FABRÍCIO GONÇALVES CAVALCANTE
SISTEMATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOBRE SAÚDE BUCAL NUMA ÁREA COBERTA PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - PROFSAÚDE
MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA
FABRÍCIO GONÇALVES CAVALCANTE
SISTEMATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOBRE SAÚDE BUCAL NUMA ÁREA
COBERTA PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
MACEIÓ – AL
2023
FABRÍCIO GONÇALVES CAVALCANTE
SISTEMATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOBRE SAÚDE BUCAL NUMA ÁREA
COBERTA PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Dissertaç ão apresentada ao Programa de
Pós-Graduaç ão em Saúde da Família –
PROFSAÚDE,
vinculado
ao
Polo
Universidade Federal de Alagoas - UFAL,
como requisito para obtenç ão do tit́ ulo de
Mestre em Saúde da Família.
Orientadora: Profa. Dra. Rozangela Maria
de Almeida Fernandes Wyszomirska
Coorientadora: Profa.
Suruagy Correia
Dra.
Divanise
Linha de pesquisa: Informação e Saúde
MACEIÓ – AL
2023
Ficha Catalográfica
Folha de Aprovação
Dedico
Às minhas filhas Maria Eduarda e Maria
Luiza, meus frutos e bens preciosos; aos
meus pais Maurício e Josenilda pela minha
criação e formação; à minha esposa
Jaqueline pelo companheirismo; aos meus
avós Iracema, João e Pedro (in memoriam)
pelo incentivo aos estudos.
AGRADECIMENTOS
A Deus pela minha vida e pela permissão para que pudesse cursar e concluir
o Mestrado Profissional em Saúde da Família.
Aos meus intercessores no céu: Nossa Senhora, Santa Terezinha do Menino
Jesus, Santa Rita de Cássia e Padre Cícero Romão Batista.
Aos meus pais Maurício e Josenilda, à minha esposa Jaqueline e às minhas
filhas Maria Eduarda e Maria Luiza por estarem sempre junto a mim, acreditando no
meu potencial e me encorajando para as batalhas diárias.
À orientadora Profa. Dra. Rozangela Maria de Almeida Fernandes
Wyszomirska pela brilhante orientação e pela paciência que teve comigo.
À coorientadora Profa. Dra. Divanise Suruagy Correia pela prontidão para
ajudar na orientação.
A todos os docentes do Mestrado Profissional em Saúde da Família pelos
conhecimentos transmitidos.
A todos os discentes da Turma 03 do Mestrado Profissional em Saúde da
Família pela parceria ao longo do curso.
À banca examinadora composta pelos professores Dra. Rozangela Maria de
Almeida Fernandes Wyszomirska, Dra. Josineide Francisco Sampaio e Dra. Heloisa
Helena Motta Bandini.
Aos colaboradores e aos participantes da pesquisa.
Ao programador Felipe Emídio Esteves da Silva, responsável pelo
desenvolvimento do protótipo de aplicativo.
Ao José Carlos dos Santos Freitas, pela digitação da dissertação.
Mas aqueles que esperam no Senhor
renovam as suas forças. Voam alto como
águias; correm e não ficam exaustos,
andam e não se cansam.
(Isaías 40:31)
RESUMO
Introdução: em dezembro de 2000, o Ministério da Saúde, através da portaria 1444,
incluiu Equipes de Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família proporcionando a
ampliação do acesso da população aos serviços e às ações de saúde bucal no Brasil.
Estas, por sua vez, precisam obter o diagnóstico em saúde bucal da área adscrita
para a realização de um planejamento eficaz e impactante. Atualmente são usadas
fichas físicas para a execução do levantamento de necessidades em saúde bucal.
Objetivo: desenvolver e avaliar um protótipo de aplicativo para consolidação e
sistematização de dados epidemiológicos relacionados à saúde bucal. Métodos:
estudo metodológico com uma abordagem quantitativa do tipo descritiva realizada em
uma área coberta pela Estratégia Saúde da Família. Se dividiu em duas fases. Na
primeira , foi desenvolvido um protótipo de aplicativo usando uma versão simplificada
da metodologia ágil SCRUM. Na segunda fase , o protótipo criado foi usado como
instrumento de coleta, armazenamento e consolidação de dados para a obtenção do
diagnóstico situacional em saúde bucal de uma área definida. De acordo com os
estudos de Charan e Biswas (2013), usou-se uma amostra de 384 participantes para
se ter um nível de confiança de 95%. Resultados: foi desenvolvido um protótipo de
aplicativo que serviu para a coleta, armazenamento e consolidação de dados
epidemiológicos sobre saúde bucal. Desta forma descobriu-se que na população
estudada 47,14% dos indivíduos apresentam 6 ou mais dentes cariados; 26,30%
apresentam de 1 a 5 dentes cariados; e que 26,56% não apresentam dentes cariados
; a doença periodontal atinge 36,46% da população; a necessidade de prótese
dentária foi verificada em 55,21% da população; a presença de fatores de risco para
o câncer bucal foi observada em 17,45% da população . Descobriu - se, também, que
9,38% dos indivíduos fumam; que 1,56% consomem bebida alcoólica; que 4,95%
usam prótese dentária; e que 5,21% apresentam alteração na mucosa bucal. A partir
do estudo, foi possível desenvolver um produto educacional para o acompanhamento
do pré-natal odontológico na atenção primária à saúde. Conclusão: o protótipo de
aplicativo criado foi responsável pela sistematização das informações sobre saúde
bucal da população estudada e pela criação do mapa falante virtual do território. Com
isso houve celeridade e praticidade na coleta e na atualização dos dados. O guia
interativo desenvolvido irá fornecer orientações para a realização de um pré-natal
odontológico qualificado e para o alcance da meta pactuada para o indicador 3 do
Previne Brasil.
Palavras-chave: Diagnóstico Situacional; Saúde Bucal; Protótipo de Aplicativo;
Sistematização de Informações.
ABSTRACT
Introduction: In December 2000, the Ministry of Health, through ordinance 1444,
included Oral Health Teams in the Family Health Strategy, providing an expansion of
the population's access to oral health services and actions in Brazil. These teams need
to obtain the oral health diagnosis of the assigned area in order to carry out an effective
and impactful planning. Currently, physical files are used to carry out the survey of
needs in oral health. Objective: To develop and evaluate a prototype application for
the consolidation and systematization of epidemiological data related to oral health.
Methods: Methodological study with a quantitative approach of the descriptive type
carried out in an area covered by the Family Health Strategy. It was divided into two
phases. In the first phase, an application prototype was developed using a simplified
version of the agile SCRUM methodology. In the second phase, the created prototype
was used as a data collection, storage and consolidation instrument to obtain the
situational diagnosis in oral health of a defined area. According to studies by Charan
and Biswas's (2013), a sample of 384 participants was used to obtain a confidence
level of 95%. Results: An application prototype was developed that served to collect,
store and consolidate epidemiological data on oral health. In this way it was discovered
that in the studied population, 47.14% of individuals present six or more decayed teeth
; 26.30% have 1 to 5 decayed teeth ; and that 26.56% do not have decayed teeth;
Periodontal disease affects 36.46% of the population; the need for dental prosthesis
was verified in 55.21% of the population; the presence of risk factors for oral cancer
was observed in 17.45% of the population . It was also discovered that 9.38% of
individuals smoke; that 1.56% consume alcoholic beverages; that 4.95% use dental
prosthesis; and that 5.21% have changes in the oral mucosa. From the study it was
possible to develop an educational product for the follow-up of dental prenatal care in
primary health care. Conclusion: The created application prototype was responsible
for the systematization of information on oral health of the studied population and for
the creation of the virtual speaking map of the territory. With that there was speed and
practicality in the collection and updating of the data. The developed interactive guide
will provide guidelines for carrying out a qualified dental prenatal care and for achieving
the goal agreed for Indicator 3 of Preventive Brazil.
Keywords: Situational Diagnosis; Oral Health; Application Prototype; Information
Systematization.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Imagem do Conjunto Professor Paulo Bandeira, do bairro Benedito
Bentes, que pertence ao VI Distrito Sanitário do município de Maceió-AL
32
Figura 2 - Imagem da microárea 02 do território (Área 79), localizada no bairro
Benedito Bentes, em Maceió - AL
32
Figura 3 - Coleta de dados: realização do exame bucal, em adulta, durante visita
domiciliar
40
Figura 4 - Coleta de dados: realização do exame bucal, em criança, durante visita
domiciliar
41
Figura 5 - Coleta de dados: realização do exame bucal, em adolescente, durante
visita domiciliar
42
Figura 6 - Coleta de dados: realização do exame bucal, em idosa, durante visita
domiciliar
42
Figura 7 - Coleta de dados: realização do exame bucal no consultório odontológico 43
Figura 8 - Imagem da tela do protótipo de aplicativo LNSB usada para a realização
do login e da tela seguinte
56
Figura 9 - Imagem da tela do dashboard do protótipo de aplicativo LNSB onde é
possível visualizar os gráficos com informações sobre a população e saúde bucal 57
Figura 10 - Imagem da tela do protótipo de aplicativo LNSB destinada ao cadastro
dos pacientes
58
Figura 11 - Imagem da tela do protótipo de aplicativo LNSB que mostra as opções
de acesso às informações dos conjuntos residenciais que compõem o território
59
Figura 12 - Imagem da tela do protótipo de aplicativo LNSB com detalhes dos
conjuntos residenciais que compõem o território
59
Figura 13 - Imagem da tela do protótipo de aplicativo LNSB que mostra o mapa
falante virtual do território
60
Figura 14 - Imagens da capa, folha de rosto e página de apresentação do guia
85
Figura 15 - Imagens das páginas 3, 4 e 5 do Guia interativo
86
Figura 16 – Imagens das páginas 6, 7 e 8 do Guia Interativo
87
Figura 17 - Imagens das páginas 9, 10 e 11 do Guia Interativo
88
Figura 18 - Imagens das páginas 12, 13 e 14 do Guia Interativo
89
Figura 19 - Imagens das páginas 15 e 16 do Guia Interativo
90
Figura 20 - Imagens das páginas 17 e 18 do Guia Interativo
91
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Quantidade de participantes do estudo mensurado pelo protótipo de
aplicativo LNSB
61
Gráfico 2 - Risco à cárie dentária da população estudada, mensurado pelo protótipo
de aplicativo LNSB
61
Gráfico 3 - Percentual de ocorrência da doença periodontal na população estudada 62
Gráfico 4 - Percentual de indivíduos que necessitam de prótese dentária na população
estudada
62
Gráfico 5 - Porcentagem da necessidade de prótese dentária mandibular na
população estudada
63
Gráfico 6 - Porcentagem da necessidade de prótese dentária maxilar na população
estudada
63
Gráfico 7 - Percentual da presença de fatores de risco para o câncer bucal na
população estudada
64
Gráfico 8 - Percentual de fumantes da população estudada
64
Gráfico 9- Percentual de indivíduos que consomem bebidas alcoólicas na população
estudada
65
Gráfico 10 - Porcentagem de indivíduos que usam próteses dentárias na população
estudada
65
Gráfico 11 - Porcentagem de indivíduos com alteração na mucosa bucal
66
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Ferramentas usadas no desenvolvimento do protótipo de aplicativo e suas
respectivas funções
33
Quadro 2 - Identificação da população da microárea 02, da área 79, por raça/cor,
Maceió (2022)
36
Quadro 3 - Identificação da população da microárea 02, da área 79, de acordo com a
presença de algum tipo de deficiência, Maceió (2022)
36
Quadro 4 - Ferramentas usadas no desenvolvimento do protótipo de aplicativo e suas
respectivas funções
52
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 17
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 20
2. 1 Cárie dentária ..................................................................................................... 22
2. 2 Doença periodontal ............................................................................................ 23
2. 3 Edentulismo ........................................................................................................ 25
2. 4 Câncer bucal ...................................................................................................... 26
3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 30
3. 1 Objetivo geral ..................................................................................................... 30
3. 2 Objetivos específicos.......................................................................................... 30
4 MÉTODOS (ASPECTOS GERAIS) ....................................................................... 31
4. 1 Desenho do estudo ............................................................................................ 31
4. 2 Local do estudo .................................................................................................. 31
4. 3 Fases do estudo ................................................................................................. 31
4. 3. 1 Fase 1 – Elaboração do protótipo de aplicativo .............................................. 33
4. 3. 1. 1 Desenvolvimento do mapa falante virtual ................................................... 34
4. 3. 1. 1. 1 Alimentação do mapa falante virtual....................................................... 34
4. 3. 2 Fase 2 – Avaliação do protótipo de aplicativo ................................................ 34
4. 3. 2. 1 Diagnóstico situacional ............................................................................... 37
4. 3. 2. 1. 1 Amostra .................................................................................................. 37
4. 3. 2. 1. 2 Seleção dos participantes ...................................................................... 37
4. 3. 2. 1. 3 Coleta de dados ..................................................................................... 38
4. 3. 2. 1. 4 Seleção e treinamento para a coleta de dados ...................................... 39
4. 3. 2. 1. 5 Procedimentos para a coleta de dados .................................................. 39
4. 3. 2. 1. 5. 1 Visita domiciliar ................................................................................... 39
4. 3. 2. 1. 5. 2 Exame bucal ....................................................................................... 39
4. 3. 2. 1. 5. 3 Preenchimento dos campos do protótipo de aplicativo ...................... 40
4. 4 Análise de dados ................................................................................................ 43
4. 5 Aspectos éticos .................................................................................................. 43
5 RESULTADOS…………………………………………………………………………...45
5. 1 Produto 1: Artigo científico ................................................................................. 45
5.1.1 Introdução ........................................................................................................ 47
5.1.2 Métodos............................................................................................................ 51
5.1.2.1 Desenho do estudo ....................................................................................... 51
5.1.2.2 Local do estudo ............................................................................................. 52
5.1.2.3 Fases do estudo ............................................................................................ 52
5.1.2.4 Amostra ......................................................................................................... 53
5.1.2.5 Seleção dos participantes ............................................................................. 54
5.1.2.6 Coleta de dados ............................................................................................ 54
5.1.2.7 Análise dos dados ......................................................................................... 55
5.1.2.8 Aspectos éticos ............................................................................................. 55
5.1.3 Resultados ....................................................................................................... 55
5.1.4 Discussão ......................................................................................................... 66
5.1.5 Conclusão ........................................................................................................ 71
Referências ............................................................................................................... 72
5. 2 Produto 2: Produto técnico - Guia interativo para acompanhamento do pré-natal
odontológico na atenção primária à saúde ................................................................ 77
5. 2. 1 Tipo de produto .............................................................................................. 79
5. 2. 2 Público-alvo .................................................................................................... 79
5. 2. 3 Introdução ...................................................................................................... 79
5. 2. 4 Método ........................................................................................................... 82
5. 2. 4. 1 Etapa 1: Produção do conhecimento .......................................................... 82
5. 2. 4. 2 Etapa 2: Criação do produto ....................................................................... 83
5. 2. 5 Resultados esperados .................................................................................... 85
5. 2. 6 Considerações finais ...................................................................................... 91
Referências ............................................................................................................... 92
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 95
REFRÊNCIAS GERAIS ............................................................................................ 96
APÊNDICES ........................................................................................................... 105
APÊNDICE A – Termo de anuência ...................................................................... 106
APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido ........................... 107
APÊNDICE C – Termo de consentimento livre e esclarecido para pais ou
responsáveis legais dos menores de 18 anos .................................................... 111
APÊNDICE D – Termo de assentimento livre e esclarecido para participantes
entre 13 e 17 anos ................................................................................................. 115
APÊNDICE E- Termo de assentimento livre e esclarecido para crianças com
idade entre 07 e 12 anos ....................................................................................... 119
APÊNDICE F – Termo de autorização do uso de imagem ................................. 122
APÊNDICE G – Termo de autorização do uso de imagem (responsáveis legais
por menores de 18 anos) ...................................................................................... 123
APÊNDICE H – Guia interativo para acompanhamento do pré-natal
odontológico na atenção primária à saúde ......................................................... 124
ANEXOS ................................................................................................................. 143
ANEXO A – Autorização motivada - Minuta 50 ................................................... 144
ANEXO B – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal
de Alagoas ............................................................................................................. 146
ANEXO C- Variáveis indicadoras de risco de saúde bucal segundo abordagem
STEPS (OMS, 2017, p. 68) ..................................................................................... 156
ANEXO D – Variáveis indicadoras de risco de saúde bucal para crianças e
adolescentes segundo abordagem STEPS (OMS, 2017, p. 69) ......................... 157
ANEXO E – Relatório de cadastro individual / Equipe Carla Nogueira III /
Microárea 02 (Dezembro/2022) ............................................................................. 158
ANEXO F – Manual da atenção básica em saúde bucal do Estado de Alagoas
................................................................................................................................ 163
ANEXO G – Ficha “levantamento de necessidade em saúde bucal”................ 191
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACS
Agente Comunitário de Saúde
APS
Atenção Primária à Saúde
ASB
Auxiliar de Saúde Bucal
CAAR
Certificado de Apresentação e Apreciação Ética
CD
Cirurgião Dentista
CEO
Centro de Especialidades Odontológicas
CEO-D
Soma dos dentes cariados, perdidos e obturados na dentição decídua
CEP
Comitê de Ética em Pesquisa
CNS
Conselho Nacional de Saúde
CNS
Cartão Nacional de Saúde
CONEP
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
CPI
Índice Periodontal Comunitário
CPO-D
Soma dos dentes cariados, perdidos e obturados na dentição
permanente
CTADS
Carcinoma de células escamosas do trato aerodigestivo superior
CTM3
Método de elaboração de produto educacional, orientado por C –
concepção do produto; T – referencial teórico; M3 – referencial
EPI
metodológico
ESF
Equipamentos de Proteção Individual
Estratégia Saúde da Família
HPV
Papilomavírus humano
IDH
Índice de Desenvolvimento Humano
OMS
Organização Mundial da Saúde
PIP
Perda de inserção periodontal
PPR
Prótese Parcial Removível
PTR
Prótese Total Removível
STEPS
Abordagem STEPwise da Organização Mundial da Saúde para
vigilância dos fatores de riscos das doenças crônicas
SUS
Sistema Único de Saúde
TALE
Termo de Assentimento Livre e Esclarecido
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TIC
Tecnologias de Informação e Comunicação
TSB
Técnico de Saúde Bucal
UBS
Unidade Básica de Saúde
UFAL
Universidade Federal de Alagoas
17
1 INTRODUÇÃO
O Sistema Único de Saúde (SUS) é constituído por um conjunto de ações e
serviços públicos de saúde realizados no território brasileiro. Ele é orientado por
princípios e diretrizes que têm validade em todos os municípios e estados da
federação. O SUS foi criado a partir da concepção de que saúde é um direito de todos
e um dever do estado segundo a constituição brasileira artigos 196 a 200 (BRASIL,
1988; GIOVANELLA et al., 2012).
A implementação do SUS ocorreu no início da década de 1990, após a
promulgação da lei orgânica da saúde, Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,
complementada pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990. O SUS não é
composto apenas pelos serviços públicos, mas também tem contrato com uma ampla
rede de serviços privados. Seu financiamento tem origem em diversas receitas
arrecadadas pela união, estados e municípios (GIOVANELLA et al., 2012).
Os princípios e diretrizes norteadores do SUS são estabelecidos pela lei
orgânica da saúde. Entre estes, merecem destaques: 1) Universalidade em todos os
níveis de assistência; 2) Igualdade na assistência à saúde, sem pré-conceitos ou
privilégios de qualquer espécie; 3) Integralidade da assistência; 4) Participação da
comunidade; 5) Descentralização político-administrativa com direção única em cada
esfera de governo (GIOVANELLA et al., 2012).
A Estratégia Saúde da Família foi criada para reorganizar e fortalecer a Atenção
Primária à Saúde (APS), que é o primeiro nível de atenção do SUS e prioriza as ações
de promoção, proteção e recuperação da saúde de forma integral e continuada.
Dentro do seu conjunto de ações, procura reconhecer as necessidades da população
através de vínculos estabelecidos entre os usuários e os profissionais de saúde em
contato permanente com a população daquele território (BATISTA et al., 2016).
A
realização
de
levantamentos
epidemiológicos,
levantamentos
de
necessidade imediatas e avaliação de risco é recomendada para organizar a demanda
que se acumula nos serviços. Para a efetivação desse processo é necessário um
sistema de informação que seja capaz de disponibilizar os dados e de produzir
informações confiáveis que serão utilizadas para a geração de novas ações. Com o
conhecimento do território e da população, assim como a dinâmica que envolve as
famílias e a comunidade, as equipes da Estratégia Saúde da Família adquirem
18
importantes subsídios para o planejamento, para o acompanhamento de ações e para
a avaliação (BRASIL, 2006).
O mapa falante é um instrumento confeccionado durante o processo de
territorialização em saúde e que serve para espacializar as informações disponíveis
sobre o território e, desta forma, facilitar a interpretação dessas informações
(BISSACOTT et al., 2019).
A Atenção Básica propõe a utilização do diagnóstico da comunidade como
etapa e ferramenta fundamental no processo de planejamento e implementação das
equipes multiprofissionais (RIBEIRO et al., 2012).
Para ampliar o acesso da população às ações de saúde bucal, o Ministério da
Saúde incluiu Equipes de Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família. Esta inclusão
ocorreu através da portaria nº 1.444, de dezembro de 2000 (BRASIL, 2000).
Através do planejamento em saúde é possível promover a consolidação dos
princípios que regem o SUS. Ele deve ser feito objetivando o alcance das condições
de saúde e da vida da população (SÁ et al., 2015).
O planejamento das ações da odontologia na Estratégia Saúde da Família vem
sendo prejudicado pela falta de diagnóstico situacional em saúde bucal da população.
O uso de fichas físicas para fazer o levantamento de necessidades em saúde bucal
tem dificultado a obtenção do conhecimento das condições de saúde bucal dos
moradores das áreas de abrangência das equipes. De acordo com Sá e colaboradores
(2015), com o planejamento em saúde bucal pouco sistematizado, as ações de saúde
ainda são limitadas e exigem uma articulação entre preceitos do SUS e uma prática
de planejamento que legitime e fortaleça o trabalho das equipes de saúde da família.
O Ministério da Saúde, através da Portaria nº 2.690, de 05 de novembro de
2009, instituiu no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de
Gestão de Tecnologias em Saúde. Esta objetiva “maximizar os benefícios de saúde,
a serem obtidos com os recursos disponíveis, assegurando o acesso da população a
tecnologias efetivas e seguras em condições de equidade” (BRASIL, 2009).
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, através da Portaria nº 4.826,
de 27 de maio de 2021, estabelece a estratégia para pesquisa, desenvolvimento e
inovação em saúde, seguindo a Política de Desenvolvimento Científico, Tecnológico
e Inovação para Qualidade de Vida, no âmbito do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovações. Um dos principais objetivos dessa estratégia é contribuir para a prevenção,
19
o diagnóstico e o tratamento de doenças, visando a melhoria da qualidade de vida e
do aumento da expectativa de vida do povo brasileiro (BRASIL, 2021).
Sendo assim, o presente estudo objetivou o desenvolvimento e a avaliação de
um protótipo de aplicativo para consolidação e sistematização de dados
epidemiológicos relacionados à saúde bucal numa das microáreas do território
formado pelos Conjuntos Residenciais Professor Paulo Bandeira e Luiz Pedro III,
localizados no bairro Benedito Bentes, que pertence ao VI Distrito Sanitário de Maceió
- AL.
Os Conjuntos são cobertos pela Estratégia Saúde da Família e fazem parte da
área de abrangência da Equipe de Saúde da Família Carla Nogueira III e da Equipe
de Saúde Bucal Carla Nogueira III. As duas equipes pertencem à Unidade de Saúde
da Família Carla Nogueira Gomes, que está localizada no Conjunto Residencial Selma
Bandeira e que é uma das portas de entrada do SUS em Maceió.
A partir deste estudo foi desenvolvido um guia interativo para orientar cirurgiões
dentistas, que atuam na atenção primária à saúde, sobre a condução do pré-natal
odontológico, de modo a tratar e prevenir afecções bucais nas gestantes.
20
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A adoção da Estratégia Saúde da Família como modelo assistencial prioritário
e o considerável investimento para a expansão da rede e dos recursos humanos
capacitados para trabalhar nesse nível assistencial representou um grande avanço
para a atenção básica à saúde no Brasil (COLUSSI; CALVO, 2011).
Com a incorporação do novo modelo assistencial, buscou-se a reformulação
do processo de trabalho inserido no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) e
centrado na vigilância à saúde através de ações de promoção, prevenção e
recuperação da saúde. A Estratégia Saúde da Família se baseia numa nova
concepção sobre o processo saúde-doença, com atenção focada na família e com
ações sistematizadas dentro de um território definido (SOUZA et al., 2001; TRAD;
BASTOS, 1998; VIANA; DAL POZ, 1998).
A implementação da Estratégia Saúde da Família (ESF) proporcionou a
redução das taxas de mortalidade infantil e das desigualdades em saúde,
principalmente nos municípios com menor índice de desenvolvimento (AQUINO et al.,
2009; BARRETO et al., 2014 apud MORAES et al., 2021). Esse modelo assistencial
também é responsável pela redução das taxas de desnutrição em crianças menores
de 5 anos e de internações de crianças de 1 ano por doenças como gastroenterite
(PINTO et al., 2018 apud MORAES et al., 2021).
Através da portaria nº 1.444, o Ministério da Saúde destinou recursos
financeiros para a inclusão das equipes de saúde bucal na Estratégia Saúde da
Família (BRASIL, 2000). Isso proporcionou a expansão dos serviços e das ações de
saúde bucal pelo Brasil (SOUZA; RONCALLI, 2007).
A implantação de uma Política Nacional de Saúde Bucal, em 2004, através do
Brasil Sorridente, representou um marco para a atenção em saúde bucal no âmbito
da saúde pública no Brasil. Essa política contribuiu para a ampliação e capacitação
das Equipes de Saúde Bucal no âmbito da Estratégia Saúde da Família, a criação dos
Centros de Especialidades Odontológicas e Laboratórios Regionais de Próteses
Dentárias e o desenvolvimento da vigilância e de ações de educação e promoção da
saúde bucal, apresentando papel fundamental na ampliação do acesso à atenção e
na melhoria dos indicadores do país (CHAVES et al., 2017).
21
A Estratégia de Saúde da Família tem o território como eixo central da
organização do seu processo de trabalho. A ampla relação das equipes com os
respectivos territórios favorece o estreitamento das relações interpessoais e,
consequentemente, o estabelecimento de vínculos com os indivíduos, com as famílias
e com a comunidade O uso de ferramentas como o mapeamento do território, o
cadastramento das famílias e a rotina de visitas domiciliares realizadas pelos agentes
comunitários de saúde, permitem reunir informações valiosas para o diagnóstico e
planejamento de ações na área (CASOTTI et al., 2016).
De acordo com Monken e Barcellos (2005), a prática da vigilância em saúde e
a organização do processo de trabalho em territórios é de suma importância, e
afirmam ainda que ações oportunas podem ser desenvolvidas nas áreas de
abrangência das equipes, a partir da combinação do diagnóstico local e do uso de
diferentes tecnologias para o controle dos determinantes, dos riscos e dos danos à
saúde.
Silva et al. (2003) apud Silva et al. (2010) apontam para a notoriedade dos
sinais de forte crescimento da influência das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC) nas questões em saúde.
Santos e Carvalho (2014) destacam que a A tecnologia avança de forma rápida
e é evidente os benefícios que a inclusão digital traz para a sociedade de uma forma
geral. Atividades do dia a dia que antigamente eram exaustivas e tomavam muito
tempo, hoje em dia podem ser realizadas de forma simples e rápida, graças ao
constante avanço tecnológico.
Lorenzetti et al. (2012), explica que a incorporação da tecnologia deve almejar
melhores cuidados de saúde para todos e que estes devem ser mais resolutivos, mais
responsáveis. Acrescenta ainda que as ciências e as inovações tecnológicas devem
ser conduzidas com foco na priorização da solução dos graves problemas estruturais
e globais da humanidade. Frisa que deve ser assumido um compromisso efetivo de
contribuição, significativamente, para uma sociedade mais digna, justa, solidária e
sustentável.
Em conformidade com o Manual de Atenção Básica em Saúde Bucal do Estado
de Alagoas (2009) (Anexo F), as Equipes de Saúde Bucal, vinculadas à Estratégia
Saúde da Família, precisam obter o diagnóstico em saúde bucal da população da área
adscrita.
22
O primeiro passo é a definição da área de abrangência, que deve ser feita pela
Secretaria Municipal de Saúde, na fase de implementação da equipe. O segundo
passo é o mapeamento da área adscrita ou territorialização. É necessária a
construção do mapa falante que deverá ser usado como instrumento de trabalho. Ele
deverá detalhar a área de atuação da equipe, identificando locais como: ruas, becos,
igrejas, clubes, áreas de lazer, bares, lanchonetes, associações, áreas de despejo ou
recolhimento de lixo, esgotos, riachos, açudes etc. (ALAGOAS, 2009).
O terceiro passo é a adscrição da clientela. Nessa etapa será feita a
identificação dos inscritos pelos quais a Equipe de Saúde da Família será
responsável. O quarto passo é o levantamento de necessidades de tratamento
dentário e de doença periodontal, de próteses dentárias e a busca ativa do câncer
bucal (ALAGOAS, 2009).
2. 1 Cárie dentária
A cárie dentária representa uma das doenças bucais que mais acomete a
população mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera este agravo
como um sério problema de Saúde Pública, que afeta indivíduos de todas as faixas
etárias (MELO et al., 2008 ; CANGUSSU et al., 2016; JANUÁRIO et al., 2017; NUNES;
PEROSA, 2017).
De acordo com a OMS (1991) apud Magalhães e Mariano (2021), a cárie
dentária é uma doença que se origina de causas variadas: fatores determinantes
(hospedeiro, microrganismo e dieta) e fatores modificadores (sociais, econômicos e
comportamentais). A distribuição da cárie dentária nas populações ocorre de forma
desigual.
No Brasil, especificamente, a redução das diferenças socioeconômicas e
medidas de saúde voltadas para os grupos com maior vulnerabilidade continuam
sendo medidas desafiadoras para os responsáveis pela formulação e implementação
de políticas públicas de saúde (NARVAL et al., 2006 apud SILVA et al., 2018).
Petersen et al. (2005) apud Lucena et al. (2021) afirmam que a OMS
determinou que estudos sobre as desigualdades socioeconômicas na distribuição das
doenças bucais e sobre o desenho de estratégias para aumentar o acesso devem ser
prioridades de pesquisa para o século XXI.
23
Chaves et al. (2017) descreve que o último inquérito nacional (SB Brasil, 2010)
mostrou uma tendência de redução da cárie entre escolares e adolescentes, no
entanto, a redução da gravidade da doença foi discreta entre os adultos e se manteve
inalterada entre os idosos. Segundo GBD 2017 Oral Disorders Collaborators apud
Crescente et al. (2022), em 2017 a prevalência mundial de cárie não tratada em dentes
permanentes foi de 29,4%.
Em conformidade com a OMS (1991) apud Magalhães e Mariano (2021), em
1937 Klein e Palmer, desenvolveram um método para mensuração da doença. Este
método recebe a denominação de Índice CPOD (para dentes permanentes) e Índice
ceod (para dentes decíduos). Ambos se referem a dentes perdidos, cariados e
obturados.
Com este índices é possível avaliar a prevalência de cárie em variações
populacionais, geográficas e temporais, identificando situações de desigualdade e
tendências que demandem ações e estudos específicos. A partir do CPOD e do ceod
é possível subsidiar processos de planejamento, gestão e avaliação de políticas e
ações em saúde bucal.
O índice CPOD e ceod estima a experiência presente e passada do ataque da
cárie dental à dentição permanente e decídua. Os valores do índice correspondem
aos seguintes graus de severidade: muito baixo (0,0 a 1,1), baixo (1,2 a 2,6),
moderado (2,7 a 4,4), alto (4,5 a 6,5) e muito alto (6,6 e mais). Valores elevados
indicam más condições de saúde bucal da população, frequentemente associadas a
condições socioeconômicas desfavoráveis, a dificuldade de acesso aos serviços e a
hábitos deletérios, como alto consumo de açúcares e também pode indicar acesso
limitado ao flúor (OMS, 1991 apud MAGALHÃES; MARIANO, 2021)
2. 2 Doença periodontal
A doença periodontal corresponde a um processo de desequilíbrio entre as
ações de agressão e defesa que ocorrem na região dos tecidos de sustentação e
proteção do dente, ocasionado, principalmente, pela placa bacteriana, em decorrência
das diferentes respostas dadas pelo hospedeiro. Os principais fatores de risco são:
fatores culturais e socioeconômicos, diabetes, fumo, ausência de controle da placa,
imunodepressão e estresse. Como formas clássicas de doenças periodontais podem
ser citadas a gengivite e a periodontite (BRASIL, 2006).
24
Para Flemming (1999) apud Carvajal (2016), a periodontite tem uma maior
relevância por poder causar a perda do dente. Burt (2005) apud Carvajal (2016),
afirma que toda periodontite começa a partir de uma gengivite, podendo ser reversível
através de medidas adequadas de prevenção e tratamento.
A
gengivite
é
uma
manifestação
inflamatória
da
gengiva
marginal
desencadeada pelo acúmulo de placa bacteriana supra gengival e rompimento do
equilíbrio agressão/defesa”. É um processo inflamatório que deve ser prevenido e
tratado. O tratamento consiste na remoção ou tratamento de fatores retentivos de
placa; raspagem e polimento; ações educativas para o controle da placa; utilização do
controle químico da placa; monitoramento e controle dos fatores de risco como
diabetes, gravidez, alterações hormonais, entre outras formas de tratamento (BRASIL,
2006).
De acordo com Brasil (2006), A periodontite é um grupo de doenças que se
caracteriza pela inflamação dos tecidos de sustentação e proteção dos dentes,
acompanhada de perda de inserção de tecido conjuntivo, consequência da agressão
promovida pela placa bacteriana subgengival. A periodontite crônica é de evolução
lenta, onde a perda de inserção está associada aos padrões de higiene bucal e fatores
de risco, sendo o tipo mais prevalente. A periodontite agressiva é rara, mas face à sua
rápida progressão tem alta morbidade e mortalidade dental. Essas periodontites têm
uma forte agregação familiar, fator importante para a prevenção da mesma.
A periodontite grave pode afetar mais de 10% da população adulta mundial.
Desta forma, ela se torna a décima primeira doença mais prevalente globalmente e
supera a prevalência da doença cardiovascular (MARCENES et al., 2013;
KASSEBAUM et al., 2017; JIN et al., 2016; VOS et al., 2016).
De modo geral, a periodontite é um importante problema de saúde pública,
causando perda dentária, incapacidade, disfunção mastigatória e estado nutricional
deficiente. Também compromete a fala e reduz a qualidade de vida. Como
manifestações da periodontite podem ser citadas: sangramento, halitose, recessão
gengival e perda dentária (THOMSON et al., 2000 apud CARVAJAL, 2016).
Oppermann et al. (2015) afirmam que qualquer estratégia séria para reduzir a carga
da doença periodontal deve ser baseada na minimização das desigualdades sociais
e no fortalecimento das ações de promoção de saúde.
De acordo com Holmgren (1994) apud Brasil (2012), o índice mais utilizado em
pesquisas populacionais para se descobrir as condições periodontais é o CPI (Índice
25
Periodontal Comunitário), proposto pela OMS. Este índice é complementado pelo
exame da Perda de Inserção Periodontal (PIP) para a população adulta e idosa. Com
este exame é possível verificar a ocorrência de sangramento, cálculo e presença de
bolsa periodontal (rasa e profunda), através do exame por sextante (grupo de seis
dentes do total de 32 da arcada dentária) (BRASIL, 2012).
2. 3 Edentulismo
De acordo com a OMS (2012), citada por Torres et al. (2019), no planeta, cerca
de 100% dos adultos apresentam cárie dentária. Entre 15% a 20% dos adultos jovens
com idades na faixa etária dos 35 aos 44 anos são afetados pelas doenças
periodontais graves; e 30% da população com idade compreendida entre os 65 e 74
anos não apresenta dentes naturais.
O edentulismo ou a perda total ou parcial dos dentes permanentes deriva de
diversos e complexos fatores determinantes: precárias condições de vida, baixa oferta
e cobertura dos serviços, modelo assistencial com predominância de práticas
mutiladoras e características culturais da população (BRASIL, 2006).
Segundo Peres et al. (2013) e Hugo et al. (2007), a perda dentária no Brasil
ainda é considerada como um problema de saúde pública, devido à alta prevalência
e aos impactos negativos na vida das pessoas, mesmo diante da possibilidade de
controle através de tecnologias preventivas e reabilitadoras voltadas à promoção da
saúde bucal.
De Marchi et al. (2008) e Gerritsen et al. (2010), concordam na afirmação de
que a perda dentária acarreta prejuízos para a qualidade de vida dos indivíduos, uma
vez que influencia, desfavoravelmente, a autoestima e provoca desordens funcionais,
nutricionais e estéticas. Penarrocha et al. (2007), Towfighi et al. (1997) e Ponsi et al.
(2011) apud Barreto et al. (2019), destacam que os dentes anteriores influenciam
diretamente na estética e os dentes posteriores na função mastigatória. Witter et al.
(1990) e Ervin et al. (2012) apud Silva et al. (2016), afirmam que uma dentição
funcional, com pelo menos vinte dentes naturais presentes, pode proporcionar
conforto, capacidade mastigatória, estabilidade oclusal e estética satisfatória.
Com a avalição do uso da necessidade de prótese dentária é possível conhecer
a ocorrência do edentulismo e fazer um planejamento a partir da análise das
necessidades (BRASIL, 2012).
26
O tratamento mais comum para reabilitar edêntulos é a confecção de próteses
dentárias muco-suportadas. Essa reabilitação proporciona resultados favoráveis
quanto aos impactos bucais, é esteticamente aceitável, tem menor custo e beneficia
a higienização (DOUNDOULAKIS et al., 2003; SILVA et al., 2017).
Barros et al. (2016), explica que essas próteses são confeccionadas visando
oferecer ao paciente uma aparência agradável, manter a fonética apropriada,
restabelecer a oclusão correta e proporcionar condições adequadas para a
mastigação dos alimentos.
As taxas de edentulismo são um importante indicador de funcionamento do
sistema de saúde bucal de um país e, portanto, é essencial monitorar sua ocorrência.
Estudar as tendências do edentulismo permite diagnosticar as condições de saúde
bucal da população e, assim, planejar ações governamentais para melhorá-las
(CARDOSO et al., 2016).
2. 4 Câncer bucal
O câncer é considerado como uma doença grave e tornou-se um grande
problema de saúde pública, seja em países desenvolvidos, seja em países em
desenvolvimento, como o Brasil, sendo responsável por elevadas taxas de óbitos
(GUERRA; GALLO, 2005 apud OLIVEIRA et al., 2021).
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva
(INCA) apud Amaral et al. (2022), o câncer bucal é um tumor maligno que afeta os
lábios, seu revestimento interno e estruturas circundantes, bem como a mucosa bucal,
palato, gengiva, orofaringe e língua. Trata-se de um câncer mais prevalente no sexo
masculino e em idade acima de 40 anos. Ainda, a maioria dos casos é diagnosticada
em estágios avançados, causando mortalidade em muitos casos, assim, considerado
um preocupante problema de saúde pública.
A estimativa é que, em 2030, surjam mais de 24 milhões de casos novos para
a doença no mundo. Dentre todos os países mundiais, o Brasil apresenta a oitava
maior incidência dessa neoplasia (GLOBAL CANCER OBSERVATORY: CANCER
TODAY, 2022). No país há um risco estimado de 10, 70 e 3,71 casos novos a cada
100 mil habitantes, respectivamente, para indivíduos dos sexos masculino e feminino
(INCA, 2019).
27
Cirino et al. (2010) e Ribeiro et al. (2015), concordam em afirmar que Embora
a faixa etária mais acometida pelo câncer oral esteja acima dos 40 anos, o período da
adolescência e adultos jovens compreende uma fase de alta vulnerabilidade devido
às mudanças próprias da idade, e adoção de novas práticas e comportamentos, mas
também, à exposição a diversas situações que envolvem riscos presentes e futuros
para a saúde.
Vários fatores de risco estão relacionados ao desenvolvimento do câncer bucal.
Dentre eles, o tabagismo e o consumo de álcool aparecem como importantes vilões e
também são responsáveis por outros tipos de câncer, como de faringe, esôfago e
fígado (TORRES et al., 2012; VASCONCELOS et al., 2013).
A associação do fumo com o consumo de bebida alcoólica potencializa o risco
carcinogênico (KRUSE et al., 2010). “Outros fatores ainda têm sido associados ao
câncer bucal, incluindo fatores endógenos (desnutrição geral), fatores exógenos
(anemia por deficiência de ferro e infecções orais) e fatores ambientais incluindo os
raios solares (TREMBLAY et al., 2006; LAIMER et al., 2007 apud LIMEIRA et al.,
2015).
De acordo com Martins et al. (2008), algumas lesões podem surgir na boca,
antes do aparecimento do câncer bucal. Estas recebem a denominação de lesões précancerizáveis ou pré-malignas, no entanto nem todas evoluem para câncer e nem
todo câncer de boca tem origem a partir destas lesões. Watanabe et al. (2015); Qi et
al. (2014) afirmam que as principais lesões câncerizáveis ou precursoras do câncer
bucal são as eritroplasias, as eritroleucoplasias e as leucoplasias.
Segundo Alfaya et al. (2012), o exame histopatológico, as lesões cancerizáveis
caracterizam-se por atipia celular, variando de displasia leve a carcinoma in situ. A
forma displásica encontrada com maior prevalência é a moderada ou severa.
Franceschi et al. (2000) apud Santos et al. (2020) afirma que pela semelhança
em sua história natural, os cânceres que acometem a cavidade oral, a orofaringe, a
laringe e a hipofaringe são usualmente descritos como carcinoma de células
escamosas do trato aerodigestivo superior (CTADS), câncer de cabeça e pescoço ou
relatados na forma leiga como câncer de boca e garganta. Mesmo que sejam doenças
diferentes e acometam regiões anatômicas distintas, considerá-las em conjunto pode
ser relevante em termos epidemiológicos e na elaboração de ações na saúde pública.
28
Alves et al. (2011) apud Paula et al. (2022), explica que Esse tipo de tumor
quando localizado na cavidade oral e orofaringe é considerado muito agressivo,
sobretudo se for classificado histologicamente como do tipo indiferenciado, pois este
apresenta altas taxas de invasão local, grande potencial metastático e,
consequentemente, altas taxas de mortalidade. O seu tratamento é multidisciplinar e,
costuma valer-se de arsenal cirúrgico, quimioterápico e radioterápico, aplicados de
forma isolada ou associados” (MOMARES et al., 2014).
É de suma importância o conhecimento do cirurgião-dentista sobre o exame
clínico detalhado, sobre os fatores etiológicos e sobre as condutas de tratamento
visando uma conduta clínica adequada e, consequentemente, um diagnóstico precoce
e um prognóstico favorável (DURANT et al., 2017).
Conforme recomendações do Manual da Atenção Básica em Saúde Bucal do
Estado de Alagoas (ALAGOAS, 2009) (ANEXO F), o levantamento de necessidades
de tratamento dentário e doença periodontal, de próteses dentárias e a busca ativa de
câncer bucal, deve ser realizado em 100% das famílias cadastradas, cobrindo no
mínimo 50% de cada microárea no primeiro ano e 100% no segundo ano. O
levantamento deve ser executado por toda a Equipe de Saúde Bucal: CD, ASB, TSB
e ACS.
Dependendo da necessidade de tratamento odontológico os pacientes podem
ser classificados em riscos: Risco 1 (sem necessidade de tratamento); Risco 2 (com
necessidade de tratamento em até 5 dentes cariados); Risco 3 (com necessidade de
tratamento em mais de 5 dentes cariados, cavidade muito profunda e extensa, e/ou
dor ou outra necessidade específica). Também deve ser observada a necessidade de
Prótese Total Removível (maxilar e mandibular) e de Prótese Parcial Removível
(maxilar e mandibular) (ALAGOAS, 2009).
Na busca ativa do câncer bucal, deve-se observar se o paciente fuma, consome
bebida alcoólica, usa prótese dentária e apresenta alteração na mucosa bucal, bem
como ser realizado oconsolidado dos dados para se obter o diagnóstico coletivo, para
aprimoramento do planejamento e maior facilidade na avaliação das ações
(ALAGOAS, 2009).
Segundo
Souza
e
Roncalli
(2007),
a
realização
de
diagnósticos
epidemiológicos é importante, assim como a utilização destes pelos profissionais e a
continuidade nas suas realizações. Os autores também destacam que a maioria dos
29
municípios não realiza esses diagnósticos, ou, quando realiza, não são utilizados
pelos dentistas como instrumento de trabalho.
30
3 OBJETIVOS
3. 1 Objetivo geral
Desenvolver e avaliar um protótipo de aplicativo para consolidação e sistematização
de dados epidemiológicos relacionados à saúde bucal.
3. 2 Objetivos específicos
● Desenvolver uma ferramenta eletrônica para coletar e armazenar as
informações de saúde bucal;
● Sistematizar as informações sobre saúde bucal em uma área coberta pelo
Programa Estratégia Saúde da Família;
● Criar o mapa falante virtual do território;
● Realizar o levantamento das patologias bucais, de necessidade de próteses
dentárias e de fatores de risco para o câncer bucal, numa microárea do
território.
31
4 MÉTODOS (ASPECTOS GERAIS)
4. 1 Desenho do estudo
Foi realizado um estudo metodológico usando também uma abordagem
quantitativa do tipo descritiva na fase de avaliação preliminar do protótipo criado.
Estudos
metodológicos
têm
como
foco
o
desenvolvimento,
avaliação
e
aperfeiçoamento de um instrumento ou de uma estratégia (POLIT; BECK, 2011). A
abordagem quantitativa descritiva, segundo Aragão (2011), busca a descrição da
realidade, sem a pretensão de explicá-la ou de nela fazer intervenções.
Estes estudos são fundamentais quando há pouco conhecimento sobre o nível
de incidência e relação entre variáveis em uma população. Eles fornecem
conhecimento aos profissionais de uma determinada área ou setor sobre os dados de
uma população. Quando estes estudos são usados para descrever a incidência de
patologias ou de situações de interesse durante um período determinado, recebem a
denominação de estudos de incidência (ARAGÃO, 2011).
4. 2 Local do estudo
A pesquisa foi desenvolvida na microárea 02 do território, localizada no
Conjunto Professor Paulo Bandeira, do bairro Benedito Bentes, que pertence ao VI
Distrito Sanitário do município de Maceió – AL (Figuras 1 e 2).
4. 3 Fases do estudo
O estudo se desenvolveu em duas fases:
● Fase 1– Elaboração do protótipo de aplicativo;
● Fase 2 – Avaliação do protótipo de aplicativo.
Segundo Echer (2005), em um processo de elaboração de manuais
relacionados a cuidados devem ser seguidas as etapas de elaboração e submissão
de um projeto ao comitê de ética em pesquisa; levantamento de referencial teórico;
elaboração e confecção de material; e, por fim, avaliação do material por especialistas
no assunto e representantes do público-alvo. Alguns autores incluíram o diagnóstico
situacional, além de outras adaptações (TOLEDO, 2019).
32
Figura 1 - Imagem do Conjunto Professor Paulo Bandeira, do bairro Benedito Bentes,
que pertence ao VI Distrito Sanitário do município de Maceió-AL.
Fonte: Autoria própria (2022)
Figura 2 - Imagem da microárea 02 do território (Área 79), localizada no bairro
Benedito Bentes, em Maceió – AL.
Fonte: Autoria própria (2022)
33
4. 3. 1 Fase 1 – Elaboração do protótipo de aplicativo
Foi elaborado um aplicativo em fase de protótipo que utiliza os serviços do
Google Maps para demonstrar o posicionamento e a distribuição dos participantes da
pesquisa de determinada região. Ele serve para controlar e monitorar as condições
odontológicas de um grupo de participantes da pesquisa. Todos os dados salvos
foram registrados em um banco de dados encontrado dentro do celular do usuário,
sendo assim, o uso desta aplicação se limita, no momento, apenas a um usuário. O
protótipo de aplicativo se conecta à internet apenas para fins de posicionamento no
mapa, não enviando ou guardando as informações através da internet em qualquer
serviço de nuvem, em primeiras iterações.
As ferramentas que foram usadas e suas funções são:
Quadro 1 - Ferramentas usadas no desenvolvimento do protótipo de aplicativo e suas
respectivas funções
Ferramentas
Funções
Web design
Figma
Design gráfico
Figma e Paint.Net
Linguagem de programação
Dart v. 2. 14. 2
Framework de programação
Flutter v. 2. 5. 1
Banco de dados
HiveDb
Serviços de terceiros
Google Maps API
Ferramentas de comunicação
Whatsapp e Google Meetup
Fonte: Autoria própria (2023)
Foi aplicada uma versão simplificada da metodologia ágil SCRUM para o
desenvolvimento. Foram realizados encontros diários entre os membros da equipe de
desenvolvimento e reuniões semanais com o pesquisador solicitante.
O protótipo de aplicativo tem como cores principais o verde e o branco, além
de contar com um total de sete telas:
1. Login;
2. Dashboard;
3. Lista de participantes da pesquisa;
4. Criação/Edição de participantes;
34
5. Lista de conjuntos residenciais;
6. Detalhes do conjunto residencial;
7. Mapa falante virtual
4. 3. 1. 1 Desenvolvimento do mapa falante virtual
A partir das imagens do território obtidas através do Google Earth, foi feita a
delimitação da área 79, que compreende os conjuntos residenciais Professor Paulo
Bandeira e Luiz Pedro III. Com a ajuda dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) foi
realizada a divisão das seis microáreas. O conjunto Professor Paulo Bandeira engloba
as microáreas 01, 02 e parte da microárea 03, já o Conjunto Luiz Pedro III, engloba a
outra parte da microárea 03 e as microáreas 04, 05 e 06. A área 79 e as seis
microáreas foram identificadas no Google Maps por meio de localização de
marcadores de pontos de referência, tais como igreja, escola, associação de
moradores, etc. O mapa falante virtual consiste, portanto, na identificação da área e
das microáreas no Google Maps e dos participantes do estudo, com seus respectivos
diagnósticos em relação ao risco à cárie dentária, representados através de
marcadores nas cores verde, amarelo e vermelho.
4. 3. 1. 1. 1 Alimentação do mapa falante virtual
O mapa falante virtual é alimentado com marcadores de cores, representando
o risco da população à cárie dentária. Desta forma, o marcador verde representa o
“risco 1”, o amarelo o “risco 2” e o vermelho o “risco 3”. Com esses marcadores
também é possível identificar através de ícones dispostos no seu interior, se o
participante é gestante, criança de colo, diabético, hipertenso, tuberculoso, portador
de hanseníase ou acamado.
Na tela de cadastro e exame bucal é possível selecionar, no mapa, o local onde
o participante reside. Ao clicar nesta localização, automaticamente é criado um
marcador que representa o participante no mapa falante virtual.
4. 3. 2 Fase 2 – Avaliação do protótipo de aplicativo
35
O protótipo do aplicativo foi avaliado através do diagnóstico situacional em
saúde bucal em uma população definida.
Foi realizada a caracterização da amostra da população a ser estudada,
sobretudo quanto ao sexo, à idade, à raça/cor, à etnia, à orientação sexual, à
identidade de gênero, e à deficiência. Estas informações foram encontradas no
Relatório de Cadastro Individual da Equipe Carla Nogueira III, responsável pelos
serviços de atenção primária nos Conjuntos Residenciais Professor Paulo Bandeira e
Luiz Pedro III.
O relatório de cadastro individual, por sua vez, pode ser acessado através do
sistema E-SUS. De acordo com o sistema E-SUS (2022), a microárea 02, localizada
no Conjunto Residencial Professor Paulo Bandeira, é composta por 771 cidadãos
ativos, sendo 344 (44,62%) do sexo masculino e 427 (55,38%) do sexo feminino. A
divisão da população por faixa etária e por sexo pode ser observada na tabela 1.
Tabela 1 - Identificação da população da microárea 02, da área 79, por faixa etária e
por sexo, Maceió-AL(2022).
Faixa etária
Sexo
Masculino
Feminino
0 - 4 anos
39 (5,06%)
50 (6,48%)
5 - 9 anos
34 (4,41%)
25 (3,24%)
10 - 19 anos
71 (9,21%)
64 (8,31%)
20 - 59 anos
176 (22,83%)
252 (32,68%)
60 anos ou mais
24 (3,11%)
36 (4,67%)
344 (44,62%)
427 (55,38%)
Fonte: ESUS (2022) adaptado.
Com relação à raça/cor, a população da microárea 02 encontra-se dividida,
conforme o quadro 2.
36
Quadro 2 - Identificação da população da microárea 02, da área 79, por raça/cor,
Maceió-AL (2022)
Descrição
Quantidade
Branca
95 (12,32%)
Preta
24 (3,11%)
Amarela
06 (0,78%)
Parda
643 (83,39%)
Indígena
03 (0,39%)
Fonte: ESUS (2022) adaptado.
Quando se fala em etnia, 02 cidadãos (0,25%) da população da microárea 02
informam pertencerem à tribo indígena Fulmiô.
De acordo com o ESUS (2022), apenas 233 cidadãos (30,22%) informaram a
orientação sexual. Destes 227 (97,42%) da população informaram que eram
heterossexuais e 05 (2,58%) informaram que são homossexuais (gays/lésbicas).
No que se refere à identidade de gênero, a população é composta por uma
mulher transexual, representando 0,13% da população.
Com relação à deficiência, 27 (3,51%) dos indivíduos apresentam algum tipo
de deficiência, sendo destrinchadas no quadro 3.
Quadro 3 - Identificação da população da microárea 02, da área 79, de acordo com a
presença de algum tipo de deficiência, Maceió-AL (2022).
Tipo de deficiência
Quantidade
Auditiva
03 (0,39%)
Física
14 (1,82%)
Intelectual/Cognitiva
09 (1,17%)
Visual
01 (0,13%)
Outra
02 (0,26%)
Fonte: ESUS (2022) adaptado.
37
4. 3. 2. 1 Diagnóstico situacional
Participaram dessa etapa do estudo os moradores da microárea 02 do território.
Esta microárea fica localizada no Conjunto Professor Paulo Bandeira e atualmente
tem 771 cidadãos ativos, conforme Relatório de Cadastro Individual (ANEXO E). É
composta por 315 famílias. Foi selecionada por apresentar melhores condições de
acesso, de cadastro de usuários e de articulação com o Agente Comunitário de Saúde
(ACS).
4. 3. 2. 1. 1 Amostra
O diagnóstico situacional em saúde bucal da população residente na microárea
02, da área 79, foi obtido por análise inferencial. A partir de uma amostra da população
da microárea, foi possível deduzir a situação da saúde bucal da totalidade. Os
participantes da pesquisa pertencem às diferentes faixas etárias da população.
Para o cálculo amostral, considerou-se a população da microárea 02; a variável
primária que é a cárie dentária e a proporção em que a doença acomete a população
de acordo com a literatura.
Charan e Biswas (2013) em seus estudos consideraram a Proporção de Cárie
da População (P) como 50% do total. Para se obter a real proporção da ocorrência da
cárie na população, então, seria necessário examinar todos os moradores do território.
No entanto, para se conseguir uma amostra com nível de confiança de 95% e para
cometer um erro máximo de 5% foi necessária uma amostra de 384 participantes.
4. 3. 2. 1. 2 Seleção dos participantes
Critério de inclusão: foram incluídos, de forma aleatória, moradores da
microárea 02, da área 79, localizada no Conjunto Professor Paulo Bandeira.
Critério de exclusão: foi examinada apenas a quantidade de indivíduos
necessária
para
o
cálculo
amostral.
Os
moradores
foram
selecionados
aleatoriamente. Foram excluídos, inicialmente, moradores que não foram encontrados
em casa; que estavam impossibilitados por algum motivo específico; que estavam
com síndromes gripais; que estavam com esquema vacinal incompleto para a COVID
19.
38
4. 3. 2. 1. 3 Coleta de dados
A coleta de dados foi realizada no período compreendido entre os meses de
outubro a dezembro de 2022, após aprovação pelo Sistema CEP/CONEP.
O instrumento utilizado para a coleta dos dados foi um protótipo de aplicativo
contendo informações da “Ficha de levantamento de necessidade em saúde bucal”
(ANEXO G), que atualmente é um documento impresso e disponibilizado para uso
das Equipes de Saúde Bucal da Estratégia Saúde da Família.
As variáveis presentes no protótipo de aplicativo são:
● Identificação do município;
● Identificação da área de abrangência;
● Identificação da microárea;
● Nome do participante;
● Número do Cartão Nacional de Saúde (CNS);
● Número do prontuário;
● Data de nascimento;
● Sexo;
● Data da consulta;
● Código (risco à cárie dentária);
a. Risco 1 à cárie: ausência de cárie;
b. Risco 2 à cárie: presença de um a cinco dentes cariados;
c. Risco
3
à
cárie:
presença
de
seis
ou
mais
dentes
cariados/presença de cárie ampla e profunda/presença de
dor/presença de abscesso;
● Número de dentes para tratamento;
● Presença de doença periodontal;
● Busca ativa de câncer bucal (identificação de pacientes que fumam, que
consomem bebidas alcoólicas, que usam próteses dentárias e que
apresentam alterações na mucosa bucal);
● Registro de gestação;
● Registro de comorbidades (Diabetes Mellitus, hipertensão arterial,
tuberculose, hanseníase);
● Registro de crianças menores de 2 anos de idade;
● Registro de participantes acamados;
39
● Necessidade prótese removível, mandibular e maxilar;
● Observações relevantes;
● Endereço do participante
Parte destas variáveis estão incluídas no questionário adulto e de
crianças/adolescentes sobre os riscos à saúde bucal da Organização Mundial da
Saúde (OMS), que recomenda a utilização de questionários estruturados e
simplificados para coletar dados de autoavaliação de saúde bucal e fatores de risco
em adultos, crianças e adolescentes. Estes questionários segundo a abordagem
STEPS da OMS (2017) foram testados e validados em estudo piloto em vários países
do mundo (ANEXOS C e D mostram a listagem original de questões).
4. 3. 2. 1. 4 Seleção e treinamento para a coleta de dados
O cirurgião dentista da Equipe de Saúde Bucal vinculada à Estratégia Saúde
da Família selecionou e treinou a Auxiliar de Saúde Bucal (ASB) e o Agente
Comunitário de Saúde (ACS), responsável pela microárea, para a coleta de dados.
4. 3. 2. 1. 5 Procedimentos para a coleta de dados
4. 3. 2. 1. 5. 1 Visita domiciliar
Foram realizadas visitas domiciliares na microárea 02, localizada no Conjunto
Professor Paulo Bandeira. Os domicílios foram visitados aleatoriamente. Na ocasião
foi realizado o exame bucal dos participantes da pesquisa que aceitaram participar do
estudo. Os profissionais envolvidos fizeram uso de equipamentos de proteção
individual (EPIs) e todas as medidas sanitárias para prevenção da propagação da
COVID 19 foram adotadas.
4. 3. 2. 1. 5. 2 Exame bucal
O cirurgião dentista munido de EPIs (avental descartável, máscara cirúrgica,
protetor facial, gorro e luvas de procedimento), de lanterna e de espátula de madeira,
realizou o exame bucal dos participantes da pesquisa. Foram examinados: os lábios,
40
as mucosas labiais e jugal; a língua; o assoalho bucal; os palatos duro e mole; a
orofaringe e os dentes.
De acordo com a incidência da cárie dentária, os participantes receberam os
códigos: Risco 1 (ausência de cárie), Risco 2 (presença de 01 a 05 dentes cariados),
Risco 3 (presença de 06 ou mais dentes cariados/cárie ampla e profunda/dor de
dente/presença de abscesso periapical).
Foi observada a ocorrência de doenças periodontais e de alterações da mucosa
bucal, além da necessidade prótese total removível (PTR) maxilar e/ou mandibular, e
de prótese parcial removível (PPR) maxilar e/ou mandibular.
O exame bucal foi realizado no interior do domicílio ou no consultório
odontológico da Unidade de Saúde da Família Carla Nogueira Gomes. As luvas e
espátulas de madeira foram descartados em sacos plásticos e o examinador
higienizou as mãos com álcool em gel à 70%, após cada exame realizado.
4. 3. 2. 1. 5. 3 Preenchimento dos campos do protótipo de aplicativo
O tempo, médio, consumido para a realização do exame bucal e registro das
variáveis foi de 30 minutos. Em três meses foram examinados os 384 participantes da
pesquisa.
Figura 3 - Coleta de dados: realização do exame bucal, em adulta, durante visita
domiciliar
41
Fonte: Autoria própria (2022).
Figura 4 - Coleta de dados: realização do exame bucal, em criança, durante visita
domiciliar
Fonte: Autoria própria (2022).
42
Figura 5 - Coleta de dados: realização do exame bucal, em adolescente,
durante visita domiciliar
Fonte: Autoria própria (2022).
Figura 6 - Coleta de dados: realização do exame bucal, em idosa, durante visita
domiciliar
Fonte: Autoria própria (2022).
43
Figura 7 - Coleta de dados: realização do exame bucal no consultório odontológico
Fonte: Autoria própria (2022).
4. 4 Análise de dados
O protótipo de aplicativo armazenou e consolidou automaticamente todos os
dados coletados. A partir dos números obtidos pelos dados consolidados, foram
construídos os seguintes gráficos para análise: participantes por risco à cárie;
participantes por doença periodontal; participantes por conjunto residencial;
participantes por necessidade de prótese; participantes que necessitam de prótese
mandibular; participantes que necessitam de prótese maxilar; participantes por fatores
de risco para o câncer bucal; participantes que fumam; participantes que bebem;
participantes com prótese dentária; participantes com alterações na mucosa bucal.
Estes gráficos foram disponibilizados com números totais absolutos e
percentuais do território total, e por conjunto residencial separadamente. Através da
análise do mapa falante virtual do território é possível visualizar a distribuição
geográfica dos participantes do estudo, com seus diagnósticos em saúde bucal.
4. 5 Aspectos éticos
O levantamento de necessidades em saúde bucal faz parte das atribuições da
Equipe de Saúde Bucal. Como o presente estudo tem um caráter científico e envolve
44
seres humanos, precisou ser submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
UFAL. O projeto de número CAAE: 55210921. 0.0000.5013 foi aprovado em 20 de
maio de 2022, através do Parecer número: 5.421.585 (ANEXO B).
Como os participantes da pesquisa pertencem a todas as faixas etárias da
população, houve a necessidade dos seguintes documentos: Termo de consentimento
livre e esclarecido (TCLE) (APÊNDICE B); TCLE para os pais ou representantes legais
dos menores de 18 anos (APÊNDICE C); Termo de assentimento livre e esclarecido
(TALE) para crianças com idades entre 07 e 12 anos (com linguagem acessível e
lúdica) (APÊNDICE E) e TALE para participantes com idades entre 13 e 17 anos
(APÊNDICE D), de acordo com a Resolução 466/12 CNS-CONEP e com a Resolução
510/2016 CNS.
Também foi necessária a Carta de anuência da Secretaria Municipal de Saúde
de Maceió (ANEXO A). A pesquisa seguiu as determinações da Resolução CNS nº
580, de 22 de março de 2018 (CNS, 2018), que trata das especificidades éticas das
pesquisas de interesse estratégico para o SUS.
45
5 RESULTADOS
Os resultados da pesquisa são apresentados em formato de artigo científico e
de produto técnico, de acordo com as recomendações do Programa PROFSAÚDE.
5. 1 Produto 1: Artigo científico
Sistematização das informações sobre saúde bucal numa área coberta pela
Estratégia Saúde da Família.
Título: Sistematização das Informações sobre Saúde Bucal numa área Coberta
pela Estratégia Saúde da Família
RESUMO
Introdução : Em dezembro de 2000, o Ministério da Saúde através da portaria 1444,
incluiu Esquipes de Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família proporcionando a
ampliação do acesso da população aos serviços e às ações de saúde bucal no Brasil.
Estas, por sua vez, precisam obter o diagnóstico em saúde bucal da área adscrita
para a realização de um planejamento eficaz e impactante. Atualmente são usadas
fichas físicas para a execução do levantamento de necessidades em saúde bucal.
Objetivo : Desenvolver e avaliar um protótipo de aplicativo para a consolidação e
sistematização de dados epidemiológicos relacionados à saúde bucal. Métodos :
Estudo metodológico com uma abordagem quantitativa do tipo descritivo realizado
numa área coberta pela Estratégia Saúde da Família. Se dividiu em duas fases. Na
primeira foi desenvolvido um protótipo de aplicativo usando uma versão simplificada
da metodologia ágil SCRUM. Na segunda fase o protótipo criado foi usado como
instrumento de coleta, armazenamento e consolidação de dados para a obtenção do
diagnóstico situacional em saúde bucal de uma área definida. De acordo com os
estudos de Charan e Biswas (2013), usou-se uma amostra de 384 participantes para
se ter um nível de confiança de 95%. Resultados: Foi desenvolvido um protótipo de
aplicativo que serviu para a coleta, armazenamento e consolidação de dados
epidemiológicos sobre saúde bucal. Desta forma, descobriu-se que na população
estudada 47,14% dos indivíduos apresentam 6 ou mais dentes cariados; 26,30%
46
apresentam 1 a 5 dentes cariados ; e que 26,56% não apresentam dentes cariados ;
a doença periodontal atinge 36,46% da população; a necessidade de prótese dentária
foi verificada em 55,21% da população; a presença de fatores de risco para o câncer
bucal foi observado em 17,45% da população. Descobriu-se que 9,38% dos indivíduos
fumam; que 1,56% consomem bebida alcoólica; que 4,95% usam prótese dentária; e
que 5,21% apresentam alteração na mucosa bucal. Conclusão: O protótipo de
aplicativo criado foi responsável pela sistematização de informações sobre saúde
bucal da população estudada e pela criação do mapa falante virtual do território. Com
isso houve celeridade e praticidade na coleta e na atualização de dados.
Palavras-chave: Diagnóstico situacional; saúde bucal; protótipo de aplicativo;
sistematização de informações.
ABSTRACT
Introduction : In December 2000, the Ministry of Health, through ordinance 1444,
included Oral Health Teams in the Family Health Strategy , providing the expansion of
the population's access to services and oral health actions in Brazil. These teams need
to obtain the oral health diagnosis of the assigned area in order to carry out an effective
and impactful planning. Currently, physical files are used to carry out surveys of needs
in oral health. Objective: To develop and evaluate a prototype application for the
consolidation and systematization of epidemiological data related to oral health.
Methods: Methodological study with a quantitative approach of the descriptive type
carried out in an area covered by the Family Health Strategy. It was divided into two
phases. In the first phase, an application prototype was developed using a simplified
version of the agile SCRUM methodology. In the second phase, the created prototype
was used as a data collection, storage and consolidation instrument to obtain the
situational diagnosis in oral health of a defined area. According to the studies by
Charan and Biswas's (2013), a sample of 384 participants was used to obtain a
confidence level of 95%. Results: An application prototype was developed that served
to collect, store, and consolidate epidemiological data on oral health. In this way it was
discovered that in the studied population 47.14% of individuals present six or more
decayed teeth; 26.30% have 1 to 5 decayed teeth; and that 26.56% do not have
decayed teeth; Periodontal disease affects 36.46% of the population ; the need for
47
dental prosthesis was verified in 55.21% of the population; the presence of risk factors
for oral cancer was observed in 17.45% of the population. It was also discovered that
9.38% of individuals smoke; that 1.56% consume alcoholic beverages ; that 4.95% use
dental prosthesis; and that 5.21% have changes in the oral mucosa. Conclusion: The
created application prototype was responsible for the systematization of information
on oral health of the studied population and for the creation of the virtual speaking map
of the territory. With that there was speed and practicality in the collection and updating
of the data.
Keywords: Situational diagnosis; oral health; application prototype; information
systematization.
5.1.1 Introdução
O SUS foi criado com base na concepção de que saúde é um direito de todos
e um dever do estado segundo os artigos 196 a 200 da constituição brasileira
(BRASIL, 1988; GIOVANELLA et al., 2012). É norteado por princípios e diretrizes: 1)
universalidade em todos os níveis de assistência; 2) igualdade na assistência à saúde,
sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; 3) integralidade da assistência;
4) participação da comunidade; 5) descentralização político-administrativa com
direção única em cada esfera de governo (GIOVANELLA et al., 2012).
A Estratégia Saúde da Família (ESF) foi criada para reorganizar e fortalecer a
Atenção Primária à Saúde do SUS, priorizando ações de promoção, prevenção e
recuperação da saúde de forma integral e continuada (BATISTA et al., 2016). Com a
realização de levantamentos epidemiológicos e de necessidades imediata, além de
avaliação de risco, as esquipes da ESF conseguem fazer o seu planejamento,
acompanhar suas ações e realizar sua avaliação (BRASIL, 2006).
O mapa falante é um instrumento confeccionado durante o processo de
territorialização em saúde e serve para espacializar e facilitar a interpretação das
informações disponíveis sobre o território (BISSACOTT et al., 2019). A Atenção
Básica propõe a utilização do diagnóstico da comunidade como etapa e ferramenta
fundamental no processo de planejamento e implementação das equipes
multiprofissionais (RIBEIRO et al., 2012).
48
As Equipes de Saúde Bucal (ESB) foram incluídas na ESF, pelo Ministério da
Saúde, em dezembro de 2000, visando a ampliação do acesso da população às ações
da Odontologia (BRASIL, 2000). Em conformidade com o Manual de Atenção Básica
em Saúde Bucal do Estado de Alagoas (2009), as ESB, vinculadas à ESF, precisam
obter o diagnóstico em saúde bucal da população da área adscrita.
Desta forma é necessário fazer a definição de áreas de abrangência; o
mapeamento da área adscrita ou territorialização, com a construção do mapa falante
que será usado como instrumento de trabalho; a adscrição da clientela; e o
levantamento de necessidades de tratamento dentário e de doenças periodontais, de
próteses dentárias e a busca ativa de câncer bucal.
A cárie dentária representa uma das doenças bucais que mais acomete a
população mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) a considera como um
grave problema de Saúde Pública que atinge indivíduos de todas as faixas etárias
(MELO et al., 2008 ; CANGUSSU et al., 2016; JANUÁRIO et al., 2017 ; NUNES;
PEROSA, 2017). Tem origem multifatorial e está associada a fatores determinantes
(hospedeiro, microrganismos e dieta) e fatores modificadores (socais, econômicos e
comportamentais) (OMS, 1991 apud MAGALHÃES; MARIANO, 2021).
A sua incidência nas populações acontece de forma desigual por causa das
diferenças socioeconômicas e da deficiência nas medidas de saúde públicas
destinadas aos grupos que apresentam maior vulnerabilidade (NARVAI et al., 2006
apud SILVA et al., 2018). A última pesquisa nacional SB Brasil 2010 apontou que, no
Brasil, houve uma redução mais significativa da ocorrência da cárie nas crianças e
adolescentes do que nos adultos e idosos ( CHAVES et al., 2017 apud CRESCENTE
et al., 2022 ).
A doença periodontal, que tem como formas clássicas a gengivite e a
periodontite, ocorre devido ao desequilíbrio entre as ações de agressão e defesa na
região dos tecidos de sustentação do dente. Tem como principais causas: fatores
culturais e socioeconômicos, diabetes, tabagismo, placa bacteriana, imunodepressão
e estresse (BRASIL, 2006, p. 36).
Para Flemming (1999) apud Carvajal (2016) a periodontite tem uma maior
relevância por poder causar a perda do dente. Burt (2005) apud Carvajal (2016) afirma
que toda periodontite começa a partir de uma gengivite, podendo ser reversível
através de medidas adequadas de prevenção e tratamento.
49
Os prejuízos para a saúde da população podem ser agrupados em três
categorias: 1) Efeitos locais (sangramento gengival, halitose, recessão gengival, perda
óssea, deslocamento dentário, espaços entre os dentes, mobilidade dentária, perda
dentária e dor oral); 2) Impactos na vida diária (prejuízos estéticos e funcionais,
ansiedade, vergonha, vulnerabilidade); 3) Efeitos na saúde sistêmica (doenças
cardíacas, parto prematuro ou baixo peso ao nascer, diabetes, etc.) (JANAKIRAM;
DYE, 2020). De acordo com Holmgren (1994) apud Brasil (2012), o índice mais usado
em pesquisas populacionais para se descobrir as condições periodontais é o CPI
(Índice Periodontal Comunitário), proposto pela OMS.
O edentulismo, ou a perda total ou parcial dos dentes, tem como principais
fatores determinantes: condições de vida longe do ideal, deficiência na oferta e
cobertura dos serviços odontológicos, modelo assistencial com práticas mutiladoras e
características culturais da população (BRASIL, 2006, p. 45). A perda dentária no
Brasil ainda é considerada como um problema de saúde pública, devido à alta
prevalência e aos impactos negativos na vida das pessoas (PERES et al., 2013;
HUGO et al., 2007). Os prejuízos englobam desordens funcionais, nutricionais e
estéticas, além da diminuição da qualidade de vida e da autoestima (MARCHI et al.,
2008; GERRITSEN et al., 2010 apud SILVA et al.,2016). Os dentes anteriores
influenciam diretamente na estética e os posteriores na função mastigatória
(PENARROCHA et al., 2007 TOWFIGHI et al., 1997; PONSI et al., 2011 apud
BARRETO et al., 2019).
Uma dentição funcional, com pelo menos 20 dentes naturais presentes, pode
proporcionar conforto, capacidade mastigatória, estabilidade oclusal e estética
satisfatória (WITTER et al., 1990; ERVIN et al., 2012 apud SILVA et al., 2016). No
tratamento do edentulismo geralmente são confeccionadas próteses dentárias mucosuportadas (DOUNDOULAKIS et al., 2003; SILVA et al., 2017). Essas próteses são
produzidas visando oferecer ao paciente uma aparência agradável, uma fonética
apropriada, uma oclusão correta e uma adequada mastigação dos alimentos
(BARROS et al., 2016).
Como as próteses dentárias totais muco-suportadas reduzem os impactos na
saúde bucal, podem consequentemente melhorar a qualidade de vida dos idosos
(NASCIMENTO et al., 2018). As taxas de edentulismo são importantes, uma vez que
indicam o caminhar do sistema de saúde bucal de um país (CARDOSO et al., 2016).
50
O câncer é considerado uma doença grave e tornou-se um grande problema
de saúde pública no mundo, sendo responsável por elevadas taxas de óbitos
(GUERRA; GALLO, 2005 apud OLIVEIRA et al., 2021). O câncer bucal é
caracterizado por um tumor maligno que afeta os lábios, mucosa bucal, palato,
gengiva, orofaringe e língua. É prevalente no sexo masculino e em indivíduos acima
dos 40 anos (INCA apud AMARAL et al., 2022). O Brasil apresenta a oitava maior
incidência dessa neoplasia, dentre todos os países do mundo (GLOBAL CANCER
OBSERVATORY: CANCER TODAY, 2022 apud LISBOA et al., 2022). No país há um
risco estimado de 10, 70 e 3,71 casos novos a cada 100 mil habitantes,
respectivamente, para indivíduos do sexo masculino e feminino (INCA, 2019).
Apesar de não pertencerem ao grupo de risco, adolescentes e adultos jovens
apresentam alta vulnerabilidade por causa das mudanças próprias da idade e das
práticas comportamentais arriscadas (CIRINO et al., 2010; RIBEIRO et al., 2015). O
tabagismo e o consumo de álcool se destacam como importantes fatores de risco
(TORRES et al., 2012; VASCONCELOS et al., 2013). A associação do fumo com a
bebida alcoólica potencializa o risco carcinogênico (KRUSE et al., 2010 apud LIMEIRA
et al., 2015).
Algumas lesões podem surgir na boca antes do aparecimento do câncer bucal
(MARTINS et al., 2008). As principais lesões cancerizáveis são: eritroplasias,
eritroleucoplasias e leucoplasias (WATANABE et al., 2015; QI et al., 2014 apud
SANTOS et al., 2020). A queilite actínica, lesão decorrente da ação da radiação
ultravioleta do sol sobre os lábios, pode evoluir para carcinoma (CINTRA et al., 2013).
Agentes infecciosos, como vírus, podem estar relacionados à ocorrência do câncer de
cabeça e pescoço (BERTOLUS et al., 2012). Os cânceres que acometem a cavidade
oral, a laringe e a hipofaringe têm semelhanças em suas histórias naturais e, por isso,
frequentemente são mencionados como carcinoma de células escamosas do trato
aerodigestivo superior (CTADS), câncer de cabeça e pescoço ou como câncer de
boca e garganta (FRANCESCHI et al., 2000 apud SANTOS et al., 2020). O carcinoma
de células escamosas (CEC), quando localizado na cavidade bucal e orofaringe, é
considerado como muito agressivo, pois pode ser bastante invasivo e ter um grande
potencial metastático (ALVES et al., 2011 apud PAULA et al., 2022).
Um exame físico e uma anamnese detalhados associados aos achados
histopatológicos são fundamentais para fazer o planejamento adequado de cada lesão
bucal com potencial de malignização (DURANT et al., 2017).
51
O levantamento para descobrir a ocorrência da cárie dentária, da doença
periodontal, a necessidade de prótese dentária e a presença de fatores de risco para
o câncer bucal deve ser realizado em 100% das famílias cadastradas pela ESF
(ALAGOAS, 2009).
Dependendo da necessidade de tratamento para a cárie dentária, os
moradores da área podem ser classificados em riscos: Risco 1 (sem necessidade de
tratamento); Risco 2 (necessidade de tratamento em até cinco dentes); Risco 3
(necessidade de tratamento em mais de cinco dentes, cavidade profunda e/ou
extensa, dor ou outra necessidade específica) (ALAGOAS, 2009).
Após a conclusão do levantamento deve ser feito o consolidado dos dados para
se obter o diagnóstico coletivo, para aprimoramento do planejamento e maior
facilidade na avaliação das ações (ALAGOAS, 2009). A realização de diagnósticos
epidemiológicos é importante assim como a utilização destes pelos profissionais e a
continuidade nas suas realizações (SOUZA; RONCALLI, 2007).
O Ministério da Saúde através da Portaria Número 2.690 de 05 de novembro
de 2009, instituiu no âmbito do SUS a Política Nacional de Gestão de Tecnologias em
Saúde (BRASIL, 2009). O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, através da
Portaria nº 4.826 de 27 de maio de 2021, estabelece a estratégia para pesquisa,
desenvolvimento e inovação em saúde, seguindo a Política de Desenvolvimento
Científico, Tecnológico e Inovação para Qualidade de Vida. Um dos principais
objetivos dessa estratégia é otimizar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de
doenças, visando a melhoria da qualidade de vida e do aumento da expectativa de
vida do povo brasileiro (BRASIL, 2021).
Nesta perspectiva, o presente estudo objetivou o desenvolvimento e a
avaliação de um protótipo de aplicativo para consolidação e sistematização de dados
epidemiológicos relacionados à saúde bucal numa das microáreas do território
formado pelos conjuntos residenciais Professor Paulo Bandeira e Luiz Pedro III,
cobertos pela ESF e localizados no bairro do Benedito Bentes, que pertence ao VI
Distrito Sanitário de Maceió - AL.
5.1.2 Métodos
5.1.2.1 Desenho do estudo
52
Foi realizado um estudo metodológico usando também uma abordagem
quantitativa do tipo descritiva na fase de avaliação preliminar do protótipo de aplicativo
criado.
5.1.2.2 Local do estudo
A pesquisa foi desenvolvida na microárea 02 do território coberto pela ESF,
localizada no conjunto Residencial Professor Paulo Bandeira, do bairro Benedito
Bentes, que pertence ao VI Distrito Sanitário do município de Maceió, Alagoas.
5.1.2.3 Fases do estudo
O estudo se desenvolveu em duas fases:
● Fase 1 – Elaboração do protótipo de aplicativo
Foi elaborado um aplicativo em fase de protótipo que utiliza os serviços do
Google Maps para demonstrar o posicionamento e a distribuição dos participantes da
pesquisa de determinada região. Ele serve para controlar e monitorar as condições
odontológicas de um grupo de participantes da pesquisa. Todos os dados salvos
foram registrados em um banco de dados do smartphone do usuário, sendo assim, o
uso desta aplicação se limita, no momento, apenas a um usuário.
Foi aplicada uma versão simplificada da metodologia ágil SCRUM para o
desenvolvimento.
Quadro 4 - Ferramentas usadas no desenvolvimento do protótipo de aplicativo e suas
respectivas funções
Ferramentas
Funções
Web design
Figma
Design gráfico
Figma e Paint.Net
Linguagem de programação
Dart v. 2. 14. 2
Framework de programação
Flutter v. 2. 5. 1
Banco de dados
HiveDb
Serviços de terceiros
Google Maps API
Ferramentas de comunicação
Whatsapp e Google Meetups
Fonte: Autoria própria (2023)
53
O protótipo de aplicativo tem como cores principais o verde e o branco e conta
com um total de sete telas, sendo elas: 1) Login; 2) Dashboard; 3) Lista de
participantes da pesquisa; 4) Criação/Edição de participantes; 5) Lista de conjuntos
residenciais; 6) Detalhes do conjunto residencial; 7) Mapa falante virtual.
O mapa falante virtual consiste na identificação da área e das microáreas do
território no Google Maps e dos participantes do estudo, com seus respectivos
diagnósticos em relação à cárie dentária, representados através de marcadores nas
cores verde, amarelo e vermelho.
O marcador verde representa o Risco 1 (participantes sem cárie dentária), o
marcador amarelo, por sua vez, representa o Risco 2 (participantes que apresentam
de 1 a 5 dentes cariados), o Risco 3 é identificado pelo marcador vermelho,
abrangendo aqueles indivíduos que apresentam 6 ou mais dentes cariados, ou cárie
ampla e/ou profunda, ou dor, ou abscesso.
Com estes marcadores também é possível identificar, através de ícones
dispostos no seu interior, se o participante é gestante, criança de colo, diabético,
hipertenso, tuberculoso, portador de hanseníase ou acamado. Na tela de cadastro e
exame bucal é possível selecionar, no mapa, o local onde o participante reside. Ao
clicar e segurar nesta localização, automaticamente é criado um marcador que
representa o participante no mapa.
● Fase 2 – Avaliação do protótipo de aplicativo
O protótipo de aplicativo foi avaliado através do diagnóstico situacional em
saúde bucal em uma população definida. Participaram dessa etapa do estudo,
moradores da microárea 02 do território que fica localizado no conjunto Residencial
Professor Paulo Bandeira e que, atualmente, tem 771 cidadãos ativos.
5.1.2.4 Amostra
O diagnóstico situacional em saúde bucal da população foi obtido por análise
inferencial. A partir de uma amostra da população da microárea, foi possível deduzir
a situação de saúde bucal da totalidade. Os participantes da pesquisa pertencem às
diferentes faixas etárias da população.
54
Para o cálculo amostral, considerou-se a população da microárea 02, a variável
primária que é a cárie dentária e a proporção em que a doença acomete a população
de acordo com a literatura.
Charan e Biswas (2013) em seus estudos consideram a Proporção de Cárie da
População (P) como 50% do total. Para se conseguir uma amostra com nível de
confiança de 95% e para cometer um erro máximo de 5% foi necessária uma amostra
de 384 participantes.
5.1.2.5 Seleção dos participantes
Foram incluídos, de forma aleatória, moradores do local do estudo até o
alcance da amostra. Os demais foram excluídos por excederem a amostra ou por
outro motivo específico.
5.1.2.6 Coleta de dados
A coleta de dados foi realizada no período compreendido entre os meses de
outubro a dezembro de 2022, após a aprovação da pesquisa pelo Sistema
CEP/CONEP.
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um protótipo de aplicativo
contendo as variáveis da “Ficha de levantamento de necessidade em saúde bucal”,
que atualmente é um documento impresso e disponibilizado para uso das ESB da
ESF.
As variáveis presentes no protótipo de aplicativo são: identificação do
município; identificação da área de abrangência; identificação da microárea; nome do
participante; número do Cartão Nacional de Saúde (CNS); número do prontuário; data
de nascimento; sexo; data da consulta; código (risco à cárie dentária – 1, 2 ou 3);
número de dentes para tratamento; presença de doença periodontal; busca ativa de
câncer bucal; registro de gestação; registro de comorbidades (Diabetes Mellitus,
Hipertensão Arterial, Tuberculose, Hanseníase e outros); registro de crianças
menores de 2 anos de idade; registro de acamados; necessidade de prótese
mandibular e/ou maxilar; observações relevantes; endereço do participante.
55
Parte destas variáveis estão incluídas no questionário adulto e de
crianças/adolescentes sobre os riscos à saúde bucal da Organização Mundial da
Saúde (OMS). Estes questionários, segundo a abordagem STEPS da OMS (2017),
foram testados e validados em estudo piloto em vários países do mundo.
O exame bucal dos participantes do estudo foi realizado no interior dos
domicílios visitados ou no consultório odontológico da unidade básica de saúde ( UBS
) da área. Foram examinados os lábios, as mucosas labial e jugal, a língua, o assoalho
bucal, os palatos duro e mole, a orofaringe e os dentes.
No ato do exame foi observada a incidência da cárie dentária, a ocorrência de
doenças periodontais e de alterações na mucosa bucal, além da avaliação da
necessidade de prótese dentária. Também foi investigada a existência de fatores de
risco para o câncer bucal.
O exame bucal foi realizado pelo cirurgião dentista responsável pela pesquisa
e as informações coletadas foram digitadas no protótipo de aplicativo pela auxiliar de
saúde bucal (ASB) ou pelo agente comunitário de saúde (ACS) responsável pela
microárea.
5.1.2.7 Análise dos dados
O protótipo de aplicativo armazenou e consolidou automaticamente todos os
dados coletados. A partir dos números obtidos pelos dados consolidados foram
construídos os gráficos, com números totais, absolutos e percentuais, para análise.
5.1.2.8 Aspectos éticos
A pesquisa seguiu as determinações da Resolução 466/12 CNS-CONEP, da
Resolução 510/2016 CNS e da Resolução CNS 580 de 22 de março de 2018. O
projeto de número CAAE: 55210921.0.0000.5013 foi aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) através do parecer
nº 5.421.585, em 20 de maio de 2022.
5.1.3 Resultados
56
O presente estudo proporcionou o desenvolvimento do protótipo de aplicativo
LNSB (Levantamento de Necessidade em Saúde Bucal).
Figura 8 - Imagem da tela do protótipo de aplicativo LNSB usada para a realização
do login e da tela seguinte
Fonte: Autoria própria (2023).
57
Figura 9 - Imagem da tela do dashboard do protótipo de aplicativo LNSB onde
é possível visualizar os gráficos com informações sobre a população e saúde
bucal
Fonte: Autoria própria (2023).
58
Figura 10 - Imagem da tela do protótipo de aplicativo LNSB destinada ao cadastro dos
pacientes
Fonte: Autoria própria (2023).
59
Figura 11 - Imagem da tela do protótipo de aplicativo LNSB que mostra as opções
de acesso às informações dos conjuntos residenciais que compõem o território
Fonte: Autoria própria (2023).
Figura 12 - Imagem da tela do protótipo de aplicativo LNSB com detalhes dos
conjuntos residenciais que compõem o território
Fonte: Autoria própria (2023).
60
Figura 13 - Imagem da tela do protótipo de aplicativo LNSB que mostra o mapa falante
virtual do território
Fonte: Autoria própria (2023).
61
Gráfico 1 - Quantidade de participantes do estudo mensurado pelo protótipo de
aplicativo LNSB
Fonte: Autoria própria (2023).
Gráfico 2 - Risco à cárie dentária da população estudada, mensurado pelo protótipo
de aplicativo LNSB
Fonte: Autoria própria (2023).
62
Gráfico 3 - Percentual de ocorrência da doença periodontal na população estudada
Fonte: Autoria própria (2023).
Gráfico 4 - Percentual de indivíduos que necessitam de prótese dentária na
população estudada
Fonte: Autoria própria (2023).
63
Gráfico 5 - Porcentagem da necessidade de prótese dentária mandibular na
população estudada
Fonte: Autoria própria (2023)
Gráfico 6 - Porcentagem da necessidade de prótese dentária maxilar na população
estudada
Fonte: Autoria própria (2023).
64
Gráfico 7 - Percentual da presença de fatores de risco para o câncer bucal na
população estudada
Fonte: Autoria própria (2023).
Gráfico 8 - Percentual de fumantes da população estudada
Fonte: Autoria própria (2023).
65
Gráfico 9- Percentual de indivíduos que consomem bebidas alcoólicas na população
estudada
Fonte: Autoria própria (2023).
Gráfico 10 - Porcentagem de indivíduos que usam próteses dentárias na população
estudada
Fonte: Autoria própria (2023).
66
Gráfico 11 - Porcentagem de indivíduos do estudo com alteração na mucosa bucal
Fonte: Autoria própria (2023).
5.1.4 Discussão
O presente estudo possibilitou o desenvolvimento de uma ferramenta
eletrônica, o protótipo de aplicativo LNSB, que proporcionou a sistematização das
informações sobre saúde bucal e a obtenção do diagnóstico situacional em saúde
bucal de uma área definida. Santos; Carvalho (2014) falam dos benefícios da
tecnologia, enfatizando que atividades do cotidiano que eram exaustivas e tomavam
muito tempo, agora podem ser realizadas de forma simples e rápida devido a esse
constante avanço tecnológico.
O levantamento de necessidade em saúde bucal, que deve ser realizado pelas
ESBs vinculadas à ESF, para a obtenção do diagnóstico em saúde bucal da população
da área adscrita, atualmente é realizado tendo como instrumento de trabalho, fichas
físicas. Estas, por sua vez, são preenchidas de forma exaustiva e geram um
amontoado de papéis nas UBSs. Muitas das vezes o trabalho é todo perdido pela
dificuldade de consolidação dos dados epidemiológicos. Com o protótipo de aplicativo
LNSB, as informações sobre saúde bucal são coletadas de forma prática, com ganho
de tempo e economia de papéis.
Os
dados
epidemiológicos
são
consolidados
automaticamente
e
instantaneamente são gerados gráficos que mostram o perfil epidemiológico em
67
saúde bucal da população. Lorenzetti et al. (2012), explicam que as ciências e as
inovações tecnológicas devem ser conduzidas com foco na priorização da solução
dos graves problemas estruturais e globais da humanidade.
O Ministério da Saúde, através da Portaria nº. 2.690, de 05 de novembro de
2009, que institui a Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde, destaca
que é de relevância pública normatizar a dinâmica do processo de avaliação,
incorporação e gestão de tecnologias no Sistema Único de Saúde, de forma a
compatibilizá-las, com o perfil epidemiológico, as necessidades sociais em saúde da
população e os princípios normativos que regulam o sistema de saúde brasileiro.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, através da Portaria nº. 4.826
de 27 de maio de 2012, aponta que um dos objetivos da estratégia para pesquisa,
desenvolvimento e inovação em saúde é contribuir para a prevenção, o diagnóstico e
o tratamento de doenças, visando a melhoria da qualidade de vida e do aumento da
expectativa de vida do povo brasileiro.
Com o protótipo de aplicativo LNSB, foi possível criar o mapa falante virtual do
território estudado. Este consiste na identificação da área e das microáreas do
território no Google Maps e dos participantes do estudo, com seus respectivos
diagnósticos em relação à cárie dentária, representados através de marcadores nas
cores verde (risco 1), amarelo (risco 2) e vermelho (risco 3).
De acordo com Bisscotti et al. (2019), o mapa falante é um instrumento
confeccionado durante o processo de territorialização em saúde e que serve para
espacializar as informações disponíveis sobre o território para uma melhor
interpretação das mesmas.
O manual da atenção básica em saúde bucal do estado de Alagoas (2009)
mostra que no mapeamento da área adscrita – territorialização – deverá ser feita a
construção do mapa falante para utilização como instrumento de trabalho, detalhando
a área de atuação, observando locais como ruas, becos, igrejas, clubes, áreas de
lazer, bares, lanchonetes, associações, áreas de despejo ou recolhimento de lixo,
esgoto, riachos, açudes, etc.
O mapa falante físico termina ficando desatualizado pela falta de tempo dos
profissionais para ficar atualizando as informações de um território dinâmico. O mapa
falante virtual é alimentado na medida em que as informações são inseridas no
protótipo. Isto deixa o território representado conforme a realidade de cada momento.
68
Com a avalição do protótipo de aplicativo LNSB, foi possível obter o diagnóstico
situacional em saúde bucal da população da microárea estudada. Desta forma,
descobriu-se a ocorrência da cárie dentária e da doença periodontal, além da
presença de fatores de risco para o câncer bucal e a necessidade de próteses
dentárias na população.
De acordo com Andrade; Narvai (2013) apud Corassa et al. (2022), inquéritos
populacionais constituem estratégias importantes para mensurar a magnitude dos
problemas de saúde bucal na população, identificar o perfil e as necessidades
coletivas de saúde, bem como definir e monitorar indicadores de saúde, sendo
essenciais para a formulação e avaliação de políticas públicas.
Conforme orientações do Manual da Atenção Básica em Saúde Bucal do
Estado de Alagoas (ALAGOAS, 2009), o levantamento para descobrir a ocorrência da
cárie dentária, da doença periodontal, a necessidade de prótese dentária e a presença
de fatores de risco para o câncer bucal deve ser realizado em 100% das famílias
cadastradas, cobrindo no mínimo 50% de cada microárea no primeiro ano e 100% no
segundo ano.
Segundo
Souza
e
Roncalli
(2007),
a
realização
de
diagnósticos
epidemiológicos é importante, assim como a utilização destes pelos profissionais e a
continuidade nas suas realizações. Os autores também destacam que a maioria dos
municípios não realiza esses diagnósticos, ou, quando realiza, não são utilizados
pelos dentistas como instrumento de trabalho.
A partir deste estudo, descobriu-se a situação da saúde bucal da população
residente na microárea 02 da área 79 do município de Maceió – AL. A doença cárie
dentária atinge 73,44% da população; 26,30% estão no risco 02, ou seja, apresentam
de 1 a 5 dentes cariados; 47,14% estão no risco 03, ou seja, apresentam 6 ou mais
dentes cariados, ou cavidade muito profunda e/ou extensa, ou dor, ou abscesso, ou
outra necessidade específica; 26,56% estão no risco 1, ou seja, não apresentam
dentes cariados.
De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, realizada em 2010
(BRASIL, 2012), a proporção de indivíduos livres de cáries diminuiu em função da
idade. Aos 5 anos de idade, 46,6% das crianças brasileiras não apresentavam cárie
na dentição decídua; aos 12 anos, 43,5% dos adolescentes não apresentavam cárie
na dentição permanente. Nas faixas etárias de 15 a 19 anos, 35 a 44 e 65 a 74 anos,
69
os percentuais de indivíduos sem cárie dentária foram, respectivamente, 23,9%; 0,9%
e 0,2%.
Chaves et al. (2017) explicam que no Brasil, resultados do último inquérito
nacional (SB Brasil, 2010) demonstraram uma tendência de redução da cárie entre
escolares e adolescentes, mas entre os adultos, a redução da gravidade da doença
foi discreta, e entre os idosos permaneceu inalterada. Dados recentes indicam que a
prevalência mundial de cárie não tratada em dentes permanentes foi de 29,4% em
2017” (GBB 2017, 2020 apud CRESCENTE et al., 2022).
Segundo estudo realizado por Patricia et al. (2010) apud Magalhães; Mariano
(2021), houve uma redução expressiva do índice de CPOD no Brasil nas últimas três
décadas, de 7,3 em 1980 para 2,1 em 2010. Em conformidade com a OMS (1991)
apud Magalhães; Mariano (2021), valores elevados dos índices CPOD e ceod indicam
más condições de saúde bucal populacional, principalmente por causa das condições
socioeconômicas desfavoráveis, da dificuldade de acesso aos serviços, dos hábitos
prejudiciais, como alto consumo de açúcares e do acesso limitado ao flúor.
De acordo com Crescente et al. (2022), houve redução na prevalência de cárie
na grande maioria dos países de renda média-alta, inclusive no Brasil, ao longo de 27
anos de estudo. Além disso, os países que obtiveram as maiores reduções na
prevalência de dentes permanentes com cárie foram os que melhoraram o seu IDH,
deixando ainda mais evidente o impacto que as condições socioeconômicas possuem
na saúde das pessoas.
No estudo foi constatado que 36,46% da população da microárea estudada é
atingida pela doença periodontal. De acordo com Marcenes et al. (2013), Kassebaum
et al. (2017), Jin et al. (2016), Vos et al. (2017) apud Janakiram; Dye (2020), mais de
10% da população adulta do mundo pode ser afetada por periodontite grave. É a
décima primeira doença mais prevalente do planeta. Janakiram e Dye (2020) explicam
que é uma doença crônica marcada por um processo inflamatório que geralmente
aumenta em prevalência com o aumento da idade.
A partir deste estudo foi possível descobrir que 55,21% da população estudada
tem necessidade de prótese dentária; 4,17% precisam de prótese mandibular total;
45,83% necessitam de prótese mandibular parcial; 8,07% precisam de prótese maxilar
total; 35,68% necessitam de prótese maxilar parcial.
Segundo a OMS (2012) apud Torres et al. (2019), o edentulismo é um problema
de saúde pública que afeta cerca de 30% dos idosos, causando desnutrição, fonação,
70
alteração da aparência facial e problema de socialização. De acordo com Okamoto et
al. (2015); Castrejón et al. (2017); Ribeiro et al. (2016); Peltzer et al. (2014) apud
Torres et al. (2019), o edentulismo é observado em um pequeno grupo de jovens,
principalmente naqueles com nível socioeconômico desfavorecido.
Conforme Ferreira et al. (2013) e Azevedo (2014) apud Silva et al. (2016), sobre
indivíduos de 65 a 74 anos, no Brasil, segundo resultados do levantamento nacional
SB Brasil 2003, apenas 10,3% da população dessa faixa etária possuía 20 ou mais
dentes presentes, havendo uma pequena alteração desse percentual em 2010 para
11,5%.
Doundoulakis et al. (2003) e Silva et al. (2017) afirmam que o tratamento mais
usado para a reabilitação de edêntulos é a confecção de próteses dentárias totais
muco-suportadas. Dizem ainda que este tipo de prótese possibilita resultados
favoráveis com relação aos impactos bucais, além de ser esteticamente aceitável, de
ter um menor custo e de beneficiar a higienização.
Ribeiro et al. (2003), Colussi e Freitas (2002) apud Cardoso et al. (2016),
afirmam que há um aumento do edentulismo com a idade, pois a população idosa tem
experimentado mais episódios de exodontia ao longo da vida, e consequentemente o
percentual é elevado.
De acordo com Carvalho e Rodrigues (2008) apud Cardoso et al. (2016),
simultaneamente ao declínio do edentulismo, a população dos países industrializados
envelhece, por causa da diminuição das taxas de fecundidade e mortalidade, o que
leva a um aumento da expectativa de vida.
O estudo também mostrou que apenas 17,45% da população estudada
apresenta fatores de risco para o câncer bucal. O percentual de fumantes foi de
9,38%; o de etilistas, de 1,56%. Apenas 4,95% da população faz uso de prótese
dentária; as alterações na mucosa bucal estão presentes em 5,21% da população.
Segundo Chi et al. (2015) e Andrade et al. (2015) apud Amaral et al. (2022), o
câncer bucal mais prevalente é o carcinoma espinocelular (CEC), e sua etiologia é
multifatorial sendo o tabaco e o álcool fatores de risco mais relevantes. Contudo,
exposição solar excessiva, papilomavírus humano (HPV), dieta e ocupação têm sido
associados também a fatores de risco para a doença.
Entre as neoplasias orais mais frequentes, cerca de 90 a 92% correspondem a
carcinoma de células escamosas representando 2% de todas as mortes de câncer no
mundo, com uma taxa anual de aproximadamente 350 mil mortes (SCULLY; BAGAN,
71
2009; BITU et al., 2012, apud LIMEIRA et al., 2015). Bertolus et al. (2012) explicam
que as demais neoplasias orais (8 a 10%) correspondem a linfomas, sarcomas e
tumores das glândulas salivares.
De acordo com Dib et al. (2002) apud Martins et al. (2008) somente 15% de
todos os casos ocorrem com diagnóstico nos estágios iniciais da lesão e cerca de 50%
dos pacientes já chegam aos centros de tratamento com metástases no momento do
diagnóstico.
As
lesões
com potencial
de
malignização
estão
associadas
principalmente ao estilo de vida, como hábitos viciosos, consumo de alimentos em
temperaturas elevadas e próteses mal adaptadas” (DURANT et al., 2017).
O carcinoma de células escamosas do trato aerodigestivo superior (CTADS) é
uma doença assintomática ou oligossintomática na fase inicial e tem como principais
lesões cancerizáveis ou precursoras as eritroplasias, as eritroleucoplasias e as
leucoplasias (WATANABE et al., 2015; QI et al., 2014 apud SANTOS et al., 2020)
Em consonância com Cintra (2013), cerca de 95% dos casos de carcinoma
espinocelular de lábio têm origem a partir da lesão cancerizável precursora queilite
actínica.
5.1.5 Conclusão
O presente estudo foi bastante relevante por proporcionar, na primeira fase, o
desenvolvimento de uma ferramenta eletrônica, ou seja, um protótipo de aplicativo
que foi utilizado para coletar e armazenar as informações de saúde bucal. E, na
segunda fase, por tornar possível o conhecimento do diagnóstico situacional em
saúde bucal de uma das microáreas de um território coberto pela Estratégia Saúde da
Família.
O protótipo de aplicativo desenvolvido a partir de uma versão simplificada da
metodologia ágil SCRUM foi o instrumento utilizado para a sistematização das
informações sobre saúde bucal em uma área coberta pela ESF e pela criação do mapa
falante virtual do território.
Com a avaliação do protótipo, conseguiu-se descobrir as condições de saúde
bucal da população da microárea estudada, tais como proporção de indivíduos
acometidos pela cárie dentária e pela doença periodontal, além dos percentuais de
pessoas que necessitam de próteses dentárias e que apresentam fatores de risco
72
para o câncer bucal. Diante dessas informações é possível fazer um planejamento
mais eficaz no sentido de resolver os problemas encontrados.
Este estudo deverá ter continuidade, uma vez que se pretende estendê-lo para
as demais microáreas do território e transformar o protótipo num aplicativo de fato,
que possa ser usado por outros profissionais que tenham interesse.
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ISSN : 1982 - 4785.
77
5. 2 Produto 2: Produto técnico - Guia interativo para acompanhamento do pré-natal
odontológico na atenção primária à saúde
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA - PROFSAÚDE
MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA
FABRÍCIO GONÇALVES CAVALCANTE
GUIA INTERATIVO PARA ACOMPANHAMENTO DO PRÉ-NATAL
ODONTOLÓGICO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
MACEIÓ - AL
2023
78
FABRÍCIO GONÇALVES CAVALCANTE
GUIA INTERATIVO PARA ACOMPANHAMENTO DO PRÉ-NATAL
ODONTOLÓGICO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Produto técnico apresentado ao Programa de
Pós-Graduação em Saúde da Família –
PROFSAÚDE,
vinculado
ao
Polo
Universidade Federal de Alagoas - UFAL,
como requisito para obtenção do título de
Mestreem Saúde da Família.
Orientadora: Profa. Dra. Rozangela Maria de
Almeida Fernandes Wyszomirska
Coorientadora: Profa. Dra.. Divanise Suruagy
Correia
Linha de pesquisa: Informação e saúde
Maceió - AL
2023
79
5. 2. 1 Tipo de produto
Material didático.
5. 2. 2 Público-alvo
Cirurgiões dentistas que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS).
5. 2. 3 Introdução
Os cirurgiões dentistas que atuam na atenção primária à saúde do Sistema
Único de Saúde (SUS) têm como uma de suas atribuições, o atendimento
odontológico das gestantes. Esse acompanhamento, chamado de pré-natal
odontológico, é de suma importância para a consolidação dos princípios e diretrizes
do SUS.
De acordo com Pereira (2021) apud Celestino et al. (2022), o pré-natal
odontológico se refere ao acompanhamento que visa orientar as gestantes sobre os
cuidados com a sua própria saúde bucal e também com a do bebê que irá nascer,
além da realização do tratamento odontológico de seus problemas bucais.
Deve-se enfatizar as atividades de educação em saúde, com vistas à promoção
da saúde, tanto da futura mãe quanto do nascituro (PRAETZEL et al., 2010 apud
BOTELHO et al., 2019).
A rede cegonha visando a estruturação da atenção à saúde materno infantil,
inseriu o cirurgião dentista para a realização do atendimento odontológico das
gestantes, uma vez que problemas de saúde bucal apresentados pelas mães durante
a gravidez podem estar diretamente relacionados à saúde geral e bucal da criança
(BRASIL, 2008 apud HARB et al., 2020).
Segundo Santos et al. (2012) apud Martinelli et al. (2020), durante a gravidez
as mulheres passam por alterações biológicas, psicológicas e sociais que podem
colocá-las numa situação de risco à saúde bucal. Reis et al. (2010) apud Martinelli et
al. (2020) relatam que essas mudanças podem favorecer o surgimento de doenças na
cavidade bucal como a cárie dentária e a doença periodontal. Estes dois problemas
de saúde bucal são encontrados com maior frequência nas gestantes que possuem
menor renda e menor nível de escolaridade (SOUZA et al., 2021).
Brito et al. (2022) em seus estudos observou que as gestantes apresentaram
percepções positivas sobre o pré-natal odontológico. Lopes et al. (2019) explicam que
80
as gestantes consideram o pré-natal odontológico importante porque o vêem como
uma oportunidade de acesso aos serviços de saúde.
Nascimento et al. (2021) explica que a inclusão da Odontologia no pré-natal é
importante, pois além de desmistificar medos e crenças, evita desordens na saúde
geral e bucal materno infantil. A atuação dos profissionais na área com excelência é
essencial para o controle do biofilme dentário, dificultando a instalação da doença
periodontal e da cárie dentária. Em decorrência, diminui-se a probabilidade de partos
prematuros, baixo peso ao nascer e outras alterações geradas pelas transformações
fisiológicas da mãe durante a gravidez.
Cunha e Moraes (2022) destacam a importância da equipe multidisciplinar, que
pode colaborar para o acesso da gestante ao serviço odontológico, pondo fim aos
mitos e elaborando de forma conjunta ações de promoção de saúde e prevenção de
afecções durante a gestação e a primeira infância.
Os problemas bucais mais comuns durante a gravidez são: cárie dentária,
erosões no esmalte dentário, mobilidade dentária, gengivite e periodontite (BRASIL,
2012). Esses poderão ser detectados a partir de um exame clínico minucioso, que
deverá ser realizado na primeira consulta odontológica da gestante. O planejamento
do tratamento deverá incluir atividades educativas, preventivas e curativas, que
poderão ser executadas de forma individual ou coletiva.
Algumas recomendações são superimportantes para a realização do pré-natal
odontológico, tais como o posicionamento da gestante na cadeira odontológica, a
terapêutica medicamentosa, a anestesia local, a dose dos anestésicos locais
(BRASIL, 2022). Também é muito importante que a equipe multiprofissional da
atenção básica esteja atenta e avalie cada fase do período gestacional com a
finalidade de oferecer um tratamento odontológico que não ofereça riscos nem para a
gestante, nem para o bebê (BRASIL, 2006).
Conforme recomendações do Ministério da Saúde (2006), são importantes os
seguintes aspectos, em cada trimestre do período gestacional, sendo que o 1º
trimestre é período menos adequado para tratamento odontológico (principais
transformações embriológicas). Neste período deve-se evitar principalmente, tomadas
radiográficas. 2º trimestre: período mais adequado para a realização de intervenções
clínicas e procedimentos odontológicos essenciais, sempre de acordo com as
indicações. 3º trimestre: é um momento em que há maior risco de síncope,
81
hipertensão e anemia. É frequente o desconforto na cadeira odontológica, podendo
ocorrer hipotensão postural. É prudente evitar tratamento odontológico nesse período.
Com o intuito de verificar e de aumentar o acesso das gestantes ao pré-natal
odontológico, o Ministério da Saúde, através do Previne Brasil, criou o indicador 03 –
“Proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado”. Para o cálculo
deste indicador são consideradas para o numerador as gestantes que tenham, no
mínimo, uma consulta odontológica realizada durante o pré-natal. Para o denominador
são consideradas as mulheres cadastradas como gestantes e que finalizam o prénatal no quadrimestre avaliado. A meta pactuada para este indicador é de 60%
(BRASIL, 2022).
É um dos requisitos do Mestrado Profissional em Saúde da Família, a
elaboração de um produto técnico, a partir da pesquisa realizada. As gestantes
residentes no local do estudo, “Sistematização das informações sobre saúde bucal
numa área coberta pela Estratégia Saúde da Família”, foram participantes da
pesquisa. Elas representam uma das parcelas da população e os seus bebês irão
fazer parte do grupo de crianças de zero a 2 anos de idade.
Através do pré-natal odontológico, as gestantes têm acesso a ações
preventivas e curativas para os diversos problemas de saúde bucal. Também recebem
orientações sobre os cuidados com a saúde bucal do bebê. Com o tratamento e a
prevenção dos problemas bucais nas gestantes e com a prevenção destes nos bebês,
contribui-se para que estes dois grupos tenham diagnósticos favoráveis em saúde
bucal.
Diante da importância do acompanhamento das gestantes pelos cirurgiões
dentistas nos serviços de saúde, pode-se fazer a pergunta: os cirurgiões dentistas que
atuam na atenção primária à saúde têm conhecimento sobre a importância da
realização do pré-natal odontológico?
Neste contexto, foi desenvolvido o “Guia interativo para acompanhamento do
pré-natal odontológico na atenção primária à saúde”. O objetivo deste produto técnico
é orientar os cirurgiões dentistas que atuam na APS sobre a importância da realização
do pré-natal odontológico. Este guia interativo será depositado no portal da Faculdade
de Medicina da Universidade Federal de Alagoas.
82
5. 2. 4 Método
5. 2. 4. 1 Etapa 1: Produção do conhecimento
A pesquisa intitulada “Sistematização das informações sobre saúde bucal numa
área coberta pela Estratégia Saúde da Família”, foi realizada no Mestrado Profissional
em Saúde da Família.
Teve como objetivo geral, desenvolver e avaliar um protótipo de aplicativo para
consolidação e sistematização de dados epidemiológicos relacionados à saúde bucal.
Foi um estudo metodológico usando também uma abordagem quantitativa do tipo
descritiva na fase de avaliação preliminar do protótipo de aplicativo criado.
O cenário foi a microárea 02 do território coberto pela Estratégia Saúde da
Família, que fica localizado no Conjunto Residencial Professor Paulo Bandeira, do
bairro Benedito Bentes, que pertence ao VI Distrito Sanitário do município de MaceióAL. A amostra foi composta por 384 moradores da microárea 02, que pertencem às
diferentes faixas etárias da população e que foram escolhidos aleatoriamente.
A pesquisa proporcionou a descoberta das condições de saúde bucal da
população estudada, tais como a proporção de indivíduos acometidos pela cárie
dentária e pela doença periodontal, além dos percentuais de pessoas que necessitam
de próteses dentárias e que apresentam fatores de risco para o câncer bucal.
Com base no diagnóstico coletivo da população é feito um planejamento para
solucionar os problemas de saúde bucal encontrados. O Guia interativo para
acompanhamento do pré-natal odontológico na atenção primária à saúde faz parte
desse conjunto de ações para resolver os problemas de saúde bucal da população.
Ele irá orientar os cirurgiões dentistas que atuam na atenção primária à saúde sobre
a importância da realização do pré-natal odontológico.
Os odontólogos, por sua vez, através do pré-natal odontológico, podem
contribuir, positivamente, de modo a se obter diagnósticos em saúde bucal favoráveis
para o grupo das gestantes e dos bebês, que irão nascer e fazer parte do grupo de
crianças de zero a 2 anos. Outros produtos técnicos e tecnológicos poderão ser
desenvolvidos como estratégias para melhorar as condições de saúde bucal dos
demais grupos que compõem a população: crianças de 2 a 10 anos; adolescentes;
adultos e idosos.
83
5. 2. 4. 2 Etapa 2: Criação do produto
O guia interativo para acompanhamento do pré-natal odontológico na atenção
primária à saúde foi desenvolvido conforme recomendações do Método CTM3
(SANTOS; WARREN, 2020 apud FILHO et al., 2022).
De acordo com Santos e Warren (2020) apud Medeiros et al. (2022), o Método
CTM3 é Composto por elementos didaticamente agrupados em três etapas. São elas:
Concepção do produto (C); Referencial teórico (T); e Referencial metodológico (M3).
Este último está fundamentado em três teorias: Análise transacional, que trabalha com
os mecanismos do arcabouço de personalidade que moldam os estados de EGO (Pai,
Adulto e Criança); Multisensorialidade, que envolve a percepção dos cinco sentidos
(audição, visão, olfato, gustativo e tato/sinestésico); e Programação Neurolinguística
(PNL), que aborda aspectos subliminares da comunicação com a utilização de
ferramentas, destacando-se aqui a âncora.
A Concepção (C) se refere à escolha do tema “Acompanhamento do pré-natal
odontológico na atenção primária à saúde”; à escolha do método; à seleção dos
vídeos; aos objetivos; e à escolha do público-alvo, que são os cirurgiões dentistas que
atuam na atenção primária à saúde.
O Referencial Teórico (T) se refere à pesquisa realizada em base de dados de
artigos científicos e em documentos do Ministério da Saúde (MS).
No Referencial Metodológico (M3), as teorias correspondem aos elementos
inseridos no produto educacional. Na Análise Transacional o Ego pai está
representado através dos cuidados que os cirurgiões dentistas devem ter ao atender
as gestantes e através das normas do MS para o pré-natal odontológico. O Ego adulto
está presente nos artigos científicos disponibilizados para consultas sobre o tema e
no relato de estratégias para alcançar as metas do indicador 03 do Previne Brasil. O
Ego criança é representado, principalmente, pelo colorido usado no produto. Também
está presente no acolhimento inicial e quando se pede para o leitor relaxar e
descansar.
Com relação a Multissensorialidade, a visão é estimulada através do colorido,
do conteúdo textual, de imagens, de figuras e de vídeos. A audição é estimulada por
meio dos vídeos e da figura das notas musicais. O olfato e o paladar são estimulados
quando o leitor é orientado a dar uma pausa para tomar água, suco ou cafezinho. O
84
tato é estimulado através das figuras que remetem ao toque e nas fotos e desenhos
da gestante tocando na barriga.
A validação deste produto técnico ocorreu durante a defesa do Trabalho de
Conclusão do Mestrado (TCM), intitulado “Sistematização das informações sobre
saúde bucal numa área coberta pela Estratégia Saúde da Família”, no dia 26 de maio
de 2023.
De acordo com os critérios de avaliação da CAPES (2020), o “Guia interativo
para acompanhamento do pré-natal odontológico na atenção primária à saúde” é um
material didático de médio teor inovativo, pela combinação de conhecimentos préestabelecidos.
85
5. 2. 5 Resultados esperados
Na figura 14 podem ser observadas a capa, a folha de rosto e a apresentação
do Guia Interativo.
Figura 14 - Imagens da capa, folha de rosto e página de apresentação do guia interativo
Fonte: Autoria própria (2023)
A página 3 traz informações sobre a utilização do guia. A página 4 fala da
importância do pré-natal odontológico. A página 5 mostra que muitas gestantes têm
dificuldade de acesso ao pré-natal odontológico.
86
Figura 15 - Imagens das páginas 3, 4 e 5 do Guia interativo
Fonte: Autoria própria (2023).
A percepção das gestantes sobre o pré-natal odontológico pode ser observada
na página 6. A página 7 traz informações sobre a importância do pré-natal
odontológico para o bebê. Na página 8 constam informações sobre a importância do
acompanhamento multiprofissional no pré-natal e no pré-natal odontológico.
87
Figura 16 – Imagens das páginas 6, 7 e 8 do Guia Interativo
Fonte: Autoria própria (2023).
Na página 9 é possível conhecer os problemas bucais mais comuns na
gravidez. A página 10 mostra as recomendações para o atendimento odontológico
das gestantes. A página 11 enfatiza a necessidade da realização da avaliação geral
da gestante em cada período da gravidez.
88
Figura 17 - Imagens das páginas 9, 10 e 11 do Guia Interativo
Fonte: Autoria própria (2023).
Na página 12 podem ser conhecidas as recomendações do indicador 3 do
Previne Brasil, que trata do atendimento odontológico à gestante. Na página 13 são
apresentadas sugestões de estratégias para o alcance da meta pactuada para o
indicador 3 do Previne Brasil – “Proporção de gestantes com atendimento
odontológico realizado”. Na página 14 é aberto espaço para um momento de
relaxamento e de descontração.
89
Figura 18 - Imagens das páginas 12, 13 e 14 do Guia Interativo
apresenta opções de leituras complementares sobre o pré-natal odontológico.
Na página 13, observa-se o encerramento do guia interativo.
Fonte: Autoria própria (2023).
A página 15 apresenta opções de leituras complementares sobre o pré-natal
odontológico. Na página 16, observa-se o encerramento guia interativo.
90
Figura 19 - Imagens das páginas 15 e 16 do Guia Interativo
Fonte: Autoria própria (2023).
Nas páginas 17 e 18 estão as referencias bibliográficas usadas para o
desenvolvimento do guia interativo.
91
Figura 20 - Imagens das páginas 17 e 18 do Guia Interativo
Fonte: Autoria própria (2023).
Com a validação e, posterior, divulgação do guia interativo, espera-se que:
● Os cirurgiões dentistas que atuam na atenção primária adquiram mais
conhecimentos sobre o pré-natal odontológico;
● O
pré-natal
odontológico
seja
realizado
de
acordo
com
as
recomendações do Ministério da Saúde;
● Aumente o acesso das gestantes ao pré-natal odontológico;
● Os problemas de saúde bucal sejam prevenidos nos bebês;
● As Equipes de Saúde Bucal consigam alcançar a meta pactuada para o
Indicador 03 do Previne Brasil – “Proporção de gestantes com
atendimento odontológico realizado”.
5. 2. 6 Considerações finais
A criação deste guia interativo representa um ganho para todos os cirurgiões
dentistas que realizam o atendimento odontológico de gestantes, sobretudo para
aqueles que atuam na atenção primária à saúde do SUS.
92
Através dos artigos científicos, dos materiais educativos produzidos pelo
Ministério da Saúde, dos vídeos da internet e da planilha eletrônica, disponibilizados
no guia, é possível adquirir conhecimentos para a realização de um pré-natal
odontológico de qualidade.
Consequentemente, as gestantes terão seus problemas de saúde bucal
resolvidos, os bebês receberão assistência odontológica mesmo antes do nascimento
e a meta pactuada para o indicador 03 do Previne Brasil poderá ser alcançada.
É oportuno destacar a necessidade de criação de um guia interativo para o
acompanhamento de crianças de 0 a 2 anos, para orientar os cirurgiões dentistas
sobre a importância da continuidade dos cuidados com a saúde bucal do bebê após
o nascimento.
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6 CONCLUSÕES DO TCM
Este estudo proporcionou o desenvolvimento de uma ferramenta eletrônica, o
protótipo de aplicativo LNSB (Levantamento de Necessidade em Saúde Bucal), com
a consequente obtenção do diagnóstico situacional em saúde bucal da população
estudada. Também foi responsável pela criação do produto técnico “Guia interativo
para acompanhamento do pré-natal odontológico na atenção primária à saúde”.
Com o protótipo de aplicativo foi possível sistematizar as informações sobre
saúde bucal da população da microárea estudada e construir o mapa falante virtual
do território. Isso dispensou o uso de fichas de levantamento de necessidades em
saúde bucal e do mapa falante físico, instrumentos de trabalho que se amontoavam
na unidade básica de saúde, que apresentavam dificuldades de utilização e de
atualização, além da falta de sustentabilidade. A nova ferramenta tornou o serviço
mais dinâmico, com ganho de tempo e de facilidade para atualizar as informações ,
sem falar na economia de papéis.
O guia interativo servirá para orientar os cirurgiões dentistas na condução de
um pré-natal odontológico conforme recomendações do Ministério da Saúde, tratando
as gestantes e prevenindo os bebês das afecções bucais. Além de sugerir estratégias
para o alcance da meta pactuada para o indicador Previne Brasil “Proporção de
gestantes com atendimento odontológico realizado”.
Este estudo deverá ter continuidade com a expansão da sistematização das
informações sobre saúde bucal para as demais microáreas do território e com a
tramitação para a transformação do protótipo num aplicativo que possa ser usado por
outros profissionais que tenham interesse.
Sugere-se que seja criado um outro guia interativo para o acompanhamento
das crianças de 0 a 2 anos, dando suporte aos cirurgiões dentistas para os cuidados
com a saúde bucal dos bebês após o nascimento.
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105
APÊNDICES
106
APÊNDICE A – Termo de anuência
107
APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido
108
109
110
111
APÊNDICE C – Termo de consentimento livre e esclarecido para pais ou
responsáveis legais dos menores de 18 anos
112
113
114
115
APÊNDICE D – Termo de assentimento livre e esclarecido para participantes
entre 13 e 17 anos
116
117
118
119
APÊNDICE E- Termo de assentimento livre e esclarecido para crianças com
idade entre 07 e 12 anos
120
121
122
APÊNDICE F – Termo de autorização do uso de imagem
123
APÊNDICE G – Termo de autorização do uso de imagem (responsáveis legais
por menores de 18 anos)
124
APÊNDICE H – Guia interativo para acompanhamento do pré-natal
odontológico na atenção primária à saúde
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
135
136
137
138
139
140
141
142
143
ANEXOS
144
ANEXO A – Autorização motivada - Minuta 50
145
146
ANEXO B – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal
de Alagoas
147
148
149
150
151
152
153
154
155
156
ANEXO C- Variáveis indicadoras de risco de saúde bucal segundo abordagem
STEPS (OMS, 2017, p. 68)
157
ANEXO D – Variáveis indicadoras de risco de saúde bucal para crianças e
adolescentes segundo abordagem STEPS (OMS, 2017, p. 69)
158
ANEXO E – Relatório de cadastro individual / Equipe Carla Nogueira III /
Microárea 02 (Dezembro/2022)
159
160
161
162
163
ANEXO F – Manual da atenção básica em saúde bucal do Estado de Alagoas
164
165
166
167
168
169
170
171
172
173
174
175
176
177
178
179
180
181
182
183
184
185
186
187
188
189
190
191
ANEXO G – Ficha “levantamento de necessidade em saúde bucal”
