18- Avaliação das Ações em Atenção Primária à Saúde no Estágio em Saúde da Família
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TIAGO SALESSI LINS
AVALIAÇÃO DAS AÇÕES EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO ESTÁGIO EM
SAÚDE DA FAMÍLIA
Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso de
Mestrado apresentado ao Programa de PósGraduação em Ensino na Saúde da Universidade
Federal de Alagoas, como requisito parcial para
obtenção do grau de Mestre em Ensino na Saúde.
Orientador: Prof. Dr. Francisco José Passos Soares
Co-orientador: Prof. Dr. Jorge Artur Peçanha de
Miranda Coelho
MACEIÓ
2014
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FOLHA DE APROVAÇÃO
TIAGO SALESSI LINS
AVALIAÇÃO DAS AÇÕES EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO ESTÁGIO EM
SAÚDE DA FAMÍLIA
Dissertação submetida ao corpo docente
do Programa de Pós-Graduação Mestrado
Profissional de Ensino da Saúde, da
Universidade Federal de Alagoas (UFAL),
Faculdade
de
Medicina
(FAMED),
aprovada em 15 de agosto de 2014.
_________________________________________________________________
Prof. Dr. Francisco José Passos Soares - Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Banca Examinadora:
_________________________________________________________________
Profa Dra Jória Viana Guerreiro- UFPB- Examinador Externo
___________________________________________________________________
Profa Divanise Suruagy Correia- UFAL- Examinador Interno
___________________________________________________________________
Prof. Dr. Jorge Artur Peçanha de Miranda Coelho- Examinador Interno
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Dedico este trabalho ао meu amado pai, Manoel Álvaro Lins, que sempre foi uma
referência e esteve presente apoiando nos momentos mais difíceis e decisivos de minha vida.
4
AGRADECIMENTOS
À minha família, que através de sua esfera de amor me deu suporte e a possibilidade de
desenvolver minhas aptidões.
À minha Mãe (em memória) pelo seu amor e cuidado que impulsionam sempre a dar
um passo a mais buscando respeito e amadurecimento.
À Eliana Almeida pelo carinho que aliado a sua torcida constante e expertise ofereceu
preciosos conselhos e despertar nesta caminhada.
À Julyana Assis, pessoa com quem amo partilhar cada momento e a vida. Seu olhar sobre o mundo e as coisas são inspiradores. Seu apoio e incentivo impulsionaram a realização
deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Francisco José Passos Soares, que além de um grande professor, é para
mim um líder coerente com suas convicções e luta permanentemente na construção de uma
Universidade melhor.
Ao Prof. Dr. Jorge Artur Coelho pela disponibilidade e objetividade de suas orientações na construção da dissertação e as boas conversas reflexivas compartilhando apreensões
para além do mestrado.
Aos membros da Banca pela disponibilidade, atenção e contribuições para o aprimoramento deste trabalho.
À Rosa Sampaio que possibilitou a ampliação de minha percepção para as questões
mais sutis da vida.
Aos meus amigos, pelas alegrias, tristezas e dores compartilhas. Com vocês, as pausas
entre um parágrafo e outro de produção melhoraram tudo o que tenho produzido na vida.
Ao mestrado de Ensino na Saúde e às pessoas com quem convivi neste espaço ao
longo desses anos. А experiência de uma produção compartilhada do conhecimento foram
uma grande experiência para minha formação.
5
“Ser tolerante não é ser conivente com o intolerável, não é acobertar o desrespeito, não
é amaciar o agressor, disfarçá-lo. A tolerância é a virtude que nos ensina a conviver com o
diferente, a respeitar o diferente e a aprender com o diferente. Consentir a convivência, não
muito desejada, de meu contrário, não é tolerância. Isto é hipocrisia. Hipocrisia é defeito,
desvalor. Tolerância é virtude.” (FREIRE, 1996)
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RESUMO
A adoção de novas medidas orientadoras do perfil profissional por meio de mudanças na
graduação tendo a Atenção Primária à Saúde (APS) como eixo estruturante tornou necessária
a avaliação da qualidade da atenção à saúde desenvolvida nos novos cenários de ensinoaprendizagem. O objetivo deste estudo foi avaliar os atributos da APS desenvolvidos durante
o estágio de internato em Saúde da Família do curso médico da UFAL. Trata-se de um estudo
correlacional e de comparação de grupos, em que os dados foram coletados por meio do
questionário PCATool-Brasil aplicado aos preceptores médicos das Unidades Básicas de
Saúde da Família (UBSF) e discentes que já haviam cursado o estágio em Saúde da Família.
Identificou-se que entre os estudantes a média de idade foi de 24 anos e os preceptores tinham
em média 19 anos de atuação na APS e 10 anos na mesma UBSF. As médias dos escores para
ambos, preceptores e discentes, foram consideradas boas: escore essencial foi 6,71 e 6,78;
escore derivado, 7,35 e 7,67; e escore geral, 6,88 e 6,91, para preceptores e discentes
respectivamente. No entanto, evidenciaram-se fragilidades nos atributos de acesso (5,94 e
5,91), coordenação do cuidado (5,33 e 5,00), integralidade e serviços complementares
disponíveis (6,36 e 5,99). Foi evidenciado que as UBSF de ensino da UFAL apresentam a
maioria dos escores médios satisfatórios para a presença e extensão dos atributos da APS de
maneira a contribuir para uma formação adequada às necessidades de saúde da população, e
os pontos frágeis podem ser foco de ações conjuntas entre a academia, o serviço e a gestão,
fortalecendo assim sua integração. A partir da necessidade de adaptar o PCATool para os
discentes e da experiência com o estudo atual elaborou-se um produto de intervenção com o
intuito de servir como ferramenta de avaliação do estágio e de percepção das ações
desenvolvidas na APS. Desta forma, busca-se incentivar a integração ensino-serviço e dar
continuidade ao processo de avaliação institucional.
Palavras-chaves: Atenção Primária à Saúde. Educação em Saúde. Acesso e Avaliação da
Assistência à Saúde.
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ABSTRACT
As new guidelines for professional profiles were adopted, using Primary Health Care (PHC)
as the structural axis for undergraduate courses, it is necessary to assess the quality of PHC
developed under the new scenario of students practice. This work aims to evaluate the
attributes of PHC developed during an internship in Family Health. This is a correlational
study as well as a group comparative study. The data were collected through PCATool-Brazil,
and also applied to both medical preceptors of Basic Unit Family Health (UBSF) and students
who attended the Health Family training in the Federal University of Alagoas (UFAL). It was
identified that the students were 24 years-old on average and the preceptors had a mean of 19
years of work experience with PHC and 10 years experience with UBSF. The average scores
for both preceptors and students were considered good: essential scores were 6.71 and 6.78,
derivative scores were 7.35 and 7.67 and overall scores were 6.88 and 6.91 for the preceptors
and the students respectively. However, some fragilities were highlighted on access attributes
(5.94 and 5.91), care coordination (5.33 and 5.00), integrality and complementary services
(6.36 and 5.99). It was evident that the teaching UBSFs at UFAL demonstrate average scores
that are up to standards for the existence and extension of APS attributes. As such, they can
contribute to insure a training adapted to the health needs of the population. On the other
hand, the lower scores that suggest a weakness on the system may be the focus of joint actions
between the academia, health services and management, thereby toughening their integration.
The need to adapt the PCATool for students in addition to the experience of its use were the
base for the elaboration of an intervention method. That will be used as a tool for assessing
the stage and as perception instrument of the actions developed in the Primary Health Care.
Therefore, it becomes necessary to encourage the integration between teaching methods and
health services as well as a continuous assessment.
KEY WORDS: Primary Health Care. Health Education. Health Care Quality,
Access, and Evaluation.
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Comparação das médias dos escores essencial, derivado e geral dos preceptores e
discentes. Maceió-AL, 2014. ............................................................................................... 26
Tabela 2 – Comparação dos escores médios por atributo da APS, segundo preceptores e
discentes. Maceió-AL, 2014. .............................................................................................. 27
9
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Descrição dos atributos do PCATool com exemplos e número total de itens.
…............................................................................................................................................. 24
Quadro 2– Frequência das respostas para todos os itens de cada atributo do PCATooL pelos
preceptores. Maceió-Al, 2014. …........................................................................................... 56
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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS
APS
Atenção Primária à Saúde
ESF
Estratégia Saúde da Família
FAMED
Faculdade de Medicina
PACS
Agentes Comunitários de Saúde no Nordeste
PCATooL
Instrumento de Avaliação da Atenção Primária
PSF
Programa de Saúde da Família
UBSF
Unidade Básicas de Saúde da Família
UBSTRAD
Unidades Básicas de Saúde Tradicionais
UFAL
Universidade Federal da Alagoas
VD
Visita Domiciliar
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO
1. ARTIGO - AVALIAÇÃO DAS AÇÕES EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO
ESTÁGIO EM SAÚDE DA FAMÍLIA .................................................................................18
1.1 INTRODUÇÃO...............................................................................................................18
1.2 MÉTODO........................................................................................................................21
1.2.1 Delineamento............................................................................................................21
1.2.2 Procedimentos..........................................................................................................22
1.2.3 Questionários PCATooL...........................................................................................22
1.2.4 Análise de dados.......................................................................................................23
1.3 RESULTADO E DISCUSSÃO.......................................................................................25
1.4 CONCLUSÃO.................................................................................................................33
REFERÊNCIAS....................................................................................................................34
2. PRODUTO DE INTERVENÇÃO – AVALIAÇÃO DOS ATRIBUTOS DA ATENÇÃO
PRIMÁRIA À SAÚDE NOS CENÁRIOS DE APRENDIZAGEM DO INTERNATO DE
MEDICINA .............................................................................................................................37
REFERÊNCIAS....................................................................................................................52
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................53
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................54
APÊNCICE..............................................................................................................................56
ANEXO....................................................................................................................................60
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APRESENTAÇÃO
Este trabalho é resultado de uma construção social de minha trajetória desde a
graduação como membro do movimento estudantil até minha inserção como professor no
curso de medicina da UFAL. Trajetória esta que foi consolidando o meu interesse em
contribuir no fortalecimento da universidade pública e de um sistema de saúde universal
através de minha inserção na Atenção Primária à Saúde (APS) e no ensino.
Minha atuação na APS, somando-se com a contribuição de outras pessoas, resultaram
nesta pesquisa que busca enfatizar o local de destaque do trabalho conjunto entre a academia e
o serviço na implementação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Esta dissertação refere-se a pesquisa correlacional entre as perspectivas do discente e
preceptor médico da estratégia de saúde da família que avaliaram a qualidade da atenção
dispensada aos usuários por meio do instrumento de avaliação da qualidade da APS
(PCATooL). Como resultado deste estudo produziu-se o artigo científico intitulado “Avaliação
das ações em atenção primária à saúde no estágio em saúde da família”, apresentado ao
Programa de Pós-Graduação em Ensino na Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Alagoas (PPES-FAMED/UFAL), em agosto de 2014.
Ainda em cumprimento ao PPES da FAMED/UFAL, apresento o produto de
intervenção decorrente da adaptação do PCATool à necessidade de incluir os profissionais
médicos preceptores e os discentes na avaliação da qualidade da APS. Almejando contribuir
para a aproximação entre o ensino e os serviços de saúde, propõe-se a inclusão deste
instrumento de avaliação nas atividades de ensino realizadas na rede de atenção primária, o
que possibilitará simultaneamente a identificação de fragilidades do processo de formação e
assistencial, e a concretização de ações de intervenção na realidade orientadas pelos preceitos
da pedagogia problematizadora, reflexiva e da educação permanente.
13
INTRODUÇÃO
O Brasil, até meados do século XX, não possuía um sistema de saúde. A proposta para
reforma do setor de saúde no Brasil começou a tomar forma em meados da década de 1970 e
estruturou-se durante a luta pela redemocratização. Um amplo movimento social cresceu no
país, reunindo iniciativas de variados setores da sociedade – incluindo desde os movimentos
de base até a população de classe média e os sindicatos. A concepção política e ideológica do
movimento pela reforma sanitária brasileira defendia a saúde como uma questão social e
política a ser abordada no espaço público (PAIM, 2011).
Em 1986, a 8ª Conferência Nacional de Saúde aprovou o conceito da saúde como um
direito do cidadão e delineou os fundamentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Durante a
Assembleia Nacional Constituinte (1987-88), o movimento da reforma sanitária e seus aliados
garantiram a aprovação da reforma, apesar da forte oposição por parte de um setor privado
poderoso e mobilizado (PAIM, 2011).
Posteriormente, foi organizado o SUS, com os princípios da universalidade,
integralidade assistencial, promoção da saúde e participação da comunidade, com fundos
públicos para a prestação de cuidados de saúde gratuitos para os cidadãos brasileiros.
Nos últimos anos, o desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (APS) – ou
Atenção Básica, como é chamada no Brasil – tem sido enfatizado no SUS. Sua história é
marcada por uma trajetória de sucessivas reconstruções, até se consolidar como uma política.
Esse modelo difundiu-se com grande intensidade nas décadas de 1960 e 1970 associado a
princípios participativos e de democratização das práticas, retrocedendo na fase de reformas
neoliberais nos anos 80, para reaparecer a partir da última década do século XX, com uma
roupagem mais racionalizadora e instrumental (CONILL, 2008).
Em 1994, num contexto de necessidade de reforma dos sistemas de saúde no mundo,
as evidências de efetividade da APS e sob influência de experiências exitosas em andamento
voltadas para APS, como o Programa de Agentes Comunitários de Saúde no Nordeste
(PACS), definiram-se as bases do que viria a ser o Programa de Saúde da Família (PSF).
Tanto o PACS como o PSF fizeram parte de uma estratégia governamental para
reestruturar o sistema e o modelo assistencial do SUS. Impulsionados pelo processo de
descentralização e pelo vazio programático para a questão assistencial no SUS, a implantação
do PSF ocorreu em acordo com os princípios e diretrizes do SUS.
14
Em 2006, o Ministério da Saúde e as demais esferas gestoras, publicaram a Política
Nacional da Atenção Básica definindo claramente as responsabilidades de cada esfera de
governo quanto à APS e a reafirmação da Saúde da Família como estratégia nacional.
Assim, a Estratégia Saúde da Família (ESF) alcança marcas significativas com
ampliação da cobertura da população brasileira e melhoria dos indicadores de saúde
(AQUINO, 2009; BRASIL, 2006). A proporção da cobertura populacional estimada da APS
aumentou de 17,76%, em 2000, para 57,63%, em 2013 (BRASIL, 2014). Nas cinco regiões
brasileiras, entre 1999 e 2006, as três principais causas de internação hospitalar por causas
sensíveis a APS, em menores de 20 anos, foram as gastroenterites, asma e as pneumonias
bacterianas. Houve redução das taxas de internação por gastroenterites (-12,0%) e asma (31,8%) e, incremento de 142,5% nas taxas de internações por pneumonias bacterianas,
tendências que ocorreram de forma distinta por faixa etária e região.
As causas analisadas podem estar associadas a uma grande variedade de fatores. Entre
estes, a rede de serviços existentes e às ações específicas da prestação do cuidado pela APS
podem influenciar a melhora dos indicadores. Sendo assim, ao menos parcela da redução das
internações hospitalares relacionadas a este problema de saúde pode estar associada à maior
cobertura e melhoria da atenção à saúde, especialmente após a implantação e expansão da
ESF no país (MOURA, 2010).
O impacto da ESF não se limita às regiões mais pobres, um estudo demonstrou a
tendência da redução de 1% na mortalidade infantil associado ao incremento de 10% na
cobertura do ESF. Por sua vez o aumento de 10% na taxa de pobreza esteve associado com
um aumento de 2,1% nos óbitos infantis (ZANINE, 2009).
Entretanto, esta estratégia apresenta desafios para a sua consolidação como problemas
de infraestrutura, déficit de profissionais qualificados em quantidade suficiente, contratos de
trabalho temporários, alta rotatividade da força de trabalho médica e uma cultura de
fragmentação do cuidado, que não responde a tripla carga de doenças representada pela:
persistência de problemas infecciosos endêmicos, pelo impacto dos agravos relacionados às
causas externas e pelo avanço dos agravos crônicos e degenerativos (MENDES, 2010).
Nesta perspectiva, torna-se necessária uma APS que possa atuar na coordenação de
uma rede de cuidado integral que atue através de modelos de atenção à saúde para condições
agudas e crônicas (MENDES, 2010). Com isso, a necessidade de reformulação do modelo
assistencial emergiu como questão prioritária. Neste sentido, a expansão da APS é um desafio
estratégico (HENRIQUE, 2008) assumindo o papel de porta de entrada do sistema de saúde, a
responsabilidade pela longitudinalidade do cuidado e a integração de aspectos físicos,
15
psicológicos e sociais de saúde aos limites da capacitação da equipe de saúde
(STARFIELD,2002).
A partir daí, uma constatação se evidenciou que as faculdades de Medicina não
estavam formando o profissional adequado a esse modelo assistencial. Assim, tornou-se
imprescindível adotar medidas reorientadoras do perfil profissional por meio da viabilização
de mudanças na graduação que atendessem aos interesses apontados por um novo modelo de
atenção à saúde (NOGUEIRA, 2009). Sendo assim, o SUS pode ser considerado uma
superfície de emergência de novas demandas que alavancam as transformações requeridas na
educação médica brasileira, tendo sido instituído na constituição federal como ordenador da
formação de recursos humanos em saúde (BRASIL,1988).
A educação médica localiza-se em uma dimensão de ampla interface entre as políticas
da saúde e da educação. Portanto, os cursos de medicina vivenciam, na atualidade, um
processo de transformação dependente diretamente das políticas do Ministério de Educação
(BATISTA, 2006; FEUERWERKER, 2003), bem como daquelas diretamente ligadas às
políticas de saúde, considerando que cabe ao Ministério da Saúde, através do SUS, ordenar a
formação de recursos humanos dessa área (BRASIL, 1988).
É na própria história da educação que se encontra a separação entre a vida real e o
ensino. Na educação médica, os Hospitais Universitários são a representação fundamental
desta separação: isolam os educandos do macrocontexto social, construindo uma barreira na
percepção concreta das necessidades da maioria da população e nas formas corretas de
solucionar as necessidades. A proposta estabelecida pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do
Ensino Médico (2014) sugere a inserção nas redes de serviços de saúde desde o início e ao
longo do curso de Graduação de Medicina considerando que os vários locais que produzem
saúde são cenários de aprendizagem. Os cenários na APS, permitem ao aluno conhecer e
vivenciar a organização do trabalho em equipe, as políticas de saúde e a apreensão do
conceito ampliado de saúde. Este ocorre em um processo com contato continuado e ganho
gradual de complexidade e autonomia nas atividades a serem realizadas pelos discentes.
Focalizar o ensino médico como uma prática social e reconhecer que as políticas de
saúde se materializam na “ponta” do sistema, permitem identificar uma consonância com os
pressupostos que tem orientado a reordenação de novas práticas do ensino e dos serviços
mediante ação de atores sociais e suas práticas no cotidiano dos serviços (ALVES, 2005;
FEUERWERKER,2003). Desta forma leva-se o aluno a compreender a abordagem das
doenças prevalentes, tanto agudas como crônicas. Como exemplo: o controle das doenças
crônicas só pode ser alcançado com sucesso pela alteração dos padrões de comportamento
16
humano e pela adoção de um modelo de cuidado a longo prazo, por meio de uma abordagem
multidisciplinar e cooperativa, rompendo com o modelo biomédico e curativo (NOGUEIRA,
2009). As novas formas de se produzir saúde têm sido concebidas na APS como campo
aglutinador de múltiplas iniciativas de mudanças do modelo de atenção em saúde (CONILL,
2008).
Antes de abordarmos um modelo conceitual para a medida da qualidade da APS,
necessita-se definir uma estrutura para a medida da qualidade e também seu significado O
termo qualidade apresenta duas dimensões: objetiva e subjetiva. Para os autores, a qualidade
em sua dimensão objetiva é mensurável e, portanto, generalizável, sendo esse o tratamento
que predomina na literatura científica. Já a dimensão subjetiva a habita o espaço das
vivências, das emoções, do sentimento expressando singularidades (UCHIMURA, 2002).
Neste estudo, para avaliação dos serviços de APS, foi utilizado o referencial de Starfield
(2002), que baseia-se, por sua vez, no modelo de Donabedian (REIS,1999), que analisa a
estrutura, processo e resultado, de forma quantitativa. O modelo de Donabedian tem
apresentado grande aceitabilidade e, por esse motivo, tem sido amplamente difundido
(UCHIMURA, 2002).
Na definição de Starfield (2002) para os atributos da APS, o primeiro contato implica
em acessibilidade e uso de serviços para cada novo problema ou para acompanhamento
rotineiro de saúde. A longitudinalidade é definida como a existência do aporte regular de
cuidados pela equipe de saúde e seu uso consistente ao longo do tempo em um ambiente de
relação mútua entre equipe de saúde, indivíduos e famílias. A integralidade consiste na
prestação, pela equipe de saúde, de um conjunto de serviços que atendam às necessidades
mais comuns da população adscrita, a responsabilização por outros pontos de atenção à saúde
e o reconhecimento adequado dos problemas que causam as doenças; implica em oferta de
serviços preventivos e curativos e a garantia dos diversos tipos de serviços. A coordenação é
definida pela capacidade de garantir a continuidade da atenção no interior da rede de serviços.
A orientação familiar é um atributo derivado que implica em considerar a família como o foco
da atenção. A orientação comunitária pressupõe o reconhecimento das necessidades familiares
em função do contexto físico, econômico, social e cultural em que vivem.
O modelo de avaliação da qualidade proposto por Avedis Donabedian em 1966 –
baseado na análise de estrutura, processo e resultado – tem apresentado grande aceitabilidade
e, por esse motivo, tem sido amplamente difundido. O estudo da estrutura avalia,
fundamentalmente, as características dos recursos que se empregam na atenção médica. A
avaliação de processo descreve as atividades do serviço de atenção médica, incluindo a
17
relação entre profissionais e pacientes, as atividades do paciente na procura do cuidado e as
atividades dos profissionais ao provê-lo. E o componente resultado descreve o estado de
saúde do indivíduo ou da população como resultado da interação ou não com os serviços de
saúde (DONABEDIAN. 2005)
Nesta proximidade entre o serviço e o processo de formação dos profissionais da saúde
e com a expansão da APS, torna-se imprescindível a avaliação da qualidade da APS
desenvolvida nos espaços de prática profissional em que os discentes são inseridos de maneira
a preservar seus principais fundamentos conceituais e alcançar as melhorias desejadas.
Para a avaliação das instituições de ensino, e da qualidade dos serviços, preconiza-se o
envolvimento dos vários atores e setores. No processo de ensino-aprendizagem, na atualidade,
com as metodologias ativas, o aluno se torna o centro deste processo. Por outra parte, o
envolvimento do preceptor, como membro do serviço, é capaz de representar outro prisma
desta realidade tão complexa que é a formação em saúde.
Sendo assim, a avaliação dos espaços formativos poderá fornecer subsídios para uma
reorientação das tomadas de decisões, e também contribuir no processo de consolidação do
SUS através do fortalecimento de seus princípios, no desenvolvimento curricular do curso
médico da UFAL e na incorporação de práticas institucionais de avaliação.
O objetivo do presente estudo foi avaliar os atributos da APS percebidos por discentes
e preceptores, nos cenários de ensino-aprendizagem, durante o estágio em Saúde da Família,
por meio do Instrumento de Avaliação da Atenção Primária (PCATool – do inglês Primary
Care Assessment Tool), versão para profissionais de saúde e para o discente.
18
1. ARTIGO - AVALIAÇÃO DAS AÇÕES EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO
ESTÁGIO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
1.1 INTRODUÇÃO
A Estratégia da Saúde da Família (ESF) foi escolhida pelo Ministério da Saúde como o
eixo de reorientação do modelo assistencial a partir da publicação da Política Nacional da
Atenção Básica em 2006. A partir daí, se constatou que as faculdades de Medicina não
estavam formando o profissional adequado a esse modelo assistencial. Assim, tornou-se
imprescindível adotar medidas reorientadoras do perfil profissional por meio da viabilização
de mudanças na graduação que atendam aos interesses apontados por um novo modelo de
atenção à saúde (NOGUEIRA, 2009).
A APS é, agora, amplamente aceita como a oferta da Medicina ao primeiro contato, a
suposição de responsabilidade longitudinal pelo paciente, e a integração de aspectos físicos,
psicológicos e sociais de saúde aos limites da capacitação da equipe de saúde (STARFIELD,
2002; BRASIL, 2012). Entretanto, a história da organização dos serviços orientados pela APS
é marcada por uma trajetória de sucessivas reconstruções, até se consolidar como uma
política. Segundo Nogueira (2009), o SUS pode ser considerado como uma superfície de
emergência de novas demandas que alavancam as transformações requeridas na educação
médica brasileira.
A educação médica localiza-se em uma dimensão de ampla interface entre as políticas
da saúde e da educação. Sendo assim, os cursos de medicina vivenciam um processo de
transformação diretamente dependente das políticas do Ministério de Educação (BATISTA,
2006; FEUERWERKER, 2003), bem como das políticas de saúde, considerando que cabe ao
Ministério da Saúde, através do SUS, ordenar a formação de recursos humanos dessa área
(BRASIL, 1988).
A proposta estabelecida pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médico
(2001) sugere a inserção precoce do aluno em cenários diversificados de ensino-aprendizagem
e enfatiza o papel desempenhado pela APS no processo de formação. Desta forma propicia-se
aos estudantes no contato precoce com a comunidade um ganho continuado e gradual de
complexidade e autonomia nas competências a serem desenvolvidas, relativas à compreensão
da abordagem das doenças prevalentes, tanto agudas como crônicas. Como exemplo: o
19
controle das doenças crônicas só pode ser alcançado com sucesso pela alteração dos padrões
de comportamento humano e pela adoção de um modelo de cuidado em longo prazo, por meio
de uma abordagem multidisciplinar e cooperativa, rompendo com o modelo biomédico e
curativo (NOGUEIRA, 2009).
Focalizar o ensino médico como uma prática social e reconhecer que as políticas de
saúde se materializam na “ponta” do sistema, permitem identificar uma consonância com os
pressupostos que tem orientado a reordenação de novas práticas do ensino e dos serviços
mediante ação de atores sociais e suas práticas no cotidiano dos serviços (ALVES, 2005;
FEUERWERKER, 2003).
Nesta proximidade entre o serviço e o processo de formação dos profissionais da saúde
e com a expansão da APS, torna-se imprescindível a avaliação da qualidade da APS
desenvolvida nos espaços de aprendizagem dos alunos.
O modelo de avaliação da qualidade proposto por Avedis Donabedian em 1966 –
baseado na análise de estrutura, processo e resultado – tem apresentado grande aceitabilidade
e, por esse motivo, tem sido amplamente difundido. O estudo da estrutura avalia,
fundamentalmente, as características dos recursos que se empregam na atenção médica. A
avaliação de processo descreve as atividades do serviço de atenção médica, incluindo a
relação entre profissionais e pacientes, as atividades do paciente na procura do cuidado e as
atividades dos profissionais ao provê-lo. E o componente resultado descreve o estado de
saúde do indivíduo ou da população como resultado da interação ou não com os serviços de
saúde (REIS,1999).
Starfield (2002), a partir do referencial de Donabedian (1966), propõe um modelo
conceitual para a medida da qualidade do processo de APS prestado a uma pessoa e a uma
população usuária de um determinado serviço. De acordo com a autora, cada serviço de
saúde, possui uma estrutura (ou capacidade), processo de atenção (ou desempenho) e
resultados.
O presente estudo baseia-se na definição de Starfield (2002) para os atributos da APS.
O primeiro contato implica em acessibilidade e uso de serviços para cada novo problema ou
para acompanhamento rotineiro de saúde. A longitudinalidade é definida como a existência do
aporte regular de cuidados pela equipe de saúde e seu uso consistente ao longo do tempo em
um ambiente de relação mútua entre equipe de saúde, indivíduos e famílias. A integralidade
consiste na prestação, pela equipe de saúde, de um conjunto de serviços que atendam às
necessidades mais comuns da população adscrita, a responsabilização por outros pontos de
atenção à saúde e o reconhecimento adequado dos problemas que causam as doenças; implica
20
em oferta de serviços preventivos e curativos e a garantia dos diversos tipos de serviços. A
coordenação é definida pela capacidade de garantir a continuidade da atenção no interior da
rede de serviços. A orientação familiar é um atributo derivado que implica em considerar a
família como o sujeito da atenção. A orientação comunitária pressupõe o reconhecimento das
necessidades familiares em função do contexto físico, econômico, social e cultural em que
vivem.
O objetivo do presente estudo foi avaliar os atributos da APS percebidos por discentes
e preceptores, nos cenários de ensino-aprendizagem, durante o estagio em Saúde da Família,
por meio do instrumento de Avaliação da Atenção Primária (PCATool – do inglês Primary
Care Assessment Tool), versão para profissionais de saúde e para o discente.
21
1.2 MÉTODO
1.2.1 Delineamento
Trata-se de um estudo de comparação de grupos, em que os dados foram coletados por
meio do instrumento PCATool-Brasil e aplicado aos preceptores médicos das Unidade Básicas
de Saúde da Família (UBSF) e aos discentes que cursaram o estágio em Saúde da Família do
curso médico da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Os dados foram coletados no
período de dezembro de 2013 a fevereiro de 2014, no município de Maceió-AL.
À época do estudo existiam 10 UBSF que serviam como cenários de práticas do
estágio, todas organizadas no modelo da ESF e distribuídas em três distritos sanitários do
município, dos oito existentes. Foram entrevistados todos os 10 médicos preceptores
vinculados ao estágio e 48 discentes do total de 74 que já haviam cursado o estágio em Saúde
da Família, por amostragem não-probabilística e por conveniência. Nenhum dos sujeitos
abordados negou-se a participar da pesquisa e nenhum questionário foi eliminado.
A proposta de inserção dos discentes nas UBSF visa a oportunidade de vivenciar a
clínica na APS, permitindo uma visão do papel do médico na ESF, conforme preconizado pelo
SUS (UFAL,2006; BRASIL,2001). Como meio para alcançar esses objetivos do estágio, os
discentes integram-se às atividades profissionais tanto do médico como dos demais membros
da equipe de Saúde da Família.
Atualmente, o estágio denominado Clínica Médica I é ofertado no décimo período do
curso para vinte estudantes com duração total de doze semanas e uma carga horária semanal
de quarenta horas. Dentro desta carga horária estão incluídas quatro horas semanais de
atividade teórica na FAMED e oito horas, em ambulatórios de especialidade no Hospital
Universitário. Os estudantes são distribuídos entre dez UBSF pertencentes à rede pública
municipal conveniada com a UFAL. A quantidade de estudantes por UBSF depende de sua
estrutura física, sendo, em média, dois estudantes para cada médico-preceptor.
22
1.2.2 Procedimentos
O projeto desta pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFAL
(Anexo 1). Para a coleta de dados, foi utilizada a versão espelho do Instrumento de Avaliação
da Atenção Primária (PCATool – do inglês Primary Care Assessment Tool) adaptada e
validada no Brasil para acompanhantes, por Harzheim et al (2006). A aplicação dos
questionários aos preceptores foi realizada nas UBSF, em horários de acordo com a
disponibilidade dos profissionais. Os discentes foram entrevistados em pequenos grupos nos
estágios seguintes ao Clínica Médica I. O questionário foi respondido de maneira
autoaplicável respeitando a não identificação dos sujeitos.
1.2.3 Questionário PCATool
Na Johns Hopkins University, entre 1997 e 2001 foi elaborado o PCATool, um
instrumento de avaliação da APS com três versões: para usuários adultos, para acompanhantes
de crianças e para os profissionais de saúde (STARFIELD, 2002). Este instrumento tem como
objetivos identificar a presença e dimensionar a extensão dos atributos essenciais e derivados
da APS sistematizados por Starfield. No Brasil, o instrumento PCATool já foi utilizado em
estudos realizados nos municípios de Petrópolis, São Paulo, Curitiba, Rio Grande do Sul e
Montes Claros. Os itens do PCATool-Brasil para acompanhantes foram adaptados afim de
constituir uma versão para o médico-preceptor e outra para o discente, mantendo-se o
conteúdo dos elementos avaliados e modificando-se, apenas, a redação da pergunta conforme
o ponto de vista.
Malouin et al (2009) apontaram que o PCATool foi considerado, entre nove
instrumentos, o único elaborado para avaliar as características da estrutura e do processo de
cada um dos quatro atributos, e disponível em múltiplas versões. Entretanto, reconheceu como
limitação do instrumento a utilização dos mesmos “pesos” para a medida de cada dimensão
no cálculo dos escores essencial, derivado e geral da orientação à APS.
O PCATool foi elaborado para coletar informações a respeito das características
operacionais e práticas – de estrutura e do processo – relacionadas à APS desenvolvidas por
profissionais envolvidos na assistência direta aos usuários. Segundo Starfield (2002), para
medir o acesso de primeiro contato, é necessário avaliar a acessibilidade (elemento estrutural)
23
e a utilização (elemento processual). Para medir a longitudinalidade, é necessário avaliar a
definição da população eletiva (elemento estrutural) e a utilização (elemento processual). Para
medir a integralidade, é necessário avaliar a variedade de serviços (elemento estrutural) e o
reconhecimento de problemas (elemento processual). E por fim, para medir a coordenação do
cuidado, é necessário avaliar a continuidade (elemento estrutural) e o reconhecimento de
problemas (elemento processual).
A versão utilizada no estudo é composta por 62 questões divididas em oito domínios
(quadro 1). As respostas são dispostas em escala Likert, com intervalo de um a quatro para
cada atributo (de 1=“com certeza não”, 2=“acho que não”, 3=“acho que sim”, 4=“com certeza
sim”). Para avaliação da qualidade da APS foram calculados os seguintes escores: Escore por
Atributo - obtido através da média dos itens que compõem cada dimensão e subdimensão do
PCATool; Escore Essencial- obtido através da média dos atributos essenciais (acesso, atenção
continuada, coordenação e integralidade); Escore Derivado- obtido através da média dos
atributos derivados (orientação familiar e comunitária) e Escore Geral da APS- valor médio
dos atributos essenciais e derivados (HARZHEIM,2006; STARFIELD, 2002).
Os escores foram convertidos em uma escala de 0 a 10, por meio da aplicação da
fórmula: escore de 0 a 10 do atributo X = (escore de 1 a 4 do atributo X - 1) x 10 / (4 - 1).
Para análise e discussão considerou-se a seguinte classificação dos escores: até 6,5, ruim; 6,6
até 7,6, bom; 7,7 até 8,6, muito bom; 8,7 até 10, ótimo.
1.2.4 Análise de dados
As informações coletadas foram digitadas em um banco de dados a partir do qual
foram realizadas as análises de frequências das variáveis quantitativas: categóricas e
descritivas. As análises estatísticas a fim de comparar os valores dos escores obtidos no
PCATool foram realizadas com o programa estatístico SPSS versão 21. Para a comparação
das médias de cada atributo entre os tipos de serviços, foi utilizado o teste “t” de Student e
para análise das proporções utilizou-se o teste do qui-quadrado. Foi adotado nível de
significância de 5% (p<0,05).
24
Quadro 1 – Descrição dos atributos do PCATool com exemplos e número total de itens.
DOMÍNIOS
EXEMPLOS DE ITENS
NO de
ITENS
Acesso ao Primeiro Quando seu serviço de saúde está aberto e algum paciente
Contato –
adoece, alguém do seu serviço o atende no mesmo dia?
Acessibilidade
O paciente tem que esperar muito tempo ou falar com muitas
06
pessoas para conseguir uma consulta com você?
Atenção Continuada Você acha que seus pacientes se sentem confortáveis ao lhe
08
contar suas preocupações ou problemas?
Você conhece o histórico de saúde completo de cada paciente?
Coordenação –
Integração de
Cuidados
Você tem conhecimento de todas as consultas que seus pacientes
04
fazem a especialistas ou serviços especializados?
Você recebe do especialista ou do serviço especializado
informações úteis sobre o paciente encaminhado?
Integralidade Serviços Básicos
Disponíveis
Aconselhamento nutricional.
Integralidade
Serviços
Complementares
Disponíveis
Aconselhamento para problemas de saúde mental.
09
Tratamento dentário
07
Aconselhamento sobre como parar de fumar.
IntegralidadeSegurança no lar, ex: como guardar medicamentos em segurança.
Ações de Promoção Como prevenir quedas.
e Prevenção
Disponíveis
15
Orientação Familiar Você acha que conhece bem as famílias de seus pacientes?
06
Você sabe quais são os problemas mais importantes para o seu
paciente e sua família?
Orientação
Comunitária
Você faz visitas domiciliares?
Convida membros das famílias a participar do conselho de
saúde?
04
25
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos dez preceptores do Estágio em Saúde da Família entrevistados oito eram mulheres
e dois homens. Possuíam média de idade de 48 anos, média de 19 anos em relação ao tempo
de atuação na APS e média de 10 anos de permanência na UBSF em que se encontravam no
momento da pesquisa. Entre os estudantes, a média de idade foi de 24 anos, sendo 21 homens
e 27 mulheres.
Este perfil dos profissionais evidenciado é divergente ao encontrado em estudos
realizados em alguns estados e regiões do Brasil (VITORIA et al, 2013; GUARDA, 2012;
TOMASI et al, 2008). Em um amplo estudo Tomasi et al (2008) verificaram que a maior
proporção de trabalhadores na APS concentrou-se no grupo etário de 31 a 45 anos de idade,
48% dos trabalhadores estavam vinculados à UBS há mais de dois anos e esta proporção foi
superior no Nordeste (55%) quando comparada com o Sul (37%). Também evidenciaram que
na ESF existe uma menor proporção de mulheres, de mais jovens, dos com menos tempo de
formados e dos com menos tempo no serviço quando comparada ao modelo tradicional.
Entre os médicos da ESF na região metropolitana do Recife, uma distribuição
equilibrada de gênero, uma alta concentração de profissionais com idade acima de 40 anos
(76,3%) e apenas 3,95% apresentou mais de 10 anos de trabalho na estratégia
(GUARDA,2012). Em Chapecó foi observado um tempo médio de permanência do médico
nas UBSF locais de 3,2 anos (VITORIA et al, 2013). Sendo assim pode-se observar que a
população dos preceptores do internato de medicina da FAMED/UFAL apresenta uma larga
experiência com período de permanência na mesma USBF acima da média de outros lugares.
Este perfil peculiar possivelmente é devido a fatores como vínculo de trabalho estável com
plano de cargo e carreira, a baixa cobertura da ESF no município e ao longo tempo sem a
realização de novos concursos públicos.
Conill (2002) aponta que o tempo de implantação, o tipo de movimento social
existente na comunidade e as características dos profissionais têm maior efeito em algumas
dimensões como: acesso e na integralidade do que fatores estruturais. Sendo assim, pode-se
inquirir que o perfil dos profissionais pode influenciar de maneira significativa a qualidade
dos serviços.
As médias dos valores encontrados no estudo atual para os escores essencial, derivado
e geral, respectivamente, foram: 6,71, 7,35 e 6,88, pelos preceptores médicos e 6,78, 7,67 e
26
6,91 pelos discentes (tabela 1). O teste t indicou não existir diferenças estatisticamente
significativas entre as percepções dos médicos preceptores e as dos discentes.
Tabela 1 – Comparação das médias dos escores essencial, derivado e geral dos
preceptores e discentes. Maceió-AL, 2014.
MÉDIA DO ESCORE
DESVIO PADRÃO
ERRO PADRÃO
Preceptor
6,71 (6,1–7,32)
0,27
0,85
Discente
6,78 (6,58–6,98)
0,69
0,10
Preceptor
7,35 (6,52-8,25)
0,38
1,2
Discente
7,67 (7,35-7,98)
1,07
0,15
Preceptor
6,88 (6,27-7,4)
0,26
0,85
Discente
6,91 (6,72-7,11)
0,66
0,09
Escore Essencial
Escore Derivado
Escore Geral
Nota: (intervalo de confiança de 95%)
Diferentes pesquisadores que utilizaram o PCATool relataram escores essencial e geral
significativamente maiores para as UBSF do que os atribuídos às unidades básicas de saúde
tradicionais (UBSTRAD) (CHOMATAS, 2009; VAN STRALEN et al., 2008; IBAÑEZ et al.,
2006;).
Na avaliação do escore geral sob a visão dos profissionais, Chomatas (2009) observou
valores médios nas UBSF e nas unidades básicas de saúde tradicionais (UBSTRAD), de 7,4 e
6,4, respectivamente. Van Stralen et al (2008) em estudo envolvendo cidades de Goiás e Mato
Grosso do Sul com mais de 100.000 habitantes, também obtiveram o escore geral mais
favorável para as UBSF em todos os municípios apesar de não ser a diferença estatisticamente
significativa quando comparado às UBSTRAD. Castro et al (2012) realizaram estudo em
Porto Alegre, no qual evidenciaram o escore geral médio para UBSF de 7,08 com diferença
significativa quando comparado ao das UBSTRAD. Sendo assim, por meio do PCATooL,
verifica-se que os valores do escore geral encontrados nas UBSF de ensino da UFAL,
encontram-se assemelhados aos de outras realidades nacionais.
Tomando-se como medida o escore essencial atribuído por profissionais, em Castro et
al (2012) as UBSF apresentaram valor (média 6,84) significativamente maior do que o
atribuído às UBSTRAD (média 6,45). Chomatas (2009) observou escore de 7,0 para as UBSF.
Desta forma a média dos valores relativos ao escore essencial das UBSF de ensino da UFAL
(6,71 e 6,78) também se apresenta similar à de outras localidades.
27
A maioria das dimensões analisadas pelos preceptores encontra-se com boa e muito
boa qualidade. No entanto, as dimensões integralidade- serviços complementares disponíveis
(6,36), acesso ao primeiro contato – acessibilidade (5,94) e coordenação – integração dos
cuidados (5,33) obtiveram classificação ruim (tabela 2).
Por sua vez, houve similaridade na maioria dos escores atribuídos por discentes e
preceptores, à exceção do atributo promoção e prevenção, significativamente melhor avaliado
pelos preceptores (8,96 x 6,96). Neste atributo, apesar da diferença indicada pelo teste t entre
os escores dos discentes e dos preceptores de 0,005 (IC 95%), ambos foram classificados
como bons. Depreende-se destes resultados que preceptores e discentes apresentam uma
percepção semelhante da qualidade do cuidado.
Estudos comparativos de atributos da APS segundo o modelo de UBS relatam maiores
escores para as UBSF em relação ao modelo tradicional em todos os atributos, ainda que
abaixo do valor desejado (CASTRO et al., 2012; CHOMATAS,2009; VAN STRALEN et
al.,2008; IBAÑEZ et al,2006) sendo estatisticamente significativas as diferenças para as
dimensões “acesso de primeiro contato” e “integralidade- serviços prestados”.
Tabela 2 – Comparação dos escores médios por atributo da APS, segundo preceptores e
discentes. Maceió-AL, 2014.
Intervalo de
Atributos
Sujeitos
Acesso ao Primeiro Preceptor
Contato Discente
Acessibilidade
Média
Desvio Padrão
Erro Padrão
confiança
Inf
Sup
5,94
1,25
0,39
5,04
6,84
5,91
1,04
0,15
5,60
6,21
Atenção
continuada
Preceptor
7,03
0,97
0,30
6,34
7,73
Discente
7,11
1,10
0,15
6,79
7,42
Coordenação –
Integração de
Cuidados
Preceptor
5,33
0,89
0,28
4,69
5,97
Discente
5,00
1,63
0,23
4,52
5,47
Serviços Básicos
Disponíveis
Preceptor
7,66
1,55
0,49
6,55
8,77
Discente
7,78
1,27
0,18
7,41
8,15
Serviços
Complementares
Disponíveis
Preceptor
6,36
2,21
0,70
4,77
7,95
Discente
5,99
1,72
0,24
5,48
6,49
28
Tabela 2 (continuação)– Comparação dos escores médios por atributo da APS, segundo
preceptores e discentes. Maceió-AL, 2014.
Serviços de
Promoção e
Prevenção
Preceptor
8,26
1,08
0,34
7,40
9,04
Discente
6,96
1,30
0,18
6,58
7,34
Orientação
Preceptor
7,20
1,18
0,37
6,43
8,13
Familiar
Discente
7,80
1,39
0,20
7,39
8,20
Orientação
Preceptor
7,58
1,49
0,47
6,51
8,65
comunitária
Discente
7,38
1,39
0,20
6,97
7,79
Nota: (intervalo de confiança de 95%)
A identificação e o detalhamento em quais pontos os serviços estão fortes ou frágeis
podem ser realizadas pela verificação das respostas aos itens que compõem cada atributo
(Tabela 2 - Apêndice 1). No entanto, mesmo havendo um grau alto de satisfação para com os
serviços de saúde, poderá existir insatisfação substancial em relação a componentes
específicos da atenção. Pode-se citar a espera maior do que 30 minutos pela consulta médica,
sem contar com a pré-consulta e a necessidade de esperar muito tempo ou falar com muitas
pessoas para conseguir uma consulta médica demonstrando barreiras no acesso que devem ser
ajustadas.
A acessibilidade é um dos atributos entre as menores médias no estudo atual. Este
mesmo resultado foi verificado em outros estudos que também não evidenciaram diferenças
significativas dos escores deste atributo entre UBSF e UBSTRAD (VAN STRALEN et al,
2008; CHOMATAS, 2009; IBAÑEZ et al 2006; MACINKO et al, 2004).
A ESF foi concebida para expandir o acesso à atenção primária e coordenar a
integração com as redes de atenção à saúde ambulatorial especializada, hospitalar secundária
e terciária, rede de serviços de urgência e emergência, e a rede de serviços de atenção à saúde
mental. Em contraste com o esperado na ESF, o escore composto da avaliação da dimensão do
acesso, neste estudo, para preceptores e discentes, foi baixo.
Percebe-se homogeneidade entre as respostas ao atributo atenção continuada com
valores satisfatórios. O único item marcado de maneira, predominantemente, negativa foi a
possibilidade de contato com o médico da UBSF por telefone. A presença adequada da
atenção continuada é um fator essencial tanto para o sistema de saúde como para a formação
médica, pois este atributo tende a produzir diagnósticos e tratamentos mais precisos, além do
aumento da resolutividade e realização de procedimentos de maior complexidade nos cenários
de prática (RAMOS, 2003).
29
Em conformidade com outros estudos, o escore médio para a dimensão atenção
continuada, obtido na pesquisa atual (7,03 e 7,11), pode-se considerar bom para a APS. Na
óptica dos profissionais, os resultados sugerem que os profissionais das UBSF percebem
maior vinculação dos usuários aos serviços, sendo capazes de reconhecer melhor sua
população eletiva do que os tradicionais centros de saúde (VAN STRALEN et al, 2008;
CHOMATAS,2009; IBAÑEZ et al, 2006; MACINKO, 2004) favorecendo maior adesão aos
tratamentos de doenças crônicas e ao planejamento das atividades em saúde.
O escore atenção continuada indica, ainda, um maior acesso à mesma equipe de
prestadores de cuidados de saúde ao longo do tempo. Segundo Woodward et al (2004), a
continuidade promove o desenvolvimento de uma relação de confiança entre o indivíduo e o
seu prestador de cuidados de saúde. Confiança, comunicação interpessoal e escolha são três
variáveis que obtiveram forte associação com a satisfação (ADLER, 2010) evidenciado pelo
alcance de melhores resultados por parte dos usuários, como: a tendência a cumprir melhor
com o conselho dado, confiar menos em serviços de emergência, uma menor necessidade de
internação e mais satisfação com cuidado. Por outro lado, os profissionais tendem a
economizar tempo de consulta, reduzir o uso de testes de laboratório e custos e aumento de
cuidados preventivos (OMS, 2008).
Na dimensão “coordenação- cuidado integrado” observam-se escores médios ruins
atribuídos por preceptores e discentes (5,33 e 5,00). A principal fragilidade deve-se à falha na
comunicação com outros serviços da rede assistencial por problemas na referência e
contrareferência. Em outras pesquisas, essa dimensão apresenta-se com escores satisfatórios e
não se observam diferenças quando comparados com os de outros tipos de serviço (CASTRO
et al., 2012; STRALEN et al, 2008; CHOMATAS,2009). Pode-se inferir, nestes estudos, que a
ausência de diferenças entre UBSF e UBSTRAD se deveu provavelmente pela sua inserção
em um mesmo sistema de saúde municipal, sujeitos às mesmas condições de relação entre os
níveis de atenção. Segundo Ibañez et al (2006), a coordenação apresenta grande diferença
entre perspectivas dos usuários e dos profissionais, com profissionais avaliando estas
dimensões muito bem (valor por volta dos 80%), ao passo que usuários avaliam
negativamente esta dimensão, apenas em torno de 40% do total do escore possível. No
entanto, Van Stralen et al (2008), não verificaram grandes diferenças entre usuários e
profissionais.
A Saúde da Família agudiza o debate no interior do SUS, demonstrando a fragilidade
do processo de construção social da saúde que tem avançado pontualmente, mediante o
modelo neoliberal racionalizador focalizado, com baixo custo, constituindo um pacote básico
30
e excludente de assistência à saúde (GIL, 2006; CONILL,2002). Dos caminhos traçados na
resolução desta contradição resultará ou no modelo baseado na racionalização da atenção para
populações mais ou menos excluídas do processo de produção ou na democratização, com
qualidade nas práticas e no acesso.
Identifica-se que a ESF, de fato, evolui de um programa isolado para uma estratégia de
reorientação do modelo assistencial na rede pública, havendo concordância quanto à
visibilidade de sua trajetória e efeitos positivos na saúde (ALVES,2005; STARFIELD, 2002).
No entanto, tais práticas permanecem marginais, não sendo suficientes para imprimir uma
mudança no modelo assistencial. A manutenção e difusão da ESF indicam uma maior
potencialidade no sentido das transformações dentro do sistema público na reforma brasileira,
ainda que cercada de um conjunto de contradições.
As UBSF não podem assegurar a responsabilidade global para a sua população, sem o
apoio de serviços especializados, organizações e instituições de referência. O papel de
coordenação implica efetivamente em transformar a pirâmide de cuidados primários em uma
rede, onde as relações entre a equipe de cuidados primários e as outras instituições e serviços
não sejam baseadas apenas numa hierarquia de referência verticalizada, mas na cooperação e
coordenação (VILAÇA, 2011). O baixo escore na dimensão “coordenação- cuidado
integrado” na presente pesquisa, demonstra a distância que a ESF está de concretizar o seu
papel de mediador entre a comunidade e os diferentes níveis de atenção à saúde organizados
em serviços de referência e contra-referência.
Os serviços ofertados na UBSF são avaliados pelos atributos serviços básicos
disponíveis e serviços complementares disponíveis. Na modalidade de serviços básicos
disponíveis, na perspectiva dos profissionais, foram observados escores médios considerados
bons, semelhantes aos demais estudos com participação dos profissionais (CHOMATAS,
2009; VAN STRALEN et al., 2008). O atual estudo indica a carência das ações básicas
relacionadas à saúde bucal e aconselhamento nutricional nas UBSF de ensino da UFAL.
Já considerando o atributo “serviços complementares disponíveis” observam-se
valores médios de escores para preceptores e discentes (6,36 e 5,99) considerados ruins em
contraposição à outras pesquisas realizadas (CHOMATAS,2009; VAN STRALEN et al., 2008;
IBAÑEZ et al,2006). Segundo Van Stralen et al. (2008) e Ibañez et al. (2006), os usuários não
percebem grande diferença entre as UBSTRAD e UBSF. Entretanto, os profissionais de nível
superior atribuem à saúde da família uma melhoria significativa do elenco de serviços
ofertados (VAN STRALEN et al., 2008; IBAÑEZ et al., 2006). Entretanto, o presente estudo
evidenciou a necessidade de aprimorar a estrutura e o processo para uma atenção qualificada à
31
comunidade quanto aos cuidados no manejo das condições comuns e de grande impacto na
saúde geral das famílias e da comunidade, tais como uso de drogas, identificação de
problemas auditivos e visuais no idoso.
O atributo “integralidade- ações de promoção e prevenção recebidas”, observa-se
através dos escores médios 8,26 e 6,96, pelos preceptores e discentes, respectivamente, está
sendo executado pelos serviços de saúde, o que já demonstra uma maior aproximação entre as
atividades médico-assistenciais e preventivas operando desta forma na mudança do modelo
assistencial vigente. Sendo assim, acumulam-se evidências apontando para a viabilidade de
práticas mais abrangentes, alternativas ao modelo biomédico tradicional (CONILL, 2002). E
segundo Nogueira (2009) para que haja uma mudança efetiva do modelo assistencial, é
imprescindível um repensar contínuo da teoria, da prática e das ações de saúde.
Os atributos “orientação comunitária” e “orientação familiar”, que compõem o escore
derivado da APS, foram classificados como bons (tabela 2). Comparando-se com outros
estudos percebe-se a semelhança dos escores encontrados e, além disto, com diferença
estatisticamente significantes quando comparados às UBSTRAD (CASTRO et al., 2012;
CHOMATAS,2009; VAN STRALEN et al.,2008). No entanto, pode-se verificar uma
fragilidade nas respostas relativas às ações de estímulo ao controle social e ao
desenvolvimento da autonomia do usuário.
Entre os principais dispositivos para o desenvolvimento inclusão das famílias no
cuidado e a compreensão da realidade local, se destaca a visita domiciliar (VD) com 90% dos
preceptores assinalando que “sempre” a realizam. Fica evidente a importância da VD, para a
assistência e o ensino, ao perceber a potencialidade inovadora em virtude da aproximação das
equipes aos diferentes aspectos vivenciados pelos usuários e suas famílias contribuindo para
uma abordagem ampliada do processo saúde-doença.
Assim, são desenvolvidas inovações tecnológicas de cuidado e maiores possibilidades
de efetivação do trabalho em equipe para constituição de uma rede substitutiva ao produzir
novos modos de cuidar (SILVA, 2010; FEUERWERKER, 2008), modelo no qual há que se
valorizar a subjetividade com criação de vínculo e co-responsabilização dos sujeitos, bem
como a ativação de redes sociais voltadas à produção do cuidado em saúde, nos vários
contextos (ALBUQUERQUE, 2009).
Para Rowan (2002) é provável que o maior número de preceptores com escore
satisfatório no desenvolvimento da APS, avaliados pelo PCATool, prove os benefícios para os
estudantes de medicina que podem vivenciar mais aspectos da APS. Isto não isenta a inserção
dos estudantes na APS nos diversos desafios, como: os diferentes tempos institucionais dos
32
serviços e do ensino, questões estruturais da própria ESF e a insuficiente conversação entre
esta e a instituição de ensino, comprometendo a integração ensino-serviço-comunidade
(COSTA et al, 2012). A ausência de estudos que incluíssem a perspectiva do discente,
impossibilitou a comparação ampliada com outras realidades.
Todavia, o potencial da aproximação do estudante à futura prática no seu processo de
aprendizagem e consequente desenvolvimento da competência profissional como médico,
encontra estruturação conceitual nas discussões da aprendizagem como um processo de
construção ativa pelo aprendiz e na relevância da problematização do ensino como caminho
para concretizar o processo ensino-aprendizagem (BATISTA, 2008).
33
CONCLUSÃO
O presente estudo evidenciou que as UBSF de ensino da UFAL, na avaliação dos
profissionais médicos e discentes, apresentam escores médios satisfatórios para a presença e
extensão dos atributos da APS de maneira a contribuir para uma formação médica adequada
às necessidades de saúde da população.
Todos os serviços possuem aspectos dos atributos a serem aprimorados: “acesso de
primeiro contato- acessibilidade”, “coordenação do cuidado” e “serviços complementares
disponíveis” que obtiveram os menores escores médios, indicando a necessidade de investir
na estrutura e no processo de atenção com prioridade para a qualificação da APS no município
com apoio da Universidade. Estes problemas podem funcionar como meios para a
aproximação e melhor integração ensino-serviço servindo como temas norteadores das
atividades a serem desenvolvidas em conjunto nas práticas de ensino da graduação e de
educação permanente dos profissionais. Com isto sugere-se a realização de novos estudos que
contemplem a percepção dos usuários, por meio do PCATool-Brasil de maneira a ampliar e
complementar o atual.
34
REFERÊNCIAS
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integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial. Interface – Comunic.,
Saúde., Educ., v. 9, n. 16, p. 39-52, set. 2004 / fev. 2005.
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satisfaction: a systematic review. Family Practice, v. 27, p.171–178, 2010.
ALBUQUERQUE, A. B. B.; BOSI, M. L. M.Visita domiciliar no âmbito da Estratégia Saúde
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BATISTA, S. H. da S. A interdisciplinaridade no ensino médico. Rev. bras. educ. med., Rio
de Janeiro, v. 30, n. 1, abril, 2006.
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37
2. PRODUTO DE INTERVENÇÃO – AVALIAÇÃO DOS ATRIBUTOS DA ATENÇÃO
PRIMÁRIA À SAÚDE NOS CENÁRIOS DE APRENDIZAGEM DO INTERNATO DE
MEDICINA
Com a Reforma Sanitária Brasileira e a criação do SUS, um novo modelo de atenção a
saúde foi construído. Com isto observa-se a necessidade da qualificação dos profissionais da
saúde em resposta aos novos desafios desse sistema. Assim, a mudança na formação dos
recursos humanos em saúde tem sido discutida para o aprimoramento das práticas e da relação
profissional com os usuários, as comunidades e as instituições, contribuindo para a construção
e consolidação de um sistema mais justo e orientado para as necessidades das pessoas e da
sociedade (NEUMANN, 2012).
A nova lógica do SUS estabelece a APS como estratégia de organização e integração
do sistema de saúde, sendo a ESF a porta de entrada preferencial do sistema (PAIM, 2010;
STARFIELD, 2002). Entretanto, a APS exige recursos humanos diferenciados e ainda
escassos (FEUWERVEKER,2007).
O hospital ainda é o espaço hegemônico de formação dos profissionais da saúde. Essa
presença marca as competências dos profissionais, mesmo quando se encontram trabalhando
na ESF. Embora a clínica na Atenção Básica seja muito complexa, não só pela necessidade de
entender o sujeito, mas também pela necessidade de negociação da terapêutica, as
corporações tendem a negar essa complexidade (CUNHA, 2010; FEUERWERKER,2007).
Porém, sabe-se que, na vida profissional do graduado, seu campo de trabalho não está
restrito ao setor terciário, pelo contrário, a maioria dos postos de trabalho está nos setores
primário e secundário. A ESF criou um extenso campo de trabalho para o médico. Para seu
sucesso, contudo, são necessários médicos com características particulares: generalistas,
capazes de se inserir na comunidade, lidar com indicadores epidemiológicos, com cobertura
populacional, promover práticas de vigilância à saúde e se integrar com os demais
profissionais da saúde.
Objetivando induzir mudanças na graduação, os Ministérios da Saúde e da Educação,
por meio das Diretrizes Curriculares para os cursos de Medicina e de programas como
Promed, Pró-Saúde e PET-Saúde, têm salientado a importância da reformulação do ensino
médico de forma a adequá-lo às necessidades do SUS (NEUMANN, 2012). Diante dessa
realidade, as universidades vêm buscando se adequar às Diretrizes Curriculares do curso de
Medicina, mediante a expansão do ensino para a APS. Nesta, o aluno inicia um contato
imediato à entrada no curso com a comunidade em que irá atuar. Além disso, os currículos
38
estão sendo reorganizados para que os estudantes tenham um contato longitudinal com a APS,
estagiando em UBSF durante todo o curso.
A consideração da APS como nível adequado de formação profissional para os alunos
de medicina é determinada pelo fato de que, na comunidade, o aluno está numa posição
privilegiada para aprender as atividades preventivas, compreender a realidade do processo
saúde-doença e sua abordagem ampliada, assim como a complexidade e importância da
relação médico-paciente, compreender a abordagem das doenças prevalentes, tanto agudas
como crônicas, além de perceber a presença e extensão dos atributos da APS em operação
(CAMPOS, 2005).
Frente a este processo de constante mudanças e adaptação à necessidade do SUS e das
reformulações do processo de formação, a avaliação tem sido cada vez mais valorizada em
busca da qualidade e para debater e acompanhar as transformações da área é fundamental
aplicar uma metodologia de avaliação adequada às características da APS. No entanto, esta
deve reconhecer o pluralismo de valores e favorecer a interação de demandas, experiências e
pontos de vistas dos diferentes grupos de interesses. É importante adotar todas as precauções
metodológicas e operacionais para que os resultados sejam efetivamente utilizados. Nesse
sentido, as avaliações em serviços ou programas de saúde devem subsidiar os processos de
decisão, servir de suporte para o direcionamento das práticas profissionais e devem
possibilitar uma intervenção em seu decorrer, caracterizando-se, em última análise, como
ferramenta de gestão (SERAPIONE, 2009).
A avaliação é um instrumento de compromisso de uma instituição consciente de sua
responsabilidade social, uma vez que permite correções de rota durante o percurso,
abrangendo todos os aspectos que compõem o curso e, mais do que isso, permite dar respostas
à sociedade. Por meio de um processo avaliativo ético e responsável, a instituição poderá
fazer uma reflexão crítica e participativa sobre suas ações e conhecer seu efetivo papel no
engajamento com a comunidade e sua verdadeira contribuição para o desenvolvimento dela
(MOURÃO, 2009).
Avaliação tem potencial e força transformadora, em busca de uma instituição com
excelência técnica e relevância social. Isto porque se considera que a avaliação não se
constitui apenas em seus produtos e resultados, mas, principalmente, na riqueza do processo
avaliativo, no qual estudantes, professores, servidores, gestores e sociedade somam forças
para superar as fragilidades da instituição identificadas visando seu aprimoramento.
No âmbito educacional, existe uma tendência em focar a avaliação da aprendizagem
num sentido limitado, como se ela pudesse dar conta de toda a complexidade que abarca a
39
avaliação da educação. Daí a importância de compreender o ato de avaliar a educação como
um fenômeno que ultrapassa a avaliação da aprendizagem do estudante, uma vez que deve
configurar uma experiência negociada e que reflita os princípios que fundamentam uma
instituição formativa (MOURÃO, 2009).
Sendo assim a utilização de diferentes métodos avaliativos e o envolvimento de
diversos atores neste processo torna o diagnóstico e a tomada de decisão mais assegurada,
democrática e possibilita a corresponsabilização dos atores.
Apresento o produto de intervenção decorrente da adaptação do PCATool-Brasil
(HARZHEIM et al, 2006) à necessidade de incluir os profissionais médicos preceptores e os
discentes nesta avaliação da qualidade da APS e, consequentemente, da formação.
Como proposta para a execução da avaliação com o PCATool, sugere-se a aplicação do
questionário aos discentes no meio e no fim do estágio de maneira presencial seguindo a
distribuição nas UBSF e sob orientação do docente. Com isto objetiva-se um primeiro
momento de conhecimento do instrumento e avaliação, correlacionando as ações
desenvolvidas com os princípios organizativos da APS, conhecimento dos processos de
trabalho em saúde e indicando ações e atributos que podem ser aprimorados no restante do
estágio. E ao fim, um panorama final graduando as ações desenvolvidas durante o estágio,
fornecendo uma avaliação do serviço e do estágio.
Almejando contribuir na aproximação entre o ensino e os serviços de saúde, propõe-se
a inclusão deste instrumento na avaliação das atividades de ensino realizadas na rede da APS
que, possibilita simultaneamente a identificação de fragilidades do processo de formação e
assistencial, e a concretização de ações de intervenção na realidade orientadas pelos preceitos
da pedagogia problematizadora, reflexiva e da educação permanente.
40
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO NA SAÚDE
Questionário para o PROFISSIONAL do serviço de saúde
Identifique-se e diga: “Este questionário trata das características do seu
serviço de saúde. Nas perguntas em que nos referimos a “seu serviço de
saúde”, estas se referem a você e às pessoas que trabalham diretamente com
você. Por favor, responda o mais fielmente possível, descrevendo a realidade
do cuidado efetuado pelo no seu serviço. Não há respostas certas ou erradas.”
(não esqueça do TCLE)
A.INFORMAÇÃO ADMINISTRATIVA
A1.Data de aplicação do questionário:
/
/
A2.Distrito sanitário:
A3.Unidade de Saúde da Família___________________________________________________:
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
A4.Sexo:
M
F
A5.Data de nascimento:
/
/
A6.Ano conclusão do curso:
A7.Você possui alguma especialidade?
SIM
NÃO (pular para 10)
A8. Qual ESPECIALIDADE? Qual ano de término?
A8.1- Medicina de Família (residência)
ANO
A8.2- Medicina de Família (prova de título)
ANO
A8.3- Medicina de Família (especialização)
ANO
A8.4- OUTRAS:__________________________________ ANO
_______________________________________
ANO
A9.Em quantos locais você trabalha?
A10.Quantas horas por semana você trabalha, considerando todos os seus locais de trabalho?
A11. Há quanto tempo você trabalha neste serviço?
A12.Há quanto tempo você trabalha na atenção básica de saúde?
A13.Neste serviço, qual sua carga horária de trabalho?
41
ACESSO DE PRIMEIRO CONTATO – ACESSIBILIDADE
Não sei
/
não
lembro
Por favor, indique a melhor opção
Sempre
Muitas
vezes
Poucas
vezes
Nunca
1. Quando seu serviço de saúde está aberto e algum
paciente adoece, alguém do seu serviço o atende no
mesmo dia?
4
3
2
1
9
2. Quando o seu serviço de saúde está aberto, os
pacientes conseguem aconselhamento rápido com
você pelo telefone caso precisem?
4
3
2
1
9
3. É fácil para um paciente conseguir marcar hora
para uma consulta de revisão de saúde (consulta de
rotina, check-up) no seu serviço de saúde?
4
3
2
1
9
4. Na média, os pacientes têm de esperar mais de 30
minutos para serem atendidos por você (sem contar
a triagem ou o acolhimento)?
4
3
2
1
9
5. O paciente tem que esperar muito tempo ou falar
com muitas pessoas para conseguir um consulta
com você?
4
3
2
1
9
4
3
2
1
9
Nunca
6. É difícil para o paciente conseguir atendimento
com você quando ele acha que é necessário?
ATENÇÃO CONTINUADA
Não sei/
não
lembro
Por favor, indique a melhor opção
Sempre
Muitas
vezes
Poucas
vezes
7. Você consegue entender as perguntas que seus
pacientes lhe fazem?
4
3
2
1
9
4
3
2
1
9
4
3
2
1
9
4
3
2
1
9
4
3
2
1
9
4
3
2
1
9
4
3
2
8. Seus pacientes entendem o que você diz ou
pergunta a eles?
9. Se os pacientes têm uma pergunta, podem
telefonar e falar com você?
10.Você dá aos pacientes tempo suficiente para
falarem sobre as suas preocupações ou problemas?
11.Você acha que seus pacientes se sentem
confortáveis ao lhe contar suas preocupações ou
problemas?
12. Você está disposto e capaz de atender membros
da família dos pacientes para discutir um problema
de saúde ou problema familiar?
13. Você sabe todos os medicamentos que seus
pacientes estão tomando?
1
9
42
Com
certeza
sim
Acho
que sim
Acho
que não
Com
certeza
não
Não sei/
Não
lembro
4
3
2
1
9
Não
sei/
não
lembro
14. Você conhece o histórico de saúde
completo de cada paciente?
COORDENAÇÃO – INTEGRAÇÃO DE CUIDADOS
Com
certeza
sim
Acho
que, sim
Acho
que, não
Com
certeza
não
15. Você tem conhecimento de todas as consultas
que seus pacientes fazem a especialistas ou serviços
especializados?
4
3
2
1
9
16. Você recebe do especialista ou do serviço
especializado informações úteis sobre o paciente
encaminhado?
4
3
2
1
9
17. Após a consulta com o especialista ou serviço
especializado, você fala com seu paciente sobre os
resultados desta consulta?
4
3
2
1
9
18. Você pergunta sobre a qualidade do
atendimento que seu paciente recebeu do
especialista?
4
3
2
1
9
Por favor, indique a melhor opção
INTEGRALIDADE – SERVIÇOS BÁSICOS DISPONÍVEIS
Se um paciente tem necessidade de qualquer dos seguintes serviços poderia obtê-los no seu serviço
de saúde?
Por favor, indique a melhor opção
Com
certeza,
sim
Acho
que, sim
Acho
que, não
Com
certeza,
não
Não sei /
não
lembro
19. Aconselhamento nutricional.
4
3
2
1
9
20. Imunizações.
4
3
2
1
9
4
3
2
1
9
22. Avaliação da saúde bucal.
4
3
2
1
9
23. Tratamento dentário.
4
3
2
1
9
4
3
2
1
9
25. Cuidados pré-natais.
4
3
2
1
9
26. Exame preventivo para câncer de colo de
útero (Teste Papanicolau).
4
3
2
1
9
27. Inclusão em programa de suplementação
alimentar (ex: leite e alimentos)
4
3
2
1
9
21. Verificação se as famílias podem participar
de algum programa ou benefício de assistência
social.
24. Planejamento
anticoncepcionais.
familiar
ou
métodos
43
INTEGRALIDADE – SERVIÇOS COMPLEMENTARES DISPONÍVEIS
Se um paciente tem necessidade de qualquer dos seguintes serviços poderia obtê-los no seu serviço
de saúde?
Com
certeza,
sim
Acho
que, sim
Acho
que, não
Com
certeza,
não
Não sei /
não
lembro
28. Aconselhamento ou tratamento para o uso
prejudicial de drogas (lícitas ou ilícitas).
4
3
2
1
9
29. Aconselhamento para problemas de saúde
mental.
4
3
2
1
9
30.Sutura de um corte que necessite de pontos.
4
3
2
1
9
31. Aconselhamento e solicitação de teste antiHIV.
4
3
2
1
9
32. Identificação (Algum tipo de avaliação) de
problemas auditivos (para escutar).
4
3
2
1
9
33. Identificação (Algum tipo de avaliação) de
problemas visuais (para enxergar).
4
3
2
1
9
34. Aconselhamento sobre como parar de fumar.
4
3
2
1
9
35. Orientações aos familiares sobre cuidados em
saúde caso o paciente fique incapacitado e não
possa tomar decisões (ex: coma).
4
3
2
1
9
36. Aconselhamento sobre as mudanças que
acontecem com o envelhecimento (ex:
diminuição da memória, risco de cair).
4
3
2
1
9
37. Orientações sobre cuidados no domicílio para
alguém da família do paciente como: curativos,
troca de sondas, banho na cama.
4
3
2
1
9
Por favor, indique a melhor opção
INTEGRALIDADE – AÇÕES DE PROMOÇÃO E PREVENÇÃO OFERTADOS
Você atende pacientes (leia as alternativas): de todas as idades, somente crianças e adolescentes
(menores de 18 anos) somente adultos.
Se você atende todas as idades, por favor responda todas as perguntas desta seção.
Se você atende apenas crianças, por favor responda as perguntas 51 a 52.
Se você atende apenas adultos, por favor não responda as perguntas 41 a 50.
Perguntas 38 – 40 se aplicam a todas faixas etárias
Você discute os seguintes assuntos com seus pacientes ou seus responsáveis?
Por favor, indique a melhor opção
38.Conselhos sobre alimentação saudável ou
sobre dormir suficientemente.
Por favor, indique a melhor opção
Com
certeza,
sim
Acho que,
sim
Acho
que, não
Com
certeza
, não
Não sei /
não
lembro
4
3
2
1
9
Com
certeza,
sim
Acho que,
sim
Acho
que, não
Com
certeza
, não
Não sei /
não
lembro
44
39. Segurança no lar, ex: como guardar
medicamentos em segurança.
4
3
2
1
9
40. Aconselhamento sobre o uso de cinto de
segurança, assentos seguros para crianças ao
andar de carro, evitar que crianças tenham queda
de altura
4
3
2
1
9
Perguntas F4 – F13 se aplicam apenas a adultos (18 anos e acima).
Entrevistador pergunte: “Você discute os seguintes assuntos com seus pacientes ?”
Com
certeza,
sim
Acho que,
sim
Acho
que, não
Com
certeza
, não
Não sei /
não
lembro
41. Maneiras de lidar com conflitos de família
que podem surgir de vez em quando.
4
3
2
1
9
42. Conselhos a respeito de atividade física
4
3
2
1
9
43. Testes de sangue para verificar os níveis de
colesterol.
4
3
2
1
9
44. Verificar e discutir os medicamentos que o
paciente está usando.
4
3
2
1
9
45. Possíveis exposições a substâncias perigosas
(ex: veneno para formiga/ para rato, água
sanitária), no lar, no trabalho, ou na vizinhança
do paciente.
4
3
2
1
9
46. Pergunta se o paciente tem uma arma de fogo
e orienta como guardá-la com segurança.
4
3
2
1
9
47. Como prevenir queimaduras causadas por
água quente, óleo quente.
4
3
2
1
9
48. Como prevenir quedas.
4
3
2
1
9
49. Prevenção de osteoporose em mulheres.
4
3
2
1
9
Por favor, indique a melhor opção
4
3
2
1
50. Cuidado de problemas comuns relativos a
menstruação ou a menopausa.
As perguntas F14 – F15 se aplicam apenas a crianças.
Pergunte: “Os seguintes assuntos são discutidos com a criança e pais/responsável?”
9
Com
certeza,
sim
Acho que,
sim
Acho
que, não
Com
certeza
, não
Não sei /
não
lembro
51. Maneiras de lidar com os problemas de
comportamento das crianças.
4
3
2
1
9
52. Mudanças do crescimento e desenvolvimento
da criança esperadas para cada faixa etária.
4
3
2
1
9
Por favor, indique a melhor opção
G - ORIENTAÇÃO FAMILIAR
Por favor, indique a melhor opção
53. Você pergunta aos pacientes quais suas ideias e
opiniões ao planejar o tratamento e cuidado do
paciente ou membro da família?
Com
certeza,
sim
Acho que,
sim
Acho
que, não
Com
certeza
, não
Não sei /
não
lembro
4
3
2
1
9
45
54. Você pergunta sobre doenças e problemas de
saúde que possam ocorrer nas famílias dos
pacientes?
4
3
2
1
9
55. Você acha que conhece bem as famílias de
seus pacientes?
4
3
2
1
9
56.Você sabe quais são os problemas mais
importantes para o seu paciente e sua família.
4
3
2
1
9
57.Você sabe sobre o trabalho ou emprego de cada
paciente?
4
3
2
1
9
58.Você teria conhecimento caso seus pacientes
não conseguissem as medicações receitadas ou
tivessem dificuldades de pagar por elas?
4
3
2
1
9
Muitas
vezes
Poucas
vezes
Nunca
ORIENTAÇÃO COMUNITÁRIA
Por favor, indique a melhor opção
Sempre
Não sei /
não
lembro
59. Você faz visitas domiciliares?
4
3
2
1
9
60. Você crê que seu serviço de saúde tem
conhecimento adequado dos problemas de saúde
da comunidade que atende?
4
3
2
1
9
Como seu serviço de saúde conhece as opiniões e ideias das pessoas para ajudar a melhorar o atendimento?
61 Faz levantamento de problemas de saúde nas
casas?
4
3
2
1
9
62. Convida membros das famílias a participar do
conselho de saúde?
4
3
2
1
9
46
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO NA SAÚDE
Questionário para o DISCENTE do serviço de saúde
Este questionário trata das características do serviço de saúde que você
estagiou. Nas perguntas em que nos referimos a “seu serviço de saúde”, estas
se referem às pessoas que trabalharam diretamente com você. Por favor,
responda o mais fielmente possível, descrevendo a realidade do cuidado
efetuado pelo serviço. Não há respostas certas ou erradas.
(não esqueça do TCLE)
INFORMAÇÃO ADMINISTRATIVA
A1.Data de aplicação do questionário:
/
/
A2.Distrito sanitário:
A3.Unidade de Saúde da Família
Aliomar Almeida Lins (Benedito Bentes 2)
Rosane Collor
Denisson Menezes
Graciliano Ramos
João Moreira (Jacintinho)
Vale Do Pitanguinha
São José - Canaã
Sítio São Jorge
Paulo Leal (Feitosa)
Outra:________________________
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
A4.Sexo:
M
F
A5.Data de nascimento:
/
/
A6.Qual ano que você iniciou o curso:
A7.Qual foi sua carga horária semanal de atividade na USF?
47
ACESSO DE PRIMEIRO CONTATO – ACESSIBILIDADE
Não
sei /
não
lembro
Por favor, indique a melhor opção
Sempre
Muitas
vezes
Poucas
vezes
Nunca
1. Quando o serviço de saúde está aberto e algum
paciente adoece, alguém do seu serviço o atende no
mesmo dia?
4
3
2
1
9
2. Quando o serviço de saúde está aberto, o paciente
conseguiria aconselhamento médico pelo telefone de
maneira rápida, caso precisasse?
4
3
2
1
9
4
3
2
1
9
4. Em média, o paciente tem que esperar mais de 30
minutos para ser atendido pelo médico (sem contar a
triagem ou o acolhimento)?
4
3
2
1
9
5. O paciente tem que esperar muito tempo ou falar
com muitas pessoas para conseguir um consulta com
o médico?
4
3
2
1
9
4
3
2
1
9
3. É fácil para um paciente conseguir marcar hora
para uma consulta de revisão de saúde (consulta de
rotina, check-up) no _______________( nome do
local)?
6. É difícil para o paciente conseguir atendimento
com o médico quando ele acha que é necessário?
ATENÇÃO CONTINUADA
Não
sei/
não
lembr
o
Por favor, indique a melhor opção
Sempre
Muitas
vezes
Poucas
vezes
Nunca
7. O médico consegue entender o que os pacientes
dizem ou perguntam a ele?
4
3
2
1
9
8. Os pacientes entendem o que o médico diz ou
pergunta a eles?
4
3
2
1
9
9. Se os pacientes têm uma pergunta ou dúvida,
podem telefonar ou falar com o médico?
4
3
2
1
9
10. O médico dá aos pacientes tempo suficiente para
falarem sobre as suas preocupações ou problemas?
4
3
2
1
9
11. Você acha que os pacientes se sentem confortáveis
para contar ao médico suas preocupações ou
problemas?
4
3
2
1
9
12. O médico conversaria com os membros da família
do paciente para discutir um problema de saúde ou
familiar caso o paciente achasse necessário?
4
3
2
1
9
13. O médico sabe todos os medicamentos que seus
pacientes estão tomando?
4
3
2
1
9
48
Por favor, indique a melhor opção
Com
certeza
sim
Acho
que sim
Acho
que não
Com
certeza
não
Não
sei/
Não
lembr
o
4
3
2
1
9
14. O médico conhece o histórico de saúde completo
de cada paciente?
COORDENAÇÃO – INTEGRAÇÃO DE CUIDADOS
Com
certeza,
sim
Acho
que, sim
Acho
que, não
Com
certeza
não
Não sei/
não
lembro
15. O médico tem conhecimento de todas as
consultas que seus pacientes fazem a especialistas
ou serviços especializados?
4
3
2
1
9
16. O médico recebe do especialista ou do serviço
especializado informações úteis sobre o paciente
encaminhado?
4
3
2
1
9
Com
certeza,
sim
Acho
que, sim
Acho
que, não
Com
certeza
não
Não sei/
não
lembro
17. Após a consulta com o especialista ou serviço
especializado, o médico costuma falar com seu
paciente sobre os resultados desta consulta?
4
3
2
1
9
18. O médico costuma perguntar sobre a qualidade
do atendimento que seu paciente recebeu do
especialista?
4
3
2
1
9
Por favor, indique a melhor opção
Por favor, indique a melhor opção
INTEGRALIDADE – SERVIÇOS BÁSICOS DISPONÍVEIS
Se um paciente tem necessidade de qualquer dos seguintes serviços poderia obtê-los no seu serviço
de saúde?
Por favor, indique a melhor opção
19. Aconselhamento nutricional.
20. Imunizações.
21. Verificação se as famílias podem participar
de algum programa ou benefício de assistência
social (Bolsa família).
22. Avaliação da saúde bucal.
23. Tratamento dentário.
24. Planejamento
anticoncepcionais.
familiar
ou
métodos
Com
certeza,
sim
Acho
que, sim
Acho
que, não
Com
certeza,
não
Não sei /
não
lembro
4
4
3
3
2
2
1
1
9
9
4
3
2
1
9
4
4
4
3
3
3
2
2
2
1
1
1
9
9
9
49
INTEGRALIDADE – SERVIÇOS BÁSICOS DISPONÍVEIS
4
3
2
1
25. Cuidados pré-natais.
4
3
2
1
26. Exame preventivo para câncer de colo de
9
9
útero (Teste Papanicolau).
27. Inclusão em programa de suplementação
alimentar (ex: leite e alimentos)
4
3
2
1
9
INTEGRALIDADE – SERVIÇOS COMPLEMENTARES DISPONÍVEIS
Se um paciente tem necessidade de qualquer dos seguintes serviços poderia obtê-los no serviço de
saúde?
Com
certeza,
sim
Acho
que, sim
Acho
que, não
Com
certeza,
não
Não sei /
não
lembro
28. Aconselhamento ou tratamento para o uso
prejudicial de drogas (lícitas ou ilícitas).
4
3
2
1
9
29. Aconselhamento para problemas de saúde
mental.
4
3
2
1
9
30. Sutura de um corte que necessite de pontos.
4
3
2
1
9
Por favor, indique a melhor opção
Com
certeza
sim
Acho
que, sim
Acho
que, não
Com
certeza
não
Não sei/
não
lembro
31. Aconselhamento e solicitação de teste antiHIV.
4
3
2
1
9
31. Identificação (Algum tipo de avaliação) de
problemas auditivos (para escutar).
4
3
2
1
9
33. Identificação (Algum tipo de avaliação) de
problemas visuais (para enxergar).
4
3
2
1
9
34. Aconselhamento sobre como parar de fumar.
4
3
2
1
9
35. Orientações aos familiares sobre cuidados
em saúde caso o paciente fique incapacitado e
não possa tomar decisões (ex: coma).
4
3
2
1
9
36. Aconselhamento sobre as mudanças que
acontecem com o envelhecimento (ex:
diminuição da memória, risco de cair).
4
3
2
1
9
37. Orientações sobre cuidados no domicílio
para alguém da família do paciente como:
curativos, troca de sondas, banho na cama.
4
3
2
1
9
Por favor, indique a melhor opção
INTEGRALIDADE – AÇÕES DE PROMOÇÃO E PREVENÇÃO OFERTADOS
Pergunte: o médico atende pacientes (leia as alternativas): de todas as idades, somente crianças e
adolescentes (menores de 18 anos) somente adultos.
Conforme a resposta acima, proceda da seguinte forma:
Se o médico atende todas as idades, por favor responda todas as perguntas desta seção.
Se o médico atende apenas crianças, por favor responda as perguntas F14 a F15.
Se o médico atende apenas adultos, por favor não responda as perguntas F4 a F13.
50
Perguntas F1 – F3 se aplicam a todas faixas etárias
o médico discute os seguintes assuntos com seus pacientes ou seus responsáveis?
Com
certeza,
sim
Acho
que, sim
Acho
que, não
Com
certeza,
não
Não sei /
não
lembro
38. Conselhos sobre alimentação saudável ou
sobre dormir suficientemente.
4
3
2
1
9
39. Segurança no lar, ex: como guardar
medicamentos em segurança.
4
3
2
1
9
4
3
2
1
9
Por favor, indique a melhor opção
40. Aconselhamento sobre o uso de cinto de
segurança, assentos seguros para crianças ao
andar de carro, evitar que crianças tenham
queda de altura
Perguntas 41 – 50 se aplicam apenas a adultos (18 anos e acima).
Entrevistador pergunte: “O médico discute os seguintes assuntos com seus pacientes ?”
Com
certeza,
sim
Acho
que, sim
Acho
que, não
Com
certeza,
não
Não sei /
não
lembro
41. Maneiras de lidar com conflitos de família
que podem surgir de vez em quando.
4
3
2
1
9
42. Conselhos a respeito de atividade física
4
3
2
1
9
43. Testes de sangue para verificar os níveis de
colesterol.
4
3
2
1
9
44. Verificar e discutir os medicamentos que o
paciente está usando.
4
3
2
1
9
45. Possíveis exposições a substâncias
perigosas (ex: veneno para formiga/ para rato,
água sanitária), no lar, no trabalho, ou na
vizinhança do paciente.
4
3
2
1
9
46. Pergunta se o paciente tem uma arma de
fogo e orienta como guardá-la com segurança.
4
3
2
1
9
47. Como prevenir queimaduras causadas por
água quente, óleo quente.
4
3
2
1
9
48. Como prevenir quedas.
4
3
2
1
9
49. Prevenção de osteoporose em mulheres.
4
3
2
1
9
4
3
2
1
50. Cuidado de problemas comuns relativos a
menstruação ou a menopausa.
As perguntas 51 – 52 se aplicam apenas a crianças.
Os seguintes assuntos são discutidos com a criança e pais/responsável?
9
Por favor, indique a melhor opção
Com
certeza,
sim
Acho
que, sim
Acho
que, não
Com
certeza,
não
Não sei /
não
lembro
51. Maneiras de lidar com os problemas de
comportamento das crianças.
4
3
2
1
9
52 Mudanças do crescimento e
desenvolvimento da criança esperadas para
cada faixa etária.
4
3
2
1
9
Por favor, indique a melhor opção
51
G - ORIENTAÇÃO FAMILIAR
Com
certeza,
sim
Acho
que, sim
Acho
que, não
Com
certeza,
não
Não sei /
não
lembro
53. O médico pergunta aos pacientes quais suas
ideias e opiniões ao planejar o tratamento e
cuidado do paciente ou membro da família?
4
3
2
1
9
54. O médico pergunta sobre doenças e
problemas de saúde que possam ocorrer nas
famílias dos pacientes?
4
3
2
1
9
55. O médico acha que conhece bem as
famílias de seus pacientes?
4
3
2
1
9
56. O médico sabe quais são os problemas mais
importantes para o seu paciente e sua família.
4
3
2
1
9
57. O médico sabe sobre o trabalho ou emprego
de cada paciente?
4
3
2
1
9
58. O médico pergunta se o paciente ou sua
família teriam problemas em conseguir ou
comprar as medicações necessárias?
4
3
2
1
9
Muitas
vezes
Poucas
vezes
Nunca
Não sei /
Por favor, indique a melhor opção
ORIENTAÇÃO COMUNITÁRIA
Por favor, indique a melhor opção
Sempre
não
lembro
59. O médico faz visitas domiciliares?
4
3
2
1
9
60. Você crê que o serviço de saúde tem
conhecimento adequado dos problemas de
saúde da comunidade que atende?
4
3
2
1
9
Como o serviço de saúde conhece as opiniões e ideias das pessoas para ajudar a melhorar o
atendimento?
61. Faz levantamento de problemas de saúde
nas casas?
4
3
2
1
9
62. Convida membros das famílias a participar
do conselho de saúde?
4
3
2
1
9
52
REFERÊNCIAS
CAMPOS, M.A.F.; FORSTER, A.C. Percepção e avaliação dos alunos do curso de Medicina
de uma escola médica pública sobre a importância do estágio em saúde da família na sua
formação. Revista Brasileira de Educação Médica. V. 32, n.1, p. 83-89, , jan./abr., 2005.
CUNHA, G.T. Peculiaridades da Clinica na atenção básica. In:______. A Construção da
Clínica ampliada na atenção básica. São Paulo: Ed Hucitec, p. 21-38, 2010.
FEUERWERKER, L.C.M.; CECÍLIO, L.C.O. O hospital e a formação em saúde: desafios
atuais. Ciência e Saúde Coletiva. V. 12, n.4, p. 965-971, 2007.
______. Educação dos profissionais de saúde hoje - problemas, desafios, perspectivas, e as
propostas do Ministério da Saúde. Rev ABENO, v. 3, n. 1, p. 24-27, 2003.
HARZHEIM, E. et al. Consistência interna e confiabilidade da versão em português do
Instrumento de Avaliação da Atenção Primária (PCATool-Brasil) para serviços de saúde
infantil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n.8, p. 1649-1659, ago, 2006.
MOURÃO, M.G.M.; CALDEIRA, A.P.; RAPOSO, J.B.V. A avaliação no contexto da
formação médica brasileira. Revista Brasileira de Educação Médica. V. 33, n. 3, p. 452 –
464, 2009.
NEUMANN, C.R; MIRANDA C.Z. Ensino de Atenção Primária à Saúde na Graduação:
Fatores que Influenciam a Satisfação do Aluno. Revista Brasileira de Educação Médica.
V.36, n.1 (supl. 2), p. 42-49, 2012.
SERAPIONI, M. Avaliação da qualidade em saúde. Reflexões teórico-metodológicas para
uma abordagem multidimensional. Revista Crítica de Ciências Sociais, v. 85, p. 65-82, jun.,
2009.
STARFIELD B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e
tecnologia. Brasília: Unesco; 2002. p. 28.
53
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo propiciou uma avaliação, sob a perspectiva do preceptor e do
estudante, das ações desenvolvidas no âmbito das UBSF envolvidas na formação médica
estão em acordo com o modelo de APS preconizado por Starfield.
Evidenciou-se que as UBSF de ensino da UFAL apresentam escores médios
satisfatórios para a presença e extensão dos atributos da APS de maneira a contribuir para uma
formação adequada às necessidades de saúde da população. No entanto, todos os serviços
possuem aspectos dos atributos a serem aprimorados: “acesso de primeiro contatoacessibilidade”, “coordenação do cuidado” e “serviços complementares disponíveis” que
correspondem aos principais problemas identificados também em outras localidades do país.
Diante da necessidade de consolidação da integração ensino-serviço estas
problemáticas identificadas podem contribuir como temas norteadores das atividades a serem
desenvolvidas em conjunto nas práticas de ensino da graduação e de educação permanente
dos profissionais em ações que contribuam para implementação dos processos de avaliação e
de mudanças no curso.
É, portanto, importante começar a desenvolver estratégias de integração ou, pelo
menos, de gradual aproximação entre os atores envolvidos. Esse é o grande desafio que os
avaliadores deverão enfrentar nos próximos anos. Um dos passos nessa direção é a realização
de avaliações inovadoras dentro da universidade e das UBSF.
Como proposta para continuidade deste processo sugere-se a utilização do instrumento
PCATool adaptado e utilizado neste estudo como contribuição a institucionalização do
processo avaliativo e aproximação entre a academia e o serviço.
54
REFERÊNCIAS
ALVES, V. S. Um modelo de educação em saúde para o Programa Saúde da Família: pela
integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial. Interface – Comunic.,
Saúde., Educ., v. 9, n. 16, p. 39-52, set. 2004 /fev. 2005.
AQUINO, R; OLIVEIRA, N.F.; BARRETO, M. L. Impact of the family health problem on
infant mortality in Brazilian municipalities. Am J Public Health. 2009, 99(1) 88-93, 2009.
BATISTA, S. H. da S. A interdisciplinaridade no ensino médico. Rev. bras. educ. med., Rio
de Janeiro, v. 30, n. 1, abril, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. SAS. DAB. Saúde da Família no Brasil – uma
análise de indicadores selecionados, 1998-2005/2006. Brasília; Ministério da
Saúde, 2008.
______ . Ministério da Educação. Parecer CNE/CES n. 1133 de 07 de agosto de 2001.
Diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação em enfermagem, medicina e
nutrição. Brasília, 2001.
______ . Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Senado
Federal; 1988. [acesso em 16 de junho de 2012]. Disponível em: <
http://www.senado.gov.br/legislacao/>.
______ . Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção em Saúde, Departamento de Atenção
Básica. Histórico de cobertura da atenção básica. Disponível em:
<http://dab.saude.gov.br/portaldab/historico_cobertura_sf.php>. Acesso em: 07 maio 2014.
CONILL, E. M. Ensaio histórico-conceitual sobre a Atenção Primária à Saúde: desafi os para
a organizaçãode serviços básicos e da Estratégia Saúde da Família em centros urbanos no
Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 24, sup 1, p-7-27, 2008.
DONABEDIAN, A. Evaluating the Quality of Medical Care. The Milbank Quarterly, v. 83, n.
4, p. 691-729, 2005.
FEUERWERKER, L. Educação dos profissionais de saúde hoje - problemas, desafios,
perspectivas, e as propostas do Ministério da Saúde. Rev ABENO, v. 3, n. 1, p. 24-27, 2003.
55
HENRIQUE, F.; CALVO, M. C. M. Avaliação do Programa Saúde da Família nos Municípios
do Estado de Santa Catarina, Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 24, n. 4, p. 809-819, abr., 2008.
MOURA, B. L. A. et al. Principais causas de internação por condições sensíveis à atenção
primária no Brasil: uma análise por faixa etária e região. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant.,
Recife, v. 10, Supl. 1, p. S83-S91 nov., 2010.
MENDES, E.V. As rede de atenção à saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v.15, n.5, p.22972305, 2010.
NOGUEIRA, M. I. As Mudanças na educação médica brasileira em perspectiva: reflexões
sobre a emergência de um novo estilo de pensamento. Rev. Bras. de Educ. Med., v. 33, n. 2,
p.262 – 270, 2009.
PAIM, J. O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios. The Lancet. London,
p.11-31, maio. 2011. Disponivel em:
http://download.thelancet.com/flatcontentassets/pdfs/brazil/brazilpor1.pdf.
STARFIELD B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e
tecnologia. Brasília: UNESCO/Ministério da Saúde, 2002.
UCHIMURA, K. Y.; BOSI, M. L. M. Qualidade e subjetividade na avaliação de programas e
serviços em saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.18, n. 6, p.1561-1569, nov-dez,
2002.
ZANINI, R. R. et al. Infant mortality trends in the State of Rio Grande do Sul, Brazil, 19942004: a multilevel analysis of individual and community risk factors. Cad. Saúde Pública,
Rio de Janeiro, v. 25, n.5, p.1035-1045, mai., 2009.
56
APÊNDICE
QUADRO 2– Frequência das respostas para todos os itens de cada atributo do
PCATooL pelos preceptores. Maceió-Al, 2014.
Atributo
Frequência
Itens
1
2
3
4
-
-
8
2
7
2
-
1
3. É fácil para um paciente conseguir marcar hora para uma
consulta de revisão de saúde (consulta de rotina, check-up)
no seu serviço de saúde?
-
1
5
4
4. Na média, os pacientes têm de esperar mais de 30
minutos para serem atendidos por você (sem contar a
triagem ou o acolhimento)?
1
7
2
-
5. O paciente tem que esperar muito tempo ou falar com
muitas pessoas para conseguir um consulta com você?
-
2
3
5
6. É difícil para o paciente conseguir atendimento com você
quando ele acha que é necessário?
-
1
5
4
7. Você consegue entender as perguntas que seus pacientes
lhe fazem?
-
-
5
5
-
-
9
1
5
1
1
2
-
1
6
3
-
-
8
2
-
1
6
3
-
-
6
4
1
-
4
5
Acesso ao
1. Quando seu serviço de saúde está aberto e algum
paciente adoece, alguém do seu serviço o atende no mesmo
Primeiro
dia?
Contato Quando o seu serviço de saúde está aberto, os pacientes
Acessibilidade 2.
conseguem aconselhamento rápido com você pelo telefone
caso precisem?
Atenção
Continuada
8. Seus pacientes entendem o que você diz ou pergunta a
eles?
9. Se os pacientes têm uma pergunta, podem telefonar e
falar com você?
10.Você dá aos pacientes tempo suficiente para falarem
sobre as suas preocupações ou problemas?
11.Você acha que seus pacientes se sentem confortáveis ao
lhe contar suas preocupações ou problemas?
12. Você está disposto e capaz de atender membros da
família dos pacientes para discutir um problema de saúde
ou problema familiar?
13. Você sabe todos os medicamentos que seus pacientes
estão tomando?
14. Você conhece o histórico de saúde completo de cada
paciente?
57
4
3
2
1
7
3
-
-
17. Após a consulta com o especialista ou serviço
especializado, você fala com seu paciente sobre os
resultados desta consulta?
-
-
2
8
18. Você pergunta sobre a qualidade do atendimento que
seu paciente recebeu do especialista?
-
2
3
5
4
1
1
4
-
-
1
9
21. Verificação se as famílias podem participar de algum
programa ou benefício de assistência social.
-
3
5
4
22. Avaliação da saúde bucal.
4
1
1
4
23. Tratamento dentário.
4
1
3
2
24. Planejamento familiar ou métodos anticoncepcionais.
-
-
3
7
25. Cuidados pré-natais.
-
-
-
10
26. Exame preventivo para câncer de colo de útero (Teste
Papanicolau).
-
1
2
7
27. Inclusão em programa de suplementação alimentar (ex:
leite e alimentos)*
1
-
3
5
Integralidade – 28. Aconselhamento ou tratamento para o uso prejudicial de
drogas (lícitas ou ilícitas).
Serviços
Complementar 29. Aconselhamento para problemas de saúde mental.
es Disponíveis
4
3
-
4
-
4
1
5
9
-
-
1
-
-
-
10
4
2
1
3
3
4
-
3
34. Aconselhamento sobre como parar de fumar.
2
1
3
4
35. Orientações aos familiares sobre cuidados em saúde
caso o paciente fique incapacitado e não possa tomar
decisões (ex: coma).
-
1
3
6
36. Aconselhamento sobre as mudanças que acontecem
com o envelhecimento (ex: diminuição da memória, risco
-
-
3
7
Coordenação – 15. Você tem conhecimento de todas as consultas que seus
Integração de pacientes fazem a especialistas ou serviços especializados?
Cuidados
16. Você recebe do especialista ou do serviço especializado
informações úteis sobre o paciente encaminhado?
Integralidade – 19. Aconselhamento nutricional.
Serviços
Básicos
20. Imunizações.
Disponíveis
30.Sutura de um corte que necessite de pontos.
Integralidade 31. Aconselhamento e solicitação de teste anti-HIV.
– Serviços
Complementa 32. Identificação (Algum tipo de avaliação) de problemas
auditivos (para escutar).
res
Disponíveis 33. Identificação (Algum tipo de avaliação) de problemas
visuais (para enxergar).
58
de cair).
Integralidade
– Ações De
Promoção E
Prevenção
Ofertados
Orientação
Familiar
37. Orientações sobre cuidados no domicílio para alguém
da família do paciente como: curativos, troca de sondas,
banho na cama.
-
-
2
8
38.Conselhos sobre alimentação saudável ou sobre dormir
suficientemente.38.
-
-
1
9
39. Segurança no lar, ex: como guardar medicamentos em
segurança.
-
-
1
9
40. Aconselhamento sobre o uso de cinto de segurança,
assentos seguros para crianças ao andar de carro, evitar que
crianças tenham queda de altura
1
3
2
4
41. Maneiras de lidar com conflitos de família que podem
surgir de vez em quando.
1
1
1
7
42. Conselhos a respeito de atividade física
-
-
1
9
43. Testes de sangue para verificar os níveis de colesterol.
-
-
1
9
44. Verificar e discutir os medicamentos que o paciente está
usando.
-
-
1
9
45. Possíveis exposições a substâncias perigosas (ex:
veneno para formiga/ para rato, água sanitária), no lar, no
trabalho, ou na vizinhança do paciente.
-
3
5
2
46. Pergunta se o paciente tem uma arma de fogo e orienta
como guardá-la com segurança.
8
2
-
-
47. Como prevenir queimaduras causadas por água quente,
óleo quente.
-
1
3
6
48. Como prevenir quedas.
-
1
1
8
49. Prevenção de osteoporose em mulheres.
-
-
3
7
50. Cuidado de problemas comuns relativos a menstruação
ou a menopausa.
-
-
1
9
51. Maneiras de lidar com os problemas de comportamento
das crianças.
-
-
4
6
52. Mudanças do crescimento e desenvolvimento da
criança esperadas para cada faixa etária.
-
-
1
9
53. Você pergunta aos pacientes quais suas ideias e
opiniões ao planejar o tratamento e cuidado do paciente ou
membro da família?
1
4
3
2
54. Você pergunta sobre doenças e problemas de saúde que
possam ocorrer nas famílias dos pacientes?
-
-
1
9
55. Você acha que conhece bem as famílias de seus
pacientes?
-
1
5
4
56.Você sabe quais são os problemas mais importantes para
o seu paciente e sua família?
-
-
7
3
59
Orientação
Comunitária
57.Você sabe sobre o trabalho ou emprego de cada
paciente?*
1
5
1
2
58.Você teria conhecimento caso seus pacientes não
conseguissem as medicações receitadas ou tivessem
dificuldades de pagar por elas?
-
-
5
5
59. Você faz visitas domiciliares?
-
-
1
9
60. Você crê que seu serviço de saúde tem conhecimento
adequado dos problemas de saúde da comunidade que
atende?
-
1
4
5
61 Faz levantamento de problemas de saúde nas casas?
1
1
4
4
62. Convida membros das famílias a participar do conselho
de saúde?
2
2
3
3
60
ANEXOS
ANEXO 1 - PARECER DO COMITE DE ÉTICA EM PESQUISA
