Segundo a OMS, existem 800.000 mortes por suicídio a cada ano e o número de tentativas de suicídio é cerca de 20 vezes maior. O suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens adultos em todo o mundo. Várias evidências sugerem que o comportamento suicida pode ser influenciado por perturbações nos ritmos circadianos, que se baseiam em distúrbios do sono, associações com cronotipos e polimorfismos dos genes do relógio, marcadores moleculares circadianos, epidemiologia sazonal e da hora do dia e uma importante associação com transtornos do humor. Estudamos a associação entre ritmos circadianos e comportamento suicida de uma perspectiva multidimensional, que inclui abordagens clínicas e epidemiológicas, modelos animais, inteligência artificial e biologia molecular. Além de compreender a neurobiologia do comportamento suicida a partir de um modelo de ruptura circadiana, objetivamos contribuir para a prevenção do suicídio, identificando fatores de risco ambientais e comportamentais, propor estratégias preventivas cronoterapêuticas e promover atividades na comunidade e com populações em risco.
Investigamos a variabilidade interindividual no tempo interno e no comportamento do sono a partir de perspectivas cognitivas, comportamentais e genéticas em populações humanas. Temos identificado a contribuição de polimorfismos nos genes relógio e genes envolvidos na modulação sistêmica dos ritmos circadianos, na preferência circadiana, nos hábitos de sono e nos traços de personalidade associados às condições neuropsiquiátricas. Também estudamos como as interações entre o tempo circadiano e fatores externos modulam as habilidades e o comportamento cognitivo humano, desde os estágios iniciais de desenvolvimento até a idade adulta.
Também estamos interessados em aspectos moleculares dos ritmos circadianos. Temos estudado a contribuição dos microRNAs para a modulação dos ritmos circadianos, possível viés técnico em experimentos circadianos, a organização de relógios moleculares no cérebro dos mamíferos e a evolução dos osciladores celulares.