Integração Ensino- Serviço os Olhares dos Docentes e de uma Equipe de Saúde da Família - Maria Izabel de Mendonça Alves

Data da Defesa: 04/05/2020

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Integração Ensino- Serviço os Olhares dos Docentes e de uma Equipe de Saúde da Família - Maria Izabel de Mendonça Alves.pdf
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                    UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO NA SAÚDE

MARIA IZABEL DE MENDONÇA ALVES

INTEGRAÇÃO ENSINO - SERVIÇO: os olhares dos docentes
e de uma equipe de saúde da família.

Maceió – AL
2020

MARIA IZABEL DE MENDONÇA ALVES

INTEGRAÇÃO ENSINO - SERVIÇO: os olhares dos docentes
e de uma equipe de saúde da família.

Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso
de Mestrado apresentado ao Programa de
Pós-Graduação em Ensino na Saúde da
Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Alagoas, para obtenção do grau de
Mestre em Ensino na Saúde.
Orientador: Prof. Dr. Antônio Carlos Silva
Costa

Maceió – AL
2020

AGRADECIMENTOS

Meus agradecimentos vão primeiramente a Deus, pois nele deposito toda
minha fé, à minha família na pessoa de minha querida mãe Selma, pelo incentivo e
força, ao meu marido André, que tanto me ajudou nessa conquista, trabalhando
comigo e me apoiando em todo processo, à minha pequena Bela por seu amor e
compreensão, que teve de dividir minha atenção durante toda essa jornada.
Ao Professor Doutor Antônio Carlos Silva Costa, pela sua atenção, presteza,
objetividade, praticidade e conhecimento ímpar, que tanto me ajudou na realização
desta pesquisa e de meu crescimento docente.
A todo corpo docente do Mestrado Profissional de Ensino na Saúde, por toda
transmissão de conhecimento que me fizeram chegar a mais essa etapa em minha
vida acadêmica.
A meu amigo João Tenório Neto, por seu apoio e a minhas amigas Shirleide e
Juliana, por seu companheirismo, força e amizade durante toda essa jornada.
E a todos que, direta ou indiretamente, fizeram parte da minha formação, meu muito
obrigada.

RESUMO GERAL

Este Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso (TACC) teve como objetivo
conhecer o entendimento dos docentes e dos profissionais de saúde, que trabalham
integrados desde 2015, em uma unidade docente assistencial localizada no terceiro
distrito sanitário do município de Maceió, capital de estado de Alagoas, sobre
Integração ensino-serviço. Também buscou-se por meio destes, conhecer como era
o trabalho antes da integração feita entre uma instituição particular de ensino superior
e a secretaria municipal de saúde, após e como a comunidade reagiu a esta parceria.
O presente trabalho constitui – se um estudo descritivo, de caráter qualitativo,
realizado junto aos atores do serviço envolvidos no processo de integração ensinoserviço. Para conhecimento do perfil dessa amostra, foram aplicados 34 questionários
de caracterização,15 para os docentes e 19 para os servidores municipais. Utilizouse a técnica de entrevista em profundidade individual, como instrumento de coleta de
dados, realizada com 9 docentes e 10 servidores municipais, após análise e aplicação
dos critérios de inclusão e exclusão. Para a etapa de análise das falas, utilizou-se a
análise de conteúdo de acordo com a técnica de Bardin. Durante o processo de
análise das falas, foram identificadas as seguintes categorias: integração, processo
de trabalho, comunidade e intervenção, as quais geraram várias subcategorias. Tal
análise possibilitou a triangulação das categorias e subcategorias dos dois grupos
estudados. Ficou evidente na conclusão do trabalho, que tanto os docentes como os
servidores consideram que a integração ensino-serviço ocorre quando as IES estão
próximas aos serviços de saúde, junto, compartilhando conhecimentos, melhorando
processo de trabalho e articulando parcerias, possibilitando uma formação de
qualidade para os alunos e capacitação para os servidores da saúde. Contudo muitos
dos participantes ainda precisam entender quais são suas atuações e importância de
seu papel nessa integração. A partir destes resultados motivou-se a construção de um
vídeo educativo sobre integração ensino –serviço, onde foram abordadas, algumas
sugestões para que o processo de integração entre uma Instituição formadora e uma
unidade de saúde, funcionasse de forma adequada e trouxesse benefícios para
ambas. O vídeo deve ser usado como uma forma inovadora de ensino, em oficinas de
educação permanente para servidores da saúde e professores.

PALAVRAS CHAVES: Integração ensino-serviço. Ensino-serviço. Relações ensinoserviço. Vídeos educativos. Recursos audiovisuais.

ABSTRACT
This Undergraduate Thesis aims to get to know the knowledge of teachers and health
professionals, who have been working together since 2015, in a teaching staff of
assistance located in the third health district of the city of Maceió, capital of Alagoas,
on the Integration Teaching Service. And learn through them too, how was the work
before the integration between a private educational institution and the municipal
government health department, and also to know how the community reacted to this
partnership. This thesis is a descriptive study, with qualitative emphasis, carried out in
conjunction with the service team involved in the teaching-service integration process.
In order to know the profile of this sample, 34 characterization questionnaires were
applied, 15 for teachers and 19 for municipal government employees. The individual
interview technique was used as a data collection tool and was carried out with 9
teachers and 10 municipal government employees, all performed after the analysis
and application of the inclusion and exclusion criteria. For the speech analysis stage,
content analysis was used according to the Bardin technique. During the speech
analysis process, the following categories were identified: integration, workflow,
community and intervention, which generated several subcategories. This analysis
made it possible to triangulate the categories and subcategories of both groups. It was
clear from the final conclusion of the thesis that teachers and municipal government
officials consider that teaching-service integration occurs when teaching is close to
health services, together, sharing knowledge, improving workflow and articulating
partnerships, enabling education of quality for students and training for health
professionals. Although many of the participants still need to understand their role and
importance in this integration process. Based on the results obtained, the motivation
for the construction of an educational video for teaching-service integration emerges,
which suggests that the integration process between an educational institution and a
health establishment works properly and brings benefits to both. This video should be
used as an innovative way of teaching in permanent education workshops for health
workers and teachers.
KEYWORDS: Teaching-service integration. Teaching-service. Educational videos,
audiovisual resources.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS – Agente Comunitário de Saúde
CNE – Conselho Nacional de Educação
CES – Conselho de Educação do ensino Superior
CESMAC – Centro de Ensino Superior de Maceió
DCN – Diretrizes Curriculares Nacionais
EP- Educação Permanente
EC- Educação Continuada
IES – Instituição de Ensino Superior
MEC – Ministério da educação e Cultura
MLT - Modelo Teórico Lógico
PET- Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde
SF – Saúde da Família
SMS – Secretaria Municipal de Saúde
SUS – Sistema Único de Saúde
TACC –Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso
UDA- Unidade Docente Assistencial

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Caracterização da amostra de servidores da saúde, quanto á

23

especialização
Gráfico 2: Caracterização docente com frequência de especializações e

50

experiências com trabalhos no SUS.
Gráfico 3: Caracterização dos servidores quanto ao tempo de trabalho
integrado com docentes e alunos na UDA.

50

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tabulação cruzada, curso superior de escolha com tempo de

21

formado dos docentes analisados.
Tabela 2 - Tabulação cruzada, tempo de trabalho para SMS e vínculo
empregatício dos servidores da saúde.

22

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Resumo geral da caracterização da amostra docente.

51

Quadro 2 – Tabulação cruzada, curso superior de escolha com função realizada

51

pelos servidores da saúde
Quadro 3 - Categorização das entrevistas com os Docentes da UDA

52

Quadro 4 - Categorização das entrevistas com os servidores municipais de

59

saúde da UDA
Quadro 5- Triangulação de dados: Categorização entre as entrevistas dos

64

Docentes e dos Servidores municipais
Quadro 6 – Sinopse do vídeo Caminhos para uma boa integração ensino
serviço.

70

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Esquema gráfico com categorias, subcategorias e triangulação dos

27

dados
Figura 2 – Tela com área de trabalho do aplicativo Animation Studio

41

Figura 3 – Tela com visualização da animação.

42

Figura 4 – Tela com visualização da união entre o aplicativo e as imagens no

42

formato PNG.
Figura 5 – Tela com identificação na finalização do vídeo

43

SUMARIO

1
1.1
1.2
1.3
1.4
2
2.1
2.2
2.3
2.4

2.5
2.6
3

APRESENTAÇÃO
11
ARTIGO: Integração ensino - serviço: Os olhares dos docentes
13
e uma equipe de saúde da família
Introdução
15
Percurso metodológico
17
Resultados e discussão
20
Considerações finais
33
Referências
35
PRODUTO:
38
Identificação
38
Público Alvo
38
Introdução
38
Objetivos
40
Objetivo geral
40
Objetivos específicos
40
Metodologia
40
Resultados Esperados
43
Referências
44
CONSIDERAÇÕES FINAIS
45
Referencias Gerais
46
APÊNDICE:
50
Gráfico 2: Caracterização docente com frequência de especializações e 50
experiências com trabalhos no SUS.
Gráfico 3: Caracterização dos servidores quanto ao tempo de trabalho 50
integrado com docentes e alunos na UDA.
Quadro 1 – Resumo geral da caracterização da amostra docente.
51
Quadro 2 – Tabulação cruzada, curso superior de escolha com função
realizada pelos servidores da saúde
Quadro 3- Categorização das entrevistas com os Docentes da UDA
Quadro 4 - Categorização das entrevistas com os servidores
municipais de saúde da UDA
Quadro 5- Triangulação de dados: Categorização entre as entrevistas
dos Docentes e dos Servidores municipais
Quadro 6 – Sinopse do vídeo Caminhos para uma boa integração
ensino serviço.

51

Apêndice A - Perguntas para a entrevista em profundidade- Roteiro
Apêndice B - Questionário para a caracterização da amostra -Docentes
Apêndice C- Questionário para a caracterização da amostra- Servidores
Municipais
ANEXO A - Parecer Consubstancial do Comitê de Ética em Pesquisa
ANEXO B – Submissão em Revista Cientifica

71
72
73

52
59
64
70

74
83

11

APRESENTAÇÃO
Este trabalho de pesquisa foi motivado por inquietações pessoais, a partir do
exercício da docência vivenciado como integrante de um grupo multiprofissional de
professores dos cursos da saúde de uma IES privada, grupo esse conhecido como
Cesmac integrado, que exerce suas atividades dentro de uma unidade docente
assistencial, UDA – Rosa Maria Silva Medeiros pertencente ao terceiro distrito
sanitário de Maceió- AL. A unidade conta com uma equipe do Programa de Saúde da
Família (PSF) e está localizada na Rua Radialista Odete Pacheco, no Farol. A unidade
atende à comunidade dos arredores da IES - Cesmac e da comunidade do Bolão.
Tem mil famílias cadastradas, atendendo a uma demanda de mais de três mil
pessoas. Está recebe uma média de 200 estudantes por semestre, seguindo um
planejamento de rodizio nos setores da unidade, grupos fixos de alunos e professores
preceptores. Devido à pouca parceria sentida entre docentes e servidores da saúde,
dentro da UDA, surgiu o interesse em conhecer o entendimento sobre integração
ensino-serviço entre esses profissionais. Como era o trabalho realizado para estes
grupos antes e após a integração feita entre o município de Maceió e a IES privada,
como a comunidade reagiu a este processo, de acordo com a visão destes
profissionais, também descobrir se os mesmos pudessem intervir no processo de
integração qual seria a sugestão. Primeiramente houve a necessidade de buscar
conhecimento sobre o assunto fazendo uma busca partir de um levantamento
bibliográfico pela BVS, utilizando-se as palavras-chave: integração ensino –serviço,
ensino –serviço, com filtro entre os últimos 5 anos, que vão de 2014 – 2018. A partir
de então optou-se por utilizar como metodologia um estudo descritivo, de caráter
qualitativo, realizado com o grupo de professores e servidores municipais de saúde
que atuavam em parceria na referida UDA. Utilizou-se para o conhecimento dessa
amostra 34 questionários de caracterização,15 para os docentes e 19 para os
servidores municipais e a técnica de entrevista em profundidade individual, como
instrumento de coleta de dados, que após aplicação dos critérios de exclusão,
restaram 9 docentes e 10 profissionais do serviço. Seguindo um roteiro estruturado
com seis questões, as entrevistas tiveram duração de 5 a 15 min. A análise de
conteúdo segundo Laurence Bardin (2011), foi usada para análise das falas, onde
identificaram-se as seguintes categorias: integração, processo de trabalho,
comunidade e intervenção, além de várias subcategorias. Tal análise possibilitou a

12

triangulação das categorias e subcategorias dos dois grupos estudados. No final da
pesquisa chegou à conclusão que os participantes entendem a integração, mas
também precisam entender qual o seu papel neste importante processo. Concluiu-se
também a necessidade da criação da abertura de espaços para fortalecer o diálogo e
a capacitação de ambos os grupos. Por este motivo foi criado um vídeo educativo
abordando a temática da integração ensino-serviço, para ser usado durante oficinas
de educação permanente, como estratégia de ensino, pois os vídeos, são
mundialmente reconhecidos como benéficos para o processo inovador e diferenciado
de ensino, pois contribuir para o pensamento crítico, as decisões complexas, as
habilidades práticas, o trabalho em equipe, dentre outros (SALVADOR et al 2017).
Enfim, os conhecimentos adquiridos através desse TACC e dessa proposta de
intervenção – produto, fortalecem a capacidade crítica e reflexiva, além da abertura
de espaços de diálogo, no processo de integração ensino -serviço. E abre-se caminho
para futuras pesquisas que contribuirão para o crescimento qualitativo deste assunto,
não somente na UDA- Rosa Maria Silva Medeiros, como também em outras unidades
de saúde que vivenciam a integração ensino-serviço em suas atividades diárias.

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1 ARTIGO: INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO: OS OLHARES DOS DOCENTES E
UMA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA.
RESUMO
Introdução: A integração ensino-serviço compreende o trabalho coletivo, pactuado e
integrado entre gestores da educação e da saúde, docentes, estudantes e
trabalhadores dos serviços de saúde. Objetivos: Este trabalho teve como objetivo
analisar a integração ensino-serviço entre uma Instituição de ensino superior de
Maceió e uma unidade básica de saúde, sob o ponto de vista dos docentes e dos
servidores municipais de saúde, na UDA - Rosa Maria Silva Medeiros. Metodologia:
Trata se de um estudo descritivo, de caráter qualitativo, realizado junto aos atores do
serviço envolvidos no processo de integração ensino-serviço. Para conhecimento do
perfil dessa amostra, foram aplicados 34 questionários de caracterização,15 para os
docentes e 19 para os servidores municipais. Utilizou-se a técnica de entrevista em
profundidade individual, como instrumento de coleta de dados, realizada com 9
docentes e 10 servidores municipais, após análise e aplicação dos critérios de
inclusão e exclusão. Para a etapa de análise das falas, foi usado a análise de conteúdo
de acordo com a técnica de Bardin. Resultados e discussão: Foram identificadas as
seguintes categorias de análise: integração, processo de trabalho, comunidade e
intervenção, as quais geraram várias subcategorias. Tal análise possibilitou a
triangulação das categorias e subcategorias dos dois grupos estudados. Conclusão:
Fica evidente que tanto os docentes como os servidores consideram que a integração
ensino-serviço ocorre quando o ensino está próximo aos serviços de saúde, junto,
compartilhando conhecimentos, melhorando processo de trabalho e articulando
parcerias, possibilitando uma formação de qualidade para os alunos e capacitação
para os servidores da saúde. Outrossim, muitos dos participantes ainda precisam
entender qual é sua atuação e importância nessa integração.

PALAVRAS CHAVES: Integração ensino–serviço. Ensino-serviço-comunidade.
Relações ensino-serviço.

14

TEACHING-SERVICE INTEGRATION: THE TEACHERS EYES AND A FAMILY
HEALTH TEAM.
ABSTRACT
Introduction: The teaching-service integration comprises the collective work, agreed
and integrated between education and health managers, teachers, students and health
service workers. Objectives: This dissertation aims to analyze the teaching-service
integration between a private educational institution and a basic health unit in the city
of Maceió, from the point of view of UDA teachers and municipal government
employees - Rosa Maria Silva Medeiros. Methodology: This thesis is a descriptive
study, with qualitative emphasis, carried out in conjunction with the service team
involved in the teaching-service integration process. In order to know the profile of this
sample, 34 characterization questionnaires were applied, 15 for teachers and 19 for
municipal government employees. The individual interview technique was used as a
data collection tool and was carried out with 9 teachers and 10 municipal government
employees, all performed after the analysis and application of the inclusion and
exclusion criteria. For the speech analysis stage, content analysis was used according
to the Bardin technique. Results and discussion: The following categories were
identified: integration, workflow, community and intervention, generating several
subcategories. This analysis made it possible to triangulate the categories and
subcategories of both groups. Conclusion: It was clear that teachers and municipal
government officials consider that teaching-service integration occurs when teaching
is close to health services, together, sharing knowledge, improving workflow and
articulating partnerships, enabling quality education for students and training for health
workers. In addition, many of the participants still need to understand their role and
importance in this integration.
KEYWORDS: Teaching-service integration. Teaching-service- community. Teachingservice relations.

15

1.1 INTRODUÇÃO
A Constituição Federal de 1988 no seu artigo 200, é reiterada no inciso III do
Artigo 6º, da Lei nº 8.080/90, no qual explicita o papel do Sistema Único de Saúde
(SUS) como formador e ordenador de recursos humanos da área de saúde (BRASIL,
1990). Desde então as discussões sobre a formação dos profissionais de saúde foram
intensificadas, uma vez que desde sua criação, o SUS provocou profundas mudanças
nas práticas de saúde, impondo alterações significativas no processo de formação e
desenvolvimento dos profissionais da área. Dessa forma, o modelo de atenção voltado
para as especialidades, fragmentado, deve dar lugar a um modelo inovador, que
considere os princípios do SUS na lógica da vigilância em saúde e que seja capaz de
incorporar práticas de prevenção e promoção de saúde, na busca da integralidade do
cuidado.
No ensino superior, as diretrizes curriculares nacionais (DCN) constituem um
padrão geral de orientação para a elaboração dos projetos político-pedagógicos e
currículos pelas Instituições de Ensino Superior (IES) no Brasil. A primeira resolução
com diretrizes para a área da Saúde – Resolução CNE/CES no 1.133/2001 – de 7 de
agosto de 2001, que dispõe sobre as DCN dos cursos da saúde, apresenta elementos
sobre perfil, competências e habilidades dos egressos, conteúdos curriculares,
estágios e atividades complementares, organização do curso, acompanhamento e
avaliação que atendam as demandas do SUS.
O MEC, bem como os atores envolvidos na construção das DCN, destaca que
[...] o projeto político-pedagógico seja construído coletivamente; a interdisciplinaridade
conforme o processo ensino-aprendizagem; haja valorização das dimensões éticas e
humanísticas; a inserção de professores e estudantes nos serviços existentes nas
respectivas localidades fortaleça a parceria ensino-serviço; haja diversificação de
cenários; a gestão desenvolva um sistema de corresponsabilização, de avaliação e
acompanhamento livre de medos; e a seleção dos conteúdos seja orientada às
necessidades sociais. (CNE/CES1133, 2001)

Complementando a proposta das DCNs, alguns programas compartilhados
entre os Ministérios da Saúde e o Ministério da Educação vêm promovendo a
aproximação entre o ensino e os serviços de saúde, com vistas a melhorar a formação
e a qualificação de profissionais para a atuação no SUS (BRASIL, 2005; 2007; 2010).
Ações governamentais como o programa nacional de reorientação da formação
profissional em saúde (Pró-Saúde) (BRASIL, 2005) e o programa de educação pelo
trabalho para a saúde (PET-Saúde) criados em 2005 e 2010, respectivamente,

16

apostaram que a integração ensino-serviço deve ser usada como mecanismo
fundamental para transformar o aprendizado, incluindo o estudante nos cenários do
SUS, tendo como base a realidade socioeconômica, cultural, epidemiológica e
sanitária da população brasileira.
Para tanto, o processo de formação deve ocorrer de forma articulada com o
mundo do trabalho, com ênfase no desenvolvimento de profissionais crítico-reflexivos,
com vistas à transformação das práticas em saúde. Como as práticas profissionais
devem ser organizadas para responder às necessidades de saúde da população, a
aproximação entre a academia e os serviços de saúde há de levar em conta o
reconhecimento de tais necessidades no cotidiano do trabalho em saúde na atenção
básica para efetivar os princípios e as diretrizes do SUS (MARIN, 2014, p.968).
A integração ensino-serviço compreende o trabalho coletivo, pactuado e
integrado entre gestores da educação e da saúde, docentes, estudantes e
trabalhadores dos serviços de saúde. É uma estratégia do processo de formação
profissional, porém seus objetivos ampliam-se à medida que se voltam para a
qualidade da assistência à saúde. Esta integração entre as IES e os serviços do SUS
requer ações constituídas com base em relações horizontais e processo de trabalho
conjunto. Os acordos devem considerar interesses, necessidades e potencialidades,
bem como reconhecer e lidar com a heterogeneidade de cada parte para constituir
uma agenda de interesses comuns (BREHMER; RAMOS, 2014, p.120).
O processo educacional precisa incorporar iniciativas que visem a garantir uma
boa formação e qualificação profissional. Instituições acadêmicas como o Centro
Universitário Cesmac, localizado em Maceió no estado de Alagoas, em 2015, firmou
um contrato com a secretaria municipal de saúde de Maceió, promovendo assim uma
integração com os serviços públicos que integram o SUS, a exemplo da unidade
básica de saúde Paulo Oliveira Costa, pertencente ao terceiro distrito sanitário de
saúde desta capital. Formou-se assim uma parceria entre o município de Maceió e
esta instituição particular de ensino superior – Cesmac, transformando o Posto de
Saúde Paulo Oliveira Costa em Unidade Docente Assistencial (UDA) – Rosa Maria
Silva Medeiros, que funciona hoje em instalações pertencentes ao Cesmac. Foi a
primeira a ser criada no município de Maceió.
A unidade conta com uma equipe do Programa de Saúde da Família (PSF). A
mesma possui uma equipe ampliada de saúde, que é composta por uma médica, uma

17

enfermeira, seis agentes comunitários de saúde, dois técnicos em enfermagem, uma
dentista, um técnico em saúde bucal, um psicólogo, um farmacêutico e um assistente
social. A unidade atende a comunidade dos arredores da IES e comunidade do Bolão,
tem mil famílias cadastradas, atendendo a uma demanda de mais de três mil pessoas.
Atualmente o Centro Universitário Cesmac juntamente com a prefeitura,
assumem a reponsabilidade sanitária por todo terceiro distrito sanitário de saúde de
Maceió, que compõe os bairros: Jardim Petrópolis, Ouro Preto, Canaã, Santo Amaro,
Gruta de Lurdes, Pinguinha, Pinheiro e Farol, desta forma expandindo seus campos
de práticas para seus estudantes.
Diante do exposto, a integração ensino-serviço mostra-se como um dos pontos
importantes para a formações e qualificação dos futuros profissionais de saúde, além
de promover capacitações para os servidores da saúde, o que justifica a necessidade
de se trabalhar para que essa integração feita entre as IES e os serviços de saúde
que fazem parte do SUS funcione adequadamente, tendo como resultado a melhoria
na assistência aos usuários.
O presente trabalho propôs-se a realizar um estudo, para verificar o
entendimento dos docentes, e dos profissionais de saúde que estão fazendo parte
deste processo de interação na UDA – Rosa Maria Silva Medeiros, sobre integração
ensino- serviço, como era seu trabalho antes dessa integração, como está atualmente
e como a comunidade reagiu à referida integração para esses profissionais.

1.2 PERCURSO METODOLÓGICO
Trata se de um estudo descritivo, de caráter qualitativo, realizado junto aos
atores do serviço envolvidos no processo de integração ensino-serviço da UDA - Rosa
Maria Silva Medeiros. Teve como critério de inclusão, ser docente do grupo integrado
de saúde da IES ou servidor municipal da mesma UDA. O referido grupo recebe o
nome de Cesmac Integrado, foram incluídos os professores que trabalham integrados
nesta UDA, acompanhando os estudantes dos diversos cursos da saúde do Cesmac
e a equipe de saúde da família. Quanto aos servidores municipais de saúde, foram
incluídos apenas os servidores que fazem parte da equipe de saúde da família da
UDA - Rosa Maria Silva Medeiros e trabalham integrados aos professores e
estudantes do grupo Cesmac Integrado. O estudo considerou como critério de

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exclusão, os docentes e servidores que estavam de licença medica ou de férias no
momento da pesquisa, também os que não tem contato direto com o processo de
integração ensino-serviço nesta unidade.
Para conhecimento do perfil dessa amostra, foram aplicados 34 questionários
de caracterização, sendo 15 para os docentes e 19 para os servidores municipais. O
instrumento continha questões sobre a formação, o tempo de formado, se tinham
alguma especialização em saúde pública, saúde coletiva, saúde da família e outros,
também se eles já possuíam alguma experiência com os programas do SUS, se
faziam parte do grupo Cesmac integrado, também o tempo de participação no grupo.
Com os servidores municipais de saúde, procurou saber o vínculo empregatício com
o município de Maceió, o tempo de trabalho e se os mesmos trabalhavam na UDA –
Rosa Maria Silva Medeiros, como também o tempo, além de serem questionados
sobre a participação e o tempo de vivência integrados com o ensino nesta unidade. A
mesma pergunta também foi feita ao grupo dos docentes, quanto à integração com o
serviço.
Optou-se por utilizar a técnica de entrevista em profundidade individual, como
instrumento de coleta de dados, que foi realizada com 9 docentes e 10 servidores
municipais, após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão. A entrevista é
entendida como um “espaço relacional” que se caracteriza por uma proposta de
interações a respeito de um tema específico. Constitui-se como uma técnica
privilegiada de coleta de informações, visto que permitem trazer à tona informações
de ângulos diferentes tanto do contexto, como sobre o fenômeno investigado, o que
permite a melhor compreensão e integralização dos dados quando da ocasião do seu
processo de análise (MORÉ,2015).
As entrevistas tinham a duração média de 10 minutos, seguiram um roteiro
estruturado com perguntas abertas que abordavam questões relacionadas à
integração ensino-serviço, como era o trabalho antes da integração feita entre a SMS
de Maceió e a IES, sua situação atual, como a comunidade reagiu à integração, e
caso pudessem intervir nesse processo, quais seriam as sugestões. Para manter o
anonimato, as entrevistas realizadas receberam codificação alfanumérica:

D

(docente) e S (servidor municipal). Assim, D1 e S1 significam, respectivamente, o
primeiro docente e o primeiro servidor municipal entrevistado.

19

Entrevistas desse tipo podem assumir maior ou menor grau de estruturação em
função do tipo de pergunta que aparece. Estas podem ser abertas ou fechadas, no
primeiro caso proporcionam ampla variedade de respostas, pois podem se expressar
livremente pela pessoa que responde, no segundo caso, apenas oferece ao
entrevistado a possibilidade de escolher entre um número limitado de respostas (GIL,
1989).
Foi estabelecido, para a etapa de análise das falas, o uso da análise de
conteúdo. Essa técnica foi definida por Bardin como
“Um conjunto de técnicas de análise de comunicação visando obter, por
procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das
mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção/ recepção destas
mensagens” (BARDIN, 2011, p.48).

De acordo com a técnica de Bardin (2011), são criadas categorias por meio do
destaque de palavras-chave constantemente repetidas nos discursos avaliados, bem
como a associação de palavras.
Foram identificadas as seguintes categorias de análise associadas aos
conhecimentos docentes e dos servidores municipais de saúde sobre integração
ensino-serviço, levando em consideração as perguntas norteadoras feitas nas
entrevistas: integração, processo de trabalho, comunidade e intervenção, das quais
foram geradas várias subcategorias (ver apêndice).
A análise dos dados possibilitou a triangulação das categorias e subcategorias
encontradas nas falas dos dois grupos estudados. De acordo com Tuzzo e Braga
(2016, p.143), a triangulação na pesquisa determina três vértices e três níveis de
exploração, que levarão aos resultados. Tais resultados poderão gerar outros níveis
de exploração, criando um processo de investigação que pode ter começo, meio e fim
em si mesmo, ou iniciar novas pesquisas. Afirmam também os autores que a
complexidade do mundo moderno exige uma complexidade de metodologias capazes
de considerar os olhares e prismas sobre um mesmo objeto, que possui vários lados
e muitas formas de ser contemplado e por diversas vezes, impossível de ser visto em
sua totalidade a partir de apenas um ângulo.
Segundo Minayo (2005), o uso da triangulação exige, também, a combinação
de múltiplas estratégias de pesquisa capazes de apreender as dimensões qualitativas
e quantitativas do objeto, atendendo tanto requisitos do método qualitativo, ao garantir

20

a representatividade e a diversidade de posições dos grupos sociais que formam o
universo da pesquisa, quanto as ambições do método quantitativo, ao propiciar o
conhecimento da magnitude, cobertura e eficiência de programa sob estudo.
Todas as entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra, mediante
autorização do participante no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A
pesquisa seguiu as normas da Resolução 510/16 e foi aprovada pelo Comitê de Ética
em Pesquisa do Centro de Estudos Superiores de Maceió - CESMAC (parecer número
3.006.534).

1.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A identificação da amostra, feita por meio da aplicação de 34 questionários,
sendo 15 para os docentes e 19 para os servidores municipais, deu origem aos
seguintes resultados: entre os docentes temos, dois odontólogos, uma educadora
física, uma fonoaudióloga, duas enfermeiras, dois fisioterapeutas, uma terapeuta
ocupacional, três nutricionistas, uma psicóloga, uma médica veterinária, um sociólogo;
com tempo de formação nos intervalos dos 5 a 10 anos, mais de 10 anos, 20 anos e
mais de 30 anos. Passou-se a ter conhecimento também sobre a vida acadêmica
desses docentes, como titulação de especialistas nas áreas de saúde pública, saúde
coletiva e saúde da família, suas experiências com os programas do SUS, se
participam como integrantes do grupo de professores que compõem o grupo do
Cesmac integrado e o tempo de participação e por fim se trabalham diretamente com
a equipe de saúde da família da UDA- Rosa Maria Silva Medeiros e a quanto tempo
(ver tabela 1).
Na análise dos questionários, observou-se que a maioria dos docentes tem
mais de 10 anos de formados e deles 47% são especialistas em saúde pública, saúde
coletiva e saúde da família. Também foi averiguado que 80% tiveram ou têm
experiência em algum programa do SUS, número bem expressivo. Por outro lado
93%, destes docentes sentem-se parte do grupo integrado de professores da saúde
que compõe o Cesmac integrado e 40% deles fazem parte desse grupo há mais de
cinco anos, mas precisamente de 6 a 10 anos.

21

Os dados encontrados caracterizam um grupo de profissionais com certa
experiência, onde quase a metade do grupo apresenta especialização em área
voltada ao conhecimento das políticas públicas de saúde e que a grande maioria já
Tabela 1 – Tabulação cruzada, curso superior de escolha com tempo de formado dos
docentes analisados.

Fonte: Autora (2019).

vivenciou e vivencia atividades nos serviços de saúde que integram o SUS. Tomouse conhecimento também que 13 deles, 87% trabalham diretamente com a equipe da
UDA – Rosa Maria Silva Medeiros, apenas 2 relataram não trabalhar diretamente com
esta equipe. Que 40% participa desta integração com estes servidores municipais de
saúde a 4 anos, ou seja, desde o início da parceria firmada entre o Cesmac e a SMS
de Maceió, que ocorreu em 2015.
Por meio dos questionários aplicados aos servidores municipais, passou-se a
conhecer que existe uma variação no tempo de prestação de serviço destes
servidores à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Maceió, categorizada de 6
meses a 1 ano, 5 anos, mais de 5 anos, 10 anos, mais de 10 anos e mais de 20 anos.
Tais servidores com vínculo empregatício, vão de concursados com 84%, a
prestadores de serviço 10% e cargo comissionados 6% (ver tabela 2). O tempo de
trabalho e a segurança empregatícia que os concursados tem, podem refletir e
explicar alguns hábitos e posturas destes profissionais durante seu trabalho diário
dentro da unidade de saúde, que se caracteriza na forma de lidar com o usuário, no
seu trabalho em equipe e na integração com professores e alunos, que gera

22

dificuldades na realização das atividades na UDA. Também foi observado se esses
profissionais fazem parte da equipe de Saúde da Família da UDA – Rosa Maria Silva
Medeiros, se possuíam curso superior.
Tabela 2- Tabulação cruzada, tempo de trabalho para SMS e vínculo empregatício dos
servidores da saúde.

Fonte: Autora (2019)

A partir de então, pode ser visto que esta equipe é composta por uma médica,
um administrador, um biólogo, um farmacêutico, uma enfermeira, uma assistente
social, um formado em recursos humanos, uma nutricionista, uma dentista, três
bacharéis em direito e um formado em teologia. Verificou-se também se tais
servidores possuíam espacialização, a grande curiosidade ficou no fato de que 32%
não quiseram responder e 21% disseram que não, somando um total de 10 servidores
sem nenhuma espacialização em saúde pública, saúde coletiva e saúde da família
(ver gráfico 1) e por último foi analisado se estes profissionais da saúde trabalham
integrados com os estudantes e professores do Cesmac integrado e a quanto tempo,
ou seja, com isso, foi possível conhecer o perfil desses servidores e se eles vivenciam
em suas atividades diárias o processo de integração ensino-serviço.
Após o conhecimento da amostra, partiu-se para a análise das falas obtidas
durante as entrevistas em profundidade. A partir delas surgiram quatro categorias:
integração, processo de trabalho, comunidade e intervenção.
Houve variações das subcategorias nos diferentes grupos estudados. Após
confronto dos dados, categorias e subcategorias por meio da triangulação, foram
mantidas as mesmas categorias e algumas subcategorias, assemelharam-se as falas
dos docentes e dos servidores municipais de saúde (figura 1).

23

A seguir, serão apresentadas as categorias em detalhes, aprofundando o
objetivo proposto na pesquisa que era conhecer, o entendimento dos docentes, e dos
profissionais de saúde, sobre integração ensino-serviço, como era o processo de
trabalho antes e depois desta integração, como a comunidade reagiu a esta
integração na visão dos profissionais atuantes na UDA – Rosa Maria Silva Medeiros.
Gráfico 1- Caracterização da amostra de servidores da saúde, quanto a especialização

Fonte: Autora (2019).

INTEGRAÇÃO
Alguns docentes responderam, quando perguntados durante as entrevistas em
profundidade, sobre o que entendem por integração ensino serviço. A grande maioria
respondeu que integração ocorre quando a academia está próxima aos serviços de
saúde, ou seja, quando estão juntos, compartilhando conhecimentos, melhorando
processo de trabalho e articulando parcerias, possibilitando uma formação de
qualidade para os alunos.
É integração dos conhecimentos acadêmicos, da vida acadêmica dos alunos,
com o serviço público de saúde que faz assistência, [...]1. (D2)

---------------------------1

Os colchetes foram usados para indicar que um trecho da fala foi suprimido, porém, sem prejuízo do
sentido.

24
[...]é onde a academia ela está próxima do serviço, onde os dois tem a
possibilidade de ter seu ônus e bônus, no nosso caso da academia,
proporcionando aos nossos alunos o aprendizado frente a comunidade e uma
equipe de saúde da família, tirando esse aluno do laboratório[...]. (D4)
É uma forma onde a formação em saúde vai ser desenvolvida em parceria,
entre a instituição de ensino e o serviço no qual estão sendo desenvolvida as
práticas de saúde[...] (D9)

As Instituições de Ensino Superior (IES) e os serviços de saúde há muitos anos
criaram instrumentos de cooperação, parcerias ou convênios para a realização de
práticas de ensino nos espaços de atenção à saúde.
Segundo o Modelo Teórico Lógico (MTL), desenvolvido na pesquisa de Alberico
e Freitas (2017 p,756) a integração ensino-serviço será efetiva quando contribuir para
a transformação e qualificação da formação em saúde; da formação em serviço; e das
práticas de cuidado.
Por sua vez na análise das falas dos servidores municipais de saúde do
serviço, quando perguntados sobre seu entendimento em relação a integração ensinoserviço, os mesmos consideraram que seria uma forma de melhorar a qualificação
dos alunos, futuros profissionais e consequentemente a assistência aos pacientes.
Contudo, alguns servidores acham que seria uma conciliação, junção e até mesmo
uma espécie de sistema realizado entre as IES e os serviços de saúde.
[...]essa integração é uma coisa que vai trabalhar na qualificação do aluno e
também melhorar a qualidade de vida dos pacientes. (S1)
[...]é quando a gente consegue conciliar tanto o serviço de saúde com as
faculdades, nas instituições de ensino superior. (S2)
[...]é um tipo de sistema que funciona positivamente tanto para o aluno com
oportunidade de vivenciar na prática o que ele está aprendendo na faculdade,
[...] (S10)

Verifica-se que tanto o ensino quanto os serviços de saúde requerem o
contínuo desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes que incitem a
crítica, a reflexão e a articulação de saberes para a tomada de decisão. Logo, a
integração ensino-serviço de saúde qualifica e gera benefícios bilaterais, gera sinergia
para o alcance de avanços na atenção e cuidado da população (CODATO, 2017).
Quando feita a triangulação dos dados entre os grupos dos docentes e dos
servidores, foi verificado que a subcategoria junção foi a que trouxe uma convergência
no entendimento das falas analisadas, tanto dos docentes quanto dos servidores
municipais de saúde.

25
Integração na qual a academia vai estar junto do serviço, e eu acho que essa
integração deve trazer ganhos para os dois lados [...] (D1)
É uma junção do serviço de saúde com o ensino, e eu acho que vem a
melhorar, só quem tem a ganhar é a comunidade. (S5)

De acordo com os dados analisados, observa-se que integração ensino-serviço
ocorre quando se unem as instituições formadoras com os serviços de saúde que
integram o SUS e dessa forma contribuem, segundo Andrade, et al (2014), com
relações de cooperação que decorre não apenas nos aspectos estruturais, mas
também processuais (ações, atividades técnicas e administrativas), na qual
determinam as condições do relacionamento entre as organizações.

PROCESSO DE TRABALHO
Sobre o processo de trabalho, quando os docentes foram questionados como
era seu trabalho antes da integração feita entre o Cesmac e o município de Maceió,
algumas falas relataram que antes era feito uma simulação, espécie de laboratório
com os alunos nas áreas em torno do Cesmac.
[...] a gente trabalhava com a comunidade, mas não tinha integração com o
serviço, então a gente fazia uma simulação de como seria, o processo de
território, territorialização, mapeamento das áreas[...] (D1)
[...]era uma espécie de simulação, laboratório, a pratica desse acadêmico era
voltada mas para a prática da academia. [...] (D3)

A partir da análise das falas dos docentes, na categoria processo de trabalho
que surgiram como subcategorias, dificuldades e resistências, intermediação e
posturas de trabalho, além de ganho e melhorias, quando foram perguntados como
está seu trabalho hoje.
[...]eu acho, porque as vezes o trabalhador da saúde, ele não entende as
exigências da academia, e as vezes a alguma resistência desse profissional
em algumas atividades propostas. E a academia também se vê um pouco
podado tolhida porque não pode cobrar desse profissional que não pertence
a academia[...] (D1)
[...] a gente pode melhorar o aprendizado do aluno, mas realmente tem as
dificuldades, [...] quando nós temos que lidar com pessoas, com rotina de
trabalho diferente, então acaba complicando também a situação da logística
do funcionamento[...] (D3)

Fica claro, em suas falas, que a maioria dos docentes tem algum tipo de
dificuldade com o processo de trabalho integrado com a equipe de saúde. Também
foi verificado que eles estão vendo ganho e uma certa melhora nas posturas de
trabalho dos profissionais de saúde da equipe. Existe uma sensibilização quanto ao

26

entendimento deste processo, de ambos atores desta integração, com crescimento
conjunto.
[...]acho que é assim para nós conseguimos vencer a cultura institucional da
unidade, ali tem uma cultura que era a do chegar atrasado, fazer de qualquer
jeito, não valorizar etc., então nós temos vencido essa cultura e estamos
mostrando que é possível sim fazer, e que eles são participantes, [...] (D6)

De acordo com Andrade, Boehs AE e Boehs CGE (2015) as dificuldades de
convivência entre dois mundos, o do cuidado e o do ensino, estão relacionadas às
dificuldades de se centrarem em objetivos comuns. Diante do exposto, é possível
afirmar que, as organizações da saúde dedicam -se, prioritariamente, ao atendimento
dos seus usuários. Por outro lado, as organizações de ensino têm seu foco em ensinar
e atender aos estudantes. Contudo, na realização das atividades dentro das unidades
de saúde, os dois objetivos se misturam.
Quando feita a análise das falas dos servidores, verificou-se que antes da
integração do antigo posto de saúde onde eles estavam locados com a IES, o
processo de trabalho era limitado, travado com reduzida estrutura física para o
trabalho na unidade de saúde.
Antes a gente ficava meio que travado, porque antes para começar, tudo tinha
a burocracia do sistema, como o sistema é demorado o paciente não tem
como fazer. (S6)
Nossa estrutura era bastante deficiente, nós sabemos que a prefeitura tem
muitas unidades para gerir e muitas dificuldades, então nós tínhamos uma
estrutura comprometida, [...] e também muitas vezes por falta de material,
mas muito, mas por falta de estrutura. (S3)

Alguns servidores também relatam em suas falas o aumento da sobrecarga de
trabalho e de responsabilidades, após a integração realizada entre o Cesmac e a
secretária municipal de saúde de Maceió. Outros já veem que houve pouca mudança
no seu processo de trabalho.
Eu tenho que me dedicar ainda mais, porque tem coisa que fazemos agora
com os alunos, mas assim muitas vezes eu me sinto sobrecarregada [...] (S1)
Hoje meu trabalho é mais dinâmico, com mais responsabilidades, temos que
está mais empenhado [...] (S9)
O trabalho basicamente continuou o mesmo que faço hoje, porém agora com
alunos e professores. (S5)

Figura 1 - Esquema gráfico com categorias, subcategorias e triangulação dos dados.

Fonte: Autora (2019)

27

28

Após a triangulação das falas na categoria processo de trabalho, foi observado
que tanto os docentes quanto os servidores municipais de saúde enxergam uma
melhora nas atividades diárias de ambos.
[...] houve uma melhora grande porque a gente ampliou nosso campo de
ação, nós estamos indo para áreas que antes nós não imaginávamos em ir,
então hoje a gente consegue ter acesso a diferentes áreas. (D1)
[...]. Hoje a gente trabalha em total participação, colaboração melhor dizendo
entre a instituição e o serviço, a gente consegue planeja as idas a
comunidade com o serviço[...] (D9)
[...] acadêmicos nos ajudando bastante nesse trabalho, aqui na Unidade
também mudou muito, pois a presença dos alunos aqui enriquece muito, tanto
para nos profissionais como para os próprios pacientes, [...] (S3)
[...]faz toda a diferença ter o ensino aqui, porque os alunos eles se preocupam
muito em passar de explicar sobre a promoção e prevenção da saúde. E vejo
que o pessoal (comunidade) tem se cuidado mais, de uma maneira geral.
(S10)

A prática nos equipamentos do SUS permite aos alunos visualizarem
possibilidades do exercício da profissão, promovendo melhorias, também, nos
serviços de saúde, além da ampliação do olhar do estudante. A inclusão de diferentes
cenários pedagógicos fora dos limites da sala de aula permite um diálogo com as
práticas e processos desenvolvidos no SUS e voltados à promoção da saúde, com o
foco não mais somente no processo saúde-doença (FONSECA et al, 2014). Nesse
sentido, os profissionais parecem reconhecer outras possibilidades de atividades, pela
forma de organização do trabalho da academia pela concepção de cuidado entre os
envolvidos.

COMUNIDADE
Quando perguntado aos docentes como eles achavam que a comunidade teria
reagido a este processo de integração, apenas quatro deles enxergaram uma reação
positiva da comunidade:
[...]acho que foi uma reação positiva, porque ampliou muito o cuidado que essa
população recebe, então ampliou-se a questão da clínica, onde o serviço tinha
uma certa limitação, [...] (D3)
[...]hoje a comunidade consegue enxergar, os benefícios dessa integração,
porque ela consegue ter acesso a uma rede muito grande da universidade, da
instituição de ensino superior e ter acesso a um serviço de qualidade[...] (D9)

A presença de estudantes e professores nas unidades de saúde pode ampliar
a cobertura de assistência tanto em ações individuais quanto nas ações coletivas em

29

grupos de educação em saúde. Abeiro e Freitas (2017) em seus estudos, destacam
maior satisfação dos usuários com os serviços nos locais em que a universidade está
presente, explicada pelo aumento de acesso a consultas, ampliação da participação
da comunidade nas ações das unidades, menores índices de encaminhamentos para
atenção especializada e, em muitos casos, serviços prestados em equipe
multiprofissional.
A maioria dos docentes observou um certo grau de dificuldade e resistência da
comunidade em um primeiro momento, em aceitar a parceria feita entre o Cesmac e
a SMS, e consequente mudança da localização do posto de saúde, saindo de onde
estavam instalados dentro da comunidade, sendo deslocados para um novo
endereço, nova casa com instalações mais adequadas, pertencente a IES em
questão. O antigo posto de saúde Paulo Oliveira Costa foi transformado em uma
Unidade Docente Assistencial – Rosa Maria Silva Medeiros. Também foi observado
pelos docentes, uma mudança de comportamento desta comunidade com o passar
do tempo.
[...]eu acho que eles não receberam a gente no primeiro momento com bons
olhos, porque eles tinham vínculo com a equipe e se a equipe também não
recebeu a gente bem, como eu posso dizer essa equipe não se sentia na
casa deles, a comunidade como um todo percebeu esse estranhamento, se
sentindo do mesmo jeito[...] por mais que eles tenham receio, por mais que
achem que são cobaias do Cesmac, como já ouvi tantas vezes, acho que eles
começam a se aproximar[...] (D6)
[...]foi algo meio difícil no começo, porque a unidade funcionava em outro
espaço e depois ela foi deslocada fisicamente para o espaço da instituição
né[...] (D9)

Em seu artigo, Mendes et al (2018) citam a resistência observada por alguns
usuários em serem atendidos por estudantes, principalmente na realização de
procedimentos incômodos ou possivelmente constrangedor, o que pode dificultar essa
interação. Destaca o autor que a participação da comunidade é importante tanto para
a melhoria do serviço como para a formação profissional.
Na análise das falas dos servidores municipais de saúde, sobre a percepção
da comunidade em relação a integração ensino-serviço, observaram reações
negativas, medo, receio e estranheza, também o modo como se deu essa mudança
na unidade. Contudo, as falas também revelam que essas reações negativas estão
mudando.

30
No começo a comunidade, ela não reagiu bem, porque foi a maneira como
foi feito. Fomos tirados de antigo posto de surpresa, eu também tive
problemas em me adaptar! (S1)
Inicialmente a população ficou com medo, ficou com receio, pois primeiro pela
localização, pois nós ficávamos localizado bem mais próximo da
comunidade[...] (S3)
No princípio a comunidade achou estranho, porque eles eram acostumados
só com o atendimento da saúde e aí quando veio a integração, eles acharam
estranho no começo, mas depois eles acostumaram e hoje é normal. (S7)

Quando feita a triangulação das falas dos docentes e servidores, verificou-se
que surgiram como subcategorias coincidentes a dificuldade encontrada no início
desta parceria.
No início foi difícil, pois eles não entendiam muito bem o que seria essa
integração e achavam até que seriam cobaias do ensino[...] (D5)
No início não foi fácil, não viram com bons olhos, meio ressabiados, até
porque nos atendíamos lá em baixo, mas perto deles, e vinhemos para cá, aí
tem a questão dos alunos, que diziam que se for aluno eu não quero. (S9)

Também a melhoria, ou seja, o ganho que a comunidade teve com esta
integração, tanto na qualidade dos serviços ofertados, quando na presença dos
profissionais de saúde de diversas especialidades disponíveis na unidade, como
também na melhoria da estrutura física do local, foi verificada nas falas de ambos os
grupos, quanto a assistência ao usuário.
[...]eu acho que essa integração, só quem ganhou realmente foi a
comunidade, no sentido que hoje tem uma academia um serviço de
excelência, oferecido por professores e alunos e em conjunto com o próprio
serviço que aqui está[...] (D4)
Olhe a comunidade 90% é favorável, porque nunca mais vai faltar enfermeiro,
nunca mais vai faltar medico [...] (S2)
Acho que eles reagem positivamente, eles aceitam bem, os alunos, eu estou
com uma residente agora e para eles é uma festa, ter mais um médico
cuidando, eles reagem super bem[...] (S10)

Trabalhos em parceria do serviço com a universidade podem contribuir tanto
para a satisfação da comunidade quanto para seu empoderamento nas práticas
preventivas de saúde (BREHMER; RAMOS, 2014; KUABARA et al., 2014).
A análise das falas de ambos os grupos e dos artigos indicam que a interação
ensino-serviço-comunidade causa tanto impacto nas instituições quanto nos serviços
de saúde. Estudos destacam que o funcionamento do serviço melhora em qualidade
na medida em que a presença do estudante leva os profissionais à prática reflexiva,

31

reorientando o serviço e aumentando a acessibilidade com a diversificação das
práticas (MENDES ,2018).

INTERVENÇÃO
Durante as entrevistas, ambos os grupos pesquisados foram questionados, se
eles pudessem intervir nesta integração, o que eles fariam, qual seria a sugestão. A
maioria dos docentes entrevistados sugeriu fazer mudanças na equipe de saúde da
UDA, porém também sinalizam a necessidade de capacitação dos profissionais por
meio da educação permanente e a realização de reuniões com todos integrantes
deste processo. Falaram também da importância da formação de profissionais que
entendam o que é essa integração ensino serviço.
[...]mudaria vários componentes da equipe, junto com a secretaria de saúde,
para que viessem pessoas que tivessem o perfil adequado, para essa lida
com o ensino e a comunidade, eu acho que falta para alguns atores da
equipe, alguns componentes da equipe de saúde, falta perfil para lidar tanto
com o ensino como também com a comunidade. (D2)
[...]mudar e fazer o profissional de saúde entender sua proposta e o serviço
entender a proposta de receber o ensino as instituições de ensino fazendo
jus a lei do SUS, no art.200 que diz os serviços de saúde do SUS devem
receber as instituições de ensino. (D7)

Segundo Brehmer e Ramos (2014), a aproximação entre ensino e serviço
possibilita aos docentes e aos trabalhadores dos serviços de saúde a educação
permanente, sendo uma via dupla para o frequente intercâmbio de conhecimento.
Dessa maneira, os atores envolvidos no processo sentem-se motivados em estar
vivenciando o trabalho em equipe e percebendo in loco as repercussões e parcerias
com a comunidade.
[...]a necessidade que eles façam alguma capacitação, para estarem
preparados para estarem junto com a gente do ensino. (D3)
[...]reuniões periódicas para educação permanente, a educação permanente
no sentido da reflexão sobre a prática, [...] (D9)

Por sua vez, a fala dos servidores quando questionados sobre a possível
intervenção, a maiorias das falas citaram a organização do processo de trabalho
interno, como evitar a colocação de muitos alunos dentro das salas de atendimento,
causando prejuízo para a dinâmica dos serviços e também sinalizaram a mudança
do grupo de alunos nas vivencias, devido aos rodízios dos discentes nos setores de
estágios e a disponibilidade de vagas para os usuários cadastrados na UDA, para
serem atendidos nas clinicas especializadas de saúde da IES.

32
[...]o paciente precisa de sigilo não colocar todos os alunos de uma única vez
nos consultórios, [...] só mais a organização. (S2)
[...] eu acho que os alunos, como eles ficam comigo apenas um ou dois dias
na semana e a vacina é muito complexa, eu preferiria que eles ficassem pelo
menos uma semana seguida nessa vivencia, sem ficar trocando por aluno.
(S4)
Que fosse deixado vagas para o pessoal cadastrado na Unidade[...]se
tivéssemos um meio de agendar os pacientes daqui, logo depois da consulta
com a medica para as especialidades seria mais fácil. (S6)

Mendes (2018) relata em sua pesquisa, que a grande rotatividade dos
profissionais das unidades foi citada como barreira para estabelecimento de vínculos
e boas relações entre IES e serviços de saúde. Esta barreira somada ao grande
número de estudantes e a alta rotatividade destes atuam como dificultadores da
comunicação e estabelecimento de confiança entre equipe e estudantes. Outra
dificuldade mencionada foi o fato das atividades no serviço, muitas vezes, não
estarem articuladas à programação da universidade.
Ainda durante a fala dos servidores surgiram novas divisões como
subcategorias estrutura física, capacitação, mais investimento nos recursos humanos
e diálogo entre secretaria de saúde do município e os servidores, mostrando
claramente uma certa insatisfação desta equipe com seus gestores.
Quando feita a triangulação das falas, foi possível analisar que ambos os
grupos pesquisados coincidem quanto a necessidade de capacitação e melhoria do
diálogo entre os docentes, alunos, servidores e gestão de ambas instituições
envolvidas, para o sucesso do processo de integração ensino- serviço.
[...]necessário um processo de capacitação, formação, conscientização
dessa equipe, que houvesse até mecanismos institucionais que estimulasse
essa integração ensino-serviço, que os profissionais que fossem mais
atuantes para essa integração houvesse um reconhecimento[...] (D8)
Então a primeira coisa que eu faria seria uma transição, um preparo tanto de
um lado como de outro. Da instituição para receber o serviço público, como
do serviço público vim para dentro de uma instituição. (S3)

Para Kloh et al (2017), faz-se necessário para essa Integração, construir
parceria entre ensino e serviço, com diálogo e compartilhamento de objetivos comuns.
Ressalta-se que a troca mútua pode sofrer limitações pelo entendimento da finalidade
que as duas instituições possam ter, ou seja segundo o autor, a universidade volta-se
ao “saber” e o serviço, ao “fazer”.

33

Os resultados assemelham –se ao estudo de Barreto et al (2018), os elementos
facilitadores da integração ensino superior com SMS foram: a clareza do benefício
deste processo para a qualificação da atenção à saúde e da formação; a realização
de fóruns entre gestores da saúde, dirigentes das IES, docentes e profissionais, para
troca de informações e aperfeiçoamento da integração; a normatização por meio de
portarias e convênios, com especificação das responsabilidades dos parceiros; a
migração de atividades educativas para novos cenários no território, como escolas,
associações, instâncias de participação social; e, por fim, a criação de estruturas de
suporte para integração.

1.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A busca pela integração ensino-serviço tem sido um grande desafio enfrentado
pelas instituições formadoras nos últimos anos, em especial após a criação do SUS,
considerando sua importância para um ensino inovador na formação de profissionais
da saúde e a potencialidade na transformação e qualificação de suas práticas. Pensar
em integração ensino-serviço para a formação em saúde é pensar em oportunizar
uma aprendizagem próxima à realidade de saúde das pessoas e dos sistemas de
saúde que corresponda às necessidades concretas de ambos.
A partir das falas analisadas durante a pesquisa, fica evidente que tanto os
docentes como os servidores consideram que a integração ensino-serviço ocorre
quando o ensino está próximo aos serviços de saúde, ou seja, junto, compartilhando
conhecimentos,

melhorando processo de trabalho e articulando parcerias,

possibilitando uma formação de qualidade para os alunos e capacitando servidores
no desenvolvimento de habilidades e competências. Outrossim, muitos dos
participantes ainda precisam entender qual é a sua verdadeira função e importância
nessa integração.
Aspectos, revelados no estudo, sugerem a necessidade de criar espaços de
diálogo, a exemplo de reuniões quinzenais ou mensais a depender da necessidade
da unidade de saúde e da IES, além de capacitações à serem pactuadas, para ambos
os grupos estudados, que participam e vivenciam o processo de integração na UDA –
Rosa Maria Silva Medeiros.
Os espaços de diálogo entre a educação e o trabalho na saúde assumem lugar
privilegiado neste processo. É preciso reconhecer, que a integração entre ensino-

34

serviço se efetiva de fato quando ocorre o trabalho coletivo, de forma pactuada e
integrada com os atores da academia e dos serviços de saúde, participando
ativamente e em conjunto do planejamento de cronogramas e do processo de trabalho
de ambos os grupos, que envolve troca de saberes.
Portanto, são indiscutíveis e inegáveis as contribuições das experiências de
integração ensino-serviço para ambos os grupos. Contudo, para que a integração dê
certo, faz-se necessário que os participantes do processo como a gestão, dirigentes
da IES, docentes, alunos e trabalhadores da saúde entendam seu papel com
especificação de suas responsabilidades no processo de integração ensino- serviço.
O desafio da integração entre universidade e serviço de saúde é elemento
fundamental no avanço de políticas públicas de saúde. Diante a importância do
assunto, sugere a necessidade de novos estudos com vistas a aprofundar a
compreensão da integração ensino-serviço no contexto da atenção básica nas
Unidades Docentes Assistenciais.

35

REFERÊNCIAS
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ensinoserviço em Unidades Docentes Assistenciais na Atenção Básica. Saúde
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atenção primária à saúde. Rev Brasileira de Enfermagem REBEn, FlorianópolisSC, vol. 67, n.4, p.520-527, jul-ago. 2014.
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36

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BRASIL. MS. Ministério da Saúde. MEC. Ministério da Educação. Portaria
Interministerial MS/MEC Nº 421 de 3 de março de 2010. Institui o Programa de
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38

2 PRODUTO:
Vídeo Educativo

2.1 IDENTIFICAÇÃO
Vídeo Educativo com o título: “Caminhos para uma boa integração ensinoserviço”.

2.2 PÚBLICO-ALVO
Docentes do grupo do Cesmac Integrado e Servidores municipais de saúde
que trabalham na UDA – Rosa Maria Silva Medeiros.

2.3 INTRODUÇÃO
Atualmente no mundo globalizado, novas tecnologias de comunicação e
serviços são lançadas diariamente. A educação encontra-se também em um processo
de inovação para acompanhar o ritmo acelerado dessas novas tecnologias, e se faz
necessário a apropriação de maneiras diferenciadas e inovadoras de ensinar,
renunciando os métodos tradicionais de ensino, no intuito de despertar o maior
interesse das pessoas na busca do conhecimento.
Dentro destas novas metodologias de ensino, encontra-se os recursos
audiovisuais, ou seja, os vídeos educativos, que segundo Salvador et al (2017), os
vídeos, são mundialmente reconhecidas como benéficas para o processo inovador e
diferenciado de ensino, que se exige atualmente dos ambientes de aprendizagem,
pois contribuir para o pensamento crítico, as decisões complexas, as habilidades
práticas, o trabalho em equipe, dentre outros.
Para Rezende Filho et al (2015), quando transposto para o campo do ensino o
uso dos recursos áudio visuais como os vídeos, o referencial da recepção vem
mostrando, pelos primeiros resultados encontrados em seu trabalho de pesquisa, que
a consideração sobre o papel do espectador-aluno traz diversas elucidações e
nuances a afirmações encontradas, de acordo com as quais a exibição de vídeos em
sala de aula é, em si mesma, motivadora e facilitadora da aprendizagem.
Em se tratando de ensino-aprendizagem na saúde, Miyamoto (2014) acredita,
que o processo de formação e desenvolvimento profissional não termina com o fim de

39

um curso, seja ele de qualquer nível e sua continuidade é fundamental para
atualização e adequação de ações e práticas no dia-a-dia do exercício profissional. O
autor conclui que a Educação Continuada (EC) e Educação Permanente (EP) são
processos que se caracterizam pela continuidade das ações educativas, no intuito de
melhorar e atualizar, ainda que baseadas em diferentes metodologias, os profissionais
de saúde.
De acordo com a portaria Nº 198/GM Em 13 de fevereiro de 2004 do Ministério
da saúde, institui a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como
estratégia do Sistema Único de Saúde para a formação e o desenvolvimento de
trabalhadores para o setor e dá outras providências. Considera que a Educação
Permanente é o conceito pedagógico, no setor da saúde, para efetuar relações
orgânicas entre ensino e as ações e serviços e entre docência e atenção à saúde,
(BRASIL,2004). Mais tarde em agosto de 2007, surge uma nova portaria Nº1.996, que
no seu art. 6º- inciso III, incentivar a adesão cooperativa e solidária de instituições de
formação e desenvolvimento dos trabalhadores de saúde aos princípios, à condução
e ao desenvolvimento da Educação Permanente em Saúde, ampliando a capacidade
pedagógica em toda a rede de saúde e educação (BRASIL,2007). Desta forma
incentivando a formação de parcerias entre IES e o SUS, na qualificação de
profissionais dos serviços de saúde.
A articulação entre a educação e a saúde, encontra-se pautada tanto nas ações
dos serviços de saúde, quanto de gestão e de instituições formadoras. Assim, tornase um desafio implementar processos de ensino-aprendizagem que sejam
respaldados por ações crítico-reflexivas. É necessário realizar propostas de educação
permanente em saúde com a participação de servidores da saúde que atuam nos
serviços, professores e profissionais das instituições de ensino (MICCAS, SILVA
BATISTA, 2016).
Diante do exposto, o presente estudo propõe o uso de metodologias
inovadoras de ensino, como o vídeo educativo, para ser utilizado durante oficina de
EP realizada para docentes e servidores de saúde da UDA- Rosa Maria Silva
Medeiros. Utilizar recurso audiovisual, no formato de vídeo educativo, pode significar
uma sofisticação na relação ensino-aprendizagem, visto que, por meio dele,
consegue-se captar a atenção do público, bem como despertar sua curiosidade em
relação aos assuntos abordados (RODRIGUES JUNIOR et al, 2017).

40

2.4 OBJETIVOS

2.4.1 OBJETIVO GERAL
Apresentar Vídeo Educativo como metodologia de ensino e aprendizagem na
educação permanente de docentes e servidores da saúde.

2.4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Aliar eficácia e aceitabilidade do uso de vídeos educativos, em especial do
vídeo exposto no presente trabalho.
- Estimular e facilitar o aprendizado por parte dos docentes e servidores da
saúde, de conceitos essenciais sobre Integração ensino- serviço, que permitem a
construção de um alicerce sólido para aquisição de novos conhecimentos e práticas.

2.5 METODOLOGIA
Foi criado um vídeo educativo intitulado: “Caminhos para uma boa Integração
ensino-serviço”, a partir dos resultados de pesquisa qualitativa, sobre o entendimento
dos docentes e servidores municipais de saúde que trabalham integrados na UDARosa Maria Silva Medeiros, em relação a integração ensino-serviço, no intuito de
reduzir barreiras e contribuir para uma melhor forma de trabalho entre os envolvidos.
A construção do vídeo seguiu as seguintes etapas:
Pré-produção: consiste na preparação, planejamento e projeto do vídeo a ser
produzido, abrangendo todas as atividades realizadas, desde a concepção da ideia.
Revisão da literatura acerca da construção de vídeos educativos e uso de recursos
audiovisuais na educação, construção de sinopse, que representa um resumo geral
do que vai ser exibido no vídeo e pôr fim a construção de um roteiro para ser usado
como falas, que foi desenvolvido visando à comunicação por mídia não impressa,
usando para tal literatura científica sobre o assunto de escolha a ser abordado no
vídeo: integração ensino-serviço, afim de orientar durante a produção (ver apêndice).
Produção: optou-se por construir o vídeo com duração de 4 min e 30 segundos, este
tempo foi definido para que o vídeo não se tornasse longo e cansativo, também para
que depois de sua visualização, fosse possível abrir diálogo sobre o assunto com os
espectadores. Utilizou para a construção o aplicativo on-line “Animation Studio”,

41

projetado para criar vídeos de estilo cartoon, explicativos de qualidade profissional,
que faz uso de recursos digitais de animação, sem a utilização de imagens reais de
pessoas e lugares. A partir deste foi possível escolher imagens de fundo, os avatares
e incluir algumas imagens no formato png, pega dos sites pixabay, freepik, pngtree.
Figura 2 – Tela com area de trabalho do aplicativo Animation Studio

Fonte: Autora, 2020.

Buscou-se o predomínio do uso de cores frias e tons pastéis e imagens de
fundo neutras que acalmam o ambiente e transmite tranquilidade, deixam o visual
mais leve no vídeo. A mesma preocupação foi seguida na escolha da trilha sonora e
o tom de voz das falas usadas, havendo uma alternância de falas masculina e
feminina. Deixando o áudio do vídeo mais atrativo e ao mesmo tempo mais divertido.
A utilização de imagens de quaisquer formas consiste em importante
ferramenta no processo educativo. Nos vídeos, ressaltam-se a qualidade das
imagens, que se apresentam em movimento, fazendo com que a mensagem a ser
compartilhada se aproxime ainda mais da realidade (ITAKUSSU et al, 2014, p. 237).
Após a etapa final de construção do vídeo, partiu-se para a busca da trilha
sonora, para ser usada como música de fundo, no site you tube, músicas gratuitas
sem direitos autorais, de domínio público. A música foi usada como ferramenta para
trazer mais interesse, animação e conforto aos espectadores durante a apresentação
do vídeo.

42
Figura 3 – Tela com visualização da animação.

Fonte: Autora,2020.

Após escolha da música foi feita a edição da trilha sonora, de forma que não
trouxesse prejuízo para as falas usadas na construção do vídeo. Foram usadas vozes
masculina, mais grave, alternada com voz feminina de forma pausada para facilitar a
compreensão da linguagem.

Figura 4 – Tela com visualização da união entre o aplicativo e as imagens no formato
PNG.

Fonte: Autora, 2020.

Todo processo de produção e edição teve a duração de 2 meses, até ser
concluído a finalização do vídeo. Ao se construir um vídeo educativo se faz necessário
a combinação do planejamento, da seleção das imagens, a produção de roteiros e a

43

animação ao fator criatividade, o que transforma a produção deste material em um
grande desafio, que deve ser capaz de transmitir ao público alvo, a informação
desejada.

Este

vídeo

pode

ser

visto

no

canal

do

youtube

pelo

link

https://www.youtube.com/watch?v=bQgETGMmFHg ,com acesso público.

Figura 5 – Tela com identificação na finalização do vídeo

Fonte: Autora, 2020.

2.6 RESULTADOS ESPERADOS
As novas tecnologias de ensino são alternativas coerentes nas transformações
do processo de aprendizagem, pois estas qualificam a formação dos profissionais em
saúde, assim como todos os integrantes dos serviços, desta forma estas tecnologias
têm consolidado a interface entre a teoria e prática, usadas em oficinas de Educação
permanente para os recursos humanos do SUS.
Espera-se que com o uso do vídeo educativo, durante o momento de educação
Permanente na Unidade Docente Assistencial- UDA Rosa Maria Silva Madeiros, se
torne uma estratégia eficaz para o aprimoramento dos mecanismos de construção de
conhecimento, além de poder despertar maior interesse dos participantes, deixando o
momento mais interativo e participativo, com conteúdo que poderão ser utilizados de
acordo as necessidades e ritmos de aprendizagem de cada um.
Almeja-se ainda que mais recursos audiovisuais possam ser criados e que estes
possam ser usados em outras Unidades de saúde para qualificação profissional, até
mesmo para os usuários nas salas de espera, como uma metodologia de ensino para
educação e promoção de saúde.

44

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45

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho trouxe reflexões, sobre o processo de integração entre
instituições formadoras e serviços de saúde que integram o SUS , além de uma rica
descoberta sobre o entendimento dos docentes de uma IES privada de Maceió e de
servidores municipais de saúde, que trabalham integrados em uma Unidade Docente
Assistencial, além de poder descobrir como esses profissionais percebem, a visão da
comunidade em relação a toda essa mudança ocorrida nos serviços após o processo
de integração realizado entre a prefeitura de saúde de Maceió e o Centro Universitário
– Cesmac.
A Integração ensino-serviço, busca favorecer a visão ampliada de saúde e a
formação de sujeitos ativos, comprometidos com a transformação da realidade social,
no cunho do fazer saúde de forma comprometida com as necessidades da população.
Além de proporcionar aos serviços meios para sua qualificação e melhora na
assistência a seus usuários.
Estudos analisam a integração ensino-serviço e destacam que sua efetividade
depende de mudanças estruturais e funcionais significativas, da construção conjunta
entre gestores, trabalhadores, docentes e estudantes, com franca aproximação de
sujeitos do mundo do trabalho e do ensino, com abertura de diálogos frequentes. É
preciso reconhecer, que a integração entre ensino-serviço se efetiva de fato quando
ocorre o trabalho coletivo, de forma pactuada e integrada com os atores da academia
e dos serviços de saúde, participando ativamente e em conjunto dos planejamentos e
dos processos de trabalho de ambos os grupos, que envolve troca de saberes na
maioria das vezes.
A partir deste estudo, pôde-se construir um vídeo educativo por meio do
aplicativo “Animation Studio”, que aborda a temática sobre integração ensino-serviço,
no intuito de trabalhar em oficinas de EP em saúde, para todos os participantes desta
Integração na UDA- Rosa Maria Silva Medeiros. Com o auxílio de um método inovador
de ensino como o filme/vídeo, na qual o educando compreende de maneira sensitiva
e não apenas cognitiva. Com isso trabalha -se a abertura de discussão dobre o
assunto, objetivando fortalecer cada vez mais esta parceria realizada entre a IES –
Cesmac e a SMS de Maceió, além de trazer para reflexão a importância do papel de
cada integrante do processo de integração, a qualificação da formação dos futuros
profissionais e consequente melhoria dos serviços prestados pelo UDA a comunidade.

46

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50

APÊNDICE
Gráfico 2: Caracterização docente com frequência de especializações e experiências
com trabalhos no SUS.

Fonte: Autora (2019).

Gráfico 3: Caracterização dos servidores quanto ao tempo de trabalho integrado com
docentes e alunos na UDA.

Fonte: Autora (2019).

51
Quadro 1 – Resumo geral da caracterização da amostra docente.

Fonte: Autora (2019)

Quadro 2 – Tabulação cruzada, curso superior de escolha com função realizada pelos
servidores da saúde.

Fonte: Autora (2019).

52
Quadro 3: Categorização das entrevistas com os Docentes da UDA
Categoria

Subcategoria
Junção

Frequência
04

Unidade de registro
D1- Integração na qual a
academia vai estar junto do
serviço, e eu acho que essa
integração deve trazer ganhos
para os dois lados [...]
D4- [...]é onde a academia ela
está próxima do serviço, onde
os dois tem a possibilidade de
ter seu ônus e bônus, no nosso
caso da academia,
proporcionando aos nossos
alunos o aprendizado frente a
comunidade e uma equipe de
saúde da família, tirando esse
aluno do laboratório[...]
D5- Entendo que é trabalhar
junto em prol da comunidade e
os alunos aprendendo de como
fazer na pratica, na vivencia
real. Então eu preciso ter o
serviço junto com o ensino
trabalhando junto e o ensino
aprendendo no serviço [...]

INTEGRAÇÃO

Conhecimento

02

D6- Para mim integração ensino
serviço é a instituição, o serviço
e a comunidade de uma
maneira geral caminhado junto,
trabalhando junto.[...]
D2- É integração dos
conhecimentos acadêmicos,
da vida acadêmica dos alunos,
com o serviço público de saúde
que faz assistência, [...]
D3- É onde o serviço alinha com
o conhecimento do ensino,
para juntos compartilharem
conhecimentos, um prático e
outro com experiência, [...]

Processo

01

D7-[...] então a proposta da
integração ensino serviço é
você melhorar o processo de
trabalho, essa é a grande
proposta.

Parceria /
articulação

02

D8- [...]eu entendo sobre esse
conceito de integração ensinoserviço e comunidade, eu penso
em uma experiência de
aprendizado que deixa frutos
para comunidade e que
transforma os estudantes, ou

53
seja, marca a formação desses
estudantes que não as vê de
maneira dissociada, mas como
um tudo articulado.

Simulação

02

D9- É uma forma onde a
formação em saúde vai ser
desenvolvida em parceria,
entre a instituição de ensino e o
serviço no qual estão sendo
desenvolvida as práticas de
saúde.[...]
D1-[...] a gente trabalhava com
a comunidade, mas não tinha
integração com o serviço, então
a gente fazia uma simulação
de como seria, o processo de
território, territorialização,
mapeamento das áreas[...]
D3- [...]era uma espécie de
simulação, laboratório, a pratica
desse acadêmico era voltada
mas para a prática da
academia. [...]

Melhora/ ganho

03

PROCESSO DE
TRABALHO

D1-[...] houve uma melhora
grande porque a gente ampliou
nosso campo de ação, nós
estamos indo para áreas que
antes nós não imaginávamos
em ir, então hoje a gente
consegue ter acesso a
diferentes áreas
D6[...]Acho que é assim para
nós conseguimos vencer a
cultura institucional da unidade,
ali tem uma cultura que era a do
chegar atrasado, fazer de
qualquer jeito, não valorizar etc.,
então nós temos vencido essa
cultura e estamos mostrando
que é possível sim fazer, de
que eles são participantes, [...]
D9[...]hoje a gente trabalha em
total participação,
colaboração melhor dizendo
entre a instituição e o serviço,
a gente consegue planeja as
idas a comunidade com o
serviço[...]

Intermediação

01

D2- [...]a gente tinha uma
integração direta do ensino com
a comunidade, mas não tinha a

54
intermediação do serviço, as
vezes quando precisávamos de
alguma assistência ao usuário,
a gente encaminhava, mas não
existia essa integração com o
serviço.
Dificuldades/
Resistencia

08

D1- [...]eu acho, porque as
vezes o trabalhador da saúde,
ele não entende as exigências
da academia, e as vezes a
alguma resistência desse
profissional em algumas
atividades propostas. E a
academia também se vê um
pouco podado tolhida porque
não pode cobrar desse
profissional que não pertence a
academia[...]
D2- [...] vejo que houve uma
resistência a acolher também a
experiência que nós já
tínhamos, que poderia ser
unificada com a da equipe, mas
essa experiência não foi
acolhida, por isso nós ficamos
um pouco engessados para
algumas coisas não
conseguindo fazer mais o que
se fazia antes, não
conseguimos também avançar
com a equipe, depois dessa
integração.
D3-[...] a gente pode melhorar o
aprendizado do aluno, mas
realmente tem as dificuldades,
[...] quando nós temos que lidar
com pessoas, com rotina de
trabalho diferente, então
acaba complicando também a
situação da logística do
funcionamento[...]
D5-[...] antes nós tínhamos não
tínhamos esses profissionais
reais, mas nós conseguíamos
trabalhar e hoje com o serviço
junto, eu acho que dá uma
dificultada em nosso trabalho.
D6-[...] antes da integração com
a prefeitura, a gente não tinha
atrasos, não tínhamos
imprevistos, não tínhamos
falhas, porque nós como
professores procurávamos
proporcionávamos para o aluno

55
um ambiente que por mais que
tivéssemos atuando como
serviço. [...] agora acho que
conseguimos ter os
imprevistos da vida real do
serviço e da comunidade, onde
temos profissionais que não
tem processo de trabalho [...]
D7[...]Era uma dicotomia, nos
trabalhávamos apenas o
ensino[...]
D8[...]o trabalho em equipe, tem
que saber lidar com uma
organização, um planejamento
coletivo para qualquer atividade.
Então no começo não foi fácil
para mim a adaptação, é
diferente trabalhar sozinho em
sala de aula, [...]
D9[...]não é algo fácil né, a
gente precisa está tendo essa
vontade, de fazer essa
integração.

COMUNIDADE

Posturas de trabalho

02

D4- [...]eu sempre tiro o
aprendizado, tanto para mim
quanto docente como para
meus alunos, pois estou sempre
tentando mostrar para eles que
é esse tipo de determinados
serviços, que eu não quero que
eles tenham, como
determinadas posturas, que
eles não cheguem no serviço e
se contaminem com
determinadas situações e
posturas.
D5-[...] estamos trabalhando em
um paralelo[..]Então temos que
superar esse serviço e na
maioria das vezes trabalhamos
só.

Reação positiva/
Ganho

04

D3[...]acho que foi uma reação
positiva, porque ampliou muito
o cuidado que essa população
recebe, então ampliou-se a
questão da clínica, onde o
serviço tinha uma certa
limitação ,[...]
D4[...]eu acho que essa
integração, só quem ganhou

56
realmente foi a comunidade, no
sentido que hoje tem uma
academia um serviço de
excelência, oferecido por
professores e alunos e em
conjunto com o próprio serviço
que aqui está[...]
D5[...], mas hoje para
comunidade eles enxergam
como um melhor feito, porque
eles acabam tendo acesso a
uma rede de serviços que as
clinicas do Cesmac oferece
para essa comunidade e eles
acabam que tem algo a mais na
saúde deles, [...]

Dificuldade
/resistência

06

D9[...]hoje a comunidade
consegue enxergar, os
benefícios dessa integração,
porque ela consegue ter acesso
a uma rede muito grande da
universidade, da instituição de
ensino superior e ter acesso a
um serviço de qualidade[...]
D1[...]dificulta essa aceitação
da comunidade junto com o
trabalho da academia [...]
D2[...]era uma dificuldade que
já existia entre a equipe e
líderes da comunidade e o
Cesmac apenas acolheu a
equipe e acabou saindo como
vilão da história, mas o
problema já existia antes.

COMUNIDADE

D5- No início foi difícil, pois
eles não entendiam muito bem
o que seria essa integração e
achavam até que seriam
cobaias do ensino[...]
D6[...]eu acho que eles não
receberam a gente no primeiro
momento com bons olhos,
porque eles tinham vínculo com
a equipe e se a equipe também
não recebeu a gente bem,
como eu posso dizer essa
equipe não se sentia na casa
deles, a comunidade como um
todo percebeu esse
estranhamento, se sentindo do
mesmo jeito[...] por mais que
eles tenham receio, por mais
que achem que são cobaias do
Cesmac, como já ouvi tantas

57
vezes, acho que eles começam
a se aproximar[...]
D7[...]inicialmente acho que
teve resistência da
comunidade pela falta de
compreensão do que é você ter
uma instituição de ensino,
porque o serviço ele presta
assistência a doença, então ele
é muito voltado para a doença,
coisa muito imediata e o ensino,
com a conotação muito mais de
promoção e prevenção de
saúde e essa comunidade não
tinha essa cultura, por isso essa
resistência no começo[...]

INTERVENÇÃO

Surpresa

01

Troca/ mudança

04

D9[...]foi algo meio difícil no
começo, porque a unidade
funcionava em outro espaço e
depois ela foi deslocada
fisicamente para o espaço da
instituição né[...]
D8[...]a comunidade percebeu
nossa presença com uma certa
surpresa, porque a ACS era
muito ausente, era uma micro
área mas afastada da UDA,
então a reação com a presença
dos professores e alunos , foi
uma reação diria que
surpreendente[...]
D1[...]a troca dos
profissionais de saúde, de
todos não, mas de alguns
profissionais de saúde do
serviço. Por que assim, para
também trabalhar com a
academia tem de ter perfil para
aceitar aluno, para este
disposto, para diferentes perfis
de alunos, para diferentes
formas de pensar[...]
D2[...]mudaria vários
componentes da equipe, junto
com a secretaria de saúde, para
que viessem pessoas que
tivessem o perfil adequado para
essa lida com o ensino e a
comunidade, eu acho que falta
para alguns atores da equipe,
alguns componentes da equipe
de saúde, falta perfil para lidar
tanto com o ensino como
também com a comunidade.

58
D4[...]eu acho que para unis
ensino e serviço, esses
profissionais do serviço
teriam que ser selecionados a
dedo, falando com uma
linguagem mais popular

Capacitação/
educação
permanente

03

D7[...]mudar e fazer o
profissional de saúde
entender sua proposta e o
serviço entender a proposta de
receber o ensino as instituições
de ensino fazendo jus a lei do
SUS, no art.200 que diz os
serviços de saúde do SUS
devem receber as instituições
de ensino,
D3[...]a necessidade que eles
façam alguma capacitação,
para estarem preparados para
estarem junto com a gente do
ensino.
D8[...]necessário um processo
de capacitação, formação,
conscientização dessa equipe,
que houvesse até mecanismos
institucionais que estimulasse
essa integração ensino-serviço,
que os profissionais que fossem
mais atuantes para essa
integração houvesse um
reconhecimento[...]

Fonte: Autora (2019)

Dialogo

01

Formação

01

D9[...]reuniões periódicas para
educação permanente, a
educação permanente no
sentido da reflexão sobre a
prática,[...]
D5[...]tenta fazer reuniões com
o serviço para tentar melhorar
essa integração, para ver se o
serviço consegue contribuir
mais[...]
D6[...]temos de formar
profissionais que entendam
que é essa integração precisa
acontecer, eu acho que nós
como academia devemos
chegar um pouco mais próximo
do município, estado enfim
governo, eles precisam
perceber que isso é viável e que
dá frutos,

59
Quadro 4: Categorização das entrevistas com os servidores municipais de saúde da
UDA
Categoria

Subcategoria
Qualificação

Frequência
01

Conciliar
01

Junção
06

Unidade de registro
S1- [...]essa integração é uma
coisa que vai trabalhar na
qualificação do aluno e
também melhorar a qualidade
de vida dos pacientes.
S2- [...]é quando a gente
consegue conciliar tanto o
serviço de saúde com as
faculdades, nas instituições de
ensino superior
S3- [...]seria trazer cada vez
mais perto o ensino, para o que
a gente já faz no nosso serviço,
através seja da participação do
aluno ativamente vivenciando
todo o dia a dia do serviço tudo
que a gente já faz.
S5- é uma junção do serviço de
saúde como ensino, e eu acho
que vem a melhorar, só quem
tem a ganhar é a comunidade.

INTEGRAÇÃO

S6- Uma coisa onde só a
comunidade tem a ganhar, o
profissional fica muito feliz
quando ver a junção do ensino
serviço, [...]
S7- É muito importante para a
comunidade, por que nós
tínhamos a deficiência em
algumas situações na unidade
básica e vindo para aqui depois
dessa junção do serviço com a
saúde, [...]
S8- Para mim essa integração é
uma junção entre o ensino e o
serviço.

Sistema
01

S9-[...] a gente tem
oportunidade de fazer essa
junção trás para aquele
acadêmico, outro olhar do
serviço,[...]
S10- [...]é um tipo de sistema
que funciona positivamente
tanto para o aluno com
oportunidade de vivenciar na
pratica o que ele está
aprendendo na faculdade, [...]

60
Limitação / Travado
02

Sobrecarga / mais
trabalho

02

Melhora /
enriquecimento
06
PROCESSO DE
TRABALHO

S1- [...]nós éramos limitados,
hoje a gente pede, fala com um,
com outro e conseguimos
encaixar o paciente, e ele tem
aquele atendimento, mas
humanizado e global como um
todo.
S6- Antes a gente ficava meio
que travado, porque antes para
começar, tudo tinha a
burocracia do sistema, como o
sistema é demorado o paciente
não tem como fazer,
S1- eu tenho que me dedicar
ainda mais porque, tem coisa
que fazemos agora com os
alunos, mas assim muitas vezes
eu me sinto sobrecarregada
[...]
S8- Antes o trabalho era menos,
agora a gente trabalha mais,
mas eu gosto!
S2- Há ele melhorou bastante,
porque justamente, como falei
anteriormente, as turmas de
estagiários, o pessoal da
faculdade eles acrescentam
muito no nosso trabalho[...]
S3-[...] acadêmicos nos
ajudando bastante nesse
trabalho, aqui na Unidade
também mudou muito, pois a
presença dos alunos aqui
enriquece muito, tanto para
nos profissionais como para os
próprios pacientes, [...]
S6- Melhorou eu posso disser
90%, a estrutura física, a
estrutura em geral melhorou
muito. O paciente tem muito a
ganhar com isso, se bem que
eles não dão tanto valor ainda
S7- Meu trabalho melhorou,
porque hoje nós temos a
parceria da integração, então
muitas coisas que a prefeitura
não passa para a gente, nós
temos agora um parceiro para
nos ajudar, principalmente o
trabalho com a comunidade na
promoção da saúde, [...]

61
S8- Eu acho que é uma junção
boa e acredito que os
acadêmicos saem com outra
visão, com outro pensamento
de ajudar essas pessoas, então
eu acho que há uma melhora.
S10- [...]faz toda a diferença
ter o ensino aqui, porque os
alunos eles se preocupam muito
em passar de explicar sobre a
promoção e prevenção da
saúde. E vejo que o pessoal
tem se cuidado, mas de uma
maneira geral.
Estrutura física
01

Pouca mudança
03

S3- Nossa estrutura era
bastante deficiente, nós
sabemos que a prefeitura tem
muitas unidades para gerir e
muitas dificuldades, então nós
tínhamos uma estrutura
comprometida, [...] e também
muitas vezes por falta de
material, mas muito, mas por
falta de estrutura.
S4- Na verdade, não mudou
muita coisa, a única diferença
é que hoje nós temos uma
aluna dentro da sala para que
ela veja os procedimentos e a
gente passar o que é feito, [...]
S5- O trabalho basicamente
continuou o mesmo que faço
hoje, porém agora com alunos e
professores.
S9- Bom no trabalho não
mudou muito, continuo
desempenhando como eu
desempenhava [...]

Mais
responsabilidade

01

Reação negativa /
resistência
04

S9- Hoje meu trabalho é mais
dinâmico, com mais
responsabilidades, temos que
está mais empenhado,[...]
S1- No começo a comunidade,
ela não reagiu bem, porque foi
a maneira como foi feito. Fomos
tirados de antigo posto de
surpresa, eu também tive
problemas em me adaptar!
S5- [...]houve sim uma
resistência, mas com o passar
do tempo, como estamos aqui já

62
a algum tempo. Então com
conversa, orientações e com as
visitas que fazemos na área,
acho que isso está fazendo com
que a comunidade esteja se
aproximando mais ainda daqui
da Unidade, estão começando a
entender melhor o processo.
COMUNIDADE

S8- Olha no começo foi difícil,
foi muito difícil, porque houve a
mudança da localização do
posto[...]
S9- No início não foi fácil, não
viram com bons olhos, meio
ressabiados, até porque nos
atendíamos lá em baixo, mas
perto deles, e vinhemos para
cá, aí tem a questão dos alunos,
que diziam que se for aluno eu
não quero.
Ganho/
Melhoria
03

S2- Olhe a comunidade 90% é
favorável, porque nunca mais
vai faltar enfermeiro, nunca
mais vai faltar medico [...]
S10- Acho que eles reagem
positivamente, eles aceitam
bem, os alunos, eu estou com
uma residente agora e para eles
é uma festa, ter mais um
médico cuidando, eles
reagem super bem[...]

Medo / receio
02

Estranheza
01

S3- [...]acho que à pouca essa
resistência da comunidade foi
sendo quebrada, eles foram
vendo uma melhoria no
atendimento, na assistência,
uma ampliação dessa
assistência pois eles passaram
a ter uma maior assistência em
vários setores, [...]
S3- Inicialmente a população
ficou com medo, ficou com
receio, pois primeiro pela
localização, pois nós ficávamos
localizado bem mais próximo da
comunidade[...]
S6- Com um pouco de receio,
eles assim, acham que é muito,
mas não dão valor as coisas
que chegam muito fácil,[...]
S7-No princípio a comunidade
achou estranho, porque eles

63
eram acostumados só com o
atendimento da saúde e aí
quando veio a integração, eles
acharam estranho no começo,
mas depois eles acostumaram e
hoje é normal.
Estrutura Física

INTERVENÇÃO

Organização do
processo de
trabalho

01

S1-[..] ter um lugar único uma
farmácia única, se o Cesmac
traz essa quantidade de
material a secretária forneceria
outros e ai ficasse tudo em um
lugar só, onde tivesse uma
pessoa para fazer esse controle
e acabar com essa história[...]

05

S2- [...]o paciente precisa de
sigilo não colocar todos os
alunos de uma única vez nos
consultórios, [...] só mais a
organização.
S4- [...] eu acho que os alunos,
como eles ficam comigo apenas
um ou dois dias na semana e a
vacina é muito complexa, eu
preferiria que eles ficassem
pelo menos uma semana
seguida nessa vivencia, sem
ficar trocando por aluno.
S6- Que fosse deixado vagas
para o pessoal cadastrado da
Unidade[...]se tivéssemos um
meio de agendar os pacientes
daqui logo depois da consulta
com a medica para as
especialidades seria mais fácil.
S10- [...]eu sugiro é que eles
(alunos) façam mais
atividades educativa, que eles
tentem desenvolver de algum
modo, não só em forma de
palestra, mas de algumas
outras coisas mais praticas [...]
S5- No momento não me ocorre
nada, acho que não tem muito
que mudar não, é a gente
continuar assim com esse
trabalho.

Capacitação

64
01

Dialogo
01

Investimento

S3- Então a primeira coisa que
eu faria seria uma transição, um
preparo tanto de um lado
como de outro. Da instituição
para receber o serviço público,
como do serviço público vim
para dentro de uma instituição.
S8- eu tivesse de intervir eu
pediria ao município que
conversasse com os
profissionais, explicasse olhe
vai para tal lugar, tal dia tal
hora, houve uma junção entre
município e essa instituição sem
preparação, nós fomos jogados,
não houve escuta, só jogaram a
gente e pronto[...]. Acho que
deveria ter tido uma
preparação para os servidores

01
S7- Eu sugeriria que a prefeitura
investisse mais, porque muita
coisa a gente precisa e tem de
ficar pedindo aos parceiros da
integração, onde a prefeitura
deveria investir mais,
principalmente para a gente
trabalhar[..]

Fonte: Autora (2019)

Quadro 5: Triangulação de dados: Categorização entre as entrevistas dos Docentes e
dos Servidores municipais
Categoria

INTEGRAÇÃO

Subcategoria

Frequência

Junção

10

Unidade de registro
D1- Integração na qual a
academia vai estar junto do
serviço, e eu acho que essa
integração deve trazer ganhos
para os dois lados [...]
D4- [...]é onde a academia ela
está próxima do serviço, onde
os dois tem a possibilidade de
ter seu ônus e bônus, no nosso
caso da academia,
proporcionando aos nossos
alunos o aprendizado frente a
comunidade e uma equipe de
saúde da família, tirando esse
aluno do laboratório[...]
D5- Entendo que é trabalhar
junto em prol da comunidade e
os alunos aprendendo de como
fazer na pratica, na vivencia
real. Então eu preciso ter o
serviço junto com o ensino

65
trabalhando junto e o ensino
aprendendo no serviço [...]
D6- Para mim integração ensino
serviço é a instituição, o serviço
e a comunidade de uma
maneira geral caminhado junto,
trabalhando junto. [...]
S3- [...]seria trazer cada vez
mais perto o ensino, para o que
a gente já faz no nosso serviço,
através seja da participação do
aluno ativamente vivenciando
todo o dia a dia do serviço tudo
que a gente já faz.
S5- é uma junção do serviço de
saúde como ensino, e eu acho
que vem a melhorar, só quem
tem a ganhar é a comunidade.
S6- Uma coisa onde só a
comunidade tem a ganhar, o
profissional fica muito feliz
quando ver a junção do ensino
serviço, [...]
S7- É muito importante para a
comunidade, por que nós
tínhamos a deficiência em
algumas situações na unidade
básica e vindo para aqui depois
dessa junção do serviço com a
saúde, [...]
S8- Para mim essa integração é
uma junção entre o ensino e o
serviço.

Melhora
PROCESSO DE
TRABALHO

09

S9-[...] a gente tem
oportunidade de fazer essa
junção trás para aquele
acadêmico, outro olhar do
serviço,[...]
D1-[...] houve uma melhora
grande porque a gente ampliou
nosso campo de ação, nós
estamos indo para áreas que
antes nós não imaginávamos
em ir, então hoje a gente
consegue ter acesso a
diferentes áreas
D6[...]Acho que é assim para
nós conseguimos vencer a
cultura institucional da unidade,
ali tem uma cultura que era a do

66
chegar atrasado, fazer de
qualquer jeito, não valorizar etc.,
então nós temos vencido essa
cultura e estamos mostrando
que é possível sim fazer, de
que eles são participantes, [...]
D9[...]hoje a gente trabalha em
total participação,
colaboração melhor dizendo
entre a instituição e o serviço,
a gente consegue planeja as
idas a comunidade com o
serviço[...]
S2- Há ele melhorou bastante,
porque justamente, como falei
anteriormente, as turmas de
estagiários, o pessoal da
faculdade eles acrescentam
muito no nosso trabalho[...]
S3-[...] acadêmicos nos
ajudando bastante nesse
trabalho, aqui na Unidade
também mudou muito, pois a
presença dos alunos aqui
enriquece muito, tanto para
nos profissionais como para os
próprios pacientes, [...]
S6- Melhorou eu posso disser
90%, a estrutura física, a
estrutura em geral melhorou
muito. O paciente tem muito a
ganhar com isso, se bem que
eles não dão tanto valor ainda
S7- Meu trabalho melhorou,
porque hoje nós temos a
parceria da integração, então
muitas coisas que a prefeitura
não passa para a gente, nós
temos agora um parceiro para
nos ajudar, principalmente o
trabalho com a comunidade na
promoção da saúde, [...]
S8- Eu acho que é uma junção
boa e acredito que os
acadêmicos saem com outra
visão, com outro pensamento
de ajudar essas pessoas, então
eu acho que há uma melhora.
S10- [...]faz toda a diferença
ter o ensino aqui, porque os
alunos eles se preocupam muito

67
em passar de explicar sobre a
promoção e prevenção da
saúde. E vejo que o pessoal
tem se cuidado, mas de uma
maneira geral.
D1[...]dificulta essa aceitação
da comunidade junto com o
trabalho da academia [...]
COMUNIDADE

Dificuldade /
Resistencia

10
D2[...]era uma dificuldade que
já existia entre a equipe e
líderes da comunidade e o
Cesmac apenas acolheu a
equipe e acabou saindo como
vilão da história, mas o
problema já existia antes.
D5- No início foi difícil, pois
eles não entendiam muito bem
o que seria essa integração e
achavam até que seriam
cobaias do ensino[...]
D6[...]eu acho que eles não
receberam a gente no primeiro
momento com bons olhos,
porque eles tinham vínculo com
a equipe e se a equipe também
não recebeu a gente bem,
como eu posso dizer essa
equipe não se sentia na casa
deles, a comunidade como um
todo percebeu esse
estranhamento, se sentindo do
mesmo jeito[...] por mais que
eles tenham receio, por mais
que achem que são cobaias do
Cesmac, como já ouvi tantas
vezes, acho que eles começam
a se aproximar[...]
D7[...]inicialmente acho que
teve resistência da
comunidade pela falta de
compreensão do que é você ter
uma instituição de ensino,
porque o serviço ele presta
assistência a doença, então ele
é muito voltado para a doença,
coisa muito imediata e o ensino,
com a conotação muito mais de
promoção e prevenção de
saúde e essa comunidade não
tinha essa cultura, por isso essa
resistência no começo[...]
D9[...]foi algo meio difícil no
começo, porque a unidade

68
funcionava em outro espaço e
depois ela foi deslocada
fisicamente para o espaço da
instituição né[...]

Ganho /
Melhoria

07

D3[...]acho que foi uma reação
positiva, porque ampliou muito
o cuidado que essa população
recebe, então ampliou-se a
questão da clínica, onde o
serviço tinha uma certa
limitação, [...]
D4[...]eu acho que essa
integração, só quem ganhou
realmente foi a comunidade, no
sentido que hoje tem uma
academia um serviço de
excelência, oferecido por
professores e alunos e em
conjunto com o próprio serviço
que aqui está[...]
D5[...], mas hoje para
comunidade eles enxergam
como um melhor feito, porque
eles acabam tendo acesso a
uma rede de serviços que as
clinicas do Cesmac oferece
para essa comunidade e eles
acabam que tem algo a mais na
saúde deles, [...]
D9[...]hoje a comunidade
consegue enxergar, os
benefícios dessa integração,
porque ela consegue ter acesso
a uma rede muito grande da
universidade, da instituição de
ensino superior e ter acesso a
um serviço de qualidade[...]
S2- Olhe a comunidade 90% é
favorável, porque nunca mais
vai faltar enfermeiro, nunca
mais vai faltar medico [...]
S10- Acho que eles reagem
positivamente, eles aceitam
bem, os alunos, eu estou com
uma residente agora e para eles
é uma festa, ter mais um
médico cuidando, eles
reagem super bem[...]
S3- [...]acho que à pouca essa
resistência da comunidade foi

69
sendo quebrada, eles foram
vendo uma melhoria no
atendimento, na assistência,
uma ampliação dessa
assistência pois eles passaram
a ter uma maior assistência em
vários setores, [...]
D3[...]a necessidade que eles
façam alguma capacitação,
para estarem preparados para
estarem junto com a gente do
ensino.

Capacitação
04

D8[...]necessário um processo
de capacitação, formação,
conscientização dessa equipe,
que houvesse até mecanismos
institucionais que estimulasse
essa integração ensino-serviço,
que os profissionais que fossem
mais atuantes para essa
integração houvesse um
reconhecimento[...]

INTERVENÇÃO

D9[...]reuniões periódicas para
educação permanente, a
educação permanente no
sentido da reflexão sobre a
prática, [...]

S3- Então a primeira coisa que
eu faria seria uma transição, um
preparo tanto de um lado
como de outro. Da instituição
para receber o serviço público,
como do serviço público vim
para dentro de uma instituição.
Dialogo

02
D5[...]tenta fazer reuniões com
o serviço para tentar melhorar
essa integração, para ver se o
serviço consegue contribuir
mais[...]
S8- eu tivesse de intervir eu
pediria ao município que
conversasse com os
profissionais, explicasse olhe
vai para tal lugar, tal dia tal
hora, houve uma junção entre
município e essa instituição sem
preparação, nós fomos jogados,
não houve escuta, só jogaram a
gente e pronto[...]. Acho que

70
deveria ter tido uma
preparação para os servidores
Fonte: Autora (2019)

Quadro 6 – Sinopse do vídeo Caminhos para uma boa integração ensino serviço.

Fonte: Autora (2020).

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Apêndice A -

Perguntas para a entrevista em profundidade
(Roteiro estruturado)

1- O que você entende por integração ensino – serviço?
( ) Não desejo responder

2- Como era seu trabalho antes da integração feita entre a SMS de Maceió e a
IES?
( ) Não desejo responder

3- Após esta integração ensino –serviço, como está seu trabalho hoje?
( ) Não desejo responder

4- Como você acha que a comunidade reagiu a esta Integração?
( ) Não desejo responder

5- Se você pudesse intervir nesta integração, o que você sugeriria?
( ) Não desejo responder

6- Existe algum ponto que você quer colocar sobre esta integração ensinoserviço que não foi perguntado?
( ) Não desejo responder

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Apêndice B - Questionário para a caracterização da amostra
Docentes da Instituição de Ensino Superior (IES)

1- Qual sua graduação?
_________________________________________________________________
2- Quanto tempo tem de formado?
_________________________________________________________________
3- Possui especialização em:

( ) Saúde Pública,
( ) Saúde Coletiva,
( ) Saúde da Família,
( ) Outros
( ) Não desejo responder
3.1 – Em caso de outro curso, indique qual?
________________________________________________________________

4- Trabalha ou já trabalhou em algum serviço de saúde vinculado ao SUS?
( ) Não,
( ) Sim
( ) Não desejo responder
4.1 – Em caso afirmativo, indique o serviço?
_________________________________________________________________
5- Você faz parte do grupo da Integrado de Saúde da IES?
( ) Não,
( ) Sim
( ) Não desejo responder
5.1 – Em caso afirmativo, relate há quanto tempo?
_________________________________________________________________
6- Trabalha em contado com a equipe de saúde da família da Unidade Docente
Assistencial Paulo Oliveira Costa?
( ) Não,
( ) Sim
( ) Não desejo responder
6.1- Em caso afirmativo, relate há quanto tempo?
_________________________________________________________________

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Apêndice C- Questionário para a caracterização da amostra
Servidores municipais de saúde

1- Há quanto tempo está trabalhando para a Secretária Municipal de Saúde (SMS) de
Maceió?
_________________________________________________________________
2- Qual é o seu vínculo empregatício com a SMS?
( ) Concursado,
( ) Prestador de serviço,
( ) Cargo comissionado,
( ) CLT ( Contratado por meio de carteira de trabalho)
( ) Não desejo responder
3- Você faz parte da equipe de saúde da família da Unidade Docente Assistencial
Paulo Oliveira Costa?
( ) Não,
( ) Sim
( ) Não desejo responder
3.1 –Em caso afirmativo, indique a sua função?
_________________________________________________________________
4- Possui curso superior?
( ) Não,
( ) Sim
( ) Não desejo responder
4.1- Em caso afirmativo, indique qual?
_________________________________________________________________
5- Possui alguma especialização em:
( ) Saúde Pública,
( ) Não desejo responder
( ) Saúde Coletiva,
( ) Saúde da Família,
( ) Outros
5.1- Se marcou a alternativa outros, indique qual?
_________________________________________________________________
6- Trabalha em contado com os professores e alunos da Instituição de ensino superior
(Cesmac) na Unidade Docente Assistencial Paulo Oliveira Costa?
( ) Não,
( ) Sim
( ) Não desejo responder
6.1- Em caso afirmativo, relate há quanto tempo?

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ANEXO A – Parecer Consubstancial do Comitê de Ética em Pesquisa

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ANEXO B – SUBMISSÃO EM REVISTA CIENTIFICA