.
Categoria Unidad Unidades
de
de
e de
Análise
Registr contexto
o

Abordage
m total ou
parcial?*

Período Eixo de
ensino

Disciplin Passível de Observaçõe
a/
abordagem?
s/
&
Módulo /
Sugestões
Setor
envolvido

Fonte: Autor (2017).
Notas: * Se há previsão na matriz curricular de abordagem total ou parcial da Unidade de Registro
(conteúdo mínimo avaliado).
&
Se o conteúdo mínimo avaliado (Unidade de Registro), não sendo encontrado na análise do PPC,
pode ser incluído na matriz curricular já existente;
Categoria de análise: categoria(s) geral(is) de conteúdo(s) de interesse(S) – baseada(s) em
documento(s) auxiliar(es) (diretrizes, currículos pré-existentes, consensos de especialistas, etc.)
Unidade de Registro: conteúdo(s) mínimo(s) de interesse necessário(s) à graduação – baseado(s)
em domumento(s) auxiliar(es) (diretrizes, currículos pré-existentes, consensos de especialistas, etc.)
Unidade de Contexto: Trechos da Matriz Curricular presente no Projeto Pedagógico do Curso que
permitam codificar unidades de registro específicas
Referência(s) adotada(s):

Tabela 3 - Instrumento para análise documental do Projeto Pedagógico do Curso de
graduação acerca de conteúdos de interesse - estágio(s) supervisionado(s)
Categoria
de Análise

Unidade
de
Registro

Unidades
de
contexto

Abordage Período Estágio
m total ou
parcial?*

Passível de
&
introdução?

Obserações
/ Sugestões

Fonte: Autor (2017).
Notas:* Se há previsão na matriz curricular de abordagem total ou parcial da Unidade de Registro
(conteúdo mínimo avaliado).
&
Se o conteúdo mínimo avaliado (Unidade de Registro), não sendo encontrado na análise do PPC,
pode ser incluído na matriz curricular já existente;
Categoria de análise: categoria(s) geral(is) de conteúdo(s) de interesse(S) – baseada(s) em
documento(s) auxiliar(es) (diretrizes, currículos pré-existentes, consensos de especialistas, etc.)
Unidade de Registro: conteúdo(s) mínimo(s) de interesse necessário(s) à graduação – baseado(s)
em domumento(s) auxiliar(es) (diretrizes, currículos pré-existentes, consensos de especialistas, etc.)
Unidade de Contexto: Trechos da Matriz Curricular presente no Projeto Pedagógico do Curso que
permitam codificar unidades de registro específicas
Referência(s) adotada(s):

2.3

Resultados e Discussão

2.3.1 Análise estrutural do PPC
Para a análise estrutural do PPC quanto à transição epidemiológica e
demográfica da população brasileira e suas consequências à sociedade e aos

24

serviços de saúde, assim como a importância do ensino de conteúdos relacionados
ao envelhecimento na graduação médica, foi utilizado o instrumento elaborado.
Ao aplicá-lo, observamos alguns dados sobre envelhecimento populacional e
transição demográfica e epidemiológica. Os itens mais relevantes são mostrados a
seguir:
Quando observada a população idosa pelo índice de
envelhecimento, verifica-se que há uma forte tendência de
crescimento significativo da população nessa faixa etária, observado
tanto para o Brasil (R2=0,918), quanto para o Nordeste (R2=0,899) e
Alagoas (R2=0,818);
Alagoas, nos últimos cinco anos, vem apresentando valores
decrescentes na sua taxa de Natalidade;
[...] no período de 2007 a 2011, verifica-se uma forte tendência de
declínio significativo (R2=0,900) no número de filhos/mulher;
[...] a mortalidade infantil vem diminuindo e o coeficiente de
mortalidade infantil para 2009 foi de 14,16/1.000 nascidos vivos (NV),
apresentando uma leve tendência decrescente, em relação aos anos
de 2004 a 2009 [...]; "Um indicador importante [...] foi o crescimento,
em 2008, da Expectativa de Vida ao Nascer, [...]." (UNIVERSIDADE
FEDERAL DE ALAGOAS, 2013, p. 22-23, 33).

O envelhecimento populacional brasileiro é acompanhado por transformações
epidemiológicas e sociais e suas consequências para a área de saúde são muito
relevantes, já que há mudança nos padrões de morbimortalidade e dependência de
determinada população, havendo maior necessidade de serviços de saúde com
aumento dos gastos.1,2,3,11 Apesar das informações encontradas, não há
contextualização ou integração de tais conteúdos em relação a seus impactos na
assistência à saúde da população e, por conseguinte, nos desafios frente a uma
população que envelhece rapidamente.
Diagnosticar e tratar corretamente as principais doenças do ser
humano em todas as fases do ciclo biológico, tendo como critérios a
prevalência e o potencial mórbido das doenças, bem como a eficácia
da ação médica;" "Atuar na proteção e na promoção da saúde e na
prevenção de doenças, bem como no tratamento e reabilitação dos
problemas de saúde e acompanhamento do processo de morte”;
"Realizar procedimentos clínicos e cirúrgicos indispensáveis para o
atendimento ambulatorial e para o atendimento inicial das urgências
e emergências em todas as fases do ciclo biológico;
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, 2013, p. 48, grifo nosso)

25

O texto deixa claro que a aquisição de competências inclui todas as fases do
ciclo biológico, inclusive o processo de morte, mas não há menção específica do
impacto do envelhecimento na assistência em saúde e a necessidade de
aprendizagem de conteúdos mínimos em geriatria e gerontologia. O rápido
envelhecimento de nossa população define a urgência de formar médicos
qualificados para as especificidades desse grupo etário (BRASIL; BATISTA, 2015)
(GALETA; COSTA, 2016). Tais informações contextualizadas seriam fundamentais
ao Projeto Pedagógico, definindo o impacto social do envelhecimento populacional e
a importância da abordagem de conteúdos relacionados ao envelhecimento na
matriz curricular.
Faltam maiores detalhes sobre o processo de construção da atualização do
PPC. É provável que a ausência de profissionais com formação gerontológica na
comissão de atualização do PPC de 2013 tenha levado a falta do aprofundamento
de tópicos relacionados ao envelhecimento populacional, incluindo seu impacto no
ensino médico e atendimento em saúde.
2.3.2 Análise de Conteúdos Mínimos de Geriatria e Gerontologia
Foram utilizados os instrumentos previamente elaborados para a análise
documental do PCC sobre conteúdos de interesse. As “categorias de análise” e
“unidades de registro” foram identificadas nas diretrizes da SBGG, que organiza os
conteúdos mínimos em geriatria e gerontologia em seis “Unidades” para o ensino
teórico-prático (1º ao 8º período do curso) e oito “Unidades” para o internato (9º ao
12º períodos), de acordo com a temática. Para o instrumento elaborado, as
“Unidades” foram utilizadas como “categorias de análise” e os conteúdos específicos
de cada uma delas como “unidades de registro”.
Na fase de exploração, buscaram-se Unidades de Contexto no PPC que
permitissem inferir as Unidades de Registro determinadas. Os dados foram
complementados pela análise dos conteúdos programáticos dos planos de aula das
disciplinas do curso médico da FAMED – UFAL.
Na análise do ciclo teórico-prático, foram identificadas seis (15%) unidades de
registro, das 40 possíveis. Dessas, apenas duas (5%) com previsão de abordagem
completa. No internato (9º a 12º períodos), das 31 unidades de registro possíveis
apenas sete (22,6%) foram encontradas, destas apenas duas (6,5%) com previsão

26

de abordagem total, porém sem menção específica a idosos. Os conteúdos
encontrados são apresentados nas tabelas 4 e 5.

Tabela 4 – Conteúdos mínimos em envelhecimento humano previstos pelas diretrizes
da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (Galera et al., 2014)
encontrados no Projeto Pedagógico e planos de aula da graduação médica
da FAMED-UFAL, 1º a 8º períodos.
Conteúdo
encontrado
Epidemiologia do
envelhecimento
Modificações
anatômicas,
funcionais e
psicológicas no
processo de
envelhecimento
Incontinência
Urinária e Fecal
Insuficiência
Cognitiva

Observações
No EAPMC, Disciplina de Saúde e Sociedade 2, segundo período. Encontrado
nos planos de aula da disciplina, não há menção na ementa presente no PPC.
Conteúdo com abordagem completa
Pequena abordagem prevista. No ETPI, plano de aula de psicologia médica,
há o objetivo de “Reconhecer e avaliar as próprias emoções diante da morte e
do envelhecimento”, porém não encontramos conteúdo programático
específico. No mesmo eixo, na disciplina de BMF 3 (3º período), encontramos
menção à "Bioquímica do desenvolvimento, envelhecimento e regeneração do
sistema nervoso".
No ETPI, Saúde do Adulto e do Idoso 2 (6º período), o plano de aula prevê
abordagem de incontinência urinária (geral). Não há menção a incontinência
fecal.
No Plano de Aula de Saúde do Adulto e do Idoso 2 (ETPI, 6º período), há
menção a conteúdo de demências. Em Psiquiatria de urgência (ETPI, 8º
período) há abordagem de Delirium. Insuficiência cognitiva é um tema mais
amplo, assim consideramos abordagem parcial.
Abordagem parcial no EDP, disciplina Ética e Relações Psicossociais 3 (3º
período). Encontrado no Plano de Aula da disciplina.Não inclui mistanásia,
mas aborda demais conceitos.

Eutanásia,
ortotanásia,
distanásia,
mistanásia
Paciente com
Conteúdo completo previsto no EDP, encontrado no Plano de Aula da
doença terminal
disciplina Ética e Relações Psicossociais 3 (3º período)
EAPMC – Eixo de Aproximação à Prática Médica e Comunidade; ETPI – Eixo Teórico Prático
Integrado; BMF – Bases Morfo-Funcionais; EDP – Eixo de Desenvolvimento Pessoal
Fonte: Autor (2017).

27
Tabela 5 – Conteúdos mínimos em envelhecimento humano previstos pelas diretrizes
da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (Galera et al., 2014)
encontrados no Projeto Pedagógico do Curso (PPC) e planos de aula da
graduação médica da FAMED-UFAL, 9º a 12º períodos.
Conteúdo encontrado
Diagnóstico e manuseio de
desidratação, BCP, ITU,
Incontinência Urinária,
síndrome coronariana aguda e
crônica no idoso
Definição e diferenças clínicas
entre depressão, demência e
Delirium
Formulação de diagnóstico
diferencial em um paciente que
exibe Delirium, depressão ou
demência
Tratamento não farmacológico
de Delirium, demência e
depressão
Orientação preventiva geriátrica

Manuseio das principais
alterações cardiovasculares no
idoso (HAS, Insuficiência
coronariana aguda e crônica,
insuficiência cardíaca, Acidente
Vascular Encefálico), Diabetes
Mellitus, dislipidemia e
hipotireoidismo clínico e
subclínico
Critérios de internação de
idosos em Unidade de Terapia
Intensiva

Observações
Há menção a tratamento de "[...] Angina instável/Infarto agudo do
miocárdio [...], Pneumonia domiciliar [...] " no estágio de urgência
e emergência (9º período). Porém não menciona especificamente
idosos, já quer busca-se pela manifestação atípica destas
patologias na população idosa. Certamente os idosos estão
contemplados no aprendizado, mas provavelmente não com suas
peculiaridades.
No estágio de Clínica Médica 2, 11º período, há abordagem de
doenças degenerativas cerebrais. Delirium e depressão em
idosos não encontramos menção
No estágio de Clínica Médica 2, 11º período, há abordagem de
doenças degenerativas cerebrais. Delirium e depressão em
idosos não encontramos menção específica.
Encontrada abordagem apenas para doenças degenerativas
cerebrais, estágio de Clínica Médica 2, 11º período
Encontra-se, entre os objetivos do Estágio Rural (12º período),
"Estimular a prática clínica voltada para ações de Promoção,
Proteção e Recuperação da Saúde". Porém, não explicita se há
abordagem específica aos idosos e a programas de atenção ao
idoso
Encontrado parcialmente, no estágio de Clínica Médica 2 (11º
período), abordagem a "Diabetes, transtornos da tireóide". Os
outros conteúdos não são explicitados no PPC.

Encontrado parcialmente, no estágio de Clínica Médica 2 (11º
período) – terapia intensiva - "Conhecimento dos critérios de
admissão e alta das unidades de cuidados intensivos". Porém
não há menção específica aos idosos.

Fonte: Autor (2016).

Em resumo, das 71 Unidades de Registros (competências) buscadas na
matriz curricular do curso de medicina da FAMED/UFAL, através de Unidades de
Contexto no PPC e Planos de Aula que permitissem sua codificação, 13 (18,3%)
foram encontradas. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, 2013).
Das seis Unidades de Registro encontradas no ciclo básico, cinco não
encontraram correspondência em Unidades de Contexto no PPC, sendo codificadas
por informações dos planos de aula com conteúdos programáticos das disciplinas.
No internato as informações foram extraídas exclusivamente do PPC, já que não há
planos de aula para estágio prático.

28

O fato de menos da metade das escolas médicas brasileiras incorporarem em
seus projetos pedagógicos conteúdos de geriatria e gerontologia demonstra que, em
sendo uma deficiência nacional, há grande divergência no aprendizado de
habilidades mínimas necessárias ao médico para o atendimento desta população.5
O egresso da FAMED/UFAL, em vista aos dados coletados, enquadra-se no grupo
que recebe pouco aprendizado e, por conseguinte, atenderá a população idosa sem
o desenvolvimento de competências e habilidades específicas e necessárias para
qualificar a atenção a essa faixa etária.
Países em desenvolvimento apresentam deficiências semelhantes, ou mais
aprofundadas. Em artigo de 2016, Pati et al. realizaram um mapeamento do ensino
de

saúde

do

idoso

na

Índia,

demonstrando

pouquíssimas

opções

de

aperfeiçoamento na área, com ensino insignificante de geriatria nos currículos de
graduação em saúde.
As doenças nos idosos se agrupam em quadros sindrômicos próprios, as
denominadas síndromes geriátricas, havendo necessidade de estrutura específica
de assistência, visando não apenas reestabelecer a saúde, mas também preservar
sua autonomia e independência. Desse modo, preparar profissionais capazes de
identificar as peculiaridades da pessoa idosa deve ser uma das prioridades para o
sistema educacional de países em desenvolvimento (GALERA; COSTA, 2016). As
DCN para o curso médico de 2014 são claras ao mencionar que os conteúdos
fundamentais devem contemplar todas as fases do ciclo biológico humano, trazendo
textualmente o envelhecimento e a morte como parte dele (BRASIL, 2014). Nesse
sentido, além da inclusão de tais conhecimentos no projeto pedagógico e planos de
aula do curso ser urgente, é também um grande desafio, tendo em vista a grande
quantidade de conteúdos que ainda necessitam abordagem. Alguns são conteúdos
mais específicos, os quais não encontrariam espaço na matriz curricular vigente,
com necessidade de reformulação de disciplinas.
O planejamento do ensino, organizado coletivamente, como deve ocorrer em
qualquer mudança no PPC exigida a partir das mudanças no perfil epidemiológico
social, além de conferir compromisso e responsabilidade por parte dos envolvidos na
gestão do curso, amplia a participação do corpo docente geral nas alterações
propostas, permitindo o exercício da interdisciplinaridade, e possibilidade de criação
de espaços de ensino-aprendizagem multiprofissionais. Isso evitará também

29

mudanças operadas pontualmente, apenas por acréscimo, e interesse de
especialistas em suas áreas específicas de atuação.
Com os dados obtidos na fase de exploração, após análise e interpretação,
elaborou-se um plano executivo como sugestão para introdução dos conteúdos
pesquisados na matriz curricular. Nele, foi demonstrado que, das 58 competências
não previstas, 13 possivelmente necessitarão de reestruturação curricular para que
possam ser incluídas. As demais poderão ser contempladas na matriz existente
com as adequações previstas nas DCN e no PPC do curso.
Os conteúdos com previsão de ensino, parcial ou total, deverão ser avaliados
quanto à sua abordagem específica para idosos, informação esta que não pôde ser
extraída das fontes consultadas. O plano executivo será apresentado ao NDE da
instituição, podendo ser discutido com as demais instâncias administrativas da
unidade acadêmica.
2.4

Considerações Finais
Através da análise documental do PPC de Medicina FAMED/UFAL,

complementada pela avaliação de planos de aulas com seus respectivos conteúdos
programáticos, observamos que há grande lacuna no ensino de conteúdos em
geriatria e gerontologia. Dentre as 71 competências elencadas (40 para o ciclo
básico e 31 para o internato), identificou-se a previsão para abordagem de 13
(18,3%), sendo seis no ciclo básico e sete no internato.
Quanto à análise estrutural do PPC, poucos dados sobre transição
epidemiológica e demográfica são discutidos, não sendo correlacionados com seu
impacto na assistência à saúde e na importância do ensino de conteúdos
relacionados ao envelhecimento humano.
Para melhor avaliação do internato médico provavelmente seria necessária
entrevista semiestruturada ou técnica Delphi com seus coordenadores, já que não
há planos de aula específicos de cada estágio. Tal estratégia não foi possível na
presente pesquisa.
Acredita-se que os instrumentos de análise elaborados possam auxiliar outras
pesquisas sobre competências mínimas necessárias à graduação. Os resultados
servirão de base para a adequação curricular FAMED/UFAL, tornando o egresso

30

mais capacitado para o atendimento global à saúde da comunidade no contexto do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Referências
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior.
Resolução CNE/CES n. 4, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares
Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 nov. 2001. Seção 1, p. 38.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior.
Resolução CNE/CES n. 3, de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares
Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 jun. 2014. Seção 1, p.
8-11.
BRASIL, V. J. W.; BATISTA, N. A. O ensino de geriatria e gerontologia na graduação
médica. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 39, n. 3, p.
344-351, jul./set. 2015.
GALERA, S. C.; COSTA, E. F. A. Ensino médico em geriatria e gerontologia. In:
FREITAS, E. V.; PY, L. (Ed.). Tratado de geriatria e gerontologia. 4. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
GALERA, S. C. et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
sobre conteúdo de disciplinas/módulos relacionados ao envelhecimento (geriatria e
gerontologia) nos cursos de medicina. Geriatra & Gerontologia, Rio de Janeiro, v.
8, n. 3, p. 148-151, jul./set. 2014. Trabalho apresentado ao XIX Congresso Brasileiro
de Geriatria e Gerontologia em Belém, 2014. Disponível em: <http://sbgg.org.br/wpcontent/uploads/2014/10/GG_v8n3.pdf>. Acesso em: 1 dez 2015.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Diretoria de
Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos
e Análises da Dinâmica Demográfica. Projeção da população do Brasil por sexo e
idade para o período 2000-2060. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em:
<http://downloads.ibge.gov.br/downloads_estatisticas.htm>. Acesso em: 1 fev. 2017.
MASUD, T. et al. European undergraduate curriculum in geriatric medicine
developed using an international modified Delphi technique. Age and Ageing,
London, v. 43, n. 2, p. 695-702, Mar. 2014.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Relatório mundial de
envelhecimento e saúde. Genebra, 2015. 30 p. Disponível em: <http://apps.who.
int/iris/bitstream/10665/186468/6/WHO_FWC_ALC_15.01_por.pdf>. Acesso em: 1
dez. 2015.

31

PATI, S. et al. Teaching of geriatric health in India: mapping the terrain. Gerontology
& Geriatrics Education, Austin, v. 38, n. 1, p. 92-103, Sep. 2016.
SAMARA, E. M.; TUPY, I. S. S. T. A leitura crítica do documento. In: ______.
História & documento e metodologia da pesquisa. Belo Horizonte: Autêntica;
2007.
SILVEIRA, R. E. D. et al. Gastos relacionados a hospitalizações de idosos no Brasil:
perspectivas de uma década. Einstein, São Paulo, v. 11, n. 4, p. 514-520, out./dez.
2013.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS. Faculdade de Medicina. Projeto
Pedagógico do Curso de Medicina - PPC. Maceió, 2013. Disponível em:
<http://www.ufal.edu.br/estudante/graduacao/projetos-pedagogicos/campusmaceio/medicina-2013.2>. Acesso em: 1 dez. 2015.

32

3

PRODUTO 1 – INSTRUMENTOS PARA ANÁLISE DE PROJETO
PEDAGÓGICO DO CURSO (PPC) ACERCA DE CONTEÚDOS DE
INTERESSE

3.1

Introdução
A formação médica no século XXI é tarefa de extrema complexidade, exigindo

profunda reflexão mundial (MARTINS, 2006). No Brasil, a reformulação do ensino
médico brasileiro iniciou-se em 1991 (MACHADO, 1999), auxiliada em 1996 pela Lei
n. 9.394 de 20 de dezembro, de diretrizes e bases para a educação nacional,
(BRASIL, 1996). O antigo currículo mínimo foi substituído por diretrizes curriculares
para o curso de medicina, promulgadas em 2001 (BRASIL, 2014; MARTINS, 2006).
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do Curso de Medicina foram
atualizadas em 2014. Nelas encontramos o perfil do egresso, que deverá ter
[...] formação geral, humanista, crítica, reflexiva e ética, com
capacidade para atuarnos diferentes níveis de atenção à saúde, com
ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da
saúde, nos âmbitos individual e coletivo, com responsabilidade social
e compromisso com a defesa da cidadania, da dignidade humana, da
saúde integral do ser humano e tendo como transversalidade em sua
prática, sempre, a determinação social do processo de saúde e
doença. (BRASIL, 2014).

O perfil do egresso exige, desse modo, conhecimentos diversos que por anos
foram abordados de modo deficitário ou mesmo não abordados nas graduações
médica, como cultura e saúde afro-brasileira e indígena. Um dos desafios principais
é pensar a formação como um todo integrado e não como soma de conteúdos das
diversas disciplinas e especialidades médicas.1 Os docentes de medicina tem o
papel de selecionar o que é realmente relevante em sua área para formação geral
proposta.1
Propõe-se, deste modo, ferramentas que possam auxiliar na identificação de
conteúdos específicos numa matriz curricular médica, através da análise documental
do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) (UNVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS,
2013). Esperamos contribuir para que conteúdos relevantes para a formação médica
sejam buscados e, quando não encontrados ou inadequados, se ofereçam
sugestões para sua inclusão ou adequação.

33

3.2

Objetivo
Fornecer instrumentos para análise documental do PPC de graduação médica

acerca de conteúdos de interesse.
3.3

Metodologia
Os instrumentos foram desenvolvidos a partir da metodologia para análise

documental do PPC do curso de medicina sobre conteúdos de geriatria e
gerontologia. Foi criada uma tabela onde conteúdos de interesse podem ser
dispostos nas primeiras colunas, reservando as colunas seguintes para a análise do
PPC com trechos do documento que permitam inferir se o conteúdo é previsto, as
localização ou sugestão de localização na matriz curricular e observações.
3.4

Público Alvo
Docentes,

Núcleos

Docentes

Estruturantes

e

demais

instâncias

administrativas de um curso médico, além de pesquisadores de ensino na
saúde,interessados em análise documental do PPC de medicina sobre conteúdos
específicos na matriz curricular.
3.5

Procedimentos
Em forma de tabela procura-se organizar, nas primeiras colunas, as

categorias de análise (grupamentos de conteúdos) e unidades de registro
(conteúdos específicos) que serão buscados no PPC analisado. As categorias de
análise e unidades de registro são determinadas através da análise de documentos
de base acerca dos conteúdos de interesse (Ex.: diretrizes da Sociedade Brasileira
de Geriatria e Gerontologia sobre conteúdo de disciplinas/módulos relacionados ao
envelhecimento). Buscam-se, então, trechos do PPC que permitam inferir se o
conteúdo é abordado de modo completo ou parcial e sua localização na matriz
curricular. Não sendo entrados, considera-se o conteúdo como não abordado e
pode-se sugerir sua alocação.

Instrumentos

Unidade de Registro&

Unidades de contexto£ / Citações

Sugestões

Unidades de
contexto

Abordagem
total ou
parcial?*

Período

Eixo de
ensino

Disciplina /
Módulo / Setor
envolvido

&

Passível de Observações /
abordagem?&
Sugestões

Notas:* Se há previsão na matriz curricular de abordagem total ou parcial da Unidade de Registro (conteúdo mínimo avaliado). / Se o conteúdo mínimo
avaliado (Unidade de Registro), não sendo encontrado na análise do PPC, pode ser incluído na matriz curricular já existente;
Categoria de análise: categoria(s) geral(is) de conteúdo(s) de interesse(S) – baseada(s) em documento(s) auxiliar(es) (diretrizes, currículos pré-existentes,
consensos de especialistas, etc.)
Unidade de Registro: conteúdo(s) mínimo(s) de interesse necessário(s) à graduação – baseado(s) em domumento(s) auxiliar(es) (diretrizes, currículos préexistentes, consensos de especialistas, etc.)
Unidade de Contexto: Trechos da Matriz Curricular presente no Projeto Pedagógico do Curso que permitam codificar unidades de registro específicas
Referência(s) adotada(s):

Fonte: Autor (2017).

Unidade de
Registro

Tabela 7 - Instrumento 2: Análise documental do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de graduação acerca de conteúdos de
interesse - ciclo teórico-prático.

Categoria de
Análise

3.6.2

Notas:* Categoria de análise: Categoria geral do conteúdo de interesse (Ex.: Envelhecimento humano) / &Categoria de Registro: Conteúdo de interesse a ser
identificado no texto (Ex.: Transição demográfica) / £ Unidade de Contexto: Trechos do Projeto Pedagógico do Curso que permitam codificar unidades de
registro.

Fonte: Autor (2017).

Categoria de Análise*

3.6.1 Tabela 6 -Instrumento1: Análise estrutural do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de graduação acerca de conteúdos de
interesse: embasamento e justificativa do ensino.

3.6

34

34

Categoria de
Análise

Unidades de
contexto

Abordagem total
ou parcial?*

Período

Estágio

&

Passível de
&
introdução?

Obserações /
Sugestões

Notas: * Se há previsão na matriz curricular de abordagem total ou parcial da Unidade de Registro (conteúdo mínimo avaliado). / Se o conteúdo mínimo
avaliado (Unidade de Registro), não sendo encontrado na análise do PPC, pode ser incluído na matriz curricular já existente;
Categoria de análise: categoria(s) geral(is) de conteúdo(s) de interesse(S) – baseada(s) em documento(s) auxiliar(es) (diretrizes, currículos pré-existentes,
consensos de especialistas, etc.)
Unidade de Registro: conteúdo(s) mínimo(s) de interesse necessário(s) à graduação – baseado(s) em domumento(s) auxiliar(es) (diretrizes, currículos préexistentes, consensos de especialistas, etc.)
Unidade de Contexto: Trechos da Matriz Curricular presente no Projeto Pedagógico do Curso que permitam codificar unidades de registro específicas
Referência(s) adotada(s):

Unidade de
Registro

Tabela 8 - Instrumento 3:Análise documental do Projeto Pedagógico do Curso de graduação acerca de conteúdos de
interesse-estágio(s)supervisionado(s)

Fonte: Autor (2017).

3.6.3

35

35

36

REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília,
DF. 23 dez.1996, p. 27833.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior.
Resolução CNE/CES n. 4, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares
Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 nov. 2001. Seção 1, p. 38.
MACHADO, J. L. M. A participação da ANDES-SN na CINAEM: o processo de
transformação das escolas médicas brasileiras. Interface (Botucatu), Botucatu, v. 3,
n. 5, p. 177-180, ago. 1999.
MARTINS, M. de A. Ensino médico. Revista da Associação Médica Brasileira,
São Paulo, v. 52, n. 5, p. 282, 2006.

37

4

PRODUTO 2 – PLANO EXECUTIVO PARA INTRODUÇÃO DE
CONTEÚDOS MÍNIMOS DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA NA MATRIZ
CURRICULAR DO CURSO MÉDICO DA UFAL

4.1

Introdução
A expectativa de vida mundial vem aumentando nas últimas décadas. Hoje,

pela primeira vez na história, a maioria das pessoas espera viver até 60 anos ou
mais (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2015). O Brasil, assim como outros
países em desenvolvimento, vem envelhecendo em ritmo acelerado, especialmente
a partir da década de 1960 (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRÁFIA E
ESTATÍSTICA, 2000). Em 2010 alcançamos 19,6 milhões de pessoas com mais de
60 anos e, em 2030, teremos 41,5 milhões de idosos, suplantando o número de
jovens com menos de 15 anos (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRÁFIA E
ESTATÍSTICA, 2013).
Fica evidente o crescente desafio dos cuidados com a saúde dos nossos
idosos. Entre 2002 e 2011 Silveira e col., coletando dados do DATASUS,
demonstraram que, apesar dos idosos corresponderem a 16,11% das internações
hospitalares, consumiram 36,47% dos recursos pagos pelo Sistema Único de Saúde
(SILVEIRA et al., 2013). Nesse panorama as escolas médicas, assim como as
demais escolas da área de saúde, não podem omitir de sua formação habilidades
mínimas em geriatria e gerontologia que serão cada vez mais requisitadas na rotina
médica. No ano de 2014, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)
lançou diretrizes sobre conteúdos mínimos acerca do envelhecimento para cursos
de medicina no Brasil (GALERA et al., 2014).
Ao realizarmos análise documental no Projeto Pedagógico do Curso (PPC),
versão 2013, de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), encontramos
uma lacuna no ensino de conteúdos mínimos em geriatria e gerontologia. Dentre 71
conteúdos elencados pelas diretrizes da SBGG, observamos previsão para
abordagem de 13, apenas quatro de maneira completa. Buscamos, de posse de tais
dados, apresentarmos sugestões para introdução ou adequação de conteúdos.
É importante situar o documento analisado como processo histórico e
propositivo. A versão de 2013 do PPC é uma versão atualizada, porém não
encontramos as justificativas para tal atualização (apesar de claramente ser

38

necessária), assim como não há o resgate das versões anteriores com realce para o
que diferencia a atual. O texto é bem escrito e dividido. Situa a faculdade
historicamente, assim como nos fornece um panorama epidemiológico nacional,
regional e local com dados sobre os serviços públicos de saúde existentes e, por
conseguinte, cenários de aprendizagem prática. A versão surgida entre os anos de
2001 e 2005 foi base para a reestruturação curricular posta em prática em 2005 da
FAMED-UFAL, sendo amplamente discutida entre docentes, discentes, técnicos,
setores da sociedade, conselhos de classe e gestores.
A comissão responsável pela atualização do PPC foi composta por 18
componentes, nenhum com formação em geriatria ou gerontologia, o que pode
justificar, em parte, a falta do aprofundamento necessário aos tópicos relacionados
ao envelhecimento populacional, assim como a lacuna dos conteúdos mínimos em
ementas e planos de aula.
4.2

Objetivo
Apresentar, ao Núcleo Docente Estruturante (NDE) e demais instâncias

administrativas da Faculdade de Medicina (FAMED) da UFAL um plano executivo
para introdução ou adequação de conteúdos mínimos em geriatria e gerontologia.
4.3

Metodologia
Através de análise documental do PPC de medicina da UFAL (versão 2013) e

planos de aula, com base nas diretrizes da SBGG acerca de conteúdos mínimos em
geriatria e gerontologia, identificaram-se conteúdos que necessitam de adequação
ou inclusão na matriz curricular. Os resultados foram dispostos em tabela com
sugestão de ajuste ou alocação de conteúdos mínimos e observações pertinentes.
4.4

Procedimentos
Na primeira coluna estão dispostos os conteúdos mínimos em geriatria e

gerontologia necessários à graduação médica. A segunda coluna avalia se o
conteúdo específico é abordado na matriz curricular existente. Sendo abordado, nas
colunas seguintes há menção ao período, eixo e disciplina onde é encontro,
havendo observações para adequação se há dúvidas na abordagem ou sugestões
para adequações. Não sendo abordado, avalia-se se há possibilidade de adequação

39

na matriz existente e a sugestão para sua alocação com observações pertinentes.
Os conteúdos que necessitam de reestruturação da matriz curricular são sinalizados.
4.5

Público Alvo
NDE da FAMED-UFAL e demais instâncias administrativas.

Plano Executivo

Não

Não

Estresse oxidativo e o
envelhecimento

Farmacologia no processo de
envelhecimento
Sim

Não

Sim

Não

Não

Não
Sim

Sim

Não

Parcial

-

Total

Modificações anatômicas,
funcionais e psicológicas no
processo de envelhecimento
Imunossenescência

Sim

Não

Estudo da velhice: histórico e
conceitos
Epidemiologia do
envelhecimento
Promoção de saúde e qualidade
de vida no idoso
Teorias Biológicas do
envelhecimento

Se não, pode ser
incluído na
matriz existente?

Abordado?

Conteúdo Mínimo

3

1a4

4

1a4

1a4

3e4

2

ETPI

-

ETPI

BMF e
ETPI

-

EAPMC

EAPMC

Princípios da
Farmacologia

-

Anatomia,
fisiologia, SI,
psicologia médica
Agressão e defesa
1 - Imunologia

-

SS 3 e 4

SS 2

Se não abordado, sugestão para
abordagem
Período
Eixo
Disciplina - Módulo
- Setor
1a4
EAPMC
SS

(continua)

Poderia ser abordado nos períodos
iniciais, juntamente com teorias
biológicas do envelhecimento.
Provavelmente necessita reestruturação
Farmacologia no envelhecimento
poderia ser abordado em Princípios de
Farmacologia e Iatrogenia para URM

Poderiam ser abordadas nos primeiros
períodos, mas possivelmente necessária
reestruturação curricular
Psicologia médica lista aspectos
psicológicos como objetivo, mas não há
nos conteúdos programáticos
-

Incluir tema específico para idosos

Poderia ser abordado juntamente com
transição demográfica e epidemiológica
-

Observações

Faculdade de Medicina - ciclo teórico-básico (1º a 8º semestres) - Universidade Federal de Alagoas

4.6.1 Quadro 1 - Plano executivo para introdução de conteúdos mínimos em geriatria e gerontologia na matriz curricular da

4.6

40

40

Não
Não
Parcialmente

Não

Não
Não

Parcial

Não

Parcial

Não

Terapias
antienvelhecimento:
ineficácia comprovada pela
medicina baseada em
evidência
Gigantes da Geriatria
Instabilidade postural e
quedas no idoso
Incontinência urinária e fecal

Iatrogenia

Insuficiência Cognitiva

Síndrome de imobilização e
úlceras por pressão
Parcialmente

Sim

Sim

Sim

Não

Ciclo sono-vigília no idoso

Se não, pode
ser incluído na
matriz
existente?
Sim

Abordado?

Conteúdo Mínimo

5 ou 7

6e8

7

4a8
2?, 4 a
8
6

3

ETPI

ETPI

ETPI

ETPI
ETPI /
EAPMC?
ETPI

ETPI

cirurgia vascular (5o
período, SAI 1) ou
Dermatologia (7o
período, SAI 5)

SAI 2 - Neurologia;
Psiquiatria de
Urgência

SAI4: URM

SAI 2 (urologia)

SAI
SAI; SS2?

Princípios da
Farmacologia

Se não abordado, sugestão para
abordagem
Período
Eixo
Disciplina - Módulo Setor
6
ETPI
SAI 2 - Neurologia

(continuação)

Incontinência urinária abordada em
urologia. Incontinência fecal não abordada
e não passivel de abordagem na estrutra
curricular existente
Possivelmente mais apropriado em SAI4
quando aborda URM.
O tema é um pouco mais amplo que
apenas demências, possivelmente
necessite de espaço mais amplo de
discussão. Abordagem separada de
delirium em psiquiatria não facilita
associação
Pode ser abordado úlceras de decúbito
em cirurgia vascular (5o período, saúde do
adulto e do idoso 1) ou Dermatologia (7o
período, Saúde do adulto e do idoso 5).
Síndrome do imobilismo necessita espaço
específico para abordagem

Provavelmente necessária reestruturação
Provavelmente necessária reestruturação

Pode ser abordado em neurologia, que já
aborda distúrbios de sono.
-

Observações

Quadro 1 - Plano executivo para introdução de conteúdos mínimos em geriatria e gerontologia na matriz curricular da
Faculdade de Medicina - ciclo teórico-básico (1º a 8º semestres) - Universidade Federal de Alagoas

41

41

Sim
Não

Não
Não
Não

Não

Sim

Não

Atividades de Vida Diária: Atividades
Básicas de Vida Diária (Escalas de Katz e
Barthel) e Atividades Instrumentais de
Vida Diária (Escalas de Lawton e Pfeffer)
Avaliação cognitiva: Mini Exame do
Estado Mental (MEEM), teste do desenho
do Relógio, Fluência Verbal
Avaliação do humor
: Escala Geriátrica de Depressão (GDS)
Antropometria básica do idoso e
Miniavaliação nutricional

Avaliação Geriátrica Ampla

Sim

Não

Exame físico do idoso

Sim

Sim

Sim

Não

Peculiaridades da comunicação com o
idoso

Se não, pode ser
incluído na
matriz existente?

Abordado?

Conteúdo Mínimo

4

-

6

4e6

4

4

ETPI

-

ETPI

ETPI

ETPI

ETPI

SI

SAI 2 Psiquiatria
-

SI; SAI 2 Neurologia

SI –
Semiologia
do Adulto

SI –
Semiologia
do Adulto

Se não abordado, sugestão para
abordagem
Período
Eixo
Disciplina Módulo Setor
3
EAPMC
SS 3

(continuação)

Provavelmente necessária
reestruturação da matriz curricular.
Poderia ser realizada atividade
interdisciplinar com a nutrição
Pode ser abordado em semiologia
médica.

Pode ser introduzido em semiologia
do adulto, ou em neurologia quando
abordadas Demências.
-

SS 3 seria um bom espaço, que já
aborda comunicação, mas sem
conteúdo específico para idoso.
Semiologia seria espaço apropriado,
mas poderia ter espaço de
discussão específico para reforço
positivo em períodos posteriores.
-

Observações

Quadro 1 - Plano executivo para introdução de conteúdos mínimos em geriatria e gerontologia na matriz curricular da
Faculdade de Medicina - ciclo teórico-básico (1º a 8º semestres) - Universidade Federal de Alagoas

42

42

Sim
Sim
Sim

Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim

Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Parcial

Cuidador de idosos

Sistemas formais de suporte social
Sistemas informais de suporte
social
Fatores de risco que levam à
institucionalização
Modalidades de Instituição de
Longa Permanência
Instituição de longa permanência
padrão
Ortotanásia, eutanásia, distanásia,
mistanásia

Não

Sim

Não

Multidisciplinaridade e
interdisciplinaridade
Conferência de Saúde, Conselho de
Idosos e Políticas de Atenção ao
Idoso
Estrutura de assistência à pessoa
idosa no Brasil
Maus tratos e a legislação

Se não, pode ser
incluído na matriz
existente?

Abordado?

Conteúdo Mínimo

3

5 e/ou 5

4 e/ou 5

3 e/ou 5

1 e/ou 5
2 e/ou 5

-

1, 2 ou
6
6

6 ou 7

EDP

ERP 3

SS 1 ou 9

SS 1 ou 8

EAPMC
EAPMC

SS 1 ou 7

SS 1 ou 5
SS 1 ou 6

SS 5 e
Medicina
Legal
-

SS 1, 2 e 5

SS 5 e/ou 6

EAPMC

EAPMC
EAPMC

-

EAPMC

EAPMC

EAPMC

Se não abordado, sugestão para
abordagem
Período
Eixo
Disciplina Módulo Setor
2
EAPMC
SS 2

(continuação)

Incluir mistanásia, não prevista

Pode incluir conteúdos específicos

Pode incluir conteúdos específicos

Pode incluir conteúdos específicos

Não há espaço específico para essa
discussão. Seria necessária
reestruturação da matriz curricular
Pode incluir conteúdos específicos
Pode incluir conteúdos específicos

Incluir conteúdo específico sobre
assistência à pessoa idosa
Pode incluir violência contra a pessoa
idosa e legislação específica

Previsto na ementa, mas sem
conteúdo programático específico
Incluir legislações e políticas
específicas para idosos

Observações

Quadro 1 - Plano executivo para introdução de conteúdos mínimos em geriatria e gerontologia na matriz curricular da
Faculdade de Medicina - ciclo teórico-básico (1º a 8º semestres) - Universidade Federal de Alagoas

43

43

Sim
Sim
Sim

Não
Não
Não
Não
Não

Cuidados paliativos

Finitude: ética e bioética

Testamento vital:
considerações éticas
Resolução do Conselho
Federal de Medicina, códico
de ética médica
Saúde e espiritualidade
Fonte: Autor (2017).

Notas: ETPI = Eixo Teórico Prático Integrado
EDP = Eixo de Desenvolvimento Pessoal
EAPMC = Eixo de aproximação à Prática Médica e Comunidade
BMF = Bases Morfofuncionais
SS = Saúde e Sociedade
SI = Semiologia Integrada
ERP = Ética e Relações Psicossociais
SAI = Saúde do Adulto e do Idoso
URM = Uso Racional de Medicamentos

Sim

Não

Sim

Total

Paciente com doença terminal

Se não, pode ser
incluído na matriz
existente?

Abordado?

Conteúdo Mínimo

1a3

8

7

7

-

EDP

EDP

EDP

EDP

-

ERP 1 a 3

Deontologia

Deontologia

Deontologia

-

Se não abordado, sugestão
para abordagem
Período Eixo
Disciplina Módulo - Setor
3
EDP
ERP 4

(conclusão)

Há conteúdo de paciente terminal, não
detalha se especificamente o idoso também é
contemplado
Em EDP são abordados conceitos, mas
indicações, controle de sintomas entre outros
necessitariam de espaço próprio.
Pode já ser abordado, mas não há menção
em PPC ou conteúdos programáticos
Pode já ser abordado, mas não há menção
em PPC ou conteúdos programáticos
Pode já ser abordado, mas não há menção
em PPC ou conteúdos programáticos

Observações

Quadro 1 - Plano executivo para introdução de conteúdos mínimos em geriatria e gerontologia na matriz curricular da
Faculdade de Medicina - ciclo teórico-básico (1º a 8º semestres) - Universidade Federal de Alagoas

44

44

Sim

Sim

Sim

Sim

Não

Não

Não

Não

Não

Não

Revisão de anamnese, exame físico,
escalas e testes de avaliação
multidimensional do idoso (avaliação
funcional, cognitiva básica, do humor,
nutricional básica, equilíbrio e marcha)

Impacto das alterações relacionadas ao
processo de envelhecimento na seleção e
dose de medicamentos
Identificação das medicações
consideradas inadequadas ao idosos
(Critérios de Beers)
Prescrição adequada do paciente idoso

Iatrogenia medicamentosa

Reserva funcional do idoso e importância
no desencadeamento de doenças

Sim

Sim

Se não, pode
ser incluído na
matriz
existente?

abordado?

Conteúdo

11

9 e 11

9 e 11

9 e 11

9 e 11

11 e 12

CM 1

SM / CM
1e2

SM / CM
1e2

SM / CM
1e2

SM / CM
1e2

CM 1 e 2
/ ER

Se não abordado,
sugestão para
abordagem
Período
Estágio

Poderia ser objetivo do estágio de Clínica média 1 e/ou CM 2. Poderia
também ser abordado no estágio de saúde mental, visto a grande
variedade de medicações inapropriadas psiquiátricas.
Poderia ser objetivo do estágio de Clínica média 1 e/ou CM2. Poderia
também ser abordada em saúde mental, com discussão sobre drogas
mais seguras a serem prescritas ao idoso.
Poderia ser objetivo do estágio de Clínica média 1 e/ou CM2.
Abordagem no estágio de saúde mental seria proveitoso, já que reação
adversa a medicações são comuns.
O conteúdo poderia facilmente ser abordado em alguns estágios, os de
clínica médica seria, provavelmente, o mais indicado. Em Clínica Médica
1 - Pg90 - quanto a metas a serem cumpridas, poderia ver possibilidade
de incluir acompanhamento de grupo de idosos. Há referência a
ambulatório de apoio à geriatria - Clinica Médica 1 - Página 88 - mas não
há objetivos específicos

Abordagem na CM 1 e 2 e saúde mental também seria de extrema
importância.

Cada estágio pode abordar tópico pertinente (Ex.: Avaliação cognitiva e
humor na saúde mental, avaliação nutricional na Clínica Médica,
avaliação funcional em Clínica Médica e estágio rural, entre outros). Os
estágios que poderiam abordar avaliação global - Clinica Médica 1 e 2 e
estágio rural.

Observações

(continua)

4.6.2 Quadro 2 - Plano executivo para introdução de conteúdos mínimos em geriatria e gerontologia na matriz curricular da
Faculdade de Medicina – estágio supervisionado (9º a 12º semestres - internato) - Universidade Federal de Alagoas

45

45

Sim

Sim

Não

Não

Testes e escalas de avaliação de
equilíbrio, marcha e risco de
quedas
Exame neurológico direcionado
para distúrbios de marcha e
quedas
Sim

Sim

Parcial

Diagnóstico e manuseio de
desidratação, BCP, ITU,
Incontinência Urinária,
síndrome coronariana aguda e
crônica no idoso

Não

Sim

Não

Apresentação atípica de
desidratação, BCP, ITU,
Incontinência Urinária, Abdome
agudo, SCA

Quedas: fatores de risco, causas,
consequências e prevenção

Se não, pode
ser incluído na
matriz
existente?

abordado?

Conteúdo

9, 11 e
12

11

11

9 e 11

9 e 11

UE / CM 1
e 2 / ER

CM 2

CM 1

UE / CM 1
e2

UE / CM 1
e2

Se não abordado,
sugestão para
abordagem
Período
Estágio

Poderia ser abordado especialmente no estágio de CM1, atenção básica.
Poderia também ser abordado em estágio de urgência e emergência, como
prevenção a quedas.
Abordagem preferencial estágio de CM2 com apoio da neurologia ou CM1.
Poderia também ser abordado em estágio de urgência e emergência para
avaliação de idosos com queda (tanto avaliação de risco quando avaliação de
complicações).
Abordagem no estágio de urgência e emergência, palco de atendimento de
idosos com queda e suas consequências, seria facilitada. Em pg72,
conhecimentos de ortopedia, cita apenas fratura em idosos. Em pg 72 são
previstas grupos de discussão ou mesas redondas para discussão de temas
específicos, poderia incluir "Quedas em idosos". Estágios de CM1 e Rural
seriam bons locais também

Os idosos certamente estão incluídos, mas conjuntamente com adultos.
Poderia explitar tais diferenças de manejo, considerando peculiaridades dos
idosos. Infecção Urinária e Desidratação não são mencionados.

Poderiam ser discutidos nos estágios de urgência e emergência e clínica
médica (1 e 2).

Observações

(continuação)

Quadro 2 - Plano executivo para introdução de conteúdos mínimos em geriatria e gerontologia na matriz curricular da
Faculdade de Medicina – estágio supervisionado (9º a 12º semestres - internato) - Universidade Federal de Alagoas

46

46

Sim

Sim

Não
Parcial

Parcial

Não

Não

Parcial

Déficit cognitivo: avaliação e principais
causas no idoso

Definição e diferenças clínicas entre
depressão, demência e delirium

Formulação de diagnóstico diferencial
em um paciente que exibe Delirium,
depressão ou demência

Manuseio de urgência no paciente com
agitação psicomotora (principalmente
nos casos de Delirium, demência e
depressão, exceto risco importante de
suicídio)

Tratamento farmacológico de
depressão e delirium em idosos

Tratamento não farmacológico de
Delirium, demência e depressão

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não

Hipotensão ortostática, tontura e
síncope no idoso

Se não, pode
ser incluído na
matriz
existente?

abordado?

Conteúdo

9 e 11

9, 11 e
12

9 e 11

9 e 11

9 e 11

11

11

SM / UE /
CM 1 e 2

SM / EU /
CM 1 e 2 /
ER

SM / UE /
CM 1 e 2

SM / CM 1
e2

SM / CM 1
e2

CM 1 e 2

CM 1 e 2

Se não abordado,
sugestão para
abordagem
Período
Estágio

Poderia ser abordado no estágio de urgência e emergência, nos
conhecimentos em clínica médica, já que serviços de urgência é campo
vasto de admissão de idosos com quadro confusional agudo.
Considerações sobre Delirium, depressão em demência em idosos
também poderiam ser abordados no estágio de saúde mental e CM 2 habilidades em neurologia
Tratamento de delirium poderia ser abordado no estágio de urgências
e emergências, clínica médica, saúde mental. Tratamento de depressão
nos estágios de clínica médica, saúde mental e, inclusive, estágio
rural/atenção básica.
Estágio de CM2 - Neuro - aborda apenas demência. Demais conteúdos
que poderiam facilmente ser abordados nos estágios de Saúde mental,
CM1 e CM2 (CM1 poderia abordar demência e depressão para atenção
básica). O estágio de Urgência e emergência poderia também abordar
tratamento não farmacológico de delirium.

Neurologia aborda apenas demência. Poderiam ser adicionados demais
conteúdos, e abordados também nos estágios de CM 1 - atenção básica
- e Saúde Mental
Neurologia aborda apenas demência. Poderiam ser adicionados demais
conteúdos, e abordados também nos estágios de CM 1 - atenção básica
- e Saúde Mental

Poderiam ser adicionados as Estágios de CM 1 e 2

Poderiam ser adicionados as Estágios de CM 1 e 2 (especialmente 2)

Observações

(continuação)

Quadro 2 - Plano executivo para introdução de conteúdos mínimos em geriatria e gerontologia na matriz curricular da
Faculdade de Medicina – estágio supervisionado (9º a 12º semestres - internato) - Universidade Federal de Alagoas

47

47

Parcial

Não

Manuseio das principais alterações
cardiovasculares no idoso (HAS, Insuficiência
coronariana aguda e crônica, insuficiência cardíaca,
Acidente Vascular Encefálico), Diabetes Mellitus,
dislipidemia e hipotireoidismo clínico e subclínico
Principais definições e princípios dos cuidados
paliativos
Não
Não
Não
Não

Não

Total(?)

Orientação preventiva geriátrica

Principais indicações de cuidados paliativos
Comunicação de Más Notícias (Protocolo SPIKE)
Dor e Sintomas prevalentes em Cuidados Paliativos
Necessidades do idoso ao fim de vida e atuação
interdisciplinar

Sim

Não

Qualidade de vida na velhice

Não
Não
Não
Não

-

Sim

Sim

Não

Rastreio em idosos: câncer, doença cardiovascular
e Diabetes Mellitus

Se não, pode
ser incluído na
matriz
existente?

abordado?

Conteúdo

11
11
11
11

11

11

12

11 e 12

11 e 12

CM 2
CM 2
CM 2
CM 2

CM 2

CM 1 e 2

ER

CM 1 e 2
/ ER

CM 1 e 2
/ ER

Se não abordado,
sugestão para
abordagem
Período
Estágio

Não explicita orientações preventivas em geriatria, poderia
deixar mais explícito ou avaliar se ocorre na prática. Ex.:
explicitar programa de saúde do idoso do MS
Em pg 92 - Estágio CM2 - Cardiologia - objetivos específicos
- Poderia acrescentar HAS, Insuf coronariana e Insuf
Cardíaca, não apresentados. Em Pg 93 - Endocrinologia poderia-se adicionar dislipidemias (ou em cardiologia).
Poderiamtabém ser abordados em CM1
Espaçõs para discussões e práticas necessitariam ser
criados/adequados. Sugestão seria avaliar estágio de OncoCuidados paliativos dentro do estágio de CM2 - CACOM-HU
Idem anterior
Idem anterior
Idem anterior
Idem anterior

Rastreio não é abordado como objetivo específico, apesar
de provavelmente ser abordado em conjunto com a
abordagem de patologias. Poderia incluir com objetivo
específico, especialmente CM1 / Estágio Rural
Estágio de CM 1 e Estágio Rural seriam bons espaços para
discussão

Observações

(continuação)

Quadro 2 - Plano executivo para introdução de conteúdos mínimos em geriatria e gerontologia na matriz curricular da
Faculdade de Medicina – estágio supervisionado (9º a 12º semestres - internato) - Universidade Federal de Alagoas

48

48

Notas: CM = Clínica Médica
ER = Estágio Rural
CCH = Clínica Cirúrgica Hospitalar
SM = Saúde Mental
UE = Urgência e Emergência

Fonte: Autor (2017).

Não

-

Total(?)

Alta hospitalar e orientações para cuidados de
transição

Sim

Não

Riscos da hospitalização - imobilidade, delirium,
efeitos colaterais de medicamentos, úlceras por
pressão, má nutrição, períodos pré e pós
operatório, infecção hospitalar e estratégias de
prevenção
Critérios de internação de idosos em Unidade de
Terapia Intensiva
Sim

Não

Não

Legislação Brasileira e Código de Ética Médica em
relação aos cuidados paliativos

Se não, pode ser
incluído na
matriz
existente?

abordado?

Conteúdo

11

11

9 e 11

11

CM 2

CM 2

CCH / CM
2

CM 2

Se não abordado,
sugestão para
abordagem
Período
Estágio

Já abordado da prática, já que é rotineiro no atendimento
hospitalar, talvez não de maneira organizada. Poderiam
ser facilmente incluídos como objetivos no estágio de
CM2

Poderiam ser incluídos, especialmente, no estágio de
CM2. Estágio de cirurgia não explicita as peculiaridades e
necessidade de manejo diferenciado no idoso cirúrgico /
manejo pré e pós op de idosos. Poderia ser facilmente
incluído
Não fala especificamente em critérios de admissão e alta
para idosos

Idem anterior

Observações

(conclusão)

Quadro 2 - Plano executivo para introdução de conteúdos mínimos em geriatria e gerontologia na matriz curricular da
Faculdade de Medicina – estágio supervisionado (9º a 12º semestres - internato) - Universidade Federal de Alagoas

49

49

50

REFERÊNCIAS
GALERA, S. C. et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
sobre conteúdo de disciplinas/módulos relacionados ao envelhecimento (geriatria e
gerontologia) nos cursos de medicina. Geriatra & Gerontologia, Rio de Janeiro, v.
8, n. 3, p. 148-151, jul./set. 2014. Trabalho apresentado ao XIX Congresso Brasileiro
de Geriatria e Gerontologia em Belém, 2014. Disponível em: <http://sbgg.org.br/wpcontent/uploads/2014/10/GG_v8n3.pdf>. Acesso em: 1 ago. 2016.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Diretoria de
Pesquisas. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos
e Análises da Dinâmica Demográfica. Projeção da população do Brasil por sexo e
idade para o período 2000-2060. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em:
<http://downloads.ibge.gov.br/downloads_estatisticas.htm>. Acesso em: 1 fev. 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Tendências
demográficas no período de 1950/2000. Rio de Janeiro, Disponível em:
<https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/tendencias_demogr
aficas/comentarios.pdf>. Acesso em: 1 fev. 2017.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório mundial de envelhecimento e
saúde. Genebra, 2015. 30 p. Disponível em: <http://apps.who.int/iris/bitstream/
10665/186468/6/WHO_FWC_ALC_15.01_por.pdf>. Acesso em: 1 dez. 2015.
SILVEIRA, R. E. D. et al. Gastos relacionados a hospitalizações de idosos no Brasil:
perspectivas de uma década. Einstein, São Paulo, v. 11, n. 4, p. 514-520, out./dez.
2013.

51

5

CONCLUSÃO GERAL
Como demonstrado, o PPC de 2013 chega a apresentar dados da mudança

epidemiológica e demográfica, explicita o aumento da população idosa, porém não
aprofunda tais temas, não os relaciona com o impacto para os serviços em geral
(especialmente os de saúde) e, portanto, não apresenta justificativas para que o
egresso médico tenha conhecimentos mínimos sobre uma população que fará parte
de sua prática diária. Se não há tal nível de entendimento, também não se
apresentam, nas ementas e conteúdos programáticos, conteúdos mínimos sobre o
envelhecimento humano. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, 2013).
A análise documental do PPC de Medicina FAMED/UFAL, complementada
pela avaliação de planos de aulas com seus respectivos conteúdos programáticos,
revela-nos defasagem no ensino de conteúdos em geriatria e gerontologia. Dentre
as 71 competências elencadas, 13 foram identificadas, sendo seis conteúdos
referentes ao ciclo teórico prático e sete referentes ao estágio supervisionado
(internato). Os tópicos identificados correspondem 18% dos conteúdos mínimos
previstos, muitos abordados de forma incompleta. Apenas quatro (5,6%) conteúdos
tem previsão para abordagem completa, ainda assim dois deles sem menção
específica à população idosa nas fontes analisadas.
O PPC é bem escrito e dividido, contém informações valiosas a respeito da
realidade nacional e local, da história da faculdade, da construção curricular e da
organização do sistema de saúde e espaços de prática. Ao analisar o processo de
construção do PPC, uma possível justificativa para a deficiência de conteúdos
encontrada seria a não participação de profissionais afeitos ao tema do
envelhecimento na comissão de atualização. Apesar da ausência, o envelhecimento
populacional já era alvo de amplas discussões, os dados já eram conhecidos e
houve a introdução da disciplina “Saúde do Adulto e do Idoso”na matriz curricular.
É

de fundamental

importância

que

conteúdos

específicos

sobre

o

envelhecimento humano sejam definidos e implantados, não só em medicina, mas
em todos os cursos da área de saúde. Sendo assim, a ampliação e diversificação de
cenários de aprendizagem, além da qualificação e capacitação docente na área, são
pilares à formação de profissionais que possam atender as necessidades de saúde
da população idosa. Com o presente trabalho buscamos contribuir para esta
implementação na FAMED.

52

A partir da análise apresentada, propõe-se um plano executivo para
introdução de tais competências na matriz curricular da FAMED/UFAL. O plano
executivo será apresentado ao NDE da instituição, com incentivo à sua discussão
com as demais instâncias administrativas da unidade acadêmica.

Apesar da

previsão para abordagem de poucos conteúdos, a maior parte dos que necessitam
inclusão pode ser alocada sem mudanças estruturais na matriz existente.
Para melhor avaliação do internato médico provavelmente seria necessária
entrevista semiestruturada ou técnica Delphi com seus coordenadores, já que não
há planos de aula específicos de cada estágio. Tal estratégia não foi possível na
presente pesquisa.
Acredita-se que os instrumentos de análise elaborados possam auxiliar outras
pesquisas sobre competências mínimas necessárias à graduação. A introdução dos
conteúdos pesquisados no currículo médico da FAMED/UFAL tornará o egresso
mais capacitado para o atendimento global à saúde da comunidade no contexto do
Sistema Único de Saúde, conforme proposto pelas DCN e previsto no Estatuto do
Idoso.

53

REFERÊNCIAS DO TRABALHO ACADÊMICO
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília,
DF. 23 dez.1996, p. 27833.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior.
Resolução CNE/CES n. 4, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares
Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 nov. 2001. Seção 1, p. 38. Disponível em: <
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES04.pdf>. Acesso em: 1 fev. 2017.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior.
Resolução CNE/CES n. 3, de 20 de junho de 2014. Institui Diretrizes Curriculares
Nacionais do Curso de Graduação em Medicina e dá outras providências. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 jun. 2014. Seção 1, p.
8-11. Disponível em: <
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=1587
4-rces003-14&category_slug=junho-2014-pdf&Itemid=30192 >. Acesso em: 1 fev.
2017.
BRASIL, V. J. W.; BATISTA, N. A. O ensino de geriatria e gerontologia na graduação
médica. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v. 39, n. 3, p.
344-351, jul./set. 2015.
GALERA, S. C.; COSTA, E. F. A. Ensino médico em geriatria e gerontologia. In:
FREITAS, E. V.; PY, L. (Ed.). Tratado de geriatria e gerontologia. 4. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
GALERA, S. C. et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
sobre conteúdo de disciplinas/módulos relacionados ao envelhecimento (geriatria e
gerontologia) nos cursos de medicina. Geriatra & Gerontologia, Rio de Janeiro, v.
8, n. 3, p. 148-151, jul./set. 2014. Trabalho apresentado ao XIX Congresso Brasileiro
de Geriatria e Gerontologia em Belém, 2014. Disponível em: <http://sbgg.org.br/wpcontent/uploads/2014/10/GG_v8n3.pdf>. Acesso em: 1 ago. 2016.
GORDON, A. L. et al. UK medical teaching about ageing is improving but there is still
work to be done: the Second National Survey of Undergraduate Teaching in Ageing
and Geriatric Medicine. Age and Ageing, London, v. 43, n. 2, p. 293-297, Dec. 2013.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Evolução da
mortalidade. Rio de Janeiro, 2000. Disponível em
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/tabuadevida/evolucao_da_morta
lidade.shtm>. Acesso em: 1 fev. 2017.

54

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE).Projeção da
população do Brasil por sexo e idade para o período 2000-2060. Rio de Janeiro,
2013. Disponível em: <http://downloads.ibge.gov.br/downloads_estatisticas.htm>.
Acesso em: 7 jul. 2016.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Tábua
completa de mortalidade. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/tabuadevida/2012/default.shtm.
Acesso em: 1 nov. 2016.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Tendências
demográficas no período de 1950/2000. Rio de Janeiro, Disponível
em:<https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/tendencias_de
mograficas/comentarios.pdf>. Acesso em: 2 out. 2016.
MACHADO, J .L. M. A participação da ANDES-SN na CINAEM: o processo de
transformação das escolas médicas brasileiras. Interface (Botucatu), Botucatu, v. 3,
n. 5, p. 177-180, ago. 1999. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/icse/v3n5/25.pdf >. Acesso em: 2 out. 2016.
MARTINS, M. de A. Ensino médico. Revista da Associação Médica Brasileira,
São Paulo, v. 52, n. 5, p. 282, 2006. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/ramb/v52n5/a02v52n5.pdf>. Acesso em: 2 out. 2017.
MASUD, T. et al. European undergraduate curriculum in geriatric medicine
developed using an international modified Delphi technique. Age and Ageing,
London, v. 43, n. 2, p. 695-702, Mar. 2014.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Relatório mundial de
envelhecimento e saúde. Genebra, 2015. 30 p. Disponível em:
<http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/186468/6/WHO_FWC_ALC_15.01_por.pdf>
Acesso em: 1 dez. 2015.
PATI, S. et al. Teaching of geriatric health in India: Mapping the terrain. Gerontology
& Geriatrics Education, Austin, v. 38, n. 1, p. 92-103, Sep. 2016.
SAMARA, E. M.; TUPY, I. S. S. T. A leitura crítica do documento. In: ______. História
& documento e metodologia da pesquisa. Belo Horizonte: Autêntica; 2007.
SILVEIRA, R. E. D. et al. Gastos relacionados a hospitalizações de idosos no Brasil:
perspectivas de uma década. Einstein, São Paulo, v. 11, n. 4, p. 514-520, out./dez.
2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/eins/v11n4/19.pdf >. Acesso em: 10
mar. 2015.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS. Faculdade de Medicina. Projeto
Pedagógico do Curso de Medicina - PPC. Maceió, 2013. 239 p. Disponível em:
<http://www.ufal.edu.br/estudante/graduacao/projetos-pedagogicos/campusmaceio/medicina-2013.2>. Acesso em: 1 dez. 2015.

55

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Envelhecimento ativo: uma política de
saúde. Tradução Suzana Gontijo. Brasília, DF: Organização Pan-Americana da
Saúde, 2005. 62 p. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/envelhecimento_ativo.pdf>. Acesso em:
1 dez. 2015.

56

APÊNDICES

Observações / Sugestões
Não trás maiores detalhes sobre o
envelhecimento populacional experimentado
pelo Brasil e Alagoas. Não faz ligação com
transição epidemiológica e demográfica
Utiliza a transição demográfica e
epidemiológica apenas para justificar os
dados de razão de dependência, não dando
maior importância ao envelhecimento
populacional em si
Cita as principais causas de óbito, mais
abaixo no texto também fala da mortalidade
por causas externas e neoplasias, mas não
fala da transição epidemiológica ocorrida e
como isso também afeta o envelhecimento
populacional

Unidades de contexto / Citações
Pg 23, 2o parágrafo: "Quando observada a população idosa pelo
índice de envelhecimento, verifica-se que há uma forte tendência
de crescimento significativo da população nessa faixa etária,
observado tanto para o Brasil (R2=0,918), quanto para o Nordeste
(R2=0,899) e Alagoas (R2=0,818)"
Pg 24, 2o parágrafo: "A razão de dependência apresenta uma
forte tendência significativa de declínio, tanto no Brasil
(R2=0,818), quanto no Nordeste (R2=0,767) e em Alagoas
(R2=0,815), podendo estar relacionada ao processo de transição
demográfica, caracterizado pelo envelhecimento da população e a
redução nas taxas de fecundidade e natalidade."
Pg 26, terceiro parágrafo - "Nos últimos cinco anos, as causas de
óbitos mais frequentes no Estado de Alagoas foram as Doenças
do Aparelho Respiratório (24.152: 26,85%), seguidas das Causas
Externas de Morbidade e Mortalidade(16.011: 17,80%) e das
Neoplasias (8.182: 9,10%)."

Envelhecimento
populacional

Transição
epidemiológica e
demográfica

Transição
epidemiológica e
demográfica

Envelhecimento
Humano

Envelhecimento
Humano

Envelhecimento
Humano

Unidade de
Registro

Categoria de
Análise

(continua)

APÊNDICE A - ANÁLISE ESTRUTURAL DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO (PPC) DA FACULDADE DE MEDICINA –
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS: EMBASAMENTO E JUSTIFICATIVA DO ENSINO DE CONTEÚDOS
RELACIONADOS AO ENVELHECIMENTO HUMANO.

57

57

Observações / Sugestões

Também não relaciona tal dado com a
transição epidemiológica e demográfica

Não trás maiores detalhes sobre o
envelhecimento populacional
experimentado pelo Brasil e Alagoas.
Não faz ligação com transição
epidemiológica e demográfica

Não faz correlação do dado com a
transição demográfica

Utiliza a transição demográfica e
epidemiológica apenas para justificar os
dados de razão de dependência, não
dando maior importância ao
envelhecimento populacional em si

Unidades de contexto / Citações
Pg 33 - 2o parágrafo - dados de Maceió: "Considerando a série
histórica de indicadores, conforme a tabela 01, percebe-se que a
mortalidade infantil vem diminuindo e o coeficiente de mortalidade
infantil para 2009 foi de 14,16/1.000 nascidos vivos (NV),
apresentando uma leve tendência decrescente, em relação aos anos
de 2004 a 2009. Destaca-se, ainda, a redução dos coeficientes de
mortalidade neonatal, com 10,25/1.000 NV, sendo 8,23/1.000 NV
referentes ao coeficiente de mortalidade neonatal precoce."
Pg 23, 2o parágrafo: "Quando observada a população idosa pelo
índice de envelhecimento, verifica-se que há uma forte tendência de
crescimento significativo da população nessa faixa etária, observado
tanto para o Brasil (R2=0,918), quanto para o Nordeste (R2=0,899) e
Alagoas (R2=0,818)"

Pg 23 - 2o parágrafo - "(...) no período de 2007 a 2011, verifica-se
uma forte tendência de declínio significativo (R2=0,900) no número de
filhos/mulher."
Pg 24, 2o parágrafo: "A razão de dependência apresenta uma forte
tendência significativa de declínio, tanto no Brasil (R2=0,818), quanto
no Nordeste (R2=0,767) e em Alagoas (R2=0,815), podendo estar
relacionada ao processo de transição demográfica, caracterizado pelo
envelhecimento da população e a redução nas taxas de fecundidade
e natalidade."

Unidade de
Registro

Transição
epidemiológica e
demográfica

Envelhecimento
populacional

Transição
epidemiológica e
demográfica

Transição
epidemiológica e
demográfica

Categoria de
Análise

Envelhecimento
Humano

Envelhecimento
Humano

Envelhecimento
Humano

Envelhecimento
Humano

(continuação)

APÊNDICE A - ANÁLISE ESTRUTURAL DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO (PPC) DA FACULDADE DE MEDICINA –
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS: EMBASAMENTO E JUSTIFICATIVA DO ENSINO DE CONTEÚDOS
RELACIONADOS AO ENVELHECIMENTO HUMANO.

58

58

Observações / Sugestões
Cita as principais causas de óbito, mais
abaixo no texto também fala da mortalidade
por causas externas e neoplasias, mas não
fala da transição epidemiológica ocorrida e
como isso também afeta o envelhecimento
populacional
Não trás maiores detalhes sobre o
envelhecimento populacional experimentado
pelo Brasil e Alagoas. Não faz ligação com
transição epidemiológica e demográfica

Também não relaciona tal dado com a
transição epidemiológica e demográfica

Unidades de contexto / Citações
Pg 26, terceiro parágrafo - "Nos últimos cinco anos, as causas de
óbitos mais frequentes no Estado de Alagoas foram as Doenças
do Aparelho Respiratório (24.152: 26,85%), seguidas das Causas
Externas de Morbidade e Mortalidade(16.011: 17,80%) e das
Neoplasias (8.182: 9,10%)."
Pg 23, 2o parágrafo: "Quando observada a população idosa pelo
índice de envelhecimento, verifica-se que há uma forte tendência
de crescimento significativo da população nessa faixa etária,
observado tanto para o Brasil (R2=0,918), quanto para o Nordeste
(R2=0,899) e Alagoas (R2=0,818)"
Pg 33 - 2o parágrafo - dados de Maceió: "Considerando a série
histórica de indicadores, conforme a tabela 01, percebe-se que a
mortalidade infantil vem diminuindo e o coeficiente de mortalidade
infantil para 2009 foi de 14,16/1.000 nascidos vivos (NV),
apresentando uma leve tendência decrescente, em relação aos
anos de 2004 a 2009. Destaca-se, ainda, a redução dos
coeficientes de mortalidade neonatal, com 10,25/1.000 NV, sendo
8,23/1.000 NV referentes ao coeficiente de mortalidade neonatal
precoce."

Unidade de
Registro

Transição
epidemiológica e
demográfica

Envelhecimento
populacional

Transição
epidemiológica e
demográfica

Categoria de
Análise

Envelhecimento
Humano

Envelhecimento
Humano

Envelhecimento
Humano

(continuação)

APÊNDICE A - ANÁLISE ESTRUTURAL DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO (PPC) DA FACULDADE DE MEDICINA –
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS: EMBASAMENTO E JUSTIFICATIVA DO ENSINO DE CONTEÚDOS
RELACIONADOS AO ENVELHECIMENTO HUMANO.

59

59

Adicionado o termo "em todos os
ciclos da vida humana" incluirá
além de atenção à criança e ao
adulto, a atenção ao idoso.

Também aqui poderia adicionar
"em todos os seus ciclos de vida"

Nenhuma unidade de contexto identificada

Pg 44, Objetivos do Curso, 1o parágrafo: "Formar médicos com bases e
conhecimentos suficientes para atender os problemas básicos de
saúde da comunidade regional de acordo com a prevalência, letalidade
e potencial de prevenção, através das ações de Promoção, Proteção,
Intervenção e Reabilitação e Cura, dentro de princípios éticos e
humanos;"
Pg 45, 2o Parágrafo, perfil do Egresso: "O Curso de Graduação em
Medicina tem como perfil do formando egresso/profissional o médico,
com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a
atuar, pautado em princípios éticos, no processo de saúde-doença em
seus diferentes níveis de atenção, com ações de promoção, prevenção,
recuperação e reabilitação à saúde, na perspectiva da integralidade da
assistência, com senso de responsabilidade social e compromisso com
a cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano."

Importância do ensino
de conteúdos sobre
envelhecimento
humano

Importância do ensino
de conteúdos sobre
envelhecimento
humano

Envelhecimento
Humano

Envelhecimento
Humano

Envelhecimento
Humano

Desafios frente ao
envelhecimento

Não cita como aumento e não
relaciona com possível mudança
assistência à saúde

Pg 33 - 4o parágrafo - dados de Maceió: "Um indicador importante para
ser observado, também na tabela 01, foi o crescimento, em 2008, da
Expectativa de Vida ao Nascer, com destaque para as mulheres, com
75,2 anos, enquanto para o homem é de 65,5 anos."

Transição
epidemiológica e
demográfica

Envelhecimento
Humano

Incluir, no PPC, trechos sobre o
envelhecimento populacional e seu
impacto em todos os setores,
incluindo o setor de saúde e
atuação médica.

Observações / Sugestões

Unidades de contexto / Citações

Unidade de Registro

Categoria de
Análise

(continuação)

APÊNDICE A - ANÁLISE ESTRUTURAL DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO (PPC) DA FACULDADE DE MEDICINA –
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS: EMBASAMENTO E JUSTIFICATIVA DO ENSINO DE CONTEÚDOS
RELACIONADOS AO ENVELHECIMENTO HUMANO.

60

60

Observações / Sugestões

Também aqui poderia
adicionar "em todos os seus
ciclos de vida"

As DCN de medicina citam
tais ações em “todos os
ciclos de vida”, poderia ser
incluído no texto.

Aqui deixa claros os ciclos
biológicos, que inclui o
envelhecimento.

Deixa clara a importância de
conteúdos sobre o processo
de morte

Unidades de contexto / Citações
Pg 45, 2o Parágrafo, perfil do Egresso: "O Curso de Graduação em
Medicina tem como perfil do formando egresso/profissional o médico, com
formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a atuar,
pautado em princípios éticos, no processo de saúde-doença em seus
diferentes níveis de atenção, com ações de promoção, prevenção,
recuperação e reabilitação à saúde, na perspectiva da integralidade da
assistência, com senso de responsabilidade social e compromisso com a
cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano."
Pg 45, competências, habilidade e atitudes, conforme DCN: "os profissionais
de saúde, dentro de seu âmbito profissional, devem estar aptos a
desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da
saúde, tanto em nível individual quanto coletivo."

Pg 48, Competências e habilidades específicas, Item 7 - "Diagnosticar e
tratar corretamente as principais doenças do ser humano em todas as fases
do ciclo biológico, tendo como critérios a prevalência e o potencial mórbido
das doenças, bem como a eficácia da ação médica;"

Pg 48, Competências e habilidades específicas, Item 13 - "Atuar na proteção
e na promoção da saúde e na prevenção de doenças, bem como no
tratamento e reabilitação dos problemas de saúde e acompanhamento do
processo de morte;"

Unidade de Registro

Importância do ensino
de conteúdos sobre
envelhecimento humano

Importância do ensino
de conteúdos sobre
envelhecimento humano

Importância do ensino
de conteúdos sobre
envelhecimento humano

Importância do ensino
de conteúdos sobre
envelhecimento humano

Categoria de
Análise

Envelhecimento
Humano

Envelhecimento
Humano

Envelhecimento
Humano

Envelhecimento
Humano

(continuação)

APÊNDICE A - ANÁLISE ESTRUTURAL DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO (PPC) DA FACULDADE DE MEDICINA –
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS: EMBASAMENTO E JUSTIFICATIVA DO ENSINO DE CONTEÚDOS
RELACIONADOS AO ENVELHECIMENTO HUMANO.

61

61

Também deixa clara a
atuação em todas as fases
do ciclo biológico

Pg 48, Competências e habilidades específicas, Item 14 - "Realizar
procedimentos clínicos e cirúrgicos indispensáveis para o atendimento
ambulatorial e para o atendimento inicial das urgências e emergências
em todas as fases do ciclo biológico;"

Importância do ensino de
conteúdos sobre
envelhecimento humano

Envelhecimento
Humano

Fonte: Autor (2016).

Observações / Sugestões

Unidades de contexto / Citações

Unidade de Registro

Categoria de
Análise

(conclusão)

APÊNDICE A - ANÁLISE ESTRUTURAL DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO (PPC) DA FACULDADE DE MEDICINA –
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS: EMBASAMENTO E JUSTIFICATIVA DO ENSINO DE CONTEÚDOS
RELACIONADOS AO ENVELHECIMENTO HUMANO.

62

62

-

Total

Unidade de contexto

Não encontrada

Não encontrada em PPC.
Encontrada no Plano de Aula de
SS2 – Ementa: “2.Transição
Demográfica e Epidemiológica"
- Conteúdo Programático: “13.
Transição Demográfica e
Epidemiológica”.

Estudo da
velhice:
histórico e
conceitos

Epidemiolo
gia do
envelhecim
ento

Introdução

Introdução

Aborda
gem
total ou
parcial?

Unidade
de
Registro

Categoria
de Análise

2

1a4

Período

EAPMC

EAPMC

Eixo

SS2

SS

Disciplina /
Módulo /
Setor

Sim

Passível de
introdução?

Melhoria de ementa no
PPC

Poderia ser abordado
em Saúde e
Sociedade 2, quando
abordasse transição
demográfica e
epidemiológica

Observações /
Sugestões

(continua)

APÊNDICE B - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA - CICLO TEÓRICO-PRÁTICO (1º AO 8º SEMESTRE).

63

63

-

Unidade de contexto

Não encontrada
especificamente para idosos Pg 128 - Ementa de Saúde e
Sociedade (SS) 3 - "promoção
da saúde, prevenção, curadas
doenças e recuperação da
saúde, em equipe multi e
interdisciplinar e
multiprofissional, em unidades
básicas da rede de saúde e na
comunidade."; Pg 140 - Ementa
de SS4: "desenvolvimento de
atividades contextualizadas na
realidade sócio-sanitáriada
população, contemplando ações
de promoção da saúde,
prevenção(..)". Conteúdo
programático de SS2 também
aborda Promoção de Saúde de
maneira genérica

Não encontrada

Promoção
de saúde e
qualidade
de vida no
idoso

Teorias
Biológicas
do
envelhecim
ento

Introdução

Biologia
do
envelheci
mento
-

Aborda
gem
total ou
parcial?

Unidade
de
Registro

Categoria
de Análise

1a4

3e4

Período

-

EAPMC

Eixo

-

SS3 e 4

Disciplina /
Módulo /
Setor

Não

Sim

Passível de
introdução?

Poderiam ser
abordadas nos
primeiros períodos,
mas possivelmente
necessária
reestruturação
curricular

Abordar também tais
temas em idosos explicitar

Observações /
Sugestões

(continuação)

APÊNDICE B - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA - CICLO TEÓRICO-PRÁTICO (1º AO 8º SEMESTRE).

64

64

Nada encontrado no PPC.
Apesar do Plano de Aula de
Semiologia (psicologia médica)
ter como um dos objetivos "Reconhecer e avaliar as
próprias emoções diante da
morte e do envelhecimento;
diante de portadores de
doenças graves, crônicas e
incuráveis e
diante de portadores de
deficiência mental, física, visual,
auditiva e (ou) múltipla;", não há
conteúdo programáticos
específico. Única Menção a
envelhecimento em BMF 3 "Bioquímica do
desenvolvimento,
envelhecimento e regeneração
do sistema nervoso"

Modificaçõ
es
anatômicas
, funcionais
e
psicológica
s no
processo
de
envelhecim
ento

Imunossen
escência

Biologia
do
envelheci
mento

Biologia
do
envelheci
mento
-

Parcial
(pequen
a
abordag
em
prevista)

Unidade de contexto

Não encontrado

Aborda
gem
total ou
parcial?

Unidade
de
Registro

Categoria
de Análise

4

1a4

Período

ETPI

BMF e
ETPI

Eixo

Agressão e
defesa 1 Imunologia

Anatomia,
fisiologia, SI,
psicologia
médica

Disciplina /
Módulo /
Setor

Sim

Sim

Passível de
introdução?

Incluir conteúdo
específico, poderia ser
abordado em
imunologia

Aspectos anatômicos
e fisiológicos no
envelhecimento
poderiam ser
abordadas em
anatomia e fisiologia,
em bases morfofuncionais. Poderia ser
no 3o ou 4o períodos.
Incluir na psicologia
médica conteúdo
programático
específicos sobre
aspectos psicológicos
do envelhecimento,
como listado em seus
objetivos. Adequar
PPC

Observações /
Sugestões

(continuação)

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MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA - CICLO TEÓRICO-PRÁTICO (1º AO 8º SEMESTRE).

65

65

-

-

Unidade de contexto

Não encontrada

Não encontrada em PPC. Plano
de aula de Farmaco não há
referência. Em plano de aula conteúdos programáticos de
Saúde do Adulto e do idoso 4:
"18. URM no Adulto e Idoso"

Estresse
oxidativo e
o
envelhecim
ento

Farmacolog
ia no
processo
de
envelhecim
ento

Biologia
do
envelheci
mento

Biologia
do
envelheci
mento

Aborda
gem
total ou
parcial?

Unidade
de
Registro

Categoria
de Análise

3

1a4

Período

ETPI ou
SAI4

-

Eixo

Princípios da
Farmacologi
a / URM

-

Disciplina /
Módulo /
Setor

Sim

Não

Passível de
introdução?

O conteúdo poderia
ser abordados nos
períodos iniciais,
juntamente com
teorias biológicas do
envelhecimento.
Provavelmente
necessita
reestruturação
curricular
Poderia ser abordado
em farmacologia do 3º
período,
deixandoiatrogenia
para URM. Ementa do
PPC não traz
informações
suficientes. Conteúdo
específico encontrado
em conteúdos
programáticos de
URM, porém sem
detalhes. Melhorar
descrição PPC

Observações /
Sugestões

(continuação)

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66

66

Não encontrada

Terapias
antienvelhe
cimento:
ineficácia
comprovad
a pela
medicina
baseada
em
evidência
-

Não encontrada informações
suficientes em PPC ou plano de
aula / conteúdos programáticos.
Em plano de aula: "1.11.
Transtornos do Sono".

Ciclo sonovigília no
idoso

Biologia
do
envelheci
mento

-

Unidade de contexto

Biologia
do
envelheci
mento

Aborda
gem
total ou
parcial?

Unidade
de
Registro

Categoria
de Análise

3

6

Período

ETPI

ETPI

Eixo

Princípios da
Farmacologi
a

SAI2 Neurologia

Disciplina /
Módulo /
Setor

Sim

Sim

Passível de
introdução?

Se não houver
abordagem em sala de
aula (informações
documentais
insuficientes) incluir
conteúdos específicos.
Melhorar descrição.
Pode ser abordado em
neurologia, que já
aborda distúrbios de
sono.
Ementa não traz
informações
suficientes, plano de
aula e conteúdos
programáricos não
trazem conteúdo.
Poderia ser abordado
em farmacologia do
terceiro período.
Melhorar descrição
PPC

Observações /
Sugestões

(continuação)

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67

67

-

-

Parcial

Não encontrada

Não encontrada. No plano de
aula de SS2 há, como conteúdo:
"37. Prevenção de acidentes em
crianças/prevenção de
acidentes em idosos", porém
não há maiores informações ou
referência específica a quedas

Não encontrada em PPC. Em
plano de aula - conteúdos
programáticos de Saúde do
Adulto e do idoso 2: "2.6.
Incontinência urinária"

Gigantes
da Geriatria

Instabilidad
e postural e
quedas no
idoso

Incontinênc
ia urinária e
fecal

Síndromes
Geriátricas

Síndromes
Geriátricas

Síndromes
Geriátricas

Unidade de contexto

Aborda
gem
total ou
parcial?

Unidade
de
Registro

Categoria
de Análise

6

2?, 4 a
8

4a8

Período

ETPI

ETPI /
EAPMC?

ETPI

Eixo

SAI2
(urologia)

SAI, SS2?

SAI

Disciplina /
Módulo /
Setor

Parcialmente

Não

Não

Passível de
introdução?

Incontinência urinária
abordada em urologia
- apenas após análise
de plano de aula Melhorar ementa do
PPC. Incontinência
fecal não abordada e
não passivel de
abordagem na estrutra
curricular existente,
possivelmente
necessita
reestruturação

Provavelmente
necessária
reestruturação de
Saúde do Adulto e do
Idoso para contemplar
tais conteúdos

Provavelmente
necessária
reestruturação de
Saúde do Adulto e do
Idoso para contemplar
tais conteúdos

Observações /
Sugestões

(continuação)

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68

68

Parcial

Não encontrada do PPC. Em
plano de aula - conteúdos
programáticos de Saúde do
Adulto e do idoso 2: "1.6.
Demências". Em plano de aula
- conteúdos programáticos de
Psiquiatria e Urgência: "12.
Delirium"

Não encontrada (PPC e Planos
de Aula)

Insuficiênci
a Cognitiva

Síndrome
de
imobilizaçã
o e úlceras
por pressão

Síndromes
Geriátricas

Síndromes
Geriátricas
-

-

Não encontrada em PPC. Em
plano de aula - conteúdos
programáticos de Saúde do
Adulto e do idoso (SAI)4: "18.
URM no Adulto e Idoso"

Iatrogenia

Unidade de contexto

Síndromes
Geriátricas

Aborda
gem
total ou
parcial?

Unidade
de
Registro

Categoria
de Análise

5 ou 7

6e8

3 ou 7

Período

ETPI

ETPI

ETPI

Eixo

Sim

Parcialmente

cirurgia
vascular (5o
período, SAI
1) ou
Dermatologia
(7o período,
SAI 5)

Provavelmen
te não

Passível de
introdução?

SAI 2 Neurologia;
Psiquiatria
de Urgência

Farmacologi
a ou URM

Disciplina /
Módulo /
Setor

Informações de ementas
não permitem conclusões
- melhorar. Acreditamos
se mais Apropriado em
SAI4 - Uso Racional de
Medicamentos.
Adequar PPC. O tema é
um pouco mais amplo
que apenas demências,
possivelmente necessite
de espaço mais amplo de
discussão. Abordagem
separada de delirium não
facilita associação
Pode ser abordado
úlceras de decúbito em
cirurgia vascular (5o
período, saúde do adulto
e do idoso 1) ou
Dermatologia (7o
período, Saúde do adulto
e do idoso 5). Síndrome
do imobilismo necessita
espaço específico para
abordagem

Observações /
Sugestões

(continuação)

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69

69

Unidade
de
Registro

Peculiarida
des da
comunicaç
ão com o
idoso

Exame
físico do
idoso

Categoria
de Análise

Semiologi
ae
atendimen
to ao
idoso

Semiologi
ae
atendimen
to ao
idoso

Aborda
gem
total ou
parcial?

-

-

Unidade de contexto

Não encontrada especificamente no
Idoso. Em Pg 128 - Ementa de Saúde e
Sociedade 3: "Através do
desenvolvimento de atividades
contextualizadas na realidade sóciosanitária da população, contemplando
ações de comunicação em saúde".
Plano de aula - Conteúdos
programáticos: "9. O processo de
comunicação: comunicação verbal e
não verbal. Comunicação de massa.
Educação em saúde: O que é
necessário para ser um
educador/comunicador em saúde." Não
fala especificamente de comunicação
com idosos

Pg 133 - 4o período - Ementa da
Semiologia Integrada: "(...)descrevendo
os aspectos físicos e psicológicos
específicos da criança, do adolescente
e do adulto(...)." Não há referência ao
idoso. Em todas as ementas de saúde
do adulto e do idoso (5o a 8o períodos)
incluem: "Realização de anamnese e
exame físico e mental no adulto e no
idoso". Não há nenhuma referência a
idoso nos conteúdos programáticos (SAI
1 ao 7)

4

3

Período

ETPI

EAPM
C

Eixo

SI Semiologia
Médica

SS3

Disciplina /
Módulo /
Setor

Sim

Sim

Passível de
introdução?

Introduzir conteúdo
sobre semiologia
do idoso em
semiologia do
adulto e idoso
parece ser o mais
adequado. Mas
poderia ter espaço
de discussão
específico para
reforço positivo em
períodos
posteriores.

Incluir conteúdo
específico sobre
comunicação com
idoso - saúde e
sociedade 3 seria
um bom espaço,
que já aborda
comunicação.

Observações /
Sugestões

(continuação)

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70

70

Semiologi
ae
atendimen
to ao
idoso

Semiologi
ae
atendimen
to ao
idoso

Semiologi
ae
atendimen
to ao
idoso

Categoria
de Análise

Atividades de
Vida Diária:
Atividades
Básicas de Vida
Diária (Escalas
de Katz e
Barthel) e
Atividades
Instrumentais de
Vida Diária
(Escalas de
Lawton e Pfeffer)
Avaliação
cognitiva: Mini
Exame do Estado
Mental (MEEM),
teste do desenho
do Relógio,
Fluência Verbal
Avaliação do
humor
: Escala
Geriátrica de
Depressão (GDS)

Unidade de
Registro

Não encontrada (PPC e
Planos de Aula)

Não encontrada (PPC e
Planos de Aula)

Não encontrada

Unidade de contexto

-

-

-

Aborda
gem
total ou
parcial?

6

4e6

4

Período

ETPI

ETPI

ETPI

Eixo

SAI2 Psiquiatria

SI; SAI2 Neurologia

SI Semiologia
Médica

Disciplina /
Módulo /
Setor

Sim

Sim

Sim

Passível de
introdução?

Avaliação específica do
humor com GDS e
depressão no idoso poderia
ser abordado em psiquiatria
- SAI2

Pode ser introduzido em
semiologia do idoso, ou em
neurologia quando
abordadas Demências.

Pode ser incluído em
semiologia do idoso em
semiologia do adulto e do
idoso

Observações / Sugestões

(continuação)

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71

71

-

Multidisciplin
aridade e
interdisciplin
aridade

Semiologia
e
atendiment
o ao idoso

Pg 124 - Ementa Saúde e
Sociedade 2: "(...)promoção
da saúde, prevenção,
curadas doenças e
recuperação da saúde, em
equipe multi e interdisciplinar
e multiprofissional em
unidades básicas da rede de
saúde e na comunidade;" não há informações sobre
essa discussão no contexto
do atendimento ao idoso.
Apesar de Constar na
ementa, não encontrado
conteúdo no Plano de aula

Avaliação
Geriátrica
Ampla

Semiologia
e
atendiment
o ao idoso

-

-

Não encontrada

Antropometri
a básica do
idoso e
Miniavaliaçã
o nutricional

Semiologia
e
atendiment
o ao idoso

Aborda
gem
total ou
parcial?

Não encontrada

Unidade de contexto

Unidade de
Registro

Categoria
de Análise

2

4

-

Período

EAPMC

ETPI

-

Eixo

SS2

SI Semiologia
do adulto

-

Disciplina /
Módulo /
Setor

Sim

Sim

Não

Passível de
introdução?

Incluir discussão nos
conteúdos
programáticos de multi
e interdisciplinaridade,
já que são previstos
na ementa

Pode ser abordado em
semiologia médica.

Provavelmente
necessária
reestruturação da
matriz curricular.
Poderia ser realizada
atividade
interdisciplinar com a
nutrição

Observações /
Sugestões

(continuação)

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72

72

Unidade de
Registro

Conferência
de Saúde,
Conselho de
Idosos e
Políticas de
Atenção ao
Idoso

Estrutura de
assistência à
pessoa idosa
no Brasil

Categoria
de Análise

Políticas de
atenção ao
idoso

Políticas de
atenção ao
idoso

Pg 149 - 6o período - Ementa de
saúde e sociedade 5: "(...)Política
e legislação da saúde no Brasil;
Descentralização da saúde;
Controle Social no SUS; Modelos
Assistenciais;(...)". Pg 160 - 7o
períodos - Ementa de Saúde e
Sociedade 6: "Gestão,
planejamento e organização de
serviços de saúde." - Não há
conteúdos específicos sobre
idosos nos planos de aula
Pg 119 - Ementa de Saúde e
Sociedade 1: "Conhecimento do
processo saúde-doença, do
sistema de saúde e da
comunidade e inserção nos
diversos espaços de trabalho";
Porém Saúde e Sociedade 2 que
possui Saúde Coletiva (2o
período mais adequado?) Pg 149
- 6o período - Ementa de saúde e
sociedade 5: "(...)Política e
legislação da saúde no Brasil;
Descentralização da saúde;
Controle Social no SUS; Modelos
Assistenciais;(...)". - Não há
conteúdos específicos sobre
idosos nos planos de aula

Unidade de contexto

-

-

Abordagem
total ou
parcial?

1, 2 ou
6

6 ou 7

Período

EAPM
C

EAPM
C

Eixo

SS 1, 2 e 5

SS5 e/ou 6

Disciplina /
Módulo /
Setor

Sim

Sim

Passível de
introdução?

Incluir conteúdo
específico sobre
assistência à pessoa
idosa

Incluir legislações e
políticas específicas
para idosos

Observações /
Sugestões

(continuação)

APÊNDICE B - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA - CICLO TEÓRICO-PRÁTICO (1º AO 8º SEMESTRE).

73

73

Unidade de
Registro

Maus tratos
ea
legislação

Cuidador de
idosos

Categori
a de
Análise

Políticas
de
atenção
ao idoso

Políticas
de
atenção
ao idoso
-

-

Pg 149 - 6o período - Ementa de saúde
e sociedade 5: "(...)Política e legislação
da saúde no Brasil; Descentralização da
saúde; Controle Social no SUS;
Modelos Assistenciais;(...)". "Realização
de perícias na pessoa, no cadáver e na
coisa, com o objetivo de colaborar com
a administração pública e privada, a
polícia judiciária e a justiça no
esclarecimento dequestões legais" (Pg
147, ementa de Medicina Legal) - Não
há conteúdos específicos sobre idosos
nos planos de aula

Não encontrada

Abordagem
total ou
parcial?

Unidade de contexto

-

6

Período

-

EAPM
C

Eixo

-

SS5 e
Medicina
Legal

Disciplina /
Módulo /
Setor

Não

Sim

Passível de
introdução?

Não há espaço
específico para essa
discussão. Seria
necessária
reestruturação da
matriz curricular

Incluir conteúdos de
maus tratos violência contra a
pessoa idosa e
legislação específica

Observações /
Sugestões

(continuação)

APÊNDICE B - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA - CICLO TEÓRICO-PRÁTICO (1º AO 8º SEMESTRE).

74

74

Sistemas
formais de
suporte
social

Sistemas
informais de
suporte
social
Fatores de
risco que
levam à
institucionaliz
ação
Modalidades
de Instituição
de Longa
Permanência
Instituição de
longa
permanência
padrão

Políticas
de
atenção
ao idoso

Políticas
de
atenção
ao idoso

Políticas
de
atenção
ao idoso
Políticas
de
atenção
ao idoso

Políticas
de
atenção
ao idoso

Unidade de
Registro

Categori
a de
Análise

Idem

Idem

Idem anterior

Idem

Idem anterior

Idem anterior

Idem

-

Pg 119, 1o período, ementa de Saúde e
Sociedade 1: "Conhecimento do
processo saúde-doença, do sistema de
saúde e da comunidade(...)"; Pg 149 6o período - Ementa de saúde e
sociedade 5: "(...)Política e legislação da
saúde no Brasil; Descentralização da
saúde; Controle Social no SUS;
Modelos Assistenciais;(...)" - Não há
conteúdos específicos sobre idosos nos
planos de aula
Idem anterior

Abordagem
total ou
parcial?

Unidade de contexto

Idem

Idem

Idem

Idem

1 e/ou 5

Período

Idem

Idem

Idem

Idem

EAPM
C

Eixo

Idem anterior

Idem anterior

Idem anterior

Idem anterior

SS1 ou 5

Disciplina /
Módulo /
Setor

Idem Anterior

Idem Anterior

Idem Anterior

Idem Anterior

Sim

Passível de
introdução?

Idem anterior

Idem anterior

Idem anterior

Idem anterior

Incluir conteúdos
sobre sistemas de
suporte social aos
idosos

Observações /
Sugestões

(continuação)

APÊNDICE B - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA - CICLO TEÓRICO-PRÁTICO (1º AO 8º SEMESTRE).

75

75

Unidade de
Registro

Ortotanásia,
eutanásia,
distanásia,
mistanásia

Categori
a de
Análise

Ética,
bioética
e
espiritual
idade no
envelheci
mento

Aborda
gem
total ou
parcial?

Parcial

Unidade de contexto

Pgs 118, 125 e 129 - Ementas de Ética e
relações psicossociais: "Formação do aluno
como pessoa e como cidadão,através da
reflexão e revisão permanentes dos
preceitos éticos e humanísticos que
determinam as atitudes do homem enquanto
ser social, em suas relações familiares,
afetivas, profissionais e políticas, nos
contextos individuais e coletivos, como
também do desenvolvimento de habilidades
e atitudes adequadas para o exercício
profissional e para sua inserção na
sociedade como cidadão."; Pg 158 - 7o
período - Ementa de Deontologia:
"Conhecimento das normas éticas a que o
médico está sujeito no exercício da
profissão, sua responsabilidade profissional
nas esferas penal, civil, ética e
administrativa, incluindo conceitos de
Bioética e seus princípios; Discussão dos
problemas éticos cotidianos contribuindo
para uma conduta médica responsável e
humana" - Porém não há informações sobre
tais conteúdos especificamente. No plano de
aula de ERP 3, conteudoprogramatico:
"Eutanásia,distanásia e Ortotanásia"
3

Período

EDP

Eixo

ERP3

Disciplina /
Módulo /
Setor

Sim

Passível de
introdução?

Incluir mistanásia e
melhorar descrição
de ementa em PPC
(não encontradsa
informações)

Observações /
Sugestões

(continuação)

APÊNDICE B - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA - CICLO TEÓRICO-PRÁTICO (1º AO 8º SEMESTRE).

76

76

Unidade de
Registro

Maus tratos
ea
legislação

Cuidador de
idosos

Categori
a de
Análise

Políticas
de
atenção
ao idoso

Políticas
de
atenção
ao idoso
-

-

Pg 149 - 6o período - Ementa de saúde
e sociedade 5: "(...)Política e legislação
da saúde no Brasil; Descentralização da
saúde; Controle Social no SUS;
Modelos Assistenciais;(...)". "Realização
de perícias na pessoa, no cadáver e na
coisa, com o objetivo de colaborar com
a administração pública e privada, a
polícia judiciária e a justiça no
esclarecimento dequestões legais" (Pg
147, ementa de Medicina Legal) - Não
há conteúdos específicos sobre idosos
nos planos de aula

Não encontrada

Abordagem
total ou
parcial?

Unidade de contexto

-

6

Período

-

EAPM
C

Eixo

-

SS5 e
Medicina
Legal

Disciplina /
Módulo /
Setor

Não

Sim

Passível de
introdução?

Não há espaço
específico para essa
discussão. Seria
necessária
reestruturação da
matriz curricular

Incluir conteúdos de
maus tratos violência contra a
pessoa idosa e
legislação específica

Observações /
Sugestões

(continuação)

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MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA - CICLO TEÓRICO-PRÁTICO (1º AO 8º SEMESTRE).

77

77

Ética,
bioética
e
espiritual
idade no
envelheci
mento

Categori
a de
Análise
Ética,
bioética
e
espiritual
idade no
envelheci
mento

Não encontrado (PPC e ementas)

PPC idem anterior. No plano de aula de
ERP 3, conteúdo programatico: "O
paciente terminal"

Paciente
com doença
terminal

Cuidados
paliativos

Unidade de contexto

Unidade de
Registro

-

Total

Abordagem
total ou
parcial?

-

3

Período

-

EDP

Eixo

-

ERP3

Disciplina /
Módulo /
Setor

Não

Sim

Passível de
introdução?

Provavelmente
necessário elaborar
espaço para
discussão específica
sobre cuidados
paliativos. Em EDP
são abordados
conceitos, mas
indicações, controle
de sintomas e etc.
necessitariam
espaço próprio.

Melhorar PPC.
Avaliar se, sem sala
de aula, também é
abordado o idoso
com doença terminal

Observações /
Sugestões

(continuação)

APÊNDICE B - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA - CICLO TEÓRICO-PRÁTICO (1º AO 8º SEMESTRE).

78

78

Idem anterior

Resolução
do Conselho
Federal de
Medicina,
códico de
ética médica

Idem anterior

-

-

Pg 158 - 7o período - Ementa de
Deontologia: "Conhecimento das
normas éticas a que o médico está
sujeito no exercício da profissão, sua
responsabilidade profissional nas
esferas penal, civil, ética e
administrativa, incluindo conceitos de
Bioética e seus princípios; Discussão
dos problemas éticos cotidianos
contribuindo para uma conduta médica
responsável e humana" - Porém não é
encontrada menção específica sobre
finitude. Em Conteúdo programático do
plano de aula também não encontrado
tema específico

Idem anterior

Abordagem
total ou
parcial?

Unidade de contexto

Testamento
vital:
consideraçõe
s éticas

Finitude:
ética e
bioética

Ética,
bioética
e
espiritual
idade no
envelheci
mento

Ética,
bioética
e
espiritual
idade no
envelheci
mento
Ética,
bioética
e
espiritual
idade no
envelheci
mento

Unidade de
Registro

Categori
a de
Análise

Idem
anterior

7

7

Período

Idem
anterio
r

EDP

EDP

Eixo

Idem anterior

Deontologia

Deontologia

Disciplina /
Módulo /
Setor

Idem anterior

Sim

Sim

Passível de
introdução?

Idem anterior

Idem anterior

Introduzir conteúdos
ou, se já
introduzidos, incluir
em PPC e Plano de
Aula / Conteúdos
Programáticos.
Deontologia seria um
espaço apropriado

Observações /
Sugestões

(continuação)

APÊNDICE B - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA - CICLO TEÓRICO-PRÁTICO (1º AO 8º SEMESTRE).

79

79

Unidade de
Registro

Unidade de contexto

Abordagem
total ou
parcial?
Período

Eixo

Disciplina /
Módulo /
Setor
Passível de
introdução?

Observações /
Sugestões

Notas: PPC = Projeto Pedagógico do Curso / EAPMC = Eixo de Aproximação à Prática e Comunidade / BMF = Bases Morfofuncionais / ETPI = Eixo TeóricoPrático Integrado / SAI = Saúde do Adulto e do Idoso / URM = Uso Racional de Medicamentos / EDP = Eixo de Desenvolvimento PessoalERP = Ética e
Relações Psicossociais / SS = Saúde e Sociedade /SI = Semiologia IntegradaSAI = Saúde do Adulto e do Idoso.

Pgs 118, 125 e 129 - Ementas de Ética
e relações psicossociais: "Formação do
aluno como pessoa e como
cidadão,através da reflexão e revisão
permanentes dos preceitos éticos e
humanísticos que determinam as
Ética,
atitudes do homem enquanto ser social,
bioética
Poderia ser tema
em suas relações familiares, afetivas,
e
Saúde e
introduzido em Ética
profissionais e políticas, nos contextos
espiritual espiritualidad
1a3
EDP
ERP 1 a 3
Sim
e relações
individuais e coletivos, como também do
idade no
e
psicossociais.
desenvolvimento de habilidades e
envelheci
atitudes adequadas para o exercício
mento
profissional e para sua inserção na
sociedade como cidadão." - Porém sem
informações sobre conteúdos
específicos. Também não encontrado
em Plano de Aula e conteúdos
programáticos
Fonte consultada para conteúdos mínimos: GALERA, S. C. et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia sobre conteúdo de
disciplinas/módulos relacionados ao envelhecimento (geriatria e gerontologia) nos cursos de medicina. Geriatra & Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 8, n. 3, p.
148-151, jul./set. 2014. Trabalho apresentado ao XIX Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, Belém, 2014.

Categori
a de
Análise

(conclusão)

APÊNDICE B - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA - CICLO TEÓRICO-PRÁTICO (1º AO 8º SEMESTRE).

80

80

Farmacoterapia
no
envelhecimento

Farmacoterapia
no
envelhecimento

Prescrição adequada
do paciente idoso
Não encontrada

Não encontrada

Não encontrada

Avaliação do
idoso

Impacto das alterações
relacionadas ao
processo de
envelhecimento na
seleção e dose de
medicamentos
Identificação das
medicações
consideradas
inadequadas aos
idosos (Critérios de
Beers)

Não encontrada

Revisão de anamnese,
exame físico, escalas e
testes de avaliação
multidimensional do
idoso (avaliação
funcional, cognitiva
básica, do humor,
nutricional básica,
equilíbrio e marcha)

Farmacoterapia
no
envelhecimento

Unidade de contexto

Unidade de Registro

Categoria de
Análise

-

-

-

-

Abordag
em*

9e
11

9e
11

9e
11

11 e
12

Perío
do

SM / CM 1
e2

SM / CM 1
e2

SM / CM1
e2

CM 1 e 2 /
ER

Estágio

SIM

SIM

SIM

SIM

Passível de
introdução?**

Poderia ser objetivo do estágio de Clínica
média 1 e/ou CM2. Poderia também ser
abordada em saúde mental, com
discussão sobre drogas mais seguras a
serem prescritas ao idoso

Poderia ser objetivo do estágio de Clínica
média 1 e/ou CM 2. Poderia também ser
abordado no estágio de saúde mental,
visto a grande variedade de medicações
inapropriadas psiquiátricas

Abordagem na CM 1 e 2 e saúde mental
também seria de extrema importância.

Em cada estágio poderia ser abordado
tópico pertinente (Ex.: Avaliação
cognitiva e humor na saúde mental,
avaliação nutricional na Clínica Médica,
avaliação funcional em Clínica Médica e
estágio rural, entre outros). Haveria
reforço positivo, como ocorre com vários
outros tópicos de exame físico e
terapêuticas, por exemplo. Os estágios
que poderiam abordar avaliação global Clinica Médica 1 e 2 e estágio rural

Observações / Sugestões

(continua)

APÊNDICE C - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA – INTERNATO (9º AO 12º PERÍODO).

81

81

Não encontrada

Não encontrada

Não encontrada

Urgência e emergência (9º
período) - P 71 - 2.1 - em
clínica médica: "(...) Angina
instável/Infarto agudo do
miocárdio(...), Pneumonia
domiciliar(...) "

Iatrogenia
medicamentosa

Reserva funcional do
idoso e importância no
desencadeamento de
doenças

Apresentação atípica
de desidratação, BCP,
ITU, Incontinência
Urinária, Abdome
agudo, SCA

Diagnóstico e
manuseio de
desidratação, BCP,
ITU, Incontinência
Urinária, síndrome
coronariana aguda e
crônica no idoso

Farmacoterapia
no
envelhecimento

Apresentação
atípica das
doenças

Apresentação
atípica das
doenças

Apresentação
atípica das
doenças

Unidade de contexto

Unidade de Registro

Categoria de
Análise

Parcialm
ente

-

-

-

Abordag
em*

9e
11

9e
11

11

9e
11

Perío
do

UE / CM 1
e2

UE / CM 1
e2

CM 1

SM / CM 1
e2

Estágio

SIM

SIM

SIM

SIM

Passível de
introdução?**

Os idosos certamente estão incluídos,
mas conjuntamente com adultos.
Poderia explitar tais diferenças de
manejo, considerando peculiaridades
dos idosos. Infecção Urinária e
Desidratação não são mencionados.
Também poderiam ser abordados nos
estágios de CM 1 e 2

Poderiam ser discutidos nos estágios
de urgência e emergência e clínica
médica (1 e 2).

O conteúdo poderia facilmente ser
abordado em alguns estágios, os de
clínica médica seria, provavelmente, o
mais indicado. Em Clínica Médica 1 Pg90 - quanto a metas a serem
cumpridas, poderia ver possibilidade de
incluir acompanhamento de grupo de
idosos. Há referência a ambulatório de
apoio à geriatria - Clinica Médica 1 Página 88 - mas não há objetivos
específicos

Poderia ser objetivo do estágio de
Clínica média 1 e/ou CM2. Abordagem
no estágio de saúde mental seria
proveitoso, já que reação adversa a
medicações são comuns.

Observações / Sugestões

(continuação)

APÊNDICE C - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA – INTERNATO (9º AO 12º PERÍODO).

82

82

Não encontrada

Não encontrada

Não encontrada

Testes e escalas de
avaliação de equilíbrio,
marcha e risco de
quedas

Exame neurológico
direcionado para
distúrbios de marcha e
quedas

Quedas: fatores de
risco, causas,
consequências e
prevenção

Hipotensão ortostática,
tontura e síncope no
idoso

Distúrbios de
marcha, equilíbrio
e quedas

Distúrbios de
marcha, equilíbrio
e quedas

Distúrbios de
marcha, equilíbrio
e quedas

Distúrbios de
marcha, equilíbrio
e quedas
Não encontrada

Unidade de contexto

Unidade de Registro

Categoria de
Análise

-

-

-

-

Abordag
em*

11

9, 11
e 12

11

11

Perío
do

CM 1 e 2

UE / CM 1
e 2 / ER

CM 2

CM 1

Estágio

SIM

SIM

SIM

SIM

Passível de
introdução?**

Poderiam ser adicionados as Estágios de
CM 1 e 2 (especialmente 2)

Abordagem preferencial estágio de CM2
com apoio da neurologia ou CM1.
Poderia também ser abordado em
estágio de urgência e emergência para
avaliação de idosos com queda (tanto
avaliação de risco quando avaliação de
complicações).
Abordagem no estágio de urgência e
emergência, palco de atendimento de
idosos com queda e suas
consequências, seria facilitada. Em pg72,
conhecimentos de ortopedia, cita apenas
fratura em idosos. Em pg 72 são
previstas grupos de discussão ou mesas
redondas para discussão de temas
específicos, poderia incluir "Quedas em
idosos". Estágios de CM1 e Rural seriam
bons locais também

Poderia ser abordado especialmente no
estágio de CM1, atenção básica. Poderia
também ser abordado em estágio de
urgência e emergência, como prevenção
a quedas.

Observações / Sugestões

(continuação)

APÊNDICE C - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA – INTERNATO (9º AO 12º PERÍODO).

83

83

Distúrbios
cognitivos e
comportamentais
Não encontrada

Referência em pg 94 Estágio CM2, Neurologia,
capacidade cognitiva:
"Doenças degenerativas
cerebrais"

Formulação de
diagnóstico
diferencial em um
paciente que exibe
Delirium, depressão
ou demência
Manuseio de
urgência no paciente
com agitação
psicomotora
(principalmente nos
casos de Delirium,
demência e
depressão, exceto
risco importante de
suicídio)
-

Parcialm
ente

Parcialm
ente

Referência em pg 94 Estágio CM2, Neurologia,
capacidade cognitiva:
"Doenças degenerativas
cerebrais"

Definição e
diferenças clínicas
entre depressão,
demência e delirium

Distúrbios
cognitivos e
comportamentais

Distúrbios
cognitivos e
comportamentais

-

Não encontrada

Déficit cognitivo:
avaliação e principais
causas no idoso

Abordag
em*

Distúrbios
cognitivos e
comportamentais

Unidade de contexto

Unidade de Registro

Categoria de
Análise

9e
11

9e
11

9e
11

11

Perío
do

SM / UE /
CM 1 e 2

SM / CM 1
e2

SM / CM 1
e2

CM 1 e 2

Estágio

SIM

SIM

SIM

SIM

Passível de
introdução?**

Poderia ser abordado no estágio de
urgência e emergência, nos
conhecimentos em clínica médica, já que
serviços de urgência é campo vasto de
admissão de idosos com quadro
confusional agudo. Considerações sobre
Delirium, depressão em demência em
idosos também poderiam ser abordados
no estágio de saúde mental e CM 2 habilidades em neurologia

Neurologia aborda apenas demência.
Poderiam ser adicionados demais
conteúdos, e abordados também nos
estágios de CM 1 - atenção básica - e
Saúde Mental

Neurologia aborda apenas demência.
Poderiam ser adicionados demais
conteúdos, e abordados também nos
estágios de CM 1 - atenção básica - e
Saúde Mental

Poderiam ser adicionados as Estágios de
CM 1 e 2

Observações / Sugestões

(continuação)

APÊNDICE C - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA – INTERNATO (9º AO 12º PERÍODO).

84

84

Rastreio em idosos:
câncer, doença
cardiovascular e
Diabetes Mellitus

Qualidade de vida na
velhice

Promoção de
Saúde e
prevenção de
doenças

Promoção de
Saúde e
prevenção de
doenças
Não encontrada

-

-

Parcialm
ente

Referência em pg 94 Estágio CM2, Neurologia,
capacidade cognitiva:
"Doenças degenerativas
cerebrais"

Tratamento não
farmacológico de
Delirium, demência e
depressão

Distúrbios
cognitivos e
comportamentais

Não encontrada

-

Não encontrada

Tratamento
farmacológico de
depressão e delirium
em idosos

Distúrbios
cognitivos e
comportamentais

Abordag
em*

Unidade de contexto

Unidade de Registro

Categoria de
Análise

11 e
12

11 e
12

9e
11

9, 11
e 12

Perío
do

CM 1 e 2 /
ER

CM 1 e 2 /
ER

SM / UE /
CM 1 e 2

SM / UE /
CM 1 e 2 /
ER

Estágio

SIM

SIM

SIM

SIM

Passível de
introdução?**

Estágio de CM 1 e Estágio Rural seriam
bons espaços para discussão

Estágio de CM2 - Neuro - aborda apenas
demência. Demais conteúdos que
poderiam facilmente ser abordados nos
estágios de Saúde mental, CM1 e CM2
(CM1 poderia abordar demência e
depressão para atenção básica). O
estágio de Urgência e emergência
poderia também abordar tratamento não
farmacológico de delirium.
Rastreio não é abordado como objetivo
específico, apesar de provavelmente ser
abordado em conjunto com a abordagem
de patologias. Poderia incluir com
objetivo específico, especialmente CM1 /
Estágio Rural

Tratamento de delirium poderia ser
abordado no estágio de urgências e
emergências, clínica médica, saúde
mental. Tratamento de depressão nos
estágios de clínica médica, saúde mental
e, inclusive, estágio rural/atenção básica.

Observações / Sugestões

(continuação)

APÊNDICE C - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA – INTERNATO (9º AO 12º PERÍODO).

85

85

Total(?)

Pg 97 - Estágio Rural Objetivos específicos "Estimular a prática clínica
voltada para ações de
Promoção, Proteção e
Recuperação da Saúde". Em
pg 98 - "desenvolver
atividades nos programas de
saúde pública(...) e os
demais programas
/atividades desenvolvidas na
Atenção Básica." - Não
explicita se há abordagem
específica de programa de
atenção ao idoso

Em pg 93 - Estágio de CM2 Endocrinologia - Capacidade
cognitiva -"Diabetes,
transtornos da tireóide"

Não encontrada

Orientação preventiva
geriátrica

Manuseio das
principais alterações
cardiovasculares no
idoso (HAS,
Insuficiência
coronariana aguda e
crônica, insuficiência
cardíaca, Acidente
Vascular Encefálico),
Diabetes Mellitus,
dislipidemia e
hipotireoidismo
clínico e subclínico

Principais definições
e princípios dos
cuidados paliativos

Promoção de
Saúde e
prevenção de
doenças

Promoção de
Saúde e
prevenção de
doenças

Cuidados
Paliativos

-

Parcialm
ente

Abordag
em*

Unidade de contexto

Unidade de Registro

Categoria de
Análise

11

11

12

Perío
do

CM 2

CM 1 e 2

ER

Estágio

NÃO

SIM

Sim

Passível de
introdução?**

Espaçõs para discussões e práticas
necessitariam ser criados/adequados.
Sugestão seria avaliar estágio de OncoCuidados paliativos dentro do estágio de
CM2 - CACOM-HU

Em pg 92 - Estágio CM2 - Cardiologia objetivos específicos - Poderia
acrescentar HAS, Insuf coronariana e
Insuf Cardíaca, não apresentados. Em
Pg 93 - Endocrinologia - poderia-se
adicionar dislipidemias (ou em
cardiologia). Poderiamtabém ser
abordados em CM1

Não explicita orientações preventivas em
geriatria, poderia deixar mais explícito ou
avaliar se ocorre na prática. Ex.:
explicitar programa de saúde do idoso do
MS

Observações / Sugestões

(continuação)

APÊNDICE C - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA – INTERNATO (9º AO 12º PERÍODO).

86

86

Não encontrada

Não encontrada

Não encontrada

Não encontrada

Comunicação de Más
Notícias (Protocolo SPIKE)

Dor e Sintomas prevalentes
em Cuidados Paliativos

Necessidades do idoso ao
fim de vida e atuação
interdisciplinar

Legislação Brasileira e
Código de Ética Médica em
relação aos cuidados
paliativos

Riscos da hospitalização imobilidade, delirium, efeitos
colaterais de medicamentos,
úlceras por pressão, má
nutrição, períodos pré e pós
operatório, infecção
hospitalar e estratégias de
prevenção

Cuidados
Paliativos

Cuidados
Paliativos

Cuidados
Paliativos

Cuidados
Paliativos

Cuidados na
hospitalização de
idosos

Não encontrada

Não encontrada

Principais indicações de
cuidados paliativos

Cuidados
Paliativos

Unidade de
contexto

Unidade de Registro

Categoria de
Análise

-

-

-

-

-

-

Abordag
em*

9e
11

11

11

11

11

11

Perío
do

CCH / CM
2

CM 2

CM 2

CM 2

CM 2

CM 2

Estágio

SIM

NÃO

NÃO

NÃO

NÃO

NÃO

Passível de
introdução?**

Poderiam ser incluídos, especialmente,
no estágio de CM2. Estágio de cirurgia
não explicita as peculiaridades e
necessidade de manejo diferenciado no
idoso cirúrgico / manejo pré e pós op de
idosos. Poderia ser facilmente incluído

Idem anterior

Idem anterior

Idem anterior

Idem anterior

Idem anterior

Observações / Sugestões

(continuação)

APÊNDICE C - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA – INTERNATO (9º AO 12º PERÍODO).

87

87

Alta hospitalar e
orientações para
cuidados de transição

Cuidados na
hospitalização de
idosos
11

11

Perío
do

CM 2

CM 2

Estágio

SIM

Sim

Passível de
introdução?**

Já abordado da prática, já que é rotineiro
no atendimento hospitalar, talvez não de
maneira organizada. Poderiam ser
facilmente incluídos como objetivos no
estágio de CM2

Não fala especificamente em critérios de
admissão e alta para idosos

Observações / Sugestões

*Se há previsão na matriz curricular de abordagem total ou parcial da Unidade de Registro (conteúdo mínimo avaliado)
** Se o conteúdo mínimo avaliado (Unidade de Registro), não sendo encontrado na análise do PPC, pode ser incluído na matriz curricular já existente.

CCH = Clínica Cirúrgica Hospitalar

Notas: CM = Clínica Médica
UE = Urgência e Emergência
ER = Estágio Rural
SM = Saúde Mental

Fonte consultada para conteúdos mínimos: GALERA, S. C. et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia sobre conteúdo de
disciplinas/módulos relacionados ao envelhecimento (geriatria e gerontologia) nos cursos de medicina. . Geriatra & Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 8, n. 3,
p. 148-151, jul./set. 2014. Trabalho apresentado ao XIX Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia, Belém, 2014. Disponível em:

-

Total(?)

Pg 94 - Estágio de CM 2 Em terapia intensiva:
"Conhecimento dos critérios
de admissão e alta das
unidades de cuidados
intensivos"

Critérios de
internação de idosos
em Unidade de
Terapia Intensiva

Cuidados na
hospitalização de
idosos

Não encontrada

Abordag
em*

Unidade de contexto

Unidade de Registro

Categoria de
Análise

(conclusão)

APÊNDICE C - ANÁLISE DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE MEDICINA DA FAMED-UFAL ACERCA DE CONTEÚDOS
MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA – INTERNATO (9º AO 12º PERÍODO).

88

88

89

ANEXO

90

ANEXO A – CONTEÚDOS MÍNIMOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA DAS
DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE GERIATRIA E
GERONTOLOGIA (XIX CONGRESSO BRASILEIRO DE GERIATRIA E
GERONTOLOGIA, BELÉM, 2014).

91

Fonte: Galera et al. (2014).