4 - Cristine Maria Pereira Gusmão - A CAPACITAÇÃO PEDAGÓGICA NA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UMA REFLEXÃO SOBRE A FORMAÇÃO PARA A FUNÇÃO EDUCATIVA
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA SAÚDE
CRISTINE MARIA PEREIRA GUSMÃO
A CAPACITAÇÃO PEDAGÓGICA NA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UMA
REFLEXÃO SOBRE A FORMAÇÃO PARA A FUNÇÃO EDUCATIVA
MACEIÓ/AL
2017
CRISTINE MARIA PEREIRA GUSMÃO
A CAPACITAÇÃO PEDAGÓGICA NA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UMA
REFLEXÃO SOBRE A FORMAÇÃO PARA A FUNÇÃO EDUCATIVA
Trabalho
Acadêmico
de
Mestrado
apresentado ao Programa de PósGraduação em Ensino na Saúde da
Faculdade de Medicina – FAMED, da
Universidade Federal de Alagoas – UFAL,
como parte dos requisitos para obtenção do
título de Mestre em Ensino na Saúde.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosana Quintella
Brandão Vilela
Maceió/AL
2017
Catalogação na fonte
Universidade Federal de Alagoas
Biblioteca Central
Divisão de Tratamento Técnico
Bibliotecária Responsável: Helena Cristina Pimentel do Vale
G982c
Gusmão, Cristine Maria Pereira.
A capacitação pedagógica na graduação em enfermagem: uma reflexão sobre a
formação para a função educativa / Cristine Maria Pereira Gusmão. – 2017.
76 f. : il.
Orientadora: Rosana Quintella Brandão Vilela
Trabalho Acadêmico de Mestrado (mestrado Profissional em Ensino na Saúde) –
Universidade Federal de Alagoas. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação
em Ensino na Saúde. Maceió, 2017.
Inclui bibliografia.
Apêndices: f. 60-66.
Anexos: f. 67-76.
1. Educação em enfermagem. 2. Formação profissional em saúde. 3. Educação em
saúde. 4. Currículo. I. Título.
CDU: 616-083:378
FOLHA DE APROVAÇÃO
AGRADECIMENTOS
Agradeço...
Primeiramente a Deus, que me possibilitou ingressar neste curso e ainda me
guiou durante toda a trajetória fortalecendo o levantar de cada dia para a superação
dos obstáculos que apareceram nesta caminhada.
Aos meus familiares, que de alguma forma contribuíram para a concretização
deste momento porque muitas vezes precisei deixar meus três tesouros aos
cuidados de vocês para dar fluidez aos estudos incumbidos nessa formação e
elaboração deste trabalho.
Ao meu pai, que sempre acreditou que era possível ir além e quem ensinou a
mim o caminho certo a seguir e a vestimenta necessária, “os estudos” e a
“honestidade”.
Aos meus filhos pelo amor e carinho, que sempre estavam à espera, apenas,
de algum tempo juntos.
Ao meu esposo, que sempre me deu todo o apoio e compreensão, mesmo
tendo que sacrificar nossos momentos de descanso e de lazer para revezar os
cuidados com as crianças, os animais e com a casa para que eu pudesse atender às
necessidades do curso, da leitura e da escrita.
E à minha orientadora, o que dizer? Não tenho palavras que descrevam a
imensa satisfação que senti quando saiu o resultado da orientação. Sempre
presente
com
suas
orientações,
recomendações
e,
principalmente,
sua
compreensão e paciência, de uma percepção admirável sobre onde e como chegar
ao resultado final, com uma leveza que nos faz pensar ser mais fácil do que
realmente é. Mulher firme, forte, clara, concisa, mas, antes de tudo, humana e
admirável.
Aos meus companheiros de jornada, em que aprendemos uns com os outros
e juntos.
Ao Mestrado Profissional Ensino na Saúde, professores, incluído o quadro
administrativo e demais funcionários, o meu mais sincero agradecimento, pois
possibilitaram vivências e oportunidades de aprendizados transformadoras.
Aos meus colegas professores, companheiros de jornada profissional, que
apoiaram o desenvolvimento deste trabalho participando de modo direto com sua
contribuição na pesquisa. E aos que trabalham comigo, não só pela colaboração
para realização desta pesquisa, mas principalmente pela compreensão e apoio.
Aos membros do Núcleo Docente Estruturante, do colegiado e da
coordenação do curso de Enfermagem do Centro Universitário Tiradentes - UniT que
doaram uma parte do seu tempo para colaborar com a concretização do trabalho.
E a todos que contribuíram e apoiaram o desenvolvimento deste trabalho.
Muitíssimo obrigada!
“Grande é o Senhor, e mui digno de ser
louvado; e a sua grandeza é insondável.”
Salmos: 145-3.
RESUMO GERAL
A enfermagem é uma profissão reconhecida em todo o território nacional, que tem
uma diversidade de atuação, dentre elas a dimensão educativa, uma vez que os
graduados assumem cada vez mais o papel de educador em saúde, seja em caráter
formal ou informal. Esta dimensão de atuação se encontra contemplada desde a Lei
do Exercício Profissional até as Diretrizes Curriculares Nacionais de Enfermagem
(DCNs Enf), em que há menção sobre a capacitação pedagógica,
independentemente da licenciatura. Diante disso, a proposta foi desenvolver a
pesquisa de campo cujo objeto de estudo direcionou-se à capacitação pedagógica
dos graduandos em Enfermagem para o exercício da função educativa. Este estudo
originou dois artigos e dois produtos, constantes neste Trabalho Acadêmico de
Conclusão de Curso (TACC). Tratou-se de uma pesquisa exploratória, na qual se
utilizou a análise documental e a aplicação de um instrumento com perguntas aos
docentes. Foram analisados os projetos pedagógicos, as ementas e as matrizes dos
Cursos de Enfermagem de quatro IES de Maceió. Elas foram escolhidas por
antiguidade e tradição na oferta do curso. Buscou-se identificar os preceitos do
modelo de currículo traçado por MOHR (2011) e os saberes curriculares de TARDIF
(2014), gerando o primeiro artigo, que foi intitulado como “A capacitação pedagógica
na formação em Enfermagem: tensionamentos do currículo”. Após aprovação pelo
comitê de ética, sob o Parecer nº 1.653.161, foi utilizado um questionário com
perguntas abertas aos cento e noventa e seis docentes atuantes nessas IES, com o
retorno de dezenove questionários válidos. Os dados gerados foram submetidos à
análise temática e originou o segundo artigo, com o seguinte título:
“Desenvolvimento da capacitação pedagógica na formação do enfermeiro: uma
perspectiva docente”. Por fim e com base nos resultados e na necessidade do
desenvolvimento da função educativa, foi elaborada uma “Matriz para verificação da
capacitação pedagógica dos alunos de Enfermagem para o exercício da prática
educativa” como proposta de identificação do desenvolvimento da capacitação
pedagógica no curso. Os resultados da pesquisa e a matriz foram apresentados aos
representantes da Coordenação de Enfermagem, do Colegiado e do Núcleo
Docente Estruturante – NDE do Curso de Enfermagem, convidados para uma oficina
de apresentação por meio de convite enviado por endereço eletrônico, onde a
mestranda tem vínculo profissional, o que resultou no segundo produto “Relatório
sobre a divulgação da Pesquisa e apresentação da Matriz”. Os produtos finais do
mestrado oportunizaram um momento de contribuição dos participantes e de retorno
da pesquisa, que por sua vez alcança o objetivo do mestrado profissional. Este
movimento permitiu a reflexão sobre o desenvolvimento profissional “no” e “do”
espaço de origem da mestranda, permitindo, assim, uma avaliação crítica e
transformadora das práticas profissionais.
Palavras-Chave: Educação em Enfermagem. Formação Profissional em Saúde.
Educação em Saúde. Currículo. Capacitação Pedagógica.
GENERAL ABSTRACT
Nursing is a profession recognized nationwide, which has a diversity of operation,
among them the educational dimension, since the graduates take more seriously the
role of health educator, whether in a formal or informal way. This dimension of
operation is covered from the Professional Practice Law to the National Curriculum
Guidelines of Nursing (DCN Enf), where there is a mention about the pedagogical
training, regardless of the degree. In light of the above, the proposal was to develop
the field research whose goal was to identify the pedagogical training in the
curriculum contents and under the teaching perspective. This study gave rise to two
papers and two products, which are included in this Term Paper (TP). It was an
exploratory research, where we used documentary analysis and applied a
questionnaire with the teachers. We analyzed the pedagogical projects, the menus
and the matrices of the Nursing Courses of four HEIs in the city of Maceió. They were
chosen because of their antiquity and tradition in offering the course at stake. We
sought to identify the precepts of the curriculum model designed by MOHR (2011)
and the curriculum knowledge of TARDIF (2014), thus generating the first paper,
which was entitled as: “Pedagogical training in the Nursing training: curriculum
tensions”. After approval by the ethics committee, under the Opinion nº 1.653.161,
we applied a questionnaire to the one hundred and ninety-six teachers working in
these HEIs, with the return of nineteen valid questionnaires. The data generated
were submitted to thematic analysis, which originated the second paper, with the
following title: “Development of pedagogical training in the training of the nurse: a
teaching perspective”. Lastly, based on the results, we elaborated a “Matrix to verify
the development of pedagogical training in the Nursing Courses” as a proposal to
identify the development of the pedagogical training of the course. The results of this
research and the matrix were presented to the representatives of the Coordination of
Nursing, the Collegiate and the Structuring Teaching Core – NDE of the Nursing
Course, who were invited to the presentation meeting by means of an invitation sent
by electronic address, where the master’s student has a professional linkage. The
final products of the master's program allowed a moment of contribution of the
participants and also of return of the research, which in turn reaches the goal of the
professional master's degree. This movement enabled us to reflect on the
professional development “in” and “of the” place of origin of the master’s student,
thus allowing a critical and transformative assessment of professional practices.
Keywords: Nursing education. Professional Health training. Health education.
Curriculum.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Categorias de elementos e subcategorias encontradas no
instrumento da pesquisa intitulada “A capacitação pedagógica
na graduação em Enfermagem: uma reflexão sobre a formação
para a função educativa” Maceió, 2016 ............................................. 29
Quadro 2 - Matriz para verificação da capacitação pedagógica dos alunos de
Enfermagem para o exercício da prática educativa.......................... 45
Quadro 3 - Plano de ação/intervenção................................................................... 47
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABEn
Associação Brasileira de Enfermagem
CIAE
Congresso Internacional em Avaliação Educacional
DCN Enf
Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Enfermagem
ENFOPE
Encontro Internacional de Formação de Professores
IES
Instituição de Ensino Superior
MEC
Ministério da Educação
MPES
Mestrado Profissional em Ensino na Saúde
NDE
Núcleo Docente Estruturante
PPC
Projeto Pedagógico de Curso
SUS
Sistema Único de Saúde
TACC
Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
SUMÁRIO
1
APRESENTAÇÃO.......................................................................................12
2
ARTIGOS.................................................................................................... 14
2.1
A capacitação pedagógica na formação em enfermagem:
tensionamentos do currículo................................................................... 14
2.2
Desenvolvimento da capacitação pedagógica na formação do
enfermeiro: uma perspectiva docente.......................................................24
3
PRODUTOS................................................................................................ 39
3.1
Produto 1: Matriz para verificação da capacitação pedagógica dos
alunos de Enfermagem para o exercício da prática educativa............. 40
3.2
Produto 2: Relatório sobre a divulgação da Pesquisa e apresentação da
Matriz............................................................................................................ 48
4
CONSIDERAÇÕES FINAIS DO TRABALHO ACADÊMICO...................... 55
REFERÊNCIAS GERAIS............................................................................. 57
APÊNDICES................................................................................................ 60
APÊNDICE A – Instrumentos para análise documental das matrizes e
ementas das disciplinas.................................................... 61
APÊNDICE B - Carta-convite para participação da pesquisa ..................... 62
APÊNDICE C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)........ 63
APÊNDICE D – Norteador das perguntas aos docentes.............................
65
APÊNDICE E - Convite para reunião com a gestão do curso de
Enfermagem........................................................................ 66
ANEXOS.....................................................................................................
67
ANEXO A - Parecer do Comitê de Ética e Pesquisa UFAL........................ 68
ANEXO B - Certificado de apresentação do artigo...................................... 71
ANEXO C - Artigo publicado nos anais do 10° ENFOPE............................. 73
ANEXO D - Artigo apresentado no VII CIAE................................................ 74
ANEXO E – Artigo publicado no anais do VII CIAE....................................... 75
12
1
APRESENTAÇÃO
A dimensão educativa, da prática dos enfermeiros, é cada vez mais
reconhecida nas atividades profissionais cotidianas, uma vez que atravessa todo o
saber e fazer de Enfermagem e se encontra desde o desenvolvimento das
atividades relacionadas à educação em saúde até a educação permanente.
Assim sendo, surgiu o interesse em pesquisar sobre como a formação em
Enfermagem prepara seus acadêmicos para essa dimensão. Inicialmente, como
uma reflexão da minha própria formação, bem como sobre a formação ofertada pela
instituição de ensino superior onde atuo como docente e membro do colegiado do
curso de Enfermagem.
O despertar para estudar a capacitação pedagógica nos cursos de graduação
em Enfermagem surgiu por ser encontrada nas Diretrizes Curriculares do Curso de
Enfermagem independente da licenciatura e por sua importância na segunda maior
dimensão de atuação dos profissionais de Enfermagem.
Como referenciais, utilizou-se os pressupostos de Mohr (2011), saberes
curriculares de Tardif (2014) e as competências para a dimensão educativa de
Crivari e Berbel (2004).
Viu-se na ocasião da aprovação e ingresso no Mestrado Profissional Ensino
na Saúde (MPES) espaço e oportunidade de se refletir e ampliar as discussões
sobre o aparato legal e o currículo formador.
O tema “A capacitação pedagógica na graduação em Enfermagem” requer
ainda teorizações e embasamentos para seu desenvolvimento, visto que permeia a
dimensão educativa do profissional de Enfermagem em todos os ambientes e
atividades de atuação, por isso este estudo torna-se relevante, uma vez que
consente identificar como essa temática é desenvolvida nos cursos pesquisados,
permitindo, assim, uma reflexão sobre a formação e o preparo para a função
educativa.
A pesquisa foi desenvolvida em quatros instituições de ensino superior da
cidade de Maceió, da qual surgiram dois artigos e dois produtos. Da análise
documental emergiu um primeiro artigo que foi apresentado no 10º ENFOPE em
Aracajú e publicado nos anais desse mesmo evento, intitulado: “A capacitação
pedagógica na formação em Enfermagem: tensionamentos do currículo”. Dos
resultados da análise temática das respostas dos docentes surgiu um segundo
13
artigo aprovado para apresentação oral e publicação nos anais do VII Congresso
Internacional em Avaliação Educacional - VII CIAE, intitulado: “Desenvolvimento da
capacitação pedagógica na formação do Enfermeiro: uma perspectiva do docente” e
os produtos - Produto 1: Matriz para verificação da capacitação pedagógica dos
alunos de Enfermagem para o exercício da prática educativa, apresentada no
formato de Matriz de Pontos-chave, que se apresentam como pontos sugestivos a
serem avaliados quanto ao seu desenvolvimento durante a graduação. Para facilitar
a visualização dessa avaliação, tem-se um registro da síntese dos pontos que forem
elencados como emergentes e um quadro sugestivo para a elaboração do plano de
ação referente a esses pontos; Produto 2: Relatório sobre a divulgação da Pesquisa
e apresentação da Matriz. Para o retorno da pesquisa realizada às instâncias
gestoras do curso de Enfermagem onde a mestranda atua como docente foi
idealizado um encontro, no qual foi oportunizada a apresentação dos resultados da
pesquisa e da matriz desenvolvida.
Este trabalho acadêmico de conclusão de curso atendeu às expectativas para
as quais se propôs em seu formato e oportunizou a percepção do desenvolvimento
da capacitação pedagógica nos Cursos de Enfermagem, bem como instigou o
aprofundamento acerca da temática e a compreensão de como se aplica o que se
encontra preconizado nas DCNs Enf.
14
2
ARTIGOS
2.1
A Capacitação Pedagógica na Formação em Enfermagem:
tensionamentos do currículo
Resumo
A Enfermagem é uma profissão que lida com diversas funções, dentre elas a
educativa, seja na educação permanente, seja na educação para a saúde. Para
tanto, esses profissionais devem ser capacitados como explicitam as Diretrizes
Curriculares da Enfermagem. Este trabalho teve como objetivo identificar o conceito
de capacitação pedagógica na formação do enfermeiro na perspectiva do currículo.
A metodologia utilizada foi a análise documental dos projetos pedagógicos dos
cursos e matrizes. Como resultado, a capacitação pedagógica aparece nos
conteúdos teórico-práticos, porém sugere que as disciplinas ocorrem de forma
isolada. Foi importante identificar que, mesmo diante do favorecimento do
arcabouço legal para a formação do enfermeiro para a capacitação pedagógica na
graduação, faz-se imprescindível que essa capacitação ocorra de maneira contínua
e interdisciplinar.
Palavras-chave: Capacitação Pedagógica. Enfermagem. Currículo.
Resumen
La enfermería es una profesión que lidia con diversas funciones, entre ellas la
educativa, sea en la educación continua, sea en la educación sanitaria. Para eso,
estos profesionales deben ser capacitados como aclaran las Directrices Curriculares
de la Enfermería. Este trabajo intentó identificar el concepto de capacitación
pedagógica en la formación del enfermero desde la perspectiva del currículum. La
metodología empleada fue el análisis documental de los proyectos pedagógicos de
los cursos y matrices. Como resultado, la capacitación pedagógica aparece en los
contenidos teórico-prácticos, pero sugiere que las asignaturas ocurren aisladamente.
Ha sido importante identificar que, incluso delante del favorecimiento del marco legal
para la formación del enfermero para la capacitación pedagógica en la graduación,
se hace imprescindible que esa capacitación ocurra de manera continua e
interdisciplinaria.
Palabras clave: Capacitación pedagógica. Enfermería. Currículum.
Introdução
A profissionalização em Enfermagem no Brasil teve seu marco inicial, citado
por Ferreira Júnior (2008), em 1920, com a fundação da Escola de Enfermeiros do
15
Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP). A partir disso é que o currículo
de Enfermagem foi estabelecido, pelo Decreto nº 16.300/23, e desde então vem
sofrendo alterações, chegando até a atual Diretriz Nacional do curso de
Enfermagem (DCN Enf) de 2001 (BRASIL, 2001).
Os profissionais de Enfermagem são regulamentados pela Lei do exercício
profissional de nº 7.498 de 1986, a qual em sua redação traz a incumbência ao
Enfermeiro, como integrante da equipe de saúde, participação em programas e
atividades de educação sanitária visando à melhoria de saúde do indivíduo, da
família e da população em geral e a participação nos programas de treinamento e
aprimoramento de pessoal de saúde, particularmente nos programas de educação
continuada, no tocante ao exercício da função educativa (BRASIL, 1986).
Saupe, em sua pesquisa realizada em 1999 com professores, alunos e
egressos de diversos cursos de enfermagem, no Brasil, constatou a importância do
preparo do enfermeiro para ser educador e que esta função está presente em todas
as áreas de sua atuação. Entre os egressos dos cursos estudados, a opinião
referenda este achado e assinala a falta de preparo para este importante papel.
Com vistas a alcançar a função educativa, a DCNs Enf traz à luz a
capacitação pedagógica para o enfermeiro ainda na graduação por se tratar de uma
profissão que lida com a educação e o ensino, mesmo que não seja diretamente na
sala de aula, mas também nas atividades do seu cotidiano, atendendo a essa
necessidade o art. 6º dessa DCN, em seu inciso III, que fala sobre o Ensino de
Enfermagem, recomendando os conteúdos pertinentes à capacitação pedagógica do
enfermeiro, independente da Licenciatura em Enfermagem (BRASIL, 2001).
Sob essa perspectiva, Oliveira (2006) apresenta a formação para ensinar e
educar como um processo essencialmente pessoal e coletivo, ao qual é necessário
apontar oportunidades favoráveis e obstáculos a fim de que se tenha lugar o
movimento entre elementos heterogêneos, singulares, transbordando a casualidade
presente em processos de aprendizagem profissional, ultrapassando a noção de
aquisição, e que a formação não se recebe, ela se faz em um processo ativo que
requer a aproximação e o envolvimento com a mediação de outros.
Morh (2011) referenda um modelo de currículo que seja capaz de formar
profissionais com dupla competência: a competência técnica e a competência
pedagógica, sendo essas duas competências horizontais e não subordinadas. Para
a autora, a competência pedagógica como conhecimentos e reflexões envolvidos no
16
ato de ensinar incluem saberes sobre: O currículo (o que ensinar? Quais
conhecimentos abordar?); Conhecimentos didáticos, que dizem respeito à atuação
docente e à atividade de ser professor; Ensino-aprendizagem, reflexão sobre os
componentes e processos do ato de aprender e do ato de ensinar (MOHR, 2011, p.
58).
Diante do crescimento da educação em Enfermagem, a Associação Brasileira
de Enfermagem – ABEn tem se preocupado em acompanhar e sugerir as
transformações necessárias para uma Enfermagem pautada na ciência, atualização
e politização de melhorias da profissão. Com isso, o 14º Seminário Nacional de
Diretrizes para a Educação em Enfermagem- 14º SENADEn trouxe no seu texto:
Estabelecer parâmetros de qualidade para a formação em Enfermagem
(graduação), [...] com base nas DCNs e nos marcos regulatórios da
formação de recursos humanos na área de saúde, a serem aplicadas na
elaboração e implementação dos projetos pedagógicos. Aprofundar estudos
e debates sobre a formação de professores para o exercício da docência na
educação básica e na educação profissional de nível médio em
Enfermagem, com prioridade para a licenciatura em Enfermagem
(SEMINÁRIO NACIONAL DE DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO EM
ENFERMAGEM, 2014).
A relevância deste estudo se aplica ao refletir sobre um profissional
capacitado para atuar nos diversos cenários e sabendo lidar com as questões
concernentes ao seu dia a dia como enfermeiro exercendo a função educativa,
contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da sociedade e do ensino em
Enfermagem, uma vez que a atuação desse profissional no seu fazer cotidiano pode
efetivar a elevação dos níveis de orientação e captação das informações para a
população geral, pois ele saberá orientar e ensinar.
Desse modo, diante da possibilidade da construção de mais um espaço de
discussão e produção de conhecimento sobre o tema, este estudo se propôs a
responder, a partir de documentos, ao seguinte questionamento: Qual o conceito do
currículo sobre a capacitação pedagógica na formação do enfermeiro em Maceió?
Para tanto, a pesquisa teve como objetivo identificar o conceito de
capacitação pedagógica na formação do enfermeiro na perspectiva do currículo.
Percurso Metodológico
Trata-se de uma análise documental, com caráter exploratório, do tipo
descritivo-analítico com abordagem do tipo qualitativa. Esse tipo de abordagem vem
17
conquistando um espaço significativo no campo do ensino na saúde porque ao
detalhar um assunto pouco explorado, como a capacitação para a docência em
enfermagem, proporciona nova visão sobre essa realidade, preocupando-se com a
compreensão interpretativa da ação. Segundo Pádua (1997, p. 62), “A Pesquisa
documental é aquela realizada a partir de documentos, contemporâneos ou
retrospectivos, considerados cientificamente autênticos (não fraudados)”.
Foi realizada em âmbito local e teve como limite estudar os Cursos de
Enfermagem de quatro instituições de Ensino superior, sendo duas delas públicas e
duas privadas. Diante de uma realidade de nove escolas de Enfermagem, as quatro
foram selecionadas por antiguidade e tradicionalidade no ensino em Enfermagem.
A coleta de dados iniciou-se em dezembro de 2015 com a análise interna dos
projetos pedagógicos dos Cursos de Enfermagem, que buscou identificar indícios de
capacitação pedagógica, nos conteúdos teóricos e práticos, nas disciplinas e
matrizes curriculares. Para análise, além das DCNs Enf, utilizaram-se os
pressupostos de Mohr (2011) e o conceito do saber curricular de Tardif (2014).
Resultados e Discussão
Inicialmente quando se fala em formação em Enfermagem, deve-se pensar
que o profissional enfermeiro deve ser capaz de realizar diversas atividades, dentre
elas a de educação em saúde, educação permanente e outras que façam parte do
ensino. Brasil, Alencar e Mucci (1996) referem que os graduados, a cada ano,
assumem a sua função educadora com o paciente, a comunidade e a equipe de
enfermagem, podendo tornar-se futuros docentes. Essa postura requer contínua
reflexão sobre os princípios orientadores que norteiam a formação de futuros
profissionais.
Análise Crítica Interna dos PPCs das Instituições de Ensino Superior (IES)
pesquisadas
Para este estudo foram extraídas dos Projetos Pedagógicos dos quatro
Cursos de Enfermagem da cidade de Maceió informações referentes à necessidade
da produção do documento, agentes participantes da construção, organização e
conteúdo com ênfase na capacitação pedagógica, perfil pretendido, campo de
atuação e concepção pedagógica.
18
A análise documental partiu dos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPCs) e
das matrizes curriculares disponíveis no site oficial da instituição ou disponibilizados
pelos coordenadores por serem o documento que caracteriza a formatação do curso
na instituição, baseada na filosofia e realidade da mesma, como o Ministério da
Educação refere que:
Em consonância com o PPI e PDI, cada curso deve elaborar seu próprio
projeto pedagógico, tendo em vista as especificidades da respectiva área de
atuação à qual está relacionado. As políticas acadêmicas institucionais
contidas no PPI ganham materialidade no Projeto Pedagógico de Curso.
Este é a referência das ações e decisões de um determinado curso em
articulação com a especificidade da área de conhecimento no contexto da
respectiva evolução histórica do campo de saber (INSTITUTO NACIONAL
DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2005.
p. 33).
A começar pela necessidade da produção do documento em análise, foi
possível identificar que, em comum a duas instituições, encontrou-se o atendimento
às exigências do Sistema Único de Saúde e fortalecimento do mesmo quando da
formação de profissionais de saúde. Enquanto que uma das instituições pautou a
necessidade de ampliar oferta de vagas no curso de Enfermagem na rede pública de
ensino superior, a outra pautou na demanda de mercado de trabalho para o
profissional Enfermeiro. Neste último, pode-se apontar uma justificativa no momento
de maior demanda pelo profissional enfermeiro, como aponta o estudo de Teixeira et
al. (2013) ao analisar os dez anos das Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de
Enfermagem (DCN Enf):
[...] foi observado um incremento de 393% do número de cursos nas
instituições privadas em comparação ao incremento de 122% em relação ao
número de cursos públicos, no período analisado. Nesta comparação, o
número de cursos de graduação em enfermagem no Brasil, em 2011, foi de
826, dos quais 160 em IES públicas e 666 em IES privadas. Em 2012 esse
número foi de 838 cursos e, em 2013, o número de cursos atingiu 888
(TEIXEIRA et al., 2013, p. 104).
Mohr (2011) afirma a importância do profissional da educação como
coagente. A presença desse profissional, desde a construção do currículo à
execução das atividades, tem o objetivo de colaborar na integração de
conhecimentos entre as diversas e necessárias áreas para a formação de um
profissional da saúde moderno e que atenda, na formação, à necessidade de
capacitação pedagógica. A participação desse profissional não ficou explícita no
registro dos PPCs analisados.
19
Quando os conteúdos foram analisados, averiguou-se que se organizam em:
áreas, eixos, módulos, e em uma delas não foi possível essa identificação porque o
documento não estava disponível na íntegra, apenas um resumo.
Nessa organização, descreve-se disciplinas bases que envolvem desde as
ciências biológicas naturais, como anatomia, fisiologia, entre outras, até ciências que
compreendem a sociedade e sua formação e características, bem como disciplinas
específicas do cuidado e da Enfermagem, comuns às quatro instituições, assim
como foram encontradas disciplinas voltadas para o Ensino em enfermagem que
receberam os nomes de: Didática aplicada à Enfermagem; Educação em saúde;
Bases metodológicas; Metodologia do ensino; Metodologia do ensino aplicada à
Enfermagem; Didática aplicada à saúde.
Para Budó e Saupe (2004 p. 166):
O cuidado envolve todo um conjunto de práticas, entre as quais a educação
é um de seus elementos fundamentais. Cuidar passa a ser muito mais do
que fazer, ajudar ou orientar dentro do nosso saber acadêmico técnicocientífico. Trabalhamos com pessoas que possuem um referencial de vida
marcado pela visão de mundo, crenças e valores de uma cultura, que as
orientou em todos os momentos [...].
Mohr (2011) refere que a competência pedagógica se faz por meio de
conhecimento e reflexões envolvidos no ato de ensinar. Estes incluem quando:
[...] O currículo dá ênfase e importância à sociologia e à antropologia da
saúde.
[...] O currículo prevê e desenvolve fundamentos pedagógicos da ação do
enfermeiro
[...] Conhecimentos didáticos, que dizem respeito à atuação docente e à
atividade de ser professor.
Ensino-aprendizagem (reflexão sobre os componentes e processos do ato
de aprender e do ato de ensinar).
Conhecimentos sociológicos e antropológicos para que se possa considerar
o estudante ou o paciente de forma mais complexa e integrada aos seus
elementos culturais, e como estes se cruzam com o saber profissional.
Conceitos filosófico-epistemológicos e axiológicos, que irão permitir sua
reflexão sobre as origens, as finalidades e os valores do processo educativo
(MOHR, 2011, p. 58).
Portanto, o enfermeiro-educador para trabalhar na prática necessita
estabelecer relação entre os conhecimentos das diferentes ciências que compõem a
saúde e as ciências sociais e de educação. Esta necessidade não é observada nos
currículos pesquisados.
Trazendo ao conceito do saber curricular de Tardif (2014), quando se quer
apontar esses saberes à Enfermagem, pode-se observar as disciplinas como
20
Metodologia do ensino aplicada à Enfermagem I e Metodologia do ensino aplicada à
Enfermagem II. No que se refere à capacitação pedagógica, observou-se a
existência de indícios de sua existência nessas disciplinas, que ajudam a
desenvolver atuação do Enfermeiro como educador em saúde, bem como
protagonista da educação continuada e permanente de sua equipe.
Para este autor (TARDIF, 2014), os saberes disciplinares que ele refere para
formação de professores são os saberes relacionados com as disciplinas oferecidas
pela universidade, que correspondem aos diversos campos do conhecimento, aos
saberes que dispõem a nossa sociedade, a exemplo da matemática e a literatura.
Quando se aponta esses saberes à Enfermagem, pode-se observar as
disciplinas como Saúde coletiva, Saúde da criança, entre outras, visto que estas
estarão formando o enfermeiro para a atuação e educação dos profissionais sob sua
responsabilidade nessas áreas. Porém, quando se refere à capacitação pedagógica,
observa-se a existência de disciplinas que ajudam a desenvolver atuação do
enfermeiro como educador em saúde, como protagonista da educação continuada e
permanente de sua equipe.
Contudo, mesmo existindo disciplinas condizentes, elas compõem o currículo,
porém parecem não ter qualquer associação entre elas. São independentes,
possibilitando uma descontinuidade de saberes, falta de diálogo, inclusive entre os
professores nelas inseridos.
O perfil do egresso pretendido nas quatro instituições, descrito pelos PPCs,
está coincidindo quando se refere a um profissional generalista, em que duas das
IES registram um profissional crítico e reflexivo, e uma delas fala em um profissional
com postura transformadora no âmbito do SUS, e três delas falam em integralidade
no cuidado.
No campo de atuação, os profissionais formados por essas instituições são
preparados para atuarem desde a promoção da saúde e prevenção de doenças até
a recuperação da saúde, gerenciamento e ensino, seja de maneira autônoma, seja
vinculada a órgão ou instituição.
Assim, percebe-se que são atendidas as indicações que contemplem um
perfil condizente a desenvolver competências para atuação em diversos cenários,
como sugerido pela Resolução Nº 3 CNE/CES de 2001, em que o profissional:
Enfermeiro, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva.
Profissional qualificado para o exercício de Enfermagem, com base no rigor
21
científico e intelectual e pautado em princípios éticos. Capaz de conhecer e
intervir sobre os problemas/situações de saúde-doença mais prevalentes no
perfil epidemiológico nacional, com ênfase na sua região de atuação,
identificando as dimensões biopsicossociais dos seus determinantes.
Capacitado a atuar, com senso de responsabilidade social e compromisso
com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano (BRASIL,
2001, p. 1).
A análise destes documentos permitiu concluir que os cursos mostram formas
diversas de construções curriculares; têm perfil com formação generalista voltada
para as demandas do SUS; apresentam a capacitação pedagógica em seus
conteúdos teórico-práticos, porém sugerem que as disciplinas ocorrem de forma
isolada; não explicitam sobre a presença de profissional da área de educação na
construção do currículo e execução das atividades.
Considerações Finais
O presente estudo teve como foco identificar o conceito de capacitação
pedagógica na formação do Enfermeiro em IES públicas e privadas de Maceió,
procurando subsídios para o aprimoramento das propostas curriculares.
Neste sentido, foi realizada a análise e interpretação dos dados, examinando
elementos
dos
PPC
e
dados
da
literatura
que
levantassem
diferentes
tensionamentos sobre a capacitação pedagógica no curso de enfermagem.
A pesquisa permitiu identificar, através da análise crítica interna dos PPCs,
que estes são construídos de formas diferentes, mas todos buscam atender ao perfil
de egresso estabelecido pelas DCN Enf. A capacitação pedagógica é explicitada em
seus conteúdos teórico-práticos, porém insinua que as disciplinas ocorrem de forma
isolada e não explicitam sobre a presença de profissional da área de educação na
construção do currículo e execução das atividades. Alguns desses documentos não
se mostraram públicos.
Identificou-se que mesmo diante do favorecimento do arcabouço legal para a
formação do enfermeiro para a capacitação pedagógica na graduação, em meio ao
bacharelado, faz-se imprescindível que essa capacitação ocorra de maneira
contínua e interdisciplinar. Somente assim os cursos alcançarão o perfil de egresso
desejado.
Finalmente, com este trabalho considera-se que não tem havido uma
formação adequada para habilitar o enfermeiro em trabalhar na educação. A revisão
e a elaboração dos novos Currículos de Enfermagem e seus Projetos Políticos
22
Pedagógicos se mostram como uma oportunidade para explicitar as competências a
serem adquiridas através de conhecimentos, habilidades e atitudes, que
contemplem este preparo do enfermeiro-educador.
Referências
BRASIL. Lei nº 7.498 de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do
exercício da Enfermagem, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 jun.1986. p. 9276. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7498.htm>. Acesso em: 2 mar. 2017.
BRASIL, Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior.
Resolução CNE/CES 3, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares
Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 nov. 2001. Seção 1, p. 37. Disponível em: <
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf>. Acesso em: 2 mar. 2017.
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INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO
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da UniJuí, 2006.
23
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teórico-prática. 2. ed. São Paulo: Papirus, 1997.
SAUPE, Rosita (Org.). Preparo do enfermeiro para ser educador: realidade e
possibilidades. Florianópolis, UFSC, 1999. 69 p.
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ENFERMAGEM: Educação em Enfermagem: qualidade, inovação e
responsabilidade; 14., 2014, Maceió. Anais... Maceió: ABEn, 2014.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 16. ed. Petrópolis:
Vozes, 2014.
TEIXEIRA, Elizabeth et al. Panorama dos cursos de enfermagem no Brasil na
década das Diretrizes Curriculares Nacionais. Rev. Bras. Enferm., Brasília, DF, v.
66, n. esp., p. 102-110, 2013. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/reben/v66nspe/v66nspea14.pdf >. Acesso em: 10 jun. 2014.
24
2.2
Desenvolvimento da Capacitação Pedagógica na Formação
do
Enfermeiro: uma perspectiva docente
Resumo
A dimensão educativa presente na prática do Enfermeiro é desenvolvida nas
atividades de rotina de assistência, de gerência e de educação em saúde que
permeiam seu fazer profissional. Essa dimensão é elencada desde a Lei do
Exercício Profissional até as Diretrizes Curriculares dos Cursos de Enfermagem.
Diante disso, objetivou-se identificar a percepção dos docentes sobre o
desenvolvimento da capacitação pedagógica visando à dimensão educativa na
formação do Enfermeiro. Portanto, pergunta-se: Que elementos os docentes
consideram como inibidores e facilitadores ao desenvolvimento da capacitação
pedagógica na formação dos alunos de Enfermagem? A pesquisa teve abordagem
qualitativa cujos dados obtidos por meio de perguntas direcionadas aos docentes
foram submetidos à análise temática, da qual emergiram quatro categorias, sendo
elas: Elementos de natureza Pedagógica que interferem na formação para função
educativa; Elementos de natureza pessoal do aluno que interferem na formação
para função educativa; Elementos de natureza administrativa que interferem na
formação para função educativa; e os Elementos sugestivos para o aprimoramento
da capacitação na formação para função educativa. Os resultados mostraram que os
profissionais percebem que a sua formação pode influenciar sua prática de ensino.
Os pontos facilitadores se relacionam, principalmente, ao potencial da profissão, o
ambiente de atuação profissional e a integração do ensino às práticas de extensão.
As dificuldades se relacionam, transversalmente, ao desenho e desenvolvimento
curricular, modelo de ensino adotado pela instituição onde atuam, bem como os
recursos destinados para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.
Ademais, os sujeitos percebem a necessidade de maiores investimentos da escola
na capacitação pedagógica, adequação dos planos de aprimoramento, com maior
participação dos professores na sua elaboração, e melhor estrutura para o
desenvolvimento do Ensino em Enfermagem. Destaca-se a necessidade de que os
cursos de enfermagem levem em consideração as características de um ensino
integrado para a função educativa.
Palavras-chave: Graduação em Enfermagem. Função Educativa. Educação em
Saúde.
Abstract
The educational dimension is developed in the routine activities of health education,
management and care that permeate the health practice held by the Nursing
professional, as it is listed from the Professional Practice Law to the Curriculum
Guidelines of the Nursing Courses. In light of the above, we intended to identify the
perception of teachers about the development of pedagogical training with the
purpose of achieving the educational dimension in the training of the nurse. To that
end, we have prioritized the following question: What elements do teachers consider
as inhibitors and facilitators to the development of pedagogical training in their daily
teaching? Which was accomplished through a qualitative research whose data were
25
submitted to thematic analysis, from which four categories of elements emerged,
namely: 1) Elements of pedagogical nature that interfere with the training of the nurse
educator, with two subcategories – related to the teacher and related to the school;
2) Elements of personal nature of the student that interfere with the training of the
nurse educator; 3) Elements of administrative nature that interfere with the training of
the nurse educator; and 4) Suggestive elements for enhancing the qualification for
the training of the nurse educator. The results showed that the professionals perceive
that the training can influence their teaching practice, where the positive points are
mainly related to a continuous supplementary training by means of enhancement
courses. The difficulties are transversely related to the teaching model they had in
their training and to the teaching model adopted by the institution where they act, as
well as the resources allocated for the development of the teaching-learning process.
Moreover, they perceive the need for greater investments of the school in specific
courses of pedagogical training, suitability of enhancement plans, with greater
participation of the teachers in its elaboration, and better structure for the
development of the Nursing Teaching. We should highlight the need for the Nursing
Courses to take into account the characteristics of an interdisciplinary teaching.
Keywords: Nursing. Undergraduate. Educational role. Health education.
Introdução
A Lei de Nº 7.498 de 1986 regulamenta o exercício da profissão em que o
enfermeiro é reconhecido como profissional de nível superior, cabendo a este atuar
em funções privativas que estão representadas, entre outras, nas atividades de
gerência e de assistência (BRASIL, 1986).
As atividades educativas compreendem duas dimensões: a educação
permanente e a educação em saúde. A educação permanente é aquela relacionada
ao aperfeiçoamento do processo de trabalho da equipe de saúde; a educação em
saúde visa ao melhor resultado em saúde com ações de educação. Sobressai-se
como um importante instrumento de transformação, como citam Leonello e Oliveira
(2008, p. 180):
[...] a práxis constitui um processo de ação-reflexão que tem o potencial de
transformar a realidade. Exercitá-la no cuidado à saúde, no que se refere às
ações educativas, implica fazer do trabalho de enfermagem uma prática
reflexiva, questionadora e com potencial para transformar a realidade em
saúde e promover a integralidade do cuidado.
Esse papel de educador é desempenhado e, muitas vezes, não é percebido
pelo profissional, quando se relaciona com o paciente e sua família ou, ainda, com
colegas de trabalho, quando discute um caso clínico, do mesmo modo que pelo
gesto e pela postura à beira do leito do paciente ou nas atitudes e valores que
mantém com os demais profissionais da equipe de saúde (MOHR, 2011).
26
Tendo em vista que os graduados em Enfermagem assumem cada vez mais
a função educadora com o paciente, a comunidade e a equipe, Brasil; Alencar;
Mucci (1996) e Budó; Saupe (2004) referem que os fatos revelam uma incorporação
das ações de educação ao processo de trabalho dos enfermeiros, função esta que
recebe nomenclaturas diferentes de acordo com o momento histórico registrado e o
caráter de sua finalidade, como citam Almeida e Soares (2010, p. 112):
Em cada período histórico, as práticas educativas receberam
diferentes denominações, segundo o enfoque que as caracterizavam.
Inicialmente, educação sanitária quando as ações visavam à
aplicação de normas e atitudes para a mudança de comportamento
dos cidadãos. Posteriormente, como educação para a saúde, quando
as ações objetivavam um estado a ser alcançado depois de educado
e, finalmente, educação em saúde – momento em que referenciais
da educação passaram a ser utilizados para se obter saúde.
Para o Ministério da Saúde, educação e saúde representam um campo de
conhecimentos e de práticas do setor saúde que resulta da relação entre as
disciplinas das ciências sociais, das ciências da saúde e da educação (BRASIL,
2007).
Partindo dessa perspectiva, faz-se importante uma formação que subsidie a
Educação em Saúde, “levando em consideração a sua importância na prática
profissional do enfermeiro, uma vez que a educação não afeta somente o
profissional, mas também o indivíduo que está neste processo de aprendizagem”
(PERALES; GARBUIO; GARANHANI, 2016).
A educação em saúde requer embasamento técnico-científico e também
precisa reconhecer a pessoa, o indivíduo envolvido nesse processo, portanto
“considerar o cotidiano das pessoas, seus modos de vida, as formas de
enfrentamento do adoecimento e de comemoração da saúde e da vida é que
precisam ser buscadas e incorporadas ao processo de cuidar e educar em saúde”
(BUDÓ; SAUPE, 2004, p. 167).
Sendo assim, as Diretrizes Curriculares Nacionais de Enfermagem (DCNs
Enf), em vigor desde o ano de 2001, trazem à luz a capacitação pedagógica para a
formação do Enfermeiro durante a graduação. Esta recomenda em seu artigo sexto
a presença de “[...] conteúdos pertinentes à capacitação pedagógica do enfermeiro,
independente da Licenciatura em Enfermagem”, além de outros elementos
norteadores dessa formação (BRASIL, 2001).
27
Nessa direção, Morh (2011) baliza um modelo de currículo que seja capaz de
formar profissionais com dupla competência: a competência técnica e a competência
pedagógica. Para a autora, a competência pedagógica traz consigo conhecimentos
e reflexão sobre os componentes e processos do ato de aprender e do ato de
ensinar, que envolvam “[...] fundamentos pedagógicos da ação do enfermeiro e
ações educativas desenvolvidas e analisadas a partir do segundo semestre de
curso. [...] ênfase e importância à sociologia e à antropologia da saúde” (MORH,
2011, p. 58), além de outros subsídios que orientam o desenvolvimento profissional
na academia.
Esse caráter de atuação suscita uma necessidade contínua de reflexão sobre
princípios, diretrizes e currículos orientadores da formação dos futuros profissionais.
Nesse sentido, o presente estudo pode trazer contribuições relevantes ao buscar
compreender esse cotidiano no qual os docentes se inserem de modo intenso,
contribuindo, dessa forma, para a construção de um currículo educador, que valorize
suas experiências e que incorpore ações de educação ao processo de trabalho.
Com base nos desafios expostos, objetiva-se, nesta pesquisa, identificar a
percepção dos docentes sobre o desenvolvimento da capacitação pedagógica dos
estudantes de Enfermagem, na graduação, para o exercício da função educativa.
Para tanto, buscou-se responder à seguinte questão: Que elementos os docentes
consideram como inibidores e facilitadores ao desenvolvimento da capacitação
pedagógica na formação dos alunos de Enfermagem?
Percurso metodológico
Este estudo é derivado da pesquisa de conclusão de curso do mestrado
profissional em ensino na saúde intitulada: “A capacitação pedagógica na graduação
em Enfermagem: uma reflexão sobre a formação para a função educativa”, a qual foi
realizada entre os anos de 2015 e 2016. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de
caráter exploratório sobre a percepção dos docentes de Enfermagem quanto ao
desenvolvimento da função educativa dos futuros profissionais Enfermeiros.
Neste estudo, entendem-se como elementos para o desenvolvimento da
capacitação pedagógica na formação do Enfermeiro os elencados por Morh (2011),
em que a competência pedagógica traz consigo conhecimentos e reflexão sobre os
componentes e processos do ato de aprender e do ato de ensinar e estes “[...]
28
incluem saberes sobre: O currículo (o que ensinar? Quais conhecimentos abordar?);
Conhecimentos didáticos, que dizem respeito à atuação docente e à atividade de ser
professor; Ensino-aprendizagem, reflexão sobre os componentes e processos do ato
de aprender e do ato de ensinar” (MOHR, 2011, p. 58).
A pesquisa foi realizada em âmbito local, em quatro instituições de ensino
superior, sendo duas delas públicas e duas privadas, as quais foram selecionadas
por antiguidade e tradição no ensino em Enfermagem, tendo como limitação estudar
um único sujeito do processo, o docente.
Para o levantamento dos dados foi elaborado um questionário com perguntas
abertas, hospedado na ferramenta do GoogleDocs. Os participantes foram
contatados por meio dos endereços eletrônicos, pelos quais foi enviada uma cartaconvite contendo informações, esclarecimentos, relevância e objetivos do estudo,
juntamente com o link de acesso ao TCLE. Após a sinalização da manifestação livre
e esclarecida de concordância com os termos e objetivos da pesquisa, o docente foi
direcionado ao questionário, no qual informava: nome, sexo, modalidade de
formação, formação complementar e instituição à qual estava vinculado e as
perguntas: 1) Quais os fatores favoráveis para a efetivação da capacitação
pedagógica nos Cursos de Enfermagem?; 2) Quais os fatores desfavoráveis para a
efetivação da capacitação pedagógica nos Cursos de Enfermagem?; 3) Quais as
sugestões para a efetivação da capacitação pedagógica nos Cursos de
Enfermagem? As respostas foram encaminhadas para armazenamento dos dados
no GoogleDocs.
Foram incluídos no estudo os professores graduados em Enfermagem, dos
quais foram convidados 196 docentes e obteve-se, como retorno, dezenove
questionários respondidos e válidos. Existe um consenso de um número de amostra
para pesquisa qualitativa entre 20 e 30 entrevistas, sendo aceitavel por alguns
autores um mínimo de 10 entrevistas (MINAYO, 2017).
As respostas das perguntas foram submetidas à análise temática, uma das
modalidades de análise de conteúdo. A análise de conteúdo é um método empírico
que depende do “tipo de fala a que se dedica e tipo de interpretação a que se
pretende como objetivo” (BARDIN, 2011 p. 36).
Inicialmente, trabalhou-se na transcrição das respostas buscando-se a
compreensão das informações, passando pela identificação de categorias
29
subjacentes e chegando a uma síntese interpretativa em que se articula objetivo do
estudo, base teórica adotada e dados empíricos (MINAYO, 2006).
Nessa análise emergiram quatro categorias, sendo elas: 1) Elementos de
natureza Pedagógica que interferem na formação para função educativa, com duas
subcategorias - relacionadas ao professor e à escola; 2) Elementos de natureza
pessoal do aluno que interferem na formação para função educativa; 3) Elementos
de natureza administrativa que interferem na formação para função educativa; e 4)
Elementos sugestivos para o aprimoramento da capacitação na formação para
função educativa.
O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal de Alagoas (UFAL), por meio da Plataforma Brasil, e aprovado com o
Parecer
nº
1.653.161.
Todos
os
participantes
assinalaram
o
Termo
de
Consentimento Livre e Esclarecido. Para preservar o sigilo dos entrevistados, eles
foram nomeados com a letra P por ordem sequencial numérica de 1 a 19, de acordo
a chegada das respostas, exemplo: P1, P2... P19.
Resultados e Discussão
A análise temática das respostas dos docentes possibilitou a categorização s
apresentada no Quadro 1.
Quadro 1 - Categorias de elementos e subcategorias encontradas no
instrumento da Pesquisa intitulada “A capacitação pedagógica na
graduação em Enfermagem: uma reflexão sobre a formação para a função
educativa”. Maceió, 2016.
Categorias
Elementos de Natureza Pedagógica que
interferem na formação para função
educativa
Relacionados ao professor
Subcategorias
Relacionados à escola
Elementos de Natureza Pessoal do Aluno que interferem na formação para função
educativa
Elementos de Natureza Administrativa que interferem na formação para função educativa
Elementos sugestivos para o aprimoramento da capacitação na formação para função
educativa
Fonte: Autora, 2017 - Dados da pesquisa, 2016.
30
Elementos de Natureza Pedagógica que interferem na formação para função
educativa
Os elementos de origem pedagógica surgiram nas respostas de todos os
docentes, ora facilitando, ora dificultando o desenvolvimento da capacitação
pedagógica para os alunos nos Cursos de Enfermagem pesquisados.
Esta categoria de análise apresentou duas subcategorias: Os elementos de
natureza pedagógica relacionados ao professor e os elementos de natureza
pedagógica relacionados à escola.
Dentre as dificuldades suscitadas relacionadas ao professor, foram elencadas
a própria formação e atuação em um ensino com características tradicionais, além
das dificuldades em colocar em prática o PPC, que podem ser vinculadas aos
modelos e carências de sua própria formação, o que acaba refletindo na formação
dos alunos, como evidencia as respostas dos sujeitos: “[Uma das dificuldades na
formação é] a metodologia de ensino, que ainda é muito tradicional” (P13); ‘’[Onde
atuo, os obstáculos relacionam-se ao] ensino tradicional e ao currículo tecnicista”
(P16).
Em corroboração às falas dos professores, Gusmão e Vilela (2017), em um
estudo também derivado do TACC: A capacitação pedagógica na graduação em
enfermagem: uma reflexão sobre a formação para a função educativa, intitulado: A
capacitação pedagógica na formação em Enfermagem: tensionamentos do currículo,
identificaram a pouca ou nenhuma articulação entre os diversos componentes
curriculares, dificultando, assim, a mobilização dos saberes para as atividades
educativas. “[...] o enfermeiro-educador para trabalhar na prática necessita
estabelecer relação entre os conhecimentos das diferentes ciências que compõem a
saúde, as ciências sociais e da educação. Esta necessidade não é observada nos
currículos pesquisados” (GUSMÃO; VILELA, 2017, p. 6).
Como reflexão sobre a função educativa, para alguns profissionais da saúde,
a docência não é a atividade principal ou exclusiva como refere Batista (2005), “que
para muitos professores, a docência em saúde é, geralmente, considerada
secundária, deixando de reconhecer a existência de uma relação entre ensino,
aprendizagem e assistência”, direcionando o ensino para a assistência, em
detrimento da função educativa, como aparece no relato docente: “A formação [dos
alunos] é voltada para atuação na assistência” (P13).
31
Em contrapartida aos elementos pedagógicos vistos como obstáculos,
surgem aqueles considerados como elementos que facilitam o desenvolvimento da
capacitação pedagógica. Inicialmente, os relatos dos docentes convergem para o
entendimento da função educativa como própria da prática profissional da
enfermagem: “O profissional enfermeiro é um educador em potencial e a educação
em saúde é prática diária na Enfermagem” (P13); “A realização de atividade
educativa em todas as práticas/aulas” (P19).
Diante dos relatos, pode-se inferir que a profissão facilita e proporciona
ambientes de aprendizagem em educação em saúde. Isto indica o potencial da
profissão para a prática educativa e a oportunidade de aprendizagem facilitada nos
ambientes de trabalho, conforme destacam Gastaldi; Garanhani (2016) e Budó;
Saupe (2004) quando referem que educação em saúde permeia todas as áreas de
atuação da enfermagem envolvendo o cliente, sua família e comunidade.
Pode-se observar uma preocupação dos docentes para o desenvolvimento
dessa função, por meio de escolhas de metodologias que possam superar a
abordagem biomédica, para favorecer a formação de uma consciência crítica dos
profissionais sobre a função educativa, como aparece no relato: “Uso de
metodologias ativas de ensino [contribui para a formação dos alunos para a função
educativa]” (P4).
Ao referir-se à segunda subcategoria – Elementos pedagógicos relacionados
à Escola – identifica-se que para os docentes, sujeitos da pesquisa, é fundamental a
atenção da escola para o desenho curricular e para o desenvolvimento do seu
docente. Estes elementos são imperativos na construção do conhecimento e na
reflexão sobre os componentes e processos do ato de aprender e do ato de ensinar,
importantes para o desenvolvimento da função educativa em seus discentes.
Identificou-se
como
barreira
nesta
subcategoria
o
desenho
e
o
desenvolvimento do curricular. Estas dificuldades surgem no relato como: “[A
fragmentação do currículo traz] dificuldade do corpo docente colocar em prática o
Projeto Político Pedagógico” (P2).
Este achado está em acordo com Gusmão e Vilela (2017) que, ao analisarem
os currículos destas escolas, concluíram: “Apresentam a capacitação pedagógica
em seus conteúdos teórico-práticos, porém sugerem que as disciplinas ocorrem de
forma isolada (GUSMÃO; VILELA, 2017, p. 8).
32
Quando foram elencados os elementos facilitadores de natureza pedagógica,
relacionados à escola, destacou-se a integração com os ambientes de trabalhos por
meio da extensão, como aparece no relato: “[Como aliados para a formação, a
escola disponibiliza a atuação no] PET-Saúde, ao GraduaSUS e aos projetos de
extensão” (P2).
É evidente a potencialidade da extensão enquanto espaço de formação
voltada para o cuidado e a centralidade da função educativa para a Enfermagem,
principalmente em Saúde Pública. Nesse sentido, “A prática extensionista se coloca
como campo de aprendizagem não só dos discentes, mas dos docentes e demais
sujeitos, pois, para se aprender, é preciso vivenciar o mundo, e não só ter teorias”
(SILVA; RIBEIRO; SILVA JÚNIOR, 2013, p. 381).
Percebe-se nesta categoria, sobre os elementos de natureza pedagógica, que
professor e escola têm suas contribuições nos fatores facilitadores e inibidores. Fazse necessário repensar a prática docente voltada para a função educativa e o
desenho escolar, na buscar de superar os obstáculos e potencializar os pontos
positivos concernentes, principalmente a capacitação pedagógica do professor e
valorização de atividades de aprendizagem para o aluno, além da sala de aula, por
meio da inserção na realidade local e da participação ativa no SUS, atuando diante
de problemas práticos e de interesse coletivo.
Nota-se a ausência de reflexão sobre a participação docente e discente na
construção e acompanhamento do currículo como ferramenta de melhorias
contínuas na atuação docente e do currículo formador.
Elementos de Natureza Pessoal do Aluno que interferem na formação para
função educativa
Nas respostas dos participantes do estudo, principalmente os docentes das
IES públicas, o perfil do aluno e interesse em aprender surgem como parte
facilitadora para o desenvolvimento da função educativa.
Velloso et al. (2016) perceberam a importância de que os projetos
pedagógicos tenham propostas interdisciplinares na construção do conhecimento.
Segundo eles, estas atividades têm a capacidade de despertar o maior interesse do
aluno, levando o aprendizado para fora dos muros da escola.
33
Infere-se que é necessária a participação do aluno nos encontros e diálogos
entre professores e a sociedade indicando a possibilidade de produção de novos
conhecimentos, constituídos a partir da troca entre os saberes científico e popular.
Elementos de Natureza Administrativa que interferem na formação para função
educativa
Quando se trata de dificuldades de natureza administrativa, a falta de recurso
material e estrutura física ganham destaque, acompanhadas do foco da IES em
produção acadêmica
A afirmativa que “A pressão em cima da produção acadêmica cria uma cultura
de desprestígio da docência [...]” (P10) revela a cobrança que o docente sofre, por
parte da administração escolar, em relação ao desempenho na produção científica.
Identifica-se este foco da administração como uma barreira para uma maior
dedicação a outras funções do docente no curso, inclusive a educativa.
Os recursos físicos estruturais, de tecnologia e materiais aparecem como
elementos facilitadores e como obstáculos. A importância de investimentos nesses
recursos fica evidente diante das respostas dos docentes, em que, atualmente, vem
se dando ênfase aos programas de desenvolvimento docente: “[Onde atuo] a
realização de oficinas pedagógicas frequentes facilita a construção de uma prática
mais didática” (P10).
Este movimento é reconhecido, pelos docentes, como facilitador do processo
de capacitação pedagógica para a função educativa no curso de enfermagem,
embora percebam a necessidade de aperfeiçoamento desse desenvolvimento
docente.
Sugestões para o aprimoramento na formação para função educativa
As estratégias e ações pedagógicas relacionadas à escola e de natureza
administrativa foram preponderantes nas sugestões oferecidas pelos pesquisados.
Foram elencados elementos de natureza pedagógica relacionada à escola e de
natureza administrativa.
Os docentes, em suas respostas, sugerem melhorias voltadas à natureza
pedagógica relacionada à escola, bem como adequação do currículo e oferta de
estruturas que favoreçam o desenvolvimento contínuo do processo de ensinoaprendizagem, mais coerente com as Diretrizes Curriculares Nacionais de
34
Enfermagem e a formação para a função educativa, como aparece no relato: “Que a
capacitação pedagógica seja aplicada no decorrer de todo o curso, não apenas em
uma disciplina única” (P7).
No resultado, há um apelo para abordagem do papel do Enfermeiro educador
e seu desenvolvimento inclusive na formação, como suscitam os professores: “[Seria
interessante] que houvesse um momento, durante o curso, que os discentes
pudessem trabalhar questões relacionadas ao ensino” (P6); “[Há a necessidade de]
inclusão no currículo de uma disciplina que aborde [...] o ensino como área de
atuação na enfermagem” (P13).
Essas necessidades levantadas foram evidenciadas em outras pesquisas nas
quais os autores consideram que [...] o aporte teórico desses profissionais, durante
sua formação, não produz ainda a incorporação de teorias de educação em saúde
como estratégias para a promoção da saúde na prática profissional (GASTALDI;
GARANHAN, 2016).
Com o objetivo de alcançar um perfil que apresente as competências para
educação em saúde, valores e atributos para o mundo do trabalho, Almeida,
Cardoso e Santos (2016) sugerem que o currículo trabalhe com cinco eixos de
acordo com as áreas de atuação da enfermagem: atenção em saúde;
gestão/gerência dos serviços de saúde e do cuidado de enfermagem; educação
(popular) em saúde e educação permanente em serviço; pesquisa em saúde; e
formação política e associativa.
Ressalta-se aqui a relevância que os entrevistados atribuem ao professor
tanto para os obstáculos como para os elementos facilitadores da capacitação
pedagógica. Porém, não é evidente esta importância e reconhecimento para o
protagonismo docente e discente nas sugestões apresentadas.
Considerações finais
A grande importância deste estudo é revelada ao se buscar apreender a
percepção dos enfermeiros professores sobre o preparo pedagógico no curso de
Enfermagem.
Os resultados mostraram que os profissionais percebem que o tipo de
formação adquirida pode influenciar sua prática de ensino. Os pontos positivos para
o desenvolvimento da função educativa se relacionam, principalmente, ao potencial
35
da profissão, ao ambiente de atuação profissional e à integração do ensino às
práticas de extensão.
As
dificuldades
se
relacionam,
transversalmente,
ao
desenho
e
desenvolvimento curricular, modelo de ensino adotado pela instituição onde atuam,
bem como os recursos destinados para o desenvolvimento do processo de ensinoaprendizagem.
Os sujeitos da pesquisa percebem a necessidade de maiores investimentos
da escola em cursos específicos voltados para a função educativa do profissional da
enfermagem, maior participação dos professores na elaboração dos planos de
aprimoramento dos cursos e melhor estrutura para o desenvolvimento do ensino.
Destaca-se a necessidade de que os cursos de enfermagem levem em
consideração as características de um ensino interdisciplinar voltado para a função
educativa, porém o professor se coloca como agente passivo diante das sugestões.
É evidente a necessidade de aprofundar o conhecimento por meio de
reflexões, discussões dos PPC, das práticas, na busca de um embasamento
sustentável para a realização de uma prática educativa adequada. Espaços
curriculares que permitam aos educadores expressarem suas angústias e também
relatarem suas experiências vividas no espaço pedagógico.
Nesse sentido, é importante buscar as construções coletivas, apoiadas com
profissionais da área da educação, sobre as possibilidades e barreiras para um
ensino efetivo da educação em saúde no curso, possibilitando diagnósticos mais
precisos, a partir dos quais a atuação docente se tornaria mediadora do processo,
reconhecendo essas práticas como ponto forte para formação dos seus discentes.
Esta pesquisa torna-se importante por identificar que, mesmo diante do
favorecimento do arcabouço legal para a capacitação pedagógica no curso de
graduação, esta apresenta várias fragilidades. Faz-se imprescindível que essa
capacitação ocorra de maneira contínua e interdisciplinar. Somente assim os cursos
alcançarão o perfil de egresso desejado.
Destacamos, ainda, a necessária produção de novos conhecimentos sobre o
tema, visto que a pesquisa em foco teve a limitação de observar o fenômeno apenas
na perspectiva do docente.
36
Referências
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cursos de graduação em enfermagem. Rev. Bras. Enferm., Brasília , DF, v. 63, n.
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Acesso em: 10 fev. 2017.
39
3
PRODUTOS
Os produtos apresentados neste TACC foram desenvolvidos na oportunidade
de cursar o Mestrado Profissional Ensino na Saúde (MPES), ofertado pela
Faculdade de Medicina (FAMED) da Universidade Federal de Alagoas, que por sua
vez tem como exigência para obtenção do título de mestre o desenvolvimento de
subsídios que possam colaborar com a melhoria do ensino e o seu retorno para a
sociedade.
Os produtos emergiram das ponderações e levantamentos de necessidades
conforme os apontamentos que surgiram após as análises dos resultados da
pesquisa intitulada: A capacitação pedagógica na graduação em Enfermagem: uma
reflexão sobre a formação para a função educativa
Foram desenvolvidos dois produtos cujo propósito é a mudança das
realidades
encontradas
através
da
reflexão
da
atuação
docente
e
do
desenvolvimento de seus projetos políticos pedagógicos. São eles: Produto 1:
Matriz para verificação da capacitação pedagógica dos alunos de Enfermagem
para o exercício da prática educativa, ferramenta para ser utilizada pela gestão do
curso com a intenção de investigar como se desenvolvem as ações-chave voltadas
para o desenvolvimento dos alunos de Enfermagem para a função educativa ao
longo do curso; Produto 2: Relatório sobre a Divulgação da Pesquisa e
apresentação da Matriz. Esses dois produtos direcionam para reflexão e subsídio
de intervenção na realidade encontrada no desenvolvimento da capacitação
pedagógica nos Cursos de Enfermagem.
40
3.1 Produto 1 – Matriz para verificação da capacitação pedagógica dos alunos
de Enfermagem para o exercício da prática educativa.
Cristine Maria Pereira Gusmão
Maceió
2017
41
Introdução
A Matriz de verificação da capacitação pedagógica dos alunos de
Enfermagem para o exercício da prática educativa (Quadro 2) foi elaborada a partir
dos resultados da pesquisa intitulada “A capacitação pedagógica na graduação em
enfermagem: uma reflexão sobre a formação para a função educativa” e
desenvolvida com base nos referenciais de competências para a dimensão
educativa de Crivari e Berbel (2004) e dos pressupostos do currículo
de Morh
(2011) para fornecer uma ferramenta que possibilitasse a gestão do curso e os
professores a identificarem o desenvolvimento do preparo para a função educativa
durante a graduação, de modo a perceberem pontos-chave fragilizados e facilitar o
acompanhamento de seu desenvolvimento, assim também funcionando como
estratégia de fortalecimento do currículo para uma aprendizagem mais significativa.
A dimensão educativa na atuação do enfermeiro é contemplada na Lei do
exercício profissional de nº 7.498 de 1986, em que há referência que o profissional
enfermeiro como integrante da equipe de saúde participa de programas e atividades
de educação sanitária visando à melhoria de saúde do indivíduo, da família e da
população em geral e ainda atua nos programas de treinamento e aprimoramento de
pessoal de saúde, particularmente nos programas de educação continuada
(BRASIL, 1986).
Esta dimensão prevê que, além do embasamento técnico-científico, a atuação
leve em conta a pessoa, o indivíduo envolvido nesse processo. Portanto, deve
“considerar o cotidiano das pessoas, seus modos de vida, as formas de
enfrentamento do adoecimento e de comemoração da saúde e da vida que precisam
ser buscadas e incorporadas ao processo de cuidar e educar em saúde” (BUDÓ;
SAUPE, 2004, p. 167).
Diante desse pressuposto, faz-se necessário formar um profissional de
enfermagem que compreenda integralmente o ser humano e possibilite o preparo
para essa dimensão de atuação. Assim sendo, Morh (2011) referencia um modelo
de currículo que seja capaz de formar profissionais com dupla competência: a
competência técnica e a competência pedagógica.
Para a autora, a competência pedagógica traz consigo conhecimentos e
reflexão sobre os componentes e processos do ato de aprender e do ato de ensinar,
42
o que direcionou os pontos-chave “Durante o semestre, a disciplina oportuniza
atividades que permitem ao discente compreender os componentes que envolvem o
processo de aprendizagem do adulto e da criança” e “Os fundamentos pedagógicos
e didáticos que utilizo são explicados nas atividades que desenvolvo”, pois envolvem
“[...] fundamentos pedagógicos da ação do enfermeiro e ações educativas
desenvolvidas e analisadas a partir do segundo semestre de curso. [...] ênfase e
importância à sociologia e à antropologia da saúde”. Além de outros elementos
norteadores na formação (MOHR, 2011, p. 58).
Para alcançar um perfil que apresente as competências para educação em
saúde, valores e atributos para o mundo do trabalho, Almeida, Cardoso e Santos
(2016) sugerem que o currículo “trabalhe com cinco eixos de acordo com as áreas
de atuação da enfermagem: atenção em saúde; gestão/gerência dos serviços de
saúde e do cuidado de enfermagem; educação (popular) em saúde e educação
permanente em serviço; pesquisa em saúde; e formação política e associativa”.
Nesse sentido, Crivari e Berbel (2004) elencaram o desenvolvimento de cinco
competências, como alicerces, para uma formação compatível com essas ações: a
introjeção do papel educativo, conhecimento para a ação educativa, interação para a
ação educativa, comunicação para educação educativa e organização para ação
educativa.
Na introjeção do papel educativo, Crivari e Berbel (2004) referem a
necessidade de integração do papel educador ao saber das disciplinas e
experiências em sala ou em estágios. No conhecimento para a ação educativa
aparece a visão holística do ser, permeada ao longo do curso com vistas à
compreensão de um todo e à presença dos aspectos educacionais, que foi utilizado
para embasar o ponto-chave ”Nas atividades docentes que realizo fica evidenciado o
envolvimento com o ser humano na sua integralidade e diversidade”, que se pode
ainda somar ao que é citado por Mohr (2011, p. 58) quando refere que o currículo
deve abranger:
[...] Conhecimentos didáticos, que dizem respeito à atuação docente e à
atividade de ser professor, reflexão sobre os componentes e processos do
ato de aprender e do ato de ensinar. Conhecimentos sociológicos e
antropológicos para que se possa considerar o estudante ou o paciente de
forma mais complexa e integrada aos seus elementos culturais, e como
estes se cruzam com o saber profissional. Conceitos filosóficoepistemológicos e axiológicos, que irão permitir sua reflexão sobre as
origens, as finalidades e os valores do processo educativo.
43
A competência que compreende a interação para a ação educativa valoriza as
relações interpessoais, troca de experiências e o aprendizado mútuo, que
embasaram os pontos-chave: “Há interação dos discentes com alunos de outros
períodos e de outros cursos, em uma perspectiva de troca de experiências”; “Há
mediação de troca de saberes com a comunidade durante o desenvolvimento da
disciplina”; “Ao discente é oportunizado troca de experiência com a equipe de
saúde”, que permitem a abordagem do “[...] sujeito–aluno, paciente/cliente, equipe e
comunidade [...]” (CRIVARI; BERBEL, 2004, p. 11).
A comunicação propõe o desenvolvimento das habilidades interpessoais e o
trabalho em equipe que se encontra nas ações-chave “As competências para
comunicação são desenvolvidas nas atividades relacionadas à disciplina” e “O
trabalho em equipe é oportunizado na disciplina”.
E ainda, Crivari e Berbel (2004) referem que organização para a ação
educativa trata de elementos de construção pedagógica a partir da técnica adotada
pelo aluno ao desenvolver suas ações de educação em saúde, sendo elencados os
pontos-chave “Ao discente é oportunizado elaborar planos de educação em saúde
durante o decorrer da disciplina” e “É oportunizado ao discente escolher a melhor
estratégia para o público escolhido”.
Instruções de uso
Este instrumento foi elaborado como proposta de produto do mestrado
Profissional Ensino na Saúde a partir da pesquisa intitulada “A capacitação
pedagógica na graduação em enfermagem: uma reflexão sobre a formação para a
função educativa”. Essa ferramenta tem como objetivo identificar o desenvolvimento
da capacitação pedagógica nos Cursos de Enfermagem com base nas cinco
competências para a dimensão educativa de Crivari e Berbel (2004), juntamente
com os pressupostos de currículo de Mohr (2011).
Sua aplicabilidade é direcionada para gestores dos Cursos de Enfermagem,
componentes do Núcleo docente estruturante (NDE) e colegiado do curso,
juntamente com os professores e preceptores do curso de Enfermagem, em
oportunidades de reflexão sobre as práticas docentes e o currículo formador. Ou
seja, sempre que o objetivo for identificar o desenvolvimento da dimensão educativa
na formação do Enfermeiro com foco na capacitação pedagógica, em eixos
44
transversais ou horizontais. É indispensável uma explanação prévia sobre o objetivo
indicado por parte do proponente da averiguação.
Durante a apreciação, é necessário identificar os pontos-chave. Quando estes
já estiverem em desenvolvimento, demarcar a coluna correspondente “D”, que
corresponde a “Desenvolvido”; em seguida, preencher a coluna “ocasião” com
informações do período/ano/semestre de curso com as respectivas disciplinas,
locais e atividades desenvolvidas, e a coluna “como”, de que maneira ocorrem
(teoria, prática etc.).
Quando os pontos-chave ainda não são desenvolvidos ou parcialmente
desenvolvidos, o profissional deverá marcar na linha e coluna correspondentes,
respectivamente, a “P.D” e “N.D”. Havendo marcação de uma destas duas últimas
colunas, isto sinaliza a existência de pontos-chave que serão chamados de pontos
emergentes, que precisarão de atenção para seu desenvolvimento e deverão ser
sintetizados no espaço destinado para este fim.
Para facilitar a visualização dos pontos emergentes, tem uma sugestão de
“Síntese dos pontos emergentes” em que os proponentes da verificação juntamente
com os apreciadores elencarão os pontos mais frágeis e que precisam de atenção.
Para facilitar a visualização dos pontos emergentes e as propostas de
melhoramento no curso, tem como sugestão o preenchimento do Quadro 3 – plano
de ação/intervenção, no qual os gestores e professores apreciadores poderão
elaborar e registrar um plano de ação/intervenção para alcançar o desenvolvimento
dos pontos emergentes, no qual se sugere contemplar ações, objetivos, metas,
parceiros e prazos a serem estipulados, implementados e acompanhados.
Para
acompanhamento
das
ações/intervenções
sugeridas,
após
a
implementação e esgotamento dos prazos, sugere-se que uma avaliação deverá ser
realizada com vistas às metas a serem alcançadas, e quando não alcançadas ou
parcialmente alcançadas, o plano de ação deverá ser revisto.
Quadro 2 - Matriz para verificação da capacitação pedagógica dos alunos de Enfermagem para o exercício da prática educativa
Competência
Pontos-chave
Apreciação
ND
PD
D
Ocasião
Como
A dimensão educativa é desenvolvida na disciplina.
Introjeção do
papel educativo
Conhecimento
para a ação
educativa
Interação para a
ação educativa
Comunicação
para ação
educativa
Organização
para ação
educativa
Durante o semestre, a disciplina oportuniza atividades que permitem ao discente
compreender os componentes que envolvem o processo de aprendizagem do adulto e da
criança.
As atividades tanto teóricas quanto práticas permitem ao discente identificar a função
educativa nos diversos cenários e seus respectivos públicos.
Os fundamentos pedagógicos e didáticos que utilizo são explicados nas atividades que
desenvolvo.
Nas atividades docentes que realizo fica evidenciado o envolvimento com o ser humano
na sua integralidade e diversidade.
Há interação dos discentes com alunos de outros períodos e de outros cursos, em uma
perspectiva de troca de experiências.
Há mediação de troca de saberes com a comunidade durante o desenvolvimento da
disciplina.
Ao discente é oportunizado troca de experiência com a equipe de saúde.
As competências para comunicação são desenvolvidas nas atividades relacionadas à
disciplina.
O trabalho em equipe é oportunizado na disciplina.
Ao discente é oportunizado elaborar planos de educação em saúde durante o decorrer
da disciplina.
É oportunizado ao discente escolher a melhor estratégia para o público escolhido.
Fonte: Autora, 2017 - Dados da Pesquisa (2016) com base nos referenciais de Mohr (2011); Crivari e Berbel (2004.
Nota: Legenda - N.D - Não desenvolvido; P.D – Parcialmente desenvolvido; D – Desenvolvido.
45
46
Síntese dos pontos emergentes
__________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________
Proponentes da averiguação
Professores/preceptores apreciadores
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
_____________________________________
____________________________________
_____________________________________
____________________________________
_____________________________________
____________, _____ de _____________ de ________.
Local
dia
mês
ano
46
47
Quadro 3 - Plano de ação/intervenção
Competência
Ponto-chave
Sugestões de intervenção
Ponto
emergente
Ações/ Metas/Objetivo(s)
Proponentes do plano de intervenção/ação
___________, ______________, _____________, ______________
Fonte: Autora, 2017.
Avaliação
Parceiros que
poderão colaborar
Alcance das metas
Prazo
Sim
Não
Parcial
_______, _____ de ________ de ________.
47
48
3.2 Produto 2: Relatório sobre a divulgação da Pesquisa e apresentação da
Matriz
Introdução
Este relatório foi elaborado a partir da oficina de apresentação dos resultados
e produto desenvolvidos por meio do Mestrado profissional em Ensino na Saúde da
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas com a finalidade de
relatar o retorno dos resultados da pesquisa realizada no programa de pósgraduação citado e apresentação da Matriz desenvolvida como produto para
apreciação das instâncias gestoras do curso que foi um dos cenários da realização
da pesquisa.
A Enfermagem como profissão reconhecida legalmente atua em diversos
cenários, dentre as funções desenvolvidas está a função educativa, seja de caráter
formal ou informal, diretamente aos pacientes nas orientações e desenvolvimento
dos cuidados ou na educação permanente da equipe de saúde.
Logo, a necessidade do desenvolvimento da função educativa se faz
imprescindível, porém os resultados desta pesquisa acenam para uma realidade em
que os currículos se mostram fragilizados no aspecto do trabalho interprofissional,
de modo que não oportuniza uma vivência contínua nos seus próprios cursos e,
assim, a capacitação pedagógica, bem como toda sua trajetória dentro da
universidade se torna fragmentada.
Sendo assim, faz-se necessário formar um profissional que compreenda
integralmente o ser humano e possibilite o preparo para essa dimensão de atuação.
A partir disso, cita-se Morh (2011) que referencia um modelo de currículo que seja
capaz de formar profissionais com dupla competência: a competência técnica e a
competência pedagógica.
Os resultados da abordagem qualitativa mostram que os professores
reconhecem uma necessidade de investimentos em estrutura e oportunidades de
desenvolvimento docente mais participativo e adequado as suas necessidades para
formar um bacharel que consiga integralizar o conhecimento de sua graduação para
o desempenho das mais diversas funções incumbidas a esse profissional.
Estes resultados refletem o quão é importante desenvolver uma formação
compatível com essa função para que a Enfermagem assuma cada vez mais esse
49
papel durante suas atividades laborativas, como elencam Crivari e Berbel (2004)
cinco competências para essas ações: a introjeção do papel educativo;
conhecimento para a ação educativa; interação para a ação educativa; comunicação
para educação educativa; e organização para ação educativa.
A Matriz de verificação da capacitação pedagógica dos alunos de
Enfermagem para o exercício da prática educativa foi desenvolvida com base na
necessidade de uma ferramenta que possibilitasse a gestão do curso e os
professores a identificarem o desenvolvimento do preparo para a função educativa
durante a graduação, de modo a perceberem pontos-chave fragilizados e facilitar o
acompanhamento de seu desenvolvimento, assim também funcionando como
estratégia de fortalecimento do currículo para uma aprendizagem mais significativa.
O cenário de realização da pesquisa foram quatro instituições de ensino
superior da cidade de Maceió, que têm tradicionalidade e antiguidade na oferta do
curso de Enfermagem, das quais foram pesquisados os PPCs, matrizes, ementas e
planos de cursos, sendo direcionadas aos professores perguntas para identificação
da percepção docente sobre os cursos ofertados com o objetivo da pesquisa.
Objetivo
Propiciar o retorno da pesquisa realizada às instâncias gestoras do curso de
Enfermagem onde a mestranda atua como docente.
Procedimentos
Planejamento da oficina
Após a análise dos resultados obtidos por meio da pesquisa, viu-se a
necessidade de expô-los para a gestão do curso, oportunizados em oficina,
contemplando atores fundamentais para o processo de reflexão sobre o curso de
Enfermagem.
Foi realizado um contato prévio por ligação telefônica e presencial para
ajustar data e horário compatíveis com a disponibilidade dos gestores e
representação dos professores.
50
Diante da disponibilidade dos agentes contatados, foi confeccionada uma
carta-convite (APÊNDICE E), enviada por endereço eletrônico, na qual constou o
dia, o endereço e horário.
Participantes
Participaram os membros do Núcleo Docente Estruturante, do colegiado e
coordenadores do curso de Enfermagem da IES onde a mestranda atua, totalizando
cinco professores.
Local e horário de realização
A reunião foi realizada às 13h do dia 24 de julho de 2017, na sala 32 do bloco
C, no campus Amélia Maria Uchôa - Centro Universitário Tiradentes
Apreciação do produto
a) Planejamento
A sala foi disponibilizada com cadeira em semicírculo e contou com projetor
multimídia para exposição dos resultados. A recepção dos participantes se deu das
13h às 13h10, com as boas-vindas, logo em seguida foi disponibilizada a ata de
frequência.
A apresentação da fundamentação teórica iniciou-se às 13h10; os resultados
foram apresentados junto com as discussões; foram abertos espaços de reflexão; e
finalizou-se às 13h30, como registra-se abaixo
b) Apreciação dos participantes
A Matriz para verificação da capacitação pedagógica dos alunos de
Enfermagem para o exercício da prática educativa foi distribuída para leitura,
apreciação e sugestão de possíveis melhorias.
Seguem-se os registros destes momentos.
51
Apresentação dos resultados e Matriz
Fonte: Acervo pessoal da autora, 2017.
Distribuição da matriz para apreciação do NDE, colegiado e coordenação.
Fonte: Acervo pessoal da autora, 2017.
52
Frequência
Enfermagem
da
reunião
com
a
gestão
do
curso
de
c) Ponderação das participantes
Cada participante foi convidada a expressar juízo de valor quanto à clareza,
aplicabilidade e uso da Matriz para identificar o desenvolvimento da capacitação
pedagógica no curso. As sugestões foram apreciadas:
Quanto à compreensão
Membros do NDE e Colegiado
“Não se tem dificuldade de compreensão quanto aos itens elencados
na ferramenta.”
Representante da coordenação
“Os itens abordados não deixam dúvidas sobre a que se direciona.”
53
Quanto à redação
Todos
“A redação dos itens tem que ser mais direta ao docente e ao
discente.”
Quanto à aplicabilidade
Representante do NDE
“Eu consigo identificar o que faço nos itens da matriz.”
Representante do colegiado e coordenação
“É possível tentar desenvolver o que está descrito nos itens da matriz.”
d) Conclusão:
O produto apresentado - Matriz para verificação da capacitação
pedagógica dos alunos de Enfermagem para o exercício da prática educativa –
é importante, requer alguns ajustes de linguagem e é passível de ser utilizado pelo
curso de enfermagem.
54
Referências dos Produtos
ALMEIDA, Lenira Maria Wanderley Santos de; CARDOSO, Danielly Santos dos
Anjos; SANTOS, Regina Maria dos. Revisão das diretrizes curriculares nacionais
para os cursos de graduação em enfermagem (DCNENf): contribuições da
Associação Brasileira de Enfermagem - Seção Alagoas (ABEn-AL). In: SIMPÓSIO
NACIONAL DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM – SINADEN: Sistematização
da Assistência de Enfermagem: avanços e desafios na qualidade da assistência,
gestão, ensino e pesquisa. 15., 2016, Recife. [Resumo 610]. Recife: ABEn, 2016.
Não paginado. Disponível em: <
http://abeneventos.com.br/15senaden/anais/resumos/T0467-1.html>. Acesso em: 16
jun. 2017.
BRASIL. Lei nº 7.498 de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do
exercício da Enfermagem, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 jun.1986. p. 9276. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7498.htm>. Acesso em: 2 mar. 2017.
BUDÓ, Maria de Lourdes Denardin; SAUPE, Rosita. Conhecimentos populares e
educação em saúde na formação do enfermeiro. Rev. Bras. Enferm., Brasília, DF,
v. 57, n. 2, p. 165-169, 2004. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/reben/v57n2/a07v57n2.pdf >. Acesso em:
CRIVARI, Maria Madalena Ferrari; BERBEL, Neusi Aparecida Navas. O
desenvolvimento da dimensão educativa do enfermeiro durante a formação: um
estudo através da metodologia da problematização (mesa redonda). In: SEMINÁRIO
DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO DA REGIÃO SUL – ANPED SUL, 5., 2004, Curitiba.
Anais... Curitiba: Champagnat, 2004.
MOHR, Adriana. A formação pedagógica dos profissionais da área da saúde.
BRANT, Victoria. (Org.). Formação pedagógica de preceptores do ensino em
saúde. Juiz de Fora: Ed. UFJF, 2011. Disponível em: <
http://www.editoraufjf.com.br/ftpeditora/site/formacao_pedagogica_de_preceptores_d
o_ensino_em_saude.pdf >. Acesso em: 15 de Agosto de 2015.
55
4
CONSIDERAÇÕES FINAIS DO TRABALHO ACADÊMICO
A experiência de cursar um mestrado profissional representou o desvendar de
uma incógnita sobre seus significados. Até então, a referência era apenas a partir de
leituras e de relatos de terceiros, não permitindo vislumbrar o mundo de
possibilidades de aplicabilidades práticas e de transformações que podem ser
pensados, pesquisados e trabalhados neste molde de qualificação, trazendo o
próprio ambiente de atuação como ponto de partida.
O Mestrado Profissional Ensino na Saúde trouxe mais do que qualificação. O
seu formato multi e interprofissional permitiu a compreensão da percepção de outros
profissionais sobre os mesmos assuntos, ampliando, assim, a visão sobre diversos
aspectos de atuação profissional e sobre o fazer docente, de forma colaborativa e
científica.
O estudo desenvolvido na oportunidade deste mestrado objetivou identificar a
capacitação pedagógica nos conteúdos curriculares e sob a perspectiva docente
com vistas a colaborar com a reflexão da prática docente e a formatação curricular
para o desenvolvimento das competências necessárias para a dimensão educativa
nos Cursos de Enfermagem.
Em decorrência da pesquisa foram elaborados dois artigos intitulados: “A
capacitação pedagógica na formação em Enfermagem: tensionamentos do
currículo” e “Desenvolvimento da capacitação pedagógica na formação do
Enfermeiro: uma perspectiva docente” e dois produtos, um no formato de matriz
com o título: “Matriz para verificação do desenvolvimento da capacitação
pedagógica nos Cursos de Enfermagem” a fim de identificar onde e como são
desenvolvidas as ações-chave para a capacitação pedagógica a serem aplicadas
pelo NDE, colegiado ou coordenação do curso visando subsidiar o planejamento das
práticas docentes e implicações sobre o currículo que visem aprimorar as ações que
promovam o desenvolvimento da dimensão educativa, e o outro no formato de
relatório, em que foi realizado o retorno da pesquisa para a instituição onde a
mestranda atua, intitulado: “Relatório sobre a Divulgação da Pesquisa e
Produto”.
O artigo “A capacitação pedagógica na formação em Enfermagem:
tensionamentos do currículo” foi apresentado (ANEXO B) e publicado no formato
de artigo completo (ANEXO C), nos anais do 10º Encontro Internacional de
56
Formação
de
Professores
(ENFOPE),
disponível
pelo
https://eventos.set.edu.br/index.php/enfope/article/view/4754/1694>.
link
O
<
evento
aconteceu entre os dias 15 e 19 de maio, em Aracajú/Sergipe.
O artigo intitulado: “Desenvolvimento da capacitação pedagógica na
formação do Enfermeiro: uma perspectiva do docente”, foi apresentado
(ANEXO D)
no VII Congresso Internacional em Avaliação Educacional - CIAE,
ocorrido nos dias 09, 10 e 11 de Novembro de 2017, na cidade de Fortaleza/Ceará,
e publicado (ANEXO E) nos anais do mesmo evento, disponível pelo link <
http://www.nave.ufc.br/vii_ciae/wp-content/uploads/2017/03/E_BOOK_VIICONGRESSO-INTERNACIONAL-EM-AVALIA%C3%87%C3%83OEDUCACIONAL_LIVRO-COMPLETO.pdf >.
O desenvolvimento deste TACC possibilitou uma melhor compreensão sobre
a dimensão educativa e a capacitação pedagógica, mas principalmente o debruçar
sobre o currículo formador compreendendo as preconizações das DCN. A pesquisa
possibilitou uma reflexão sobre a necessidade de uma formatação que contemple
uma formação interdisciplinar mais presente e uma percepção mais aguçada dos
docentes sobre seu papel e o dos discentes neste processo de aprendizagem e
desenho curricular.
O aporte fundamental deste TACC é a colaboração literária que se faz sobre
o tema Capacitação Pedagógica, em que se requer, ainda, uma teorização mais
ampla e profunda para a área de saúde, onde os profissionais lidam direta ou
indiretamente com ações educativas no cotidiano de suas atividades.
Por fim, o MPES possibilitou a aproximação da mestranda com diversos
aspectos
e
discussões
do
mundo
científico
promovendo
reflexões
e
o
desenvolvimento profissional, com a contribuição principal para o conhecimento, que
permite modificar a prática docente e profissional. Além de vivências e
compartilhamentos, indescritíveis, com profissionais de outras formações.
57
REFERÊNCIAS GERAIS DO TRABALHO ACADÊMICO
ALMEIDA, Alva Helena de; SOARES, Cássia Baldini. Ensino de educação nos
cursos de graduação em enfermagem. Rev. Bras. Enferm., Brasília , DF, v. 63, n.
1, p. 111-116, 2010 . Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/reben/v63n1/v63n1a18.pdf>. Acesso em: 9 Ago. 2017.
ALMEIDA, Lenira Maria Wanderley Santos de; CARDOSO, Danielly Santos dos
Anjos; SANTOS, Regina Maria dos. Revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais
para os cursos de graduação em enfermagem (DCNENf): contribuições da
Associação Brasileira de Enfermagem - Seção Alagoas (ABEn-AL). In: SIMPÓSIO
NACIONAL DE DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM, 15., 2016,
Curitiba. [Resumo 610]. Curitiba: ABEn, 2016. Disponível em: <
http://abeneventos.com.br/15senaden/anais/resumos/T0467-1.html >. Acesso em: 9
ago. 2017.
BARDIN, Laurence. Analise de conteúdo. Tradução Luís Antero Reto e Augusto
Pinheiro. São Paulo, Edições 70, 2011.
BATISTA, Nildo Alves. Desenvolvimento docente na área da saúde: uma análise.
Trab. Educ. e Saúde, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 283-294, 2005. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/tes/v3n2/03.pdf> Acesso em: 17 out. 2014.
BRASIL. Lei nº 7.498 de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do
exercício da Enfermagem, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 jun.1986. p. 9276. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7498.htm>. Acesso em: 2 mar. 2017.
BRASIL, Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior.
Resolução CNE/CES 3, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares
Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 nov. 2001. Seção 1, p. 37. Disponível em: <
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES03.pdf>. Acesso em: 2 mar. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa.
Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Cadernode Educação Popular e Saúde. Brasília,
DF, 2007. (Série B. Textos Básicos de Saúde). Disponível em: <
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_educacao_popular_saude_p1.pdf>. Acesso
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BRASIL, Virginia Visconde; ALENCAR, Celi Cristiane Pereira de; MUCCI, Ivone.
Refletindo sobre a formação e desempenho do docente de enfermagem. Cogitare
Enferm., Curitiba, v. 1 n. 2, p. 81-85, jul./dez. 1996. Disponível em: <
http://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/8763/6078>. Acesso em: 17 out. 2014.
BUDÓ, Maria de Lourdes Denardin; SAUPE, Rosita. Conhecimentos populares e
educação em saúde na formação do enfermeiro. Rev. Bras. Enferm., Brasília, DF,
v. 57, n. 2, p. 165-169, 2004. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/reben/v57n2/a07v57n2.pdf >. Acesso em: 2 mar. 2017.
58
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desenvolvimento da dimensão educativa do enfermeiro durante a formação: um
estudo através da metodologia da problematização. In: SEMINÁRIO DE PESQUISA
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compromisso social, 5., 2004, Curitiba. Anais... Curitiba: Champagnat, 2004.
FERREIRA JÚNIOR, Marcos Antônio. Os reflexos da formação inicial na atuação
dos professores enfermeiros. Rev. Bras. Enferm., Brasília, DF, v. 61, n. 6, p. 866871, 2008. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/reben/v61n6/a12v61n6.pdf>.
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GASTALDI, Andréia Bendine; GARANHANI, Mara Lúcia. O conceito de educação
em saúde para docentes de um currículo integrado. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM – SINADEN: Sistematização da Assistência de
Enfermagem: avanços e desafios na qualidade da assistência, gestão, ensino e
pesquisa. 15., 2016, Recife. [Resumos 151]. Recife: ABEn, 2016. Disponível em: <
http://abeneventos.com.br/15senaden/anais/resumos/T0145-1.html>. Acesso em: 13
jun. 2017.
GUSMÃO, Cristine Maria Pereira; VILELA, Rosana Quintella Brandão. A capacitação
pedagógica na formação em Enfermagem: tensionamentos do currículo. In:
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PERMANENTE INTERNACIONAL DE INOVAÇÃO EDUCACIONAL, 11., 2017,
Aracaju. Anais... Aracaju: Unit/CNPq, 2017. Disponível em: <
https://eventos.set.edu.br/index.php/enfope/article/view/4754/1694>. Acesso em: 13
jun. 2017.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO
TEIXEIRA. Avaliação externa de instituições de educação superior: diretrizes e
instrumentos. Brasília, DF, 2005. p. 33-35. Disponível em:<
http://www.publicacoes.inep.gov.br/portal/download/436>. Acesso em: 6 jun. 2017.
LEONELLO, Valéria Marli; OLIVEIRA, Maria Amélia, de Campos. Competências
para ação educativa da enfermeira. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto,
v. 16, n. 2, p. 177-183, 2008. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v16n2/pt_02.pdf>. Acesso em: 6 jun. 2017.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Amostragem e saturação em pesquisa qualitativa:
consensos e controvérsias. Revista Pesquisa Qualitativa. São Paulo, v. 5, n. 7, p.
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MINAYO, Maria Cecília de Souza. Violência e saúde [online]. Rio de Janeiro:
Editora FioCruz, 2006. (Temas em Saúde collection). Disponível em: <
https://static.scielo.org/scielobooks/y9sxc/pdf/minayo-9788575413807.pdf >. Acesso
em: 6 jun. 2017.
59
MOHR, Adriana. A formação pedagógica dos profissionais da área da saúde.
BRANT, Victoria. (Org.). Formação pedagógica de preceptores do ensino em
saúde. Juiz de Fora: Ed. da UFJF, 2011. Disponível em: <
http://www.editoraufjf.com.br/ftpeditora/site/formacao_pedagogica_de_preceptores_d
o_ensino_em_saude.pdf >. Acesso em: 15 ago. 2015.
OLIVEIRA, Valeska Fortes de. (Org.). Narrativas e saberes docentes. Ijuí: Ed. da
UniJuí, 2006.
PÁDUA, Elizabeth Matallo Marchesini. Metodologia da pesquisa: abordagem
teórico-prática. 2. ed. São Paulo: Papirus, 1997.
PERALES, Paula Graziela Pedrão Soares; GARBUIO, Danieli Juliani; GARANHANI,
Mara Lúcia. Conceito de educação em saúde: percepção do Enfermeiro recém
formado egresso de um currículo integrado. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE
DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM (SENADEN): Formação em
Enfermagem: cuidado profissional e cidadania, 15., 2016, Curitiba. [Resumos 484].
Curitiba: ABEn, 2016. Disponível em <
http://abeneventos.com.br/15senaden/anais/resumos/T0455-1.html >. Acesso em: 16
jun. 2017.
SAUPE, Rosita (Org.). Preparo do enfermeiro para ser educador: realidade e
possibilidades. Florianópolis, Editora da UFSC, 1999. 69 p.
SEMINÁRIO NACIONAL DE DIRETRIZES PARA A EDUCAÇÃO EM
ENFERMAGEM: Educação em Enfermagem: qualidade, inovação e
responsabilidade; 14., 2014, Maceió. Anais... Maceió: ABEn, 2014.
SILVA, Antônio Fernando Lyra; RIBEIRO, Carlos Dimas Martins; SILVA JÚNIOR,
Aluísio Gomes. Pensando extensão universitária como campo de formação em
saúde: uma experiência na Universidade Federal Fluminense, Brasil. Interface
(Botucatu), Botucatu, v. 17, n. 45, p. 371-84, 2013. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/icse/v17n45/10.pdf>. Acesso em: 13 jul. 2017.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 16. ed. Petrópolis:
Vozes, 2014.
TEIXEIRA, Elizabeth et al. Panorama dos cursos de enfermagem no Brasil na
década das Diretrizes Curriculares Nacionais. Rev. Bras. Enferm., Brasília, DF, v.
66, n. esp., p. 102-110, 2013. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/reben/v66nspe/v66nspea14.pdf >. Acesso em: 10 jun. 2014.
VELLOSO, Marta Pimenta et al. Interdisciplinaridade e formação na área de saúde
coletiva. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro , v. 14, n. 1, p. 257-271, 2016 .
Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/tes/v14n1/1981-7746-tes-14-01-0257.pdf>.
Acesso em: 10 fev. 2017.
60
APÊNDICES
61
APÊNDICE A - Instrumento para análise documental das matrizes e ementas
das disciplinas.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA
SAÚDE
Instituição (pseudônimo):__________________________________________________
Tipo de administração: ___________________________________________________
Modalidade de ensino: ____________________________________________________
(
)Bacharelado
(
) Licenciatura
Qual documento?____________________________________________________
Onde foi encontrado?___________________________
Data da coleta:____/_____/______
Documento em vigor desde:____/______/_____
Porque foi necessário produzir o documento?
__________________________________________________________________________
____________________________________________________
Quem produziu?__________________________________________________
Como produziu?_________________________________________________
Qual conteúdo?___________________________________________________
__________________________________________________________________________
____________________________________________________
Como se organiza?________________________________________________
_______________________________________________________________
Perfil do egresso pretendido?_______________________________________
_______________________________________________________________
Campo de atuação?______________________________________________
Apoiada em que contexto?_________________________________________
_______________________________________________________________
Como a escola se integra a sociedade?________________________________
______________________________________________________________
As informações da escola são disponíveis ou confidenciais?_______________
_______________________________________________________________
Capacitação pedagógica:
Existe disciplina(s) que desenvolva(m) fundamentos pedagógicos?
(
) Sim
(
) Não
Se sim: Em que período? ___________
É pré-requisito de alguma disciplina? ___________
Tem alguma disciplina pré-requisito? ___________
Instrumento criado pelas autoras com base nos referenciais de MOHR, 2011; PELGRUM, 2001.
62
APÊNDICE B – Carta convite para participação da pesquisa.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA
SAÚDE
Universidade Federal de Alagoas
FAMED – UFAL campus A. C. Simões
Faculdade de Medicina
Av. Lourival Melo Mota, S/N, CEP: 57072 – 970
Programa de Pós-graduação Ensino na Saúde
Cidade universitária – Maceió – AL
Caro docente,
É com muita satisfação que eu, Cristine Maria Pereira Gusmão, convido você para participar
da pesquisa “A CAPACITAÇÃO PEDAGÓGICA NA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM:
UMA REFLEXÃO SOBRE A FORMAÇÃO PARA A FUNÇÃO EDUCATIVA”, sob a
orientação da professora Drª Rosana Quintella Brandão Vilela, para fins do Trabalho
Acadêmico do Mestrado Profissional Ensino na Saúde – UFAL. Sua participação é muito
importante e os resultados desta pesquisa permitirão uma melhor compreensão científica
sobre o significado da capacitação pedagógica no curso de Enfermagem, bem como para o
crescimento da profissão.
Uma vez que concorde em participar da pesquisa, será solicitado que assinale no
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE que vem antes do questionário que
será disponilizado pelo link logo abaixo. Seguida da sinalização, será apresentado o
questionário contendo perguntas sobre a prática na docência voltada para a capacitação
pedagógica, especialmente elaboradas para esta investigação, e que tem duração prevista
de aproximadamente entre 10 minutos a 15 minutos, de acordo com teste realizado
previamente.
Suas respostas receberão tratamento científico rigoroso, estarão sob sigilo e sua
identidade será preservada de acordo com a Resolução 466 de 2012 e aos princípios éticos
da autonomia, justiça, beneficência e não maleficência. Acrescento que esta pesquisa foi
aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas CEP/UFAL sob o Parecer Consubstanciado Nº1653161.
Link para ter acesso ao questionário: https://goo.gl/forms/oqVLqBpqRZkSnw7r2
Atenciosamente,
Cristine Maria Pereira Gusmão.
63
APÊNDICE C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (T.C.L.E.)
“O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se
processe após consentimento livre e esclarecido dos sujeitos, indivíduos
ou grupos que por si e/ou por seus representantes legais manifestem a
sua anuência à participação na pesquisa.” (Resolução, nº 466/12, do
Conselho Nacional de Saúde)
Eu,__________________________________, tendo sido convidad(o,a) a participar como
voluntári(o,a) do estudo: A CAPACITAÇÃO PEDAGÓGICA NA GRADUAÇÃO EM
ENFERMAGEM: UMA REFLEXÃO SOBRE A FORMAÇÃO PARA A FUNÇÃO
EDUCATIVA, recebi d(o,a) Sr(a). Cristine Maria Pereira Gusmão, e d(o,a) Rosana Quintella
Brandão Vilela, responsáveis por sua execução, as seguintes informações que me fizeram
entender sem dificuldades e sem dúvidas os seguintes aspectos:
Que o estudo se destina a conhecer a percepção dos docentes dos cursos de Enfermagem
sobre a capacitação pedagógica na graduação em Enfermagem.
Que a importância deste estudo é a de melhorar a formação dos estudantes de Enfermagem
para subsidiar uma formação generalista, com vistas à aplicabilidade da educação em
saúde e atuação como formador de futuros profissionais.
Que os resultados que se desejam alcançar são os seguintes:
1 – Conhecimento sobre a percepção dos docentes sobre o desenvolvimento de
competências na capacitação pedagógica do Enfermeiro durante a formação na graduação
em Enfermagem.
2 - Produção do conhecimento voltada para a formação generalista e a atuação dos futuros
Enfermeiros nas diversas áreas, incluindo a educação em saúde;
3 - Contribuição ao currículo do curso de Enfermagem na busca do perfil ideal do formando
egresso/profissional Enfermeiro, com formação generalista, humanística, crítica e reflexiva,
capacitado a atuar, pautado em princípios éticos, no processo de saúde-doença em seus
diferentes níveis de atenção, com ações de promoção, prevenção, recuperação e
reabilitação da saúde, na perspectiva de integralidade da assistência, com senso de
responsabilidade social e compromisso com a cidadania, como promotor da saúde integral
do ser humano e como formador de outros profissionais.
Que esse estudo começará imediatamente após a aprovação pelo CEP e terá a duração de
1 (um) ano.
Que o estudo será feito da seguinte maneira: Aplicação do questionário via online.
Que eu participarei das seguintes etapas: Resposta ao questionário.
Que os outros meios conhecidos para se obter os mesmos resultados são as seguintes: as
opções já estão postas, ou seja, aplicação do questionário online.
Que os incômodos que poderei sentir com a minha participação são constrangimentos
durante a aplicação do questionário.
Que os possíveis riscos à minha saúde física e mental é o de constrangimento com a
quebra do sigilo de minhas informações pessoais;
Que os pesquisadores adotarão as seguintes medidas para minimizar os riscos: manipular
cuidadosa e sigilosamente os dados e arquivá-los em pasta virtual com senha. Os dados
obtidos no estudo mencionado serão utilizados somente para as finalidades descritas no
protocolo. Após ter sido analisado o material será destruído/descartado;
Que poderei contar com a assistência das pesquisadoras responsáveis Enfª. Cristine Maria
Pereira Gusmão e Profª. Drª. Rosana Quintella Brandão Vilela para solucionar qualquer
problema relacionado à esta pesquisa;
Que os benefícios que deverei esperar com a minha participação, mesmo que não
diretamente são: a partir do conhecimento de uma determinada realidade, os estudiosos do
assunto podem construir conhecimento acerca da capacitação pedagógica na formação do
64
Enfermeiro, contribuindo para uma melhor compreensão do tema consequentemente
melhorar a formação desses profissionais;
Que, sempre que desejar, serão fornecidos esclarecimentos sobre cada uma das etapas do
estudo.
Que eu receberei uma cópia deste termo.
Que, a qualquer momento, eu poderei recusar a continuar participando do estudo e,
também, que eu poderei retirar este meu consentimento, sem que isso me traga qualquer
penalidade ou prejuízo.
Que as informações conseguidas através da minha participação não permitirão a
identificação da minha pessoa, exceto aos responsáveis pelo estudo, e que a divulgação
das mencionadas informações só será feita entre os profissionais estudiosos do assunto.
Que eu deverei ser ressarcido por todas as despesas que venha a ter com a minha
participação nesse estudo, sendo-me garantida a existência de recursos OU Que o estudo
não acarretará nenhuma despesa para o sujeito da pesquisa.
Que eu serei indenizado por qualquer dano que venha a sofrer com a participação na
pesquisa, podendo ser encaminhado para FAMED/UFAL.
Finalmente, tendo eu compreendido perfeitamente tudo o que me foi informado sobre a
minha participação no mencionado estudo e estando consciente dos meus direitos, das
minhas responsabilidades, dos riscos e dos benefícios que a minha participação implicam,
concordo em dele participar e para isso eu DOU O MEU CONSENTIMENTO SEM QUE
PARA ISSO EU TENHA SIDO FORÇADO OU OBRIGADO.
Endereço d(os,as) responsáve(l,is) pela pesquisa Instituição: Universidade Federal de
Alagoas – UFAL. FAMED. Endereço: Av. Lourival Melo Mota..Tabuleiro do Martins.
Telefones p/contato:3214-1857
ATENÇÃO: Para informar ocorrências irregulares ou danosas durante a sua
participação no estudo, dirija-se ao: Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal de Alagoas. Prédio da Reitoria, 1º Andar , Campus A. C. Simões, Cidade
Universitária Telefone: 3214-1041
_________________________
_____________________________
Assinatura ou impressão datiloscópica
do(a) voluntário(a) ou responsável legal
Drª. Rosana Quintella Brandão Vilela
_____________________________
Cristine Maria Pereira Gusmão
65
APÊNDICE D - Norteador das perguntas aos docentes.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA
SAÚDE
Este questionário faz parte da pesquisa realizada por meio do Mestrado Profissional
Ensino na Saúde ofertado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de
Alagoas, intitulada: " A CAPACITAÇÃO PEDAGÓGICA NA GRADUAÇÃO EM
ENFERMAGEM: UMA REFLEXÃO SOBRE A FORMAÇÃO PARA A FUNÇÃO
EDUCATIVA." Pesquisadoras: Cristine Pereira Gusmão e Rosana Vilela
1- Nome.
2 – Sexo
______________________________________________________________
3 - Formação *
Diga-nos a modalidade de graduação de sua formação.
Bacharelado.
Licenciatura.
4 - Formação complementar *
___________________________________________________________________
Indique dois ou mais fatores que favorecem o desenvolvimento da capacitação
pedagógica no curso em que atua.
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Indique dois ou mais fatores desfavorecem o desenvolvimento da capacitação
pedagógica no curso em que atua.
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Indique uma sugestão para o desenvolvimento da capacitação pedagógica no curso
em que atua.
_________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
66
APÊNDICE E – Convite para reunião com a gestão do curso de Enfermagem.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA
SAÚDE
Convite
É com muita satisfação que convido o Núcleo Docente Estruturante de
Enfermagem – NDE Enf, a coordenação de Enfermagem e o colegiado do curso de
Enfermagem, desta respeitosa instituição, para participar da reunião cuja a
finalidade é a apresentação dos resultados da pesquisa “A CAPACITAÇÃO
PEDAGÓGICA NA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UMA REFLEXÃO SOBRE A
FORMAÇÃO PARA A FUNÇÃO EDUCATIVA” e o produto para apreciação,
desenvolvidos por meio do Mestrado Profissional Ensino na Saúde – MPES ofertado
pela Faculdade de Medicina da UFAL.
Conto com sua participação, pois ela é muito importante para esta reflexão.
Local: Centro Universitário Tiradentes – Unit, sala 32 do bloco C.
Data: 24/07/2017
Hora:13h
Grata desde já.
Att,
Cristine Maria Pereira Gusmão
E-mail: cryspempg@gmail.com
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ANEXOS
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Anexo A – Parecer Comitê de Ética e Pesquisa UFAL.
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Anexo B – Certificado de apresentação do artigo.
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Anexo C – Artigo publicado nos anais do 10 ENFOPE.
A CAPACITAÇÃO PEDAGÓGICA NA FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM:
TENSIONAMENTOS DO CURRÍCULO
Cristine Maria Pereira Gusmão1
Rosana Quintella Brandão Vilela2
GT8 – Espaços Educativos, Currículo e Formação Docente (Saberes e Práticas).
Resumo
A Enfermagem é uma profissão que lida com diversas funções, dentre elas a
educativa, seja na educação permanente, seja na educação para a saúde. Para
tanto, esses profissionais devem ser capacitados como explicitam as Diretrizes
Curriculares da Enfermagem. Este trabalho teve como objetivo identificar o conceito
de capacitação pedagógica na formação do enfermeiro na perspectiva do currículo.
A metodologia utilizada foi a análise documental dos projetos pedagógicos dos
cursos e matrizes. Como resultado, a capacitação pedagógica aparece nos
conteúdos teórico-práticos, porém sugere que as disciplinas ocorrem de forma
isolada. Foi importante identificar que, mesmo diante do favorecimento do arcabouço
legal para a formação do enfermeiro para a capacitação pedagógica na graduação,
faz-se imprescindível que essa capacitação ocorra de maneira contínua e
interdisciplinar.
Palavras-chave: Capacitação pedagógica. Enfermagem. Currículo.
Resumen
La enfermería es una profesión que lidia con diversas funciones, entre ellas la
educativa, sea en la educación continua, sea en la educación sanitaria. Para eso,
estos profesionales deben ser capacitados como aclaran las Directrices Curriculares
de la Enfermería. Este trabajo intentó identificar el concepto de capacitación
pedagógica en la formación del enfermero desde la perspectiva del currículum. La
metodología empleada fue el análisis documental de los proyectos pedagógicos de
los cursos y matrices. Como resultado, la capacitación pedagógica aparece en los
contenidos teórico-prácticos, pero sugiere que las asignaturas ocurren aisladamente.
Ha sido importante identificar que, incluso delante del favorecimiento del marco legal
para la formación del enfermero para la capacitación pedagógica en la graduación,
se hace imprescindible que esa capacitación ocurra de manera continua e
interdisciplinaria.
Palabras clave: Capacitación pedagógica. Enfermería. Currículum.
1
Mestranda em Ensino na Saúde, Professora assistente I do Centro Universitário Tiradentes. Grupo de Estudo
sobre Educação em Ciências da Saúde - UFAL. E-mail: <cryspempg@gmail.com>.
2
Doutora em Medicina, professora Associada IV e vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em
Ensino na Saúde, modalidade Mestrado Profissional, da Universidade Federal de Alagoas, Maceió, AL, Brasil.
Grupo de Estudo sobre Educação em Ciências da Saúde - UFAL E-mail: zanavilela@gmail.com.
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Anexo D – Artigo apresentado no VII CIAE.
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Anexo E – Artigo publicado nos Anais do VII CIAE.
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