Relação entre Processos Formativos sobre Humanização da Saúde e a Prática de Trabalhadores de um Centro Especializado em Reabilitação – Juliana Araújo Menezes
Data da Defesa: 29/05/2020
RELAÇÃO ENTRE PROCESSOS FORMATIVOS SOBRE HUMANIZAÇÃO DA SAÚDE E A PRÁTICA DE TRABALHADORES DE UM CENTRO ESPECIALIZADO.pdf
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA SAÚDE
JULIANA ARAÚJO MENEZES
RELAÇÃO ENTRE PROCESSOS FORMATIVOS SOBRE HUMANIZAÇÃO DA
SAÚDE E A PRÁTICA DE TRABALHADORES DE UM CENTRO ESPECIALIZADO
EM REABILITAÇÃO
MACEIÓ
2020
JULIANA ARAÚJO MENEZES
RELAÇÃO ENTRE PROCESSOS FORMATIVOS SOBRE HUMANIZAÇÃO DA
SAÚDE E A PRÁTICA DE TRABALHADORES DE UM CENTRO ESPECIALIZADO
EM REABILITAÇÃO
Trabalho apresentado à banca de defesa como
requisito parcial para a obtenção do título de
Mestre no Mestrado Profissional em Ensino na
Saúde da Faculdade de Medicina Universidade Federal de Alagoas.
Orientador: Prof. Dr. Sérgio Seiji Aragaki
MACEIÓ
2020
À Deus pelo dom da vida, que tanto me protege e
abençoa!
Aos meus pais, Graça e Humberto (in memorian)
por todo esforço e dedicação na construção da
pessoa que sou hoje.
À Irajá Júnior, meu esposo, pela compreensão e
paciência.
Ao meu filho, Bernardo, que está no meu ventre
na reta final desse sonho.
AGRADECIMENTOS
À Deus, pelas doses de força e coragem que não me deixou desanimar e a
Nossa Senhora Mãe Rainha por me levar em seu colo nas horas que mais
necessitei.
À mainha, Maria das Graças Araújo Menezes, pelo amor e pelas palavras de
apoio que tanto me motivaram nessa jornada.
Em memória, ao painho, Humberto de Souza Menezes e a voinha Viturina
Araújo de Lima, por serem exemplos de honestidade, força e determinação que
carrego para vida.
Ao meu esposo e companheiro, Irajá Moraes Araújo Júnior que esteve ao
meu lado em todas as horas, com todo seu amor e incentivo torcendo pelo meu
sucesso.
À minha família, em especial a tia Maria José Araújo Epifânio, aos meus
irmãos Humberto de Souza Menezes Júnior e Thiago Alex Araújo Menezes por
acreditarem em mim e aos amados sobrinhos Anna Victória O. Menezes, Arthur
Humberto O. Menezes, Heitor José P. de S. Menezes e Heloísa Maria P. de S.
Menezes por me alegrarem nas horas de desamino.
Aos anjos que são instrumentos de Deus em minha vida: Hélvia Castro,
Amanda Viana, Carla Islowa, Samilla Maia, Gilvan Epifânio, Camila Moura e Everson
Melo que foram imprescindíveis em momentos que mais precisei nessa caminhada.
A minha turma MPES 2018, representação de união, amizade e solicitude, a
quem tive o prazer de representar enquanto estudante nesses anos de mestrado,
em especial as amigas que construí laços fortes: Eladja Oliveira, Maria Izabel Alves
e Graziella Martins, pela parceria de sempre.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Sérgio Seiji Aragaki, por toda orientação feita
com tanta paciência, disponibilidade e compreensão em todo o processo de
construção dessa pesquisa.
Aos professores do MPES que se dedicam com entusiasmo no ato de
construção do conhecimento, em especial a Profa. Dra. Josineide Francisco, Profa.
Dra. Lucy Vieira, Prof. Dr. Antônio Carlos Silva e Profa. Dra. Cristina Camelo.
As professoras da banca de qualificação e defesa, Profa. Pós-Dra. Maria de
Lourdes Vieira e Profa. Pós-Dra. Jeane Fêlix, pela disponibilidade e a contribuição
de forma carinhosa com essa pesquisa.
Aos participantes dessa pesquisa, sem vocês nada disso seria possível.
A todos os colegas e todas as colegas de trabalho e, aos amigos e as amigas,
de modo geral, que tanto torceram por mim.
Minha gratidão!
“É fundamental diminuir a distância entre
o que se diz e o que se faz, de tal maneira
que num dado momento a tua fala seja a
tua prática”.
(Paulo Freire)
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CER
Centro Especializado em Reabilitação
EPS
Educação Permanente em Saúde
ONG
Organização Não Governamental
SUS
Sistema Único de Saúde
PNH
Política Nacional de Humanização
PTS
Projeto Terapêutico Singular
MS
Ministério da Saúde
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Vídeos educacionais e endereços..........................................................77
Quadro 2 – Critérios Avaliativos da série de vídeos sobre a humanização da Saúde
na Atenção em Reabilitação......................................................................................79
Quadro 3 - Associação com as palavras Atividade Coletiva.....................................96
Quadro 4 - Associações à palavra humanização......................................................98
Quadro 5 - Associações às palavras não humanização..........................................100
Quadro 6 - Transcrição Sequencial..........................................................................101
Quadro 7 – Quadro Analítico....................................................................................117
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Distribuição espacial dos participantes no grupo.......................................37
RESUMO GERAL
Este Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso do Mestrado Profissional de
Ensino na Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas é
composto por um artigo, baseado na pesquisa intitulada Relação entre processos
formativos sobre humanização da saúde e a prática de trabalhadores de um centro
especializado em reabilitação, e dos produtos educacionais, construídos a partir das
reflexões advindas da citada pesquisa. Fundamentando-se na perspectiva do
Construcionismo Social, a pesquisa teve como objetivo conhecer os discursos de
trabalhadores de um Centro Especializado em Reabilitação a respeito de como as
suas práticas estão relacionadas com o seu processo formativo sobre humanização
da saúde. Para atingir os objetivos, adotou-se enquanto metodologia uma oficina
realizada com 15 trabalhadores de um serviço de saúde, localizado na cidade de
Maceió, Estado de Alagoas. Os resultados da pesquisa apontam para a polissemia
do conceito humanização da saúde, processos de trabalho que estão alinhados aos
sentidos da humanização orientados pela Política Nacional de Humanização e
outras que dela divergem. Identifica-se que há uma fragilidade da educação formal
em torno do tema e percebe-se que a prática não caminha isolada da formação,
visto que o processo formativo em humanização da saúde está presente na
interação com outros sujeitos e se faz na intervenção. Nos desafios identificamos o
modelo de gestão, a valorização profissional, a mecanização do trabalho e a
educação permanente em saúde. E, enquanto propostas de superação desses
desafios identificaram a necessidade de se fomentar grupos. Como produtos
educacionais foram produzidas mídias educativas que diz respeito a uma série de
vídeos sobre a humanização da saúde na atenção em reabilitação. Verifica-se a
necessidade de desenvolver atividades de Educação Permanente em Saúde
visando aprofundar o tema. Espera-se, com esse trabalho, contribuir para o ensino
na saúde, em especial, na formação dos trabalhadores e gestores de saúde, bem
como melhorar a atenção na saúde em reabilitação.
Palavras-chave: Humanização da Assistência. Ensino. Educação Continuada.
Centros de Reabilitação.
ABSTRACT
This Academic Work of Course Completion of the Professional Master's Degree in
Health Education at the Faculty of Medicine of the Federal University of Alagoas is
composed of an article, based on the research entitled Relationship between training
processes on humanization of health and the practice of workers at a specialized
center in rehabilitation, and educational products, built from the reflections arising
from the aforementioned research. Based on the perspective of Social
Constructionism, the research aimed to get to know the speeches of workers at a
Specialized Rehabilitation Center regarding how their practices are related to their
training process on humanization of health. To achieve the objectives, a workshop
with 15 workers from a health service, located in the city of Maceió, State of Alagoas,
was adopted as methodology. The research results point to the polysemy of the
concept of humanization of health, work processes that are aligned with the
meanings of humanization guided by the National Humanization Policy and others
that diverge from it. It is identified that there is a weakness of formal education
around the theme and it is noticed that the practice does not go isolated from the
training, since the training process in humanization of health is present in the
interaction with other subjects and is done in the intervention. In the challenges we
identified the management model, the professional valorization, the mechanization of
work and the permanent education in health. And, while proposals to overcome these
challenges identified the need to foster groups. As educational products, educational
media were produced that relate to a series of videos on the humanization of health
in rehabilitation care. There is a need to develop Permanent Health Education
activities in order to deepen the theme. This work is expected to contribute to health
education, especially in the training of health workers and managers, as well as to
improve health care in rehabilitation.
Keywords: Humanization
Rehabilitation Centers.
of
Assistance.
Teaching.
Continuing
Education.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO ................................................... 16
1.Artigo – Relação entre processos formativos sobre humanização da saúde e a
prática de trabalhadores de um Centro Especializado em Reabilitação .......... 18
1.1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 20
1.2 A HUMANIZAÇÃO DA SAÚDE NO BRASIL ............................................. 22
1.2.1 Humanização e Formação em Saúde .................................................... 29
1.3 REABILITAÇÃO EM SAÚDE: CONCEITOS E SERVIÇOS ....................... 30
1.3.1 A Reabilitação em Saúde ....................................................................... 31
1.3.2 Os Centros Especializados em Reabilitação .......................................... 32
1.3.3 O Centro Especializado em Reabilitação pesquisado ............................ 34
1.4 OBJETIVOS .............................................................................................. 35
1.4.1 Objetivo Geral: ....................................................................................... 35
1.4.2 Objetivos Específicos: ............................................................................ 35
1.5 PERCURSO METODOLÓGICO ............................................................... 35
1.5.1 Procedimentos para produção de informações ...................................... 36
1.5.2 Participantes .......................................................................................... 40
1.5.3 Local ...................................................................................................... 40
1.5.4 Procedimentos de análise das informações ........................................... 40
1.5.5 Critérios éticos na pesquisa ................................................................... 42
1.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................. 42
1.6.1 Sentidos da humanização na saúde ....................................................... 42
1.6.2 Processos formativos em humanização ................................................. 49
1.6.3 Processo de trabalho alinhado a práticas humanizadas ......................... 53
1.6.4 Desafios para práticas humanizadas ...................................................... 57
1.6.5 Propostas para a superação dos desafios .............................................. 62
1.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 65
1.8 REFERÊNCIAS......................................................................................... 68
2 PRODUTOS EDUCACIONAIS - MÍDIA EDUCATIVA “SÉRIE DE VÍDEOS SOBRE
A HUMANIZAÇÃO DA SAÚDE NA ATENÇÃO EM REABILITAÇÃO” ............. 75
2.1 Introdução ................................................................................................. 76
2.2 Justificativa ............................................................................................... 75
2.3 Objetivos ................................................................................................... 76
2.3.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 76
2.3.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 76
2.4 Público-alvo .............................................................................................. 76
2.5 Procedimentos adotados para a criação das mídias educativas ............... 77
2.6 Resultados ou Impactos ............................................................................ 78
2.7 Critérios CAPES de avaliação ................................................................... 78
2.7.1 Classificação de Produção Técnica – 2016 ............................................ 78
2.7.2 (Nova) Proposta de Classificação e Avaliação de Produtos – 2019 ....... 79
2.8 Considerações finais sobre os produtos .................................................... 82
2.9 REFERÊNCIAS DOS PRODUTOS ........................................................... 82
3. COMENTÁRIOS FINAIS DO TACC ............................................................ 83
4. REFERÊNCIAS GERAIS DO TRABALHO .................................................. 85
APÊNDICES ................................................................................................... 94
APÊNDICE A – ROTEIRO DE OFICINA DE PESQUISA ..................................95
APÊNDICE B – QUADRO DE ASSOCIAÇÃO COM AS PALAVRAS: ATIVIDADE
COLETIVA ...................................................................................................... 96
APÊNDICE C – QUADRO DE ASSOCIAÇÕES À PALAVRA HUMANIZAÇÃO98
APÊNDICE D – QUADRO ASSOCIAÇÕES ÀS PALAVRAS NÃO HUMANIZAÇÃO
.......................................................................................................................100
APÊNDICE E - TRANSCRIÇÃO SEQUENCIAL .............................................101
APÊNDICE F – QUADRO ANALÍTICO ..........................................................118
APÊNDICE G - CARTA DE ANUÊNCIA...........................................................131
ANEXOS .................................................................................................. ......133
ANEXO 1 – PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA .......134
ANEXO 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.........138
16
APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO
O Mestrado Profissional em Ensino na Saúde (MPES) da Faculdade de Medicina
(FAMED) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) tem, dentre seus objetivos, a
formação de profissionais que atuem no cotidiano dos serviços de saúde. Estes
devem estar baseados na produção de conhecimento científico, que se faz por meio
da investigação de contextos relacionados à prática no ensino na saúde - na sua
interface com as evidências científicas da área - e dos conhecimentos advindos do
trabalho realizado nos serviços de saúde. É esperado também que esse espaço de
formação promova um aumento de intervenções a partir de pesquisas realizadas
nos serviços de saúde que produzam impacto no Sistema Único de Saúde (SUS)
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, 2018).
Como autora desse Trabalho de Acadêmico de Conclusão de Curso, explico que
sou graduada em Serviço Social pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL),
desde o ano 2009, especialista em Gestão de Pessoas pelo Centro de Ensino
Superior Arcanjo Miguel de Arapiraca (CESAMA) no ano de 2011, e especialista em
Gênero e Diversidade na Escola pela UFAL, no ano de 2016. Tive algumas
experiências profissionais, contudo meu ingresso na Saúde Pública ocorreu em
2011, quando fui contratada para exercer a função de Assistente Social em uma
Organização Não Governamental – ONG, localizada na cidade de Maceió, Estado
de Alagoas.
Essa ONG realiza atendimento de reabilitação em saúde, sendo credenciada
junto ao SUS, se constituindo como Centro Especializado em Reabilitação. Como
Assistente Social inserida na equipe multiprofissional desse serviço, a motivação
para o desenvolvimento desta pesquisa partiu da observação referente às alterações
nas práticas de saúde, a partir da determinação feita pela instituição de que fosse
produzido o Projeto Terapêutico Singular (PTS) para os usuários assistidos.
O PTS é um dispositivo da Política Nacional de Humanização – PNH, da
diretriz Clínica Ampliada e Compartilhada (BRASIL, 2008a; b), que busca, dentre
outros objetivos, a construção da autonomia e do protagonismo dos sujeitos
envolvidos no processo de produção da saúde. Na perspectiva da PNH, isso traz o
17
sentido de valorização os sujeitos por meio da responsabilidade compartilhada, da
participação coletiva nos processos de gestão e atenção, possibilitando a sua
transformação. É, desse modo, um dispositivo que articula o funcionamento das
práticas de produção da saúde (BRASIL, 2009a).
Nesse sentido, a equipe multiprofissional do referido serviço de saúde precisou
se adequar às determinações. Porém, na prática, pude constatar que não havia
clareza do que é o PTS, de que ele é um dispositivo da diretriz Clínica Ampliada e
Compartilhada, de como fazê-lo e, também não estando claros os sentidos de
humanização atribuídos pelos trabalhadores locais.
Estes fatos me inquietaram a desenvolver uma pesquisa, haja vista que essa
nova prática de saúde foi implantada no serviço sem a prévia construção de
conhecimentos ou discussão com a equipe e com os usuários, sendo considerada
mais uma atribuição pelos trabalhadores locais. Esta pesquisa, disponível na seção
1, a seguir, teve como objetivo conhecer as práticas discursivas dos trabalhadores
de um Centro Especializado em Reabilitação, a respeito de como relacionam o
processo formativo sobre humanização da saúde com as práticas que desenvolvem
no serviço.
Além da produção da pesquisa, o mestrado profissional possui o compromisso
de desenvolver produtos educacionais que possam contribuir para melhorar o ensino
na área específica estudada. Nesse sentido, a partir das reflexões sobre a pesquisa,
foram produzidas mídias educativas, cujo objetivo geral é disseminar conhecimentos
sobre a humanização da saúde nos serviços de reabilitação, conforme orientações
da PNH. Estes produtos educacionais podem ser vistos na seção 2.
Este trabalho, composto por pesquisa e produtos educacionais, visa contribuir
para o ensino, a pesquisa e a melhoria das práticas em saúde, sob a ótica da PNH,
no contexto da reabilitação física. Espera-se também colaborar na melhoria na
qualidade do atendimento aos usuários e familiares e na valorização do trabalho e
dos trabalhadores e gestores do SUS.
Por fim, registramos que nas considerações gerais desse Trabalho Acadêmico
de Conclusão de Curso, traremos nossos aprendizados, apontando contribuições,
limites e sugestões.
18
1. Artigo – Relação entre processos formativos sobre humanização da
saúde e a prática de trabalhadores de um Centro Especializado em
Reabilitação
RESUMO
A humanização da saúde é um tema relevante na área da saúde, tendo sido criada,
inclusive, uma política transversal no SUS, para dela tratar: a Política Nacional de
Humanização da Atenção e Gestão do SUS. A humanização da saúde está presente
nas práticas em saúde e nos espaços de formação (acadêmicos ou não). A
formação torna-se fundamental, uma vez que é por meio dos processos formativos
que se questionam, reafirmam ou se alteram o trabalho em saúde. Esta pesquisa
teve o objetivo de conhecer a relação entre as práticas de trabalhadores de um
Centro Especializado em Reabilitação e o seu processo formativo sobre
humanização da saúde. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória e
descritiva fundamentada na perspectiva teórica das Práticas Discursivas e Produção
de Sentidos de Spink. Para alcance dos objetivos, foi realizada uma oficina com 15
trabalhadores de um serviço de reabilitação em saúde, localizado em Maceió,
Alagoas. Os materiais produzidos foram transcritos e serviram para a construção de
cinco categorias analíticas: sentidos da humanização na saúde, processo formativo
em humanização, processo de trabalho alinhado às práticas humanizadas, desafios
para realizar tais práticas e propostas para superação dos desafios. Os resultados
apontam para a polissemia em torno do tema; alguns sentidos se aproximam ao
proposto pela citada política, outros se alinham a valores humanos e humanitários e
ainda outros os mesclam. Há uma formação pontual e incipiente tanto nos espaços
escolares quanto nos não escolares a respeito do tema. Apesar disso, foram
identificadas práticas alinhadas ao proposto pela Política, mesmo ela não tendo sido
referida pelos participantes. Vários desafios e possibilidades de sua superação
foram trazidos, de modo a melhorar o trabalho da instituição e beneficiar usuários,
trabalhadores e gestores. Conclui-se que o processo formativo sobre humanização
da saúde foi construído, predominantemente, por meio das relações sociais e no
espaço de trabalho, sendo imprescindível a realização de atividades de Educação
Permanente em Saúde no serviço, intervindo em situações concretas do trabalho,
para que se possa conhecer, aprofundar e pôr em prática os conhecimentos acerca
da PNH e assim melhorar os modos de atenção e gestão no serviço de saúde.
Palavras-chave: Humanização da Assistência. Ensino. Educação Continuada.
Centros de Reabilitação.
19
1. Article - Relationship between training processes on humanization of health
and the practice of workers at a Specialized Rehabilitation Center
ABSTRACT
The humanization of health is a relevant theme in the area of health, and a
transversal policy was created in SUS, to address it: the National Policy for the
Humanization of SUS Care and Management. The humanization of health is present
in health practices and in training spaces (academic or not). Training becomes
fundamental, since it is through training processes that health work is questioned,
reaffirmed or changed. This research aimed to understand the relationship between
the practices of workers at a Specialized Rehabilitation Center and its training
process on humanization of health. It is a qualitative, exploratory and descriptive
research based on the theoretical perspective of Spink's Discursive Practices and
Sense Production. To achieve the objectives, a workshop was held with 15 workers
from a health rehabilitation service, located in Maceió, Alagoas. The materials
produced were transcribed and served for the construction of five analytical
categories: meanings of humanization in health, training process in humanization,
work process aligned with humanized practices, challenges to carry out such
practices and proposals to overcome the challenges. The results point to the
polysemy around the theme; some meanings approach what was proposed by the
aforementioned policy, others are aligned with human and humanitarian values and
still others mix them. There is a punctual and incipient formation in both school and
non-school spaces regarding the theme. Despite this, practices were identified in line
with what was proposed by the Policy, even though it was not mentioned by the
participants. Several challenges and possibilities to overcome them were brought up,
in order to improve the institution's work and benefit users, workers and managers. It
is concluded that the training process on humanization of health was built,
predominantly, through social relationships and in the work space, and it is essential
to carry out Permanent Health Education activities in the service, intervening in
concrete work situations, so that one can get to know, deepen and put into practice
the knowledge about the PNH and thus improve the modes of care and management
in the health service.
Keywords: Humanization
Rehabilitation Centers.
of
Assistance.
Teaching.
Continuing
Education.
20
1.1 INTRODUÇÃO
A humanização da saúde é um tema relevante de discussão e pesquisa no
Brasil.
De início, é bom lembrar que diversos são os sentidos e as práticas
relacionadas à humanização da saúde nas práticas discursivas que circulam
atualmente em nossa sociedade e, nesse emaranhado de sentidos e práticas temos
a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS (PNH) também
chamada de HumanizaSUS.
A PNH, criada pelo Ministério da Saúde (MS) em 2003, está presente em
vários espaços da saúde: em textos oficiais de diversos âmbitos de governo; em
serviços públicos; nas publicações em periódicos científicos ou não; nas práticas
discursivas de trabalhadores, gestores e usuários da saúde e de outras instâncias,
governamentais ou não; e no desenvolvimento de pesquisas e atividades de
extensão universitária1. Além disso, ela também está presente em outros locais, na
vida cotidiana, tais como nas conversas do dia a dia.
Contudo, diante da conjuntura política e econômica em exercício atualmente
no país, com a redução de investimento em políticas públicas, dentre outras coisas,
a PNH passa a ter uma redução em sua potência e na sua visibilidade. Porém, isso
não a faz menos importante, uma vez que ela se propõe a ser resistência e luta
contra práticas antidemocráticas e contrárias à saúde como direito.
Assim, documentos do Ministério da Saúde registram a existência da PNH,
demarcando seus princípios, método, diretrizes e dispositivos. Estes disparam
movimentos de mudança nas práticas de atenção e gestão da política pública de
saúde brasileira e buscam reafirmar e colocar em prática os princípios do SUS no
cotidiano dos serviços (BRASIL, 2008a).
1
Por exemplo, a Política Estadual de Humanização do Estado de São Paulo
(http://www.saude.sp.gov.br/resources/humanizacao/homepage/acessorapido/politica_estadual_de_humanizacao_v5.pdf);
publicações
na
Rede
HumanizaSUS
(http://www.redehumanizasus.net) e textos citados nesse trabalho.
21
Por outro lado, para que ocorram as citadas mudanças, é fundamental uma
proposta de formação em saúde. Diante disso, a PNH afirma que a formação é
indissociável da intervenção; os processos de formação ocorrem nas relações
coletivas do trabalho. A formação provoca movimentos de transformação nas
práticas utilizadas pelos sujeitos nos seus serviços de saúde quando se utilizam de
metodologias que atendam às necessidades dos mesmos.
Dito isto, esta pesquisa propôs-se a conhecer as práticas discursivas dos
trabalhadores de um serviço de reabilitação física, a respeito de como relacionam o
trabalho que desenvolvem no local ao seu processo formativo sobre humanização
da saúde. Sendo assim, entender os sentidos produzidos por trabalhadores de um
Centro Especializado em Reabilitação a respeito de humanização da saúde,
identificando como e em que locais se deu o processo de formação dos referidos
trabalhadores em humanização da saúde, além de compreender se as práticas que
desenvolvem no Centro Especializado em Reabilitação estão alinhadas à
humanização da saúde, em especial, dentro do proposto pela Política Nacional de
Humanização e conhecer desafios e propostas para a humanização da saúde no
local onde trabalham.
Assim, foi feita uma pesquisa qualitativa, de natureza exploratória e descritiva,
fundamentada na perspectiva teórica das Práticas Discursivas e Produção de
Sentidos de Spink, alinhada ao Construcionismo Social.
De acordo com Spink (2013) a produção de sentido é uma prática social,
dialógica, que implica a linguagem em uso. Utiliza da linguagem para sustentar as
práticas sociais geradoras de sentido, buscando entender tanto as práticas
discursivas quanto os repertórios utilizados nessas produções discursivas.
O Construcionismo Social que diz respeito a um movimento que considera o
discurso como um artefato de intercâmbio social e “se configura em um momento
onde fervilham estudos sobre a linguagem” (Méllo et al., 2007, p.26). A linguagem é
uma forma de ação no mundo, é uma prática.
Nesse sentido, as práticas discursivas são linguagem em ação, pois a partir
delas as pessoas produzem sentidos e se posicionam em relações sociais
cotidianas. É por meio do discurso que ocorre a construção social da realidade em
22
que se vive. O conhecimento é construído em meio às práticas sociais e não algo
apreendido do mundo, ou seja, o conhecimento é produto histórico e social (SPINK,
2013).
Foi feita uma revisão bibliográfica na base de dados Biblioteca Virtual da
Saúde - BVS, relacionando humanização da assistência e ensino, no qual foram
encontrados 10 artigos relevantes para o estudo; outro descritor utilizado foi
humanização da assistência e educação continuada, que encontrou 3 artigos
interessantes para o estudo; e por fim, utilizamos o descritor humanização da
assistência, que resultou em 192 artigos; consulta a livros e (outros) artigos
científicos disponíveis sobre os temas, on line, no acervo pessoal da pesquisadora e
na biblioteca da universidade vinculada à pesquisa. Também foram pesquisados e
estudados outros assuntos pertinentes, tais como os conceitos de educação formal,
informal e não escolar.
Para alcance do objetivo, foi feita uma oficina com os profissionais que compõem
a equipe multiprofissional de um serviço de reabilitação física de Maceió, Alagoas,
cujos procedimentos de análise, resultados e conclusões serão oportunamente
trazidos.
Esse artigo se estrutura em seções, tal como veremos a seguir.
A primeira seção trata da humanização da saúde no Brasil, registrando que o
conceito é polissêmico, mas detendo-se a tratar da política oficial, do governo
federal, criada para dela tratar: a Política Nacional de Humanização da Atenção e
Gestão do SUS (PNH). Traz, dentro dessa apresentação, fatos em relação ao lugar
que essa política ocupa no contexto político e econômico atual. Nesta seção
também são feitas considerações a respeito de humanização e formação em saúde,
de autores alinhados à referida política.
Na segunda seção é explicitado o conceito de reabilitação em saúde,
apresentando, de maneira sucinta, os Centros Especializados em Reabilitação e,
dentro destes, o serviço onde foi realizada a pesquisa.
Na sequência, são trazidos os objetivos e, seguidos do percurso metodológico,
que apresenta os procedimentos utilizados para o alcance dos objetivos, dados
23
adicionais sobre o local de realização da pesquisa; informações sobre os
participantes, critérios e procedimentos éticos e de análise das informações que
resultaram nas categorias analíticas.
Por fim, temos os resultados e discussão, e as considerações finais.
Com esse trabalho pretendemos contribuir para a pesquisa e o ensino sobre a
humanização da saúde à luz da PNH, bem como na melhoria da qualidade da
atenção e gestão do cuidado nos serviços de reabilitação física.
1.2 A HUMANIZAÇÃO DA SAÚDE NO BRASIL
No Brasil, o termo humanização da saúde emergiu em meados do século XX
e estava muito ligado à assistência ao parto, com o uso de medicações para aliviar
as dores ocorridas durante esse processo. Esta prática foi desenvolvida durante
várias décadas em pacientes ricas e logo se tornou um tipo de parto “idealizado” 2. A
partir dos anos 1950, essa prática começou a ser questionada e criticada por
obstetras e movimentos hippies e feministas, devido ao uso indiscriminado de
medicações analgésicas (DINIZ, 2005).
Na mesma década de 1950, o termo humanização começou a ser identificado
na literatura brasileira como um movimento. Já, em 1970, ganhou força por meio da
criação da Rede pela Humanização do Parto e do Nascimento (Rehuna) e pelo
Movimento da Luta Antimanicomial (CONCEIÇÃO, 2009).
A humanização ganhou espaço em diversas áreas da saúde, contudo o
enfoque maior estava no ambiente hospitalar. Casate e Correa (2005) afirmam que,
entre as décadas de 50 a 80 do século XX, o foco da humanização estava nas
relações interpessoais com o paciente e nas questões administrativas, atreladas
apenas à área hospitalar.
2
Segundo Diniz (2005) durante décadas pacientes da elite brasileira utilizaram drogas para o alívio
das dores decorrentes do parto. Este poderia ser feito com a mulher totalmente inconsciente, no qual
ela não possuiria qualquer recordação ou consciência, sem dores e sendo feito em posição horizontal
durante toda a sua duração.
24
É importante compreender que a conjuntura que permeava o Brasil na década
de 1970, foi marcada por diversos questionamentos, reflexões e discussões sobre
como se configurava a assistência em saúde, tanto sobre o acesso aos serviços,
quanto aos direitos dos usuários. A pressão popular da sociedade civil e dos
movimentos sociais democráticos de esquerda, com destaque para o Movimento de
Reforma Sanitária, culminou na 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986).
Essa Conferência contou pela primeira vez com a participação da sociedade
civil e trouxe temas como o direito de cidadania, reformulação do sistema nacional
de saúde e financiamento do setor. Estes aspectos contribuíram para a inclusão da
saúde no tripé da Seguridade Social (saúde, previdência e assistência social) na
Constituição de 1988 (NORONHA; MACHADO; LIMA, 2008).
Assim, a saúde passou a ser direito de todos os cidadãos e dever do Estado.
Para materializar essa política de saúde, foi instituído o SUS, por meio da lei nº.
8080/90 (BRASIL, 1990a) e da lei complementar nº. 8142/90 (BRASIL, 1990b).
Porém, o SUS foi regulamentado somente em 2011, com o decreto 7508 (BRASIL,
2011a). Atualmente, esse é o modelo de organização dos serviços e das ações da
política de saúde no Brasil.
Para Passos, Pasche e Hennington (2011) a construção do SUS tem como uma
de suas implicações aprimorar a própria experiência como sociedade, mais justa e
solidária, a partir da defesa de valores como democracia direta, controle social,
universalização de direitos e humanização do cuidado.
[ ] a saúde passou a ser reconhecida como um bem ao qual todo
cidadão tem direito, havendo determinação de que os serviços de
saúde devem promover o acesso à informação sobre a saúde e
potencial de atendimento e resolutividade, bem como preservar a
autonomia das pessoas” (GOULART; CHIARI, 2010, p. 256).
Nesse sentido, houve a necessidade de construir mecanismos que aumentassem
a qualidade do atendimento e com isso, a temática começa a aparecer com mais
ênfase nos debates da saúde, apresentando também algumas experiências
25
isoladas, tais como o Método Mãe-Canguru3, o acolhimento em recepções, dentre
outros. Segundo Benevides e Passos (2005), o tema humanização conquistou
legitimidade a partir da XI Conferência Nacional de Saúde (CNS) realizada em 2000,
intitulada “Acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde como controle
social”.
Ainda nos anos 2000, o Ministério da Saúde (MS) regulamentou o Programa
Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) cujo objetivo
fundamental era aprimorar as relações entre profissionais e usuários, como também
entre os profissionais, o hospital e a comunidade (BRASIL, 2001). Ele surgiu devido
ao alto número de queixas de maus tratos dos usuários nos hospitais “e, como forma
de dar resposta a essas necessidades, convidando vários profissionais da área de
saúde mental para elaborarem uma proposta de trabalho com vistas à humanização”
(CONCEIÇÃO, 2009, p. 199).
Neste programa são incorporadas aquelas ações de humanização já
realizadas tanto no nível local como nacional; caracterizadas
geralmente por terem sido desenvolvidas de forma focalizada e
fragmentada, com ênfase nas áreas da saúde da mulher e da
criança, trabalhando em frentes como humanização do atendimento;
humanização do acolhimento; humanização do parto; humanização
da gestão, entre outras, e quase que exclusivamente em hospitais. O
que não significa que, a partir do PNHAH, esse direcionamento tenha
sido modificado (CONCEIÇÃO, 2009, p. 200).
Com isso, observa-se que a humanização foi adquirindo outros sentidos e
ampliando seu campo de atuação. Observa-se que, até 2003, existiam iniciativas de
humanização que tinham por características determinados programas, com baixa
comunicação entre eles e setores do MS e uma imprecisão conceitual sobre o tema
humanização da saúde (PASSOS; PASCHE; HENNINGTON, 2011).
O PNHAH, em 2003, sofreu alterações, ampliando seu alcance e transformandose em uma política social. Segundo Ferreira e Artmann (2016, p. 1438)
“independente de programas ou da política, sempre houve nichos na saúde onde a
prática humanizada foi exercitada”.
3
O Método Canguru é um modelo de assistência perinatal voltado para a melhoria da qualidade do
cuidado ao recém-nascido de baixo peso e sua família, baseado nos princípios da atenção
humanizada (BRASIL, 2011b).
26
Em 2003, num cenário de mudança política, houve um investimento
para que a humanização se configurasse não mais por meio de
programas isolados, mas como uma política transversal, capaz de
radicalizar discussões sobre a produção de saúde como bem
comum, ou seja, como política pública (MORSCHEL; BARROS,
2014, p. 929).
Nesse sentido, a Política Nacional de Humanização (PNH) foi lançada em 2003
pelo Ministério da Saúde e pactuada na Comissão Intergestores Tripartite e no
Conselho Nacional de Saúde, sendo “a humanização vista não como programa, mas
como política pública que atravessa/transversaliza as diferentes ações e instâncias
gestoras do SUS” (BRASIL, 2008a, p. 17). Ela é conhecida também como
HumanizaSUS e busca colocar em prática os princípios do SUS no dia a dia dos
serviços de saúde, proporcionando transformações nas maneiras de se fazer gestão
e também de se cuidar na área da saúde.
Segundo Passos, Pasche e Hennington (2011), a PNH:
Emerge da convergência de três objetivos centrais: (1) enfrentar
desafios enunciados pela sociedade brasileira quanto à qualidade e à
dignidade no cuidado em saúde; (2) redesenhar e articular iniciativas
de humanização do SUS e (3) enfrentar problemas no campo da
organização e da gestão do trabalho em saúde que têm produzido
reflexos desfavoráveis tanto na produção de saúde como na vida dos
trabalhadores (p. 4542).
Acredita-se que a PNH está voltada tanto à qualidade do atendimento e
satisfação do usuário, quanto às questões referentes aos profissionais de saúde
(modo de trabalhar, valorização do trabalho e de quem trabalha na área etc.).
De acordo com Passos, Pasche e Hennington (2011), a PNH se apresenta como
uma política pública construída para enfrentar e superar os desafios apresentados
pela sociedade brasileira sobre os cuidados em saúde, a qualidade do atendimento,
os problemas no campo da gestão e da organização do trabalho.
[A PNH] afirma sua dimensão pública, identificada com ideais éticopolíticos do campo da saúde, como a universalidade e a equidade no
acesso e o direito ao cuidado, considerando-se o sentido integral
para o conceito de saúde (PASSOS; PASCHE; HENNINGTON,
2011, p. 4546).
27
Dessa maneira, apesar das mudanças políticas em voga, no governo federal, no
país4, ela ainda se apresenta como referência para a construção de práticas de
saúde efetivas na defesa e fortalecimento do SUS, em diversos territórios (estados e
municípios), na atenção, na gestão e na formação em saúde 5.
Para Vieira et al (2014) essa política vem tratar acerca de como devem se
estabelecer as relações entre gestores, trabalhadores e usuários do SUS, em prol
de fomentar um atendimento e prestação de serviço que garantam melhor qualidade
no processo de cuidado em saúde.
Em outras palavras, humanizar o sistema é torná-lo capaz de prestar
serviços que acolham os usuários como eles são, sem discriminação,
levando em consideração não apenas seu estado físico, mas mental
(emoções, sua subjetividade) e suas condições sociais, culturais. No
âmbito de desenvolvimento do trabalho entre as equipes de
profissionais e entre a rede de saúde, é melhorar a comunicação
entre esses setores, visando o respeito à autonomia de atuação de
cada sujeito envolvido na produção de saúde e também garantir-lhes
condições adequadas de trabalho, como também para os usuários.
(VIEIRA et al, 2014, p. 38).
4
Destacamos alguns pontos da história da PNH, no âmbito federal: ela foi criada e permaneceu na
Secretaria Executiva do Ministério da Saúde (com a proposta de ser transversal em todas as políticas
do MS) de 2003 a 2010, nos governos Lula. Em 2011, no primeiro governo Dilma, foi alocada na
Secretaria de Atenção à Saúde (no Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas). No
segundo governo Dilma, ascendeu dentro do citado departamento, virando uma coordenação geral.
Porém, foi sendo enfraquecida durante a gestão Temer e, desde 2018, não aparece mais no citado
organograma, tendo sido alocada, desde 2019, no governo Bolsonaro, na Secretaria de Atenção
Especializada à Saúde, contando com somente dois trabalhadores e sem verba alocada. “Como uma
morte por inanição, mas que não pode ser decretada, uma vez que oficialmente ela não foi extinta”
(frase dita por colega, em determinada ocasião, conversando sobre a PNH no contexto atual, que não
será identificada, uma vez que não temos essa autorização). Observação: Aproveitamos para
agradecer as contribuições de Gustavo Nunes de Oliveira, Serafim Barbosa Santos Filho, Marcelo
José Fontes Dias, Rejane Guedes Pedroza e Patrícia de Souza Campos Silva na recuperação
dessas informações.
5
Para atestar isso, pode-se, por exemplo, consultar as postagens feitas na Rede Humanizasus, que
tratam de várias ações que continuam ocorrendo em unidades de saúde, cursos da saúde,
secretarias municipais e estaduais e outros locais (http://www.redehumanizasus.net). Também podese encontrar divulgações de ações pautadas na PNH em portais governamentais, tal como no site da
Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (https://www.saude.al.gov.br/2020/02/18/nova-gerente-dohea-diz-que-politica-de-humanizacao-e-prioridade/ e https://www.saude.al.gov.br/2019/10/30/sesaupromove-seminario-e-mostra-sobre-humanizacao-da-saude-em-alagoas/); e no site da Prefeitura de
Teresina
(https://pmt.pi.gov.br/2019/07/01/ubs-cristo-rei-tem-semana-de-sensibilizacao-sobrehumanizacao-em-saude/), dentre outros.
28
A PNH tem como um de seus propósitos a construção de trocas solidárias
para a produção de saúde, por meio de atitudes e ações humanizadas, incluindo os
sujeitos envolvidos: gestores, trabalhadores de saúde e usuários. Para Conceição
(2009), essa política trata de um conjunto de dimensões que visam considerar as
necessidades sociais subjetivas, a partir da constituição de novos sentidos para a
produção de saúde e de seus sujeitos.
De acordo com o Documento Base para Gestores e Trabalhadores do SUS
(Brasil, 2008a), a PNH se estrutura por meio de três princípios: a transversalidade,
que diz respeito ao aumento do grau de comunicação entre sujeitos e coletivos; a
indissociabilidade entre atenção e gestão, uma influenciando a outra, estando
ambas sempre presentes nas práticas de saúde; e a defesa e fortalecimento do
protagonismo, da corresponsabilidade e da autonomia dos sujeitos e dos coletivos,
que implica em envolvê-los nos processos, dividindo as responsabilidades,
produzindo ações transformadoras em todos.
Assim, a humanização na saúde proposta por essa política diz respeito a uma
transformação na gestão dos sistemas e serviços de saúde e no cuidado realizado
pelos seus trabalhadores. Busca mudar a forma como usuários, gestores e
trabalhadores da saúde interagem entre si. De acordo com Passos, Pasche e
Hennington (2011) “humanizar não como o contrário de desumano [...] mas,
humanizar como a construção das condições de emergência de trabalhadores e
usuários protagonistas, autônomos e corresponsáveis” (p.4545).
A PNH é conduzida pelo “Método de Tríplice Inclusão”, o qual busca incluir:
(1) os diferentes sujeitos (trabalhadores, usuários e gestores) na produção e gestão
do cuidado e dos processos de trabalho; (2) os grupos e coletivos, incentivando a
construção de redes e de movimentos sociais; e (3), os analisadores sociais, que
alteram as relações de poder e ressignificam e transformam as posições ocupadas
nas relações com o outro. Destaca-se ser necessária a gestão de conflitos, gerados
na inclusão dessas diferenças.
Assim, a PNH provoca mudanças no sentido de transformar práticas de
saúde, buscando melhorá-las e qualificá-las, valorizando e incluindo os sujeitos na
reflexão e construção de estratégias para a superação dos problemas. E estes
29
podem ser articulados por meio de dispositivos (tais como o Projeto Terapêutico
Singular, o Grupo de Trabalho de Humanização e a Equipe de Referência, o Apoio
Matricial), alinhado a diretrizes (por exemplo: Clínica Ampliada, Acolhimento,
Valorização do Trabalho e do Trabalhador da Saúde).
Em síntese, essa seção abordou, de maneira breve, a contextualização da
humanização da saúde no Brasil, onde identificamos que o termo humanização na
área da saúde existe no país há algumas décadas e que essa temática tomou
maiores proporções, tornando-se uma política pública. Seguiremos para a próxima
subseção
que
tratará
sobre
a
humanização
e
a
formação
em
saúde,
compreendendo que formação e intervenção são inseparáveis e que os processos
de formação ocorrem nas relações coletivas do trabalho.
1.2.1 Humanização e Formação em Saúde
No processo de trabalho em saúde a formação e intervenção são
inseparáveis; ao pensarmos em formação entendemos que ela se faz com o outro,
ao lado do outro (BARROS, BARROS, 2010). Nesse sentido, o processo de
formação está na experiência coletiva de trabalho, “sempre situado, contingenciado
pelas condições e meios de processo de trabalho, condições e meios do trabalhador
de viver no trabalho” (BARROS, BARROS, 2010, p. 78).
Segundo Barros e Barros (2010) a formação é transformação, onde os
trabalhadores inventam, constroem suas práticas, não se limitando à mera execução
ou reduzindo-o ao instrumentalizá-lo com novas tecnologias.
Estamos em contínuo processo de aprendizado, de formação, construindo e
descontruindo conceitos, valores e o próprio trabalho em saúde. “Trata-se de
inventar pela prática de tateio, de experimentação, de problematização das formas já
dadas” (ROZA et al., 2014, p.1044).
De acordo com Neves e Heckert (2010), na perspectiva da PNH, formar e
intervir são práticas indissociáveis. A formação se faz nas e com as práticas
concretas em saúde, analisando-as e modificando-as, ajustando-as conforme as
necessidades do momento; por outro lado, transformando as práticas, se aprende.
30
Para Roza et al.(2014) o processo de formação de trabalhadores da saúde se
sustenta por práticas concretas de intervenção, tendo a PNH como referência para
operacionalizar no sentido de produzir práticas coletivas entre e com os diferentes
atores (usuários, trabalhadores e gestores do SUS). “São processos onde a
formação não se separa da intervenção, do mesmo modo que as situações
concretas de trabalho são espaços privilegiados de formação” (ROZA et al., 2014, p.
1042).
Para construímos um processo de formação para trabalhadores da saúde é
importante prestar atenção ao campo de complexidade existente nas relações entre
os sujeitos (trabalhadores, gestores e usuários), escolhendo uma metodologia que
consiga atender às necessidades do saber, sendo um modo de fazer a formação
que atenda a real demanda desses sujeitos. De acordo com Neves e Heckert (2010,
p.15), “essas escolhas são sempre escolhas ético-políticas”. É imprescindível que a
construção de processos de formação caminhe na direção de discutir e superar os
entraves para a concretização do SUS.
Acreditamos que essa formação voltada à necessidade da intervenção é um
desafio, haja vista que a maioria dos processos formativos ainda está sustentada
pelo modelo tradicional, formando profissionais com ações isoladas e (re)
produzindo a fragmentação dos saberes e práticas em saúde. A formaçãointervenção implica em compreender os processos de trabalho e a partir daí propor
métodos de formação relacionados às práticas de cuidado e de gestão em saúde.
Dessa maneira, é importante entender que a “formação, significa, sobretudo,
produção da realidade, constituição de modos de existência – portanto, não se
dissocia da criação de modos de gestão do processo de trabalho” (NEVES,
HECKERT, 2010, p. 17).
Nesse sentido, os processos formativos estão alinhados ao constante
movimento, fazendo parte de um processo do que é vivido e experimentado em sua
particularidade pelos sujeitos nos serviços de saúde.
Prática formativa se faz no encontro com a alteridade, com o outro
em sua diferença, destruindo evidências e universalidades e
recusando configurações totalizadoras que não favorecem a
31
expressão do processo vital. Não é um processo finalizado, portanto,
uma vez que não se reduz à transmissão de conteúdos, mas é
criação de estratégias para encontrar indícios que possam nos fazer
mudar de caminho, rever estratégias e prosseguir no trabalho de
construção de práticas não aprisionadas sob a ótica da produção de
profissionais que valorizam certo tecnicismo estéril (ROZA et al.,
2014, p. 1050).
No processo de formação há uma potência de problematizar, não sendo ele
uma mera transmissão de conteúdos. Ele deve promover a reflexão, o pensamento
crítico, além de provocar movimentos que estabilizem ou desestabilizem
pensamentos e cenários, conforme a necessidade em questão. O que se deseja é “a
força de intervenção nos processos de formação como dispositivos potentes de
problematização de si e do mundo” (NEVES; HECKERT, 2010, p.18).
Dessa
maneira,
compreende-se
o
processo
formativo
como
uma
aprendizagem que não se dá apenas por linhas institucionais formais, tendo em vista
que somos seres inacabados, em constante aprendizado. Além disso, os espaços
de intervenção são potentes para a formação dos sujeitos diante de situações
concretas.
Assim, dentro do proposto pela PNH, é importante destacarmos que formação
e intervenção caminham sempre juntas (formar é intervir e intervir é formar). Por
isso, é necessário que a formação seja feita para problematizar e propor soluções
diante de determinados problemas identificados na saúde, de modo a superá-los.
Tendo nos dedicado ao embasamento teórico sobre humanização da saúde e
sobre formação, tal como proposto pela PNH, nessa seção, passaremos a seguir a
definir o conceito de reabilitação e explicar sobre os serviços especializados para
realizá-la, detalhando o local onde a pesquisa foi desenvolvida.
1.3 REABILITAÇÃO EM SAÚDE: CONCEITOS E SERVIÇOS
Nesta seção traremos o conceito de reabilitação em saúde, explicaremos a
respeito dos Centros Especializados em Reabilitação, além de apresentar o serviço
onde foi realizada a pesquisa.
32
1.3.1 A Reabilitação em Saúde
A reabilitação, segundo a Organização Mundial de Saúde, é “um conjunto de
medidas que ajudam pessoas com deficiências ou prestes a adquirir deficiências a
terem e manterem uma funcionalidade ideal na interação com seu ambiente” (OMS,
2011, p. 100).
No Brasil, a reabilitação é uma das ações fundamentais do SUS (BRASIL,
2002) e reafirmada pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência instituída pela lei nº
13.146, de 06 de julho de 2015, a qual afirma no Capítulo II, Art. 14, parágrafo único,
que o processo de reabilitação tem por objetivo:
...o desenvolvimento de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões
físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais, profissionais e
artísticas que contribuam para a conquista da autonomia da pessoa com
deficiência e de sua participação social em igualdade de condições e
oportunidades com as demais pessoas (BRASIL, 2015).
Nesse sentido, a reabilitação deve ser compreendida como a capacidade
funcional, o desempenho humano e a contribuição para a inclusão em todas as
esferas da vida social.
Para Ribeiro et al (2010) o conceito de reabilitação diz respeito ao diagnóstico,
intervenção precoce, recursos tecnológicos, a necessidade de continuação da
atenção à saúde e a utilização de modalidades de atendimento que atendam à
necessidade da funcionalidade do sujeito. Envolve melhorar e manter a qualidade de
vida e inclusão social do sujeito. Vale ressaltar, que a reabilitação deve envolver as
questões técnicas do trabalho em si, mas também de cidadania do sujeito,
respeitando o seu direito de fazer escolhas.
Compreende-se que a reabilitação tem o potencial de tornar o sujeito funcional
diante de uma perda ou limitação em decorrência de um dano, sendo um processo
global e dinâmico.
Por fim, concordamos com Ribeiro e Barter (2010), que afirmam que a
reabilitação possui enquanto meta final a reintegração social do sujeito.
33
1.3.2 Os Centros Especializados em Reabilitação
As pessoas com
deficiência constituem
um grupo
com determinadas
particularidades na sociedade, que por muitas décadas viveram em meio à
discriminação e preconceitos, sem direitos sociais.
O conceito de deficiência é polissêmico, existindo um debate com diversos
sentidos ao longo da história da humanidade, contudo, atualmente podemos dizer
que para o conceito de deficiência são considerados aspectos de vida em
comunidade, o processo de inclusão, sendo um processo de construção social que
não se limita apenas à questão biológica.
A Convenção sobre Direitos da Pessoa com Deficiência conceitua Pessoa com
Deficiência quem possui impedimentos a longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, que em interação com diversas barreiras, podem obstruir
sua plena e efetiva participação na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas (BRASIL,2009).
No Brasil, a partir da Constituição Federal de 1988 elas passam a ter uma
atenção diferenciada no sentido de cuidados, proteção e garantias de direitos por
parte dos entes federados.
Assim, após reivindicações e luta de movimentos sociais para a defesa dos
direitos das pessoas com deficiência, foi criada a Política Nacional de Saúde da
Pessoa com Deficiência (Portaria MS/GM Nº 1.060 de 05 de junho de 2002), a qual
defende a inclusão dessas pessoas em toda a rede de serviços do SUS,
possibilitando a prevenção de agravos, a proteção da saúde e a reabilitação
(BRASIL, 2002).
A Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência afirma que a
Atenção Integral à Saúde deve ser de responsabilidade do SUS, voltada para os
cuidados necessários, assim como para ações básicas e de maior complexidade,
reabilitação e recebimento de tecnologias assistivas (BRASIL, 2002).
Com o objetivo de implantar novas iniciativas e reforçar as ações já
desenvolvidas em prol de benefícios para as pessoas com deficiência foi lançado o
34
Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Viver sem Limite, no dia 17
de novembro de 2011, sob o Decreto de Nº 7.612. Esse plano envolve todos os
entes federados e está estruturado em quatro eixos: acesso à educação; inclusão
social; atenção à saúde e acessibilidade (BRASIL, 2011c).
Ainda nesse âmbito, o Ministério Saúde, visando ampliar o acesso, melhorar o
atendimento, articular e integrar os serviços na área da pessoa com deficiência
publicou a Portaria GM de nº 793/2012 que instituiu a Rede de Cuidados a Pessoa
com Deficiência, com a finalidade de garantir a integralidade do cuidado à saúde
dessa população. Assim, os serviços de atenção à saúde da pessoa com deficiência
estão organizados por meio de uma Rede de Cuidados, de forma descentralizada,
intersetorial e participativa, tendo a Atenção Básica como porta de entrada, e
cabendo o atendimento de média e alta complexidade aos Serviços de Reabilitação
(BRASIL, 2012a).
Assim, todas as ações nesse campo devem ser realizadas de forma articulada,
ou seja, é imprescindível que as pessoas com deficiência sejam atendidas em sua
totalidade, considerando suas múltiplas necessidades nos diferentes momentos de
vida.
Além disso, a citada Rede cria os Centros Especializados em Reabilitação
(CER), por meio da Portaria GM de nº 835/2012, integrando as diversas
modalidades de reabilitação (física, auditiva, visual e intelectual), bem como o
incentivo de custeio para o CER habilitado e instrutivo técnico para o funcionamento
dos serviços. Estabelece também diretrizes, tais como: garantia de acesso aos
serviços; qualidade de serviços; cuidado integral; assistência multiprofissional sob a
ótica interdisciplinar, tendo como linha central a construção do Projeto Terapêutico
Singular (BRASIL, 2012b).
A definição de CER é feita de acordo com a modalidade de atendimento de
reabilitação, podendo ser caracterizada como tipo I, II, III ou IV. A diferença entre os
serviços se dá pela quantidade de deficiências (física, auditiva, visual e intelectual),
que a mesma busca tratar e reabilitar: se for apenas um tipo de deficiência, CER I;
dois tipos, CER II; e daí em diante.
Para habilitação cada instituição deve apresentar o trabalho desenvolvido e sua
proposta para os gestores das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde, essa
35
proposta diz respeito ao projeto da instituição, as demandas, os trabalhos
desenvolvidos, que são discutidos nas reuniões da Comissão Intergestora Bipartite,
ressalta-se que é feito um estudo no município para verificar a necessidade de
habilitação de um CER. Em seguida, após a votação na Comissão Intergestora
Bipartite, a esfera Municipal e Estadual encaminham o parecer com essa proposta
para a esfera Federal, no Ministério da Saúde que definirá se será habilitado. Essa
habilitação ocorre por meio de portaria.
1.3.3 O Centro Especializado em Reabilitação pesquisado
É imprescindível esclarecer que o CER no qual se desenvolveu essa pesquisa é
uma Organização Não Governamental que tem como missão a prestação de
serviços de medicina física e reabilitação para pessoas com deficiência.
Essa ONG presta assistência na referida área desde os anos 1996, quando foi
estabelecido o credenciamento com o SUS, conforme previsto no dispositivo da
Constituição Federal de 1988, artigos 197 e 199. E, em 2001 a instituição passou a
ser referência no atendimento de alta complexidade em Medicina Física e
Reabilitação, prestando serviços aos 102 municípios alagoanos. Ela tem por objetivo
desenvolver o potencial físico, psicológico, educativo e profissional de seus usuários.
O serviço participa também na promoção de políticas públicas de inclusão social
deles, no âmbito do tratamento e convívio social, reinserindo-os na sociedade.
Com a publicação da portaria que define os CER, pelo governo federal, em
2013, essa ONG foi habilitada como CER III (Portaria GM 1.357/2013), uma vez que
já prestava assistência em reabilitação física, auditiva e intelectual. De modo geral,
essa Portaria implicou no reconhecimento de um serviço prestado por equipes
multiprofissionais, de acordo com sua área específica de reabilitação, em caráter
ambulatorial especializado, realizando o diagnóstico, tratamento, a concessão,
adaptação e manutenção de tecnologia assistiva (BRASIL, 2013a).
Nesse sentido, esse serviço de saúde teve de reorganizar o modo de prestar
o atendimento, com novos modos de gerir e de produzir saúde. Foram sendo
constituídas equipes de referência e propôs-se o trabalho com o Projeto Terapêutico
36
Singular PTS, o que, por um lado, fortaleceu os vínculos entre os usuários e os
profissionais, e, por outro lado, trouxe incentivos financeiros da União, para o
investimento em reformas estruturais e qualificação profissional.
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 Objetivo Geral:
Conhecer a relação entre trabalho e processo formativo em humanização da
saúde, de acordo com as práticas discursivas de trabalhadores de um Centro
Especializado em Reabilitação.
1.4.2 Objetivos Específicos:
Entender os
sentidos
produzidos
por trabalhadores
de
um
Centro
Especializado em Reabilitação a respeito de humanização da saúde;
Identificar como e em que locais se deu o processo de formação dos referidos
trabalhadores em humanização da saúde;
Compreender se as práticas que desenvolvem no Centro Especializado em
Reabilitação estão alinhadas à humanização da saúde, em especial, dentro
do proposto pela Política Nacional de Humanização;
Conhecer desafios e propostas para a humanização da saúde no local onde
trabalham.
1.5 PERCURSO METODOLÓGICO
1.5.1 Procedimentos para produção de informações
Na abordagem teórica adotada entendemos que não coletamos material de
pesquisa, uma vez que eles não estão prontos. Assim, eles são coproduzidos nas
37
relações estabelecidas da pesquisadora com os participantes/colaboradores da
pesquisa (SPINK, 2013).
Para a produção das informações realizamos uma oficina, como estratégia de
pesquisa, e se trata de um espaço onde se agrega pessoas para discussão e
reflexão em torno de um tema, a fim de gerar produtos, propicia um profícuo espaço
de negociação de sentidos, com potencial crítico de produção coletiva.
Ressaltamos o potencial das oficinas em promover o exercício ético
e político, pois, ao mesmo tempo em que geramos material para
análises, criamos um espaço de trocas simbólicas que potencializam
a discussão em grupo em relação à temática proposta, gerando
conflitos construtivos com vistas ao engajamento político de
transformação (SPINK, MENEGON, MEDRADO, 2014, p. 33).
Assim, essa ferramenta de trabalho em grupo propiciou aos participantes
conversarem
acerca
da
temática
formação
em
humanização
da
saúde,
correlacionando-as com as práticas que realizam durante seu trabalho no CER.
Além disso, compreendemos que os grupos possibilitam um espaço para conversa
descontraída entre os participantes, nos quais expressam suas ideias e afetos.
“Trata-se de um contexto interativo que possibilita a circulação de repertórios
[linguísticos]” (TAVANTI et al, p. 74, 2014).
Na semana anterior ao dia da oficina, foi entregue um convite a cada
participante, com esclarecimentos sobre a pesquisa. Também foi disponibilizado o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE para que fizessem uma leitura
prévia e o trouxessem assinado, caso concordassem em manter a participação.
A oficina teve duração de quatro horas e foi conduzida pela pesquisadora,
com o apoio de duas auxiliares de pesquisa6, devidamente treinadas, que foram
responsáveis pelo registro de ações não verbais e pelos equipamentos de gravação
em áudio7. O ambiente foi organizado com cadeiras dispostas em círculo, uma vez
que possibilita uma melhor visualização, interação e mobilidade de todos para a
realização da atividade.
6
As auxiliares de pesquisa foram mestrandas do Programa de Pós-Graduação em Ensino na Saúde
– FAMED/UFAL, sendo uma Odontóloga e uma Assistente Social.
7
Tudo isso foi combinado no início da atividade junto aos participantes.
38
Fizemos um registro gráfico da disposição dos participantes na roda.
Figura 1. Distribuição espacial dos participantes no grupo.
P8
P7
P9
A
P6
P10
P5
P11
P4
P12
P3
P13
P2
P14
P1
P
P15
Fonte: Autora, 2020.
Legenda: P=Pesquisador; P1 a P15 =Participantes; A.=Auxiliar de Pesquisa.
No planejamento da oficina definiu-se que ela teria sete atividades e que
seriam utilizadas, como material de apoio, tarjetas coloridas, fita adesiva e canetas.
No momento inicial, alguns participantes demonstraram estar ansiosos e
curiosos sobre como seria a execução da oficina. Contudo, após as explicações
sobre a garantia do anonimato, as pactuações e o objetivo da oficina de pesquisa, o
grupo ficou relaxado, havendo boa participação e interação. A dinâmica da
discussão seguiu o planejamento.
A primeira atividade teve o objetivo de dar as boas vindas aos participantes,
com uma breve apresentação do projeto de pesquisa e os objetivos da oficina.
Foram feitas pactuações: tempo de duração da oficina, a não utilização do aparelho
celular, uma pausa para o momento do lanche, idas livres ao banheiro. Também
fizemos uma breve síntese do TCLE, o qual foi recolhido após as assinaturas.
39
Na segunda atividade desenvolvemos uma dinâmica de apresentação: nome,
profissão, um sentimento ou expectativa quanto ao encontro. O que trazemos?
A terceira atividade teve o objetivo de discutir as práticas profissionais,
provocando reflexões sobre as atividades desenvolvidas de maneira individual e/ou
em coletivo no trabalho no CER. Para isso, distribuímos tarjetas coloridas aos
participantes - para cada categoria profissional uma cor. Solicitamos que
escrevessem
quais
atividades
executam
sozinhos
ou
junto
com
outro(s)
profissional(is). As tarjetas foram afixadas na parede e abrimos uma discussão em
grupo.
Na quarta atividade buscamos entender os sentidos de humanização da
saúde. Foram utilizadas tarjetas coloridas, de acordo com a categoria profissional,
nas quais solicitamos que os participantes escrevessem palavras que associassem
à expressão humanização da saúde. Em seguida, coletivamente, ocorreu uma nova
interação dialógica, com os participantes explicando, justificando e negociando os
sentidos atribuídos, à medida em que fossem classificando os seus escritos em
“humanização”, “não humanização” ou “dúvida”, fixando as tarjetas na parede, para
que todos pudessem vê-las.
Na quinta atividade realizamos uma roda de conversa, que teve por objetivo
possibilitar que falassem a respeito do processo de formação em humanização da
saúde, em qual ou quais momentos teve contato, o que foi e como foi abordado.
Na sexta atividade, fizemos outra roda de conversa para que os participantes
dialogassem sobre aspectos favoráveis às práticas de humanização no CER,
dificuldades para trabalhar de acordo com o que pensavam sobre humanização da
saúde, e algumas propostas para superá-las.
Em seguida foi feita uma avaliação da oficina, para que os participantes
pudessem fazer comentários e as sugestões sobre a pesquisa e sobre a oficina.
Finalizando foi feita a pergunta: O que levaremos?
Registramos que, posteriormente à realização dessa oficina, alguns
participantes nos buscaram para compartilhar o quanto acharam importante serem
escutados, dizendo que o momento foi de aprendizagem. Alguns, inclusive, queriam
40
saber se conseguiram contribuir com a pesquisa. Compreendemos que isso diz
respeito ao fato deles terem sido provocados a refletir sobre o contexto em que
trabalham. Também a pesquisa despertou um interesse maior de aprofundar a
construção de conhecimentos sobre o tema. Assim, ressalta-se que essa oficina foi
um espaço de pesquisa, mas também de reflexão e construção a respeito de
formação e trabalho na saúde, por meio do processo de interanimação dialógica 8.
1.5.2 Participantes
Os participantes dessa pesquisa foram os trabalhadores que compõem as
equipes multiprofissionais no serviço de alta complexidade de reabilitação física de
um CER III, localizado em Maceió, Alagoas. Todos têm formação em nível superior
(nas áreas de Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Nutrição,
Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional). Isso possibilitou uma visão
heterogênea do tema nas diversas áreas, em uma amostra feita por conveniência.
Todos foram convidados verbalmente e por meio de convite impresso, entregue
pessoalmente a cada profissional. Convidamos 02 profissionais de cada categoria
de formação, totalizando 16 profissionais. Destas, 15 participaram voluntariamente
da pesquisa e uma informou que não poderia mais participar por ter problemas com
o horário combinado. Porém, constatamos que isso não interferiu na produção das
informações e no alcance do objetivo da pesquisa.
Ressalta-se que a pesquisadora usou uma estratégia na análise para garantir
o anonimato dos participantes, não identificando a categoria profissional, uma vez
que não foi nosso objetivo estabelecer distinções ou comparações entre elas.
Adotou-se identificar cada participante com a letra P e um número sequencial (por
exemplo: P1, P2, P3 etc).
Adotou-se como critérios de inclusão atuar no citado serviço no mínimo há um
ano e aceitar participar da pesquisa. Como critérios de exclusão considerou-se:
estar afastado por licença maternidade ou para tratamento de saúde.
8
De acordo com Spink (2013), Bakhtin afirma que em uma conversa os enunciados de uma pessoa
interagem ou são endereçados a outra(s) e esses se animam mutuamente.
41
O perfil de participantes da pesquisa é composto por 15 participantes do sexo
feminino e 01 do sexo masculino. Mas, percebemos que isso não trouxe dificuldades
ou questões pertinentes em relação ao gênero que necessitassem ser diferenciadas
ou analisadas. Todavia, apreendemos a predominância do sexo feminino e
entendemos que ao longo da história cultural da sociedade foram e continuam sendo
construídos sentidos relacionados ao feminino, que o associam a profissões
voltadas para o “cuidar” do outro como principal fundamento. Porém, por fugir de
nosso foco, não nos deteremos a aprofundar esse assunto, havendo vasta literatura
a respeito para quem assim o desejar.
Finalizando a caracterização dos participantes, informamos que as idades
variaram entre 25 e 52 anos; o tempo de formação de graduação, de 02 a 30 anos e
o tempo de atuação na reabilitação, de 02 a 17 anos. O não detalhamento maior de
cada pessoa faz parte do compromisso de manter o anonimato de quem colaborou
na pesquisa.
1.5.3 Local
A oficina foi desenvolvida no mini auditório de um Centro Especializado em
Reabilitação – CER III, localizado na cidade de Maceió, Estado de Alagoas, no dia
25 de fevereiro de 2019, no horário de 8h às 12h. Trata-se de um espaço fechado,
climatizado, confortável, com acústica favorável para a preservação do anonimato,
conforme normas éticas em pesquisa (as quais serão trazidas mais adiante).
1.5.4 Procedimentos de análise das informações
A análise das informações foi alinhada ao referencial teórico-metodológico
das práticas discursivas. Para Spink (2013), as “práticas discursivas são linguagem
em ação, ou seja, as maneiras a partir das quais as pessoas produzem sentidos e
se posicionam em relações sociais cotidianas” (p. 26). Assim, estivemos
interessados no modo como as pessoas falam, nos repertórios linguísticos usados
ao descreverem a formação que tiveram em relação à humanização da saúde e de
como isso está presente (ou não) em suas práticas profissionais no CER III.
42
Como já foi dito, foi solicitado que os participantes escrevessem em tarjetas
palavras relacionadas a: atividades que realizam individualmente, coletivamente e
associações sobre o tema humanização da saúde. Lembramos que foi pedido, na
sequência, que classificassem as palavras dessa última etapa em humanização, não
humanização e dúvida. Todas as tarjetas foram afixadas na parede e geraram os
quadros: “Associação com as palavras atividade coletiva”; “Associações à palavra
humanização” e, “Associações às palavras não humanização” (Apêndices B, C e D).
Vale ressaltar que foi solicitado que apontassem também as atividades
individuais no trabalho para que se compreendesse, de forma mais global, como se
dão os processos de trabalho. Porém, conforme já dito, essas não foram analisadas,
porque não tivemos, dentre os objetivos, a categorização e comparação entre as
diferentes profissões. Além do mais, dessa maneira, se resguardou, mais uma vez, o
critério ético de garantir o anonimato.
O material produzido nas tarjetas serviu de disparador das rodas de
conversas, as quais foram gravadas e transcritas de duas maneiras: integral e
sequencialmente.
Na transcrição integral, numeramos as linhas e preservamos o discurso
original, na íntegra e de forma literal. Ela nos permitiu analisar as falas em
profundidade e conhecer o discurso de cada participante e do grupo.
De acordo com Spink, Menegon e Medrado (2014), na transcrição sequencial
anota-se a sequência das falas, fazendo-se uma breve descrição da temática, com o
objetivo dar uma visão de conjunto – dinâmica e conteúdo dos discursos. Esta etapa
da análise auxiliou na definição das categorias de análise descritos nos resultados.
Em seguida, fizemos um quadro analítico (Apêndice F), organizado com
colunas relativas às categorias identificadas na transcrição sequencial, com trechos
da transcrição integral, de maneira a agregar os conteúdos, com o cuidado de
preservar os sentidos do que foi dito. Este quadro nos ajudou a entender quem disse
e o que foi dito em cada uma das categorias produzidas, mostrando-se uma
ferramenta muito útil na análise do material discursivo.
43
A redação deste estudo obedeceu à normatização da Associação Brasileira
de Normas Técnicas, especificamente a NBR 6023, publicada em 2018 (ABNT,
2018).
1.5.5 Critérios éticos na pesquisa
Conforme já apontado, para tentar garantir o anonimato dos participantes da
pesquisa, estes foram identificados pela letra P, seguido de um número sequencial:
P1 a P15. Aos participantes da pesquisa explicado que a participação era voluntária,
podendo desistir a qualquer momento sem prejuízos.
A pesquisa foi realizada em conformidade com a Resolução Nº 510/16 que
trata das normas aplicáveis a pesquisas com seres humanos em Ciências Humanas
e Sociais (BRASIL, 2016).
O projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP),
por meio da Plataforma Brasil, tendo sido aprovado por meio do Parecer de número
3.099.332. A oficina se realizou somente após a aprovação e assinatura do Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Anexo 2).
1.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para discussão dos resultados foram estabelecidas cinco categorias
analíticas: “Sentidos da humanização na saúde”, “Processo formativo em
humanização”, “Processo de trabalho alinhado a práticas humanizadas”, “Desafios
para práticas humanizadas” e “Propostas para superação dos desafios”.
Cada categoria foi em seguida analisada, sendo em alguns momentos
trazidos exemplos das falas, com identificação de quem falou e as linhas
correspondentes na transcrição integral do que foi falado.
1.6.1 Sentidos da humanização na saúde
44
Essa categoria analítica apresentou repertórios linguísticos voltados à
polissemia do conceito de humanização na saúde.
Assim, algumas falas e parte do material produzido escrito associaram o
conceito de humanização na saúde como o acolhimento dos usuários em suas
fragilidades e individualidades.
O acolhimento... principalmente, né, acolher o usuário, indivíduo e a
integralidade, no sentido dos princípios do SUS né, [inaudível] da
promoção, prevenção e da reabilitação também... Esse, essa
questão da integralidade é muito importante, como o acolhimento
também [...] (P14, l.428-431).
O acolhimento é uma diretriz da PNH, considerada uma tecnologia leve e que
pode ser traduzida como uma postura ética, que pode ser realizada por qualquer
sujeito e em qualquer horário e lugar. É um regime de afetabilidade (aberto a
alterações), como algo que qualifica uma relação e é, portanto, passível de ser
apreendido e trabalhado em todo e qualquer encontro e não apenas em um
momento específico (BRASIL, 2010a). Considera-se uma atitude de inclusão, em
uma ação de estar com ou perto do outro.
Segundo Sales-Peres (2008) o acolhimento também pressupõe a garantia de
acesso a todas as pessoas e a escuta de problemas de saúde do usuário de forma
qualificada, sempre com uma resposta positiva e com a responsabilização pela
solução do problema. Na fala de P1 identificamos que foi considerada uma relação
entre escuta ativa e humanização.
[...] eu coloquei como escuta ativa, né... porque a escuta ativa é
exatamente isso, é você parar esvaziar a sua mente da resposta, da
possibilidade de resposta, pra escutar o outro, pra a partir de então,
você formular a sua resposta. [...] a gente anda meio que no
automatismo, a humanização começa pela escuta ativa do outro ser
humano que tá lá. (P1, l. 575-585)
Cabe esclarecer que a escuta ativa difere da escuta qualificada. Na escuta
ativa ocorre apenas a comunicação, havendo a abertura para o outro. De acordo
com Moura e Giannella (2016) “trata-se de escutar o outro para compreender o que
está a dizer, evitando o quanto possível avaliar ou julgar” (p.11). Já, na escuta
45
qualificada o usuário será ouvido e a necessidade apresentada se traduzirá em uma
oferta de serviço, para Maynart et al (2014) se trata de uma tecnologia leve que
envolve relações como diálogo, vínculo, acolhimento, valorizando as experiências e
estar atento às demandas e aos diversos aspectos envolvidos na produção de
saúde.
No discurso de P1 entendemos que se percebe a necessidade e a
importância da escuta, mas é imprescindível apreender que a atitude do escutar,
alinhada ao proposto pela PNH, está num sentido de firmar o compromisso em dar
respostas às demandas do usuário e não apenas ouvi-lo.
É interessante também quando P1 fala do automatismo, pois muitas vezes no
cotidiano produzimos ações mecânicas e nem sempre paramos para escutar o outro
na sua necessidade. O processo de humanização aciona um movimento de
mudanças em práticas mecânicas, automáticas ou tecnicistas, atualmente presentes
nas relações de trabalho, em determinados setores ou grupos de trabalhadores
(BRASIL, 2010a).
Consideramos que o conceito de acolhimento se concretiza nas práticas de
saúde por meio da escuta qualificada, bem como na pactuação entre a demanda do
usuário e a possibilidade de resposta do serviço. Trata-se de uma forma de fazer o
trabalho em saúde, de atender a todos que procuram os serviços de saúde (BRASIL,
2010a).
Um outro sentido de humanização da saúde foi produzido por P11, quando
associa humanização com valorização, tanto em relação aos usuários do serviço,
quanto aos profissionais.
Valorização com o ambiente em relação ao outro, nosso colega e
com o paciente também (P11, l.610-612).
Porém, P12, ao falar sobre o assunto, acrescenta:
Valorização e dedicação. Eu falei em relação ao paciente né... a
valorizar os sentimentos, as situações do dia a dia que ele passa a
gente entender tudo isso. Eu pensei, mas o foco foi no paciente.
(P12, l.540-542).
46
A PNH propõe a valorização e participação ativa (implicando em
protagonismo e autonomia) de todos os sujeitos envolvidos (usuários, profissionais e
gestores) na produção de saúde. Porém, a participação ativa não aparece nas
práticas discursivas dos participantes da pesquisa, o que nos faz pensar que os
trabalhadores não estão incluídos na gestão dos processos de trabalho, não
havendo espaço para serem agentes ativos no serviço de saúde.
É importante destacar que outra diretriz da PNH é a Valorização do Trabalho
e do Trabalhador da Saúde, a qual ressalta que as instituições devem ser espaços
de produção de bens e serviços para os usuários, mas também devem reconhecer e
estimular
o
potencial
inventivo
dos
sujeitos
que
trabalham
nessas
instituições/serviços (BRASIL, 2008b).
Assim, as práticas discursivas dos participantes da pesquisa trazidas até o
momento em relação ao conceito de humanização caminham no sentido de
conceito-experiência:
tomamos a humanização como estratégia de interferência nestas práticas
levando em conta que sujeitos sociais, atores concretos e engajados em
práticas locais, quando mobilizados, são capazes de, coletivamente,
transformar realidades transformando-se a si próprios neste mesmo
processo (BENEVIDES, PASSOS, 2005, P. 391).
Por outro lado, outros sentidos de humanização também se fizeram
presentes, um tanto distantes dos orientados pela PNH, como veremos a seguir.
Assim, P1 e P10 afirmam que o acolhimento envolve a questão do abraço:
Eu não sei se entraria nesse contexto de acolhimento à questão do
abraço, é eu acho que entra, é uma forma de acolher né, você
abraçar o paciente né... enquanto ser humano. (P10, l.439-440).
O acolhimento... o abraço é a manifestação física do acolhimento.
(P1, l.441).
A fala de P5, por sua vez, traz um sentido da humanização relacionado à
amorosidade:
[...] Se a gente não tiver amor à profissão, eu não consigo gerar
humanização. Eu não consigo gerar o amor ao paciente, a
47
dedicação, não faz com que eu tenha empatia com o paciente, não
faz com que eu tenha o respeito com aquele paciente (P5, l.565567).
Nas práticas discursivas acima interpretamos que a humanização é algo inato
ao ser humano, um sentimento instintivo que todas as pessoas trazem em si, no
qual emerge atos e ações de bondade, tendo o bem como máxima a guiar as
relações em sociedade (SILVA; FERREIRA; CHERNICHARO, 2014).
É interessante que registrar que a amorosidade também pode estar alinhada
aos pressupostos da Educação Popular em Saúde. Ela aparece como um dos
princípios que orienta a Política Nacional de Educação Popular em Saúde, no âmbito
do Sistema Único de Saúde. Esta foi instituída pela Portaria nº 2.761 de 19 de
novembro de 2013, e traz a amorosidade como ampliação do diálogo nas relações
de cuidado, colaborando na criação de vínculos, na participação social e no
enfrentamento de problemáticas do sistema público de saúde (BRASIL, 2013b).
Cabe destacar que o material produzido na oficina e os discursos
apresentados trazem também sentidos da humanização como respeito (também já
trazida acima no fragmento de P5):
Eu coloquei não só respeito no sentido coletivo, eu acho que o
respeito... mas o respeito às individualidades também você
entendeu? Porque você.... respeito é uma coisa que você pode ter
coletivamente, como você também pra ser humano você tem que
respeitar o indivíduo, aquela capacidade, aquele potencial, aquele
ser. [...]. (P1, l. 458-461).
E, também foram produzidos sentidos sobre humanização da saúde como
atenção e paciência, tal como visto no discurso de P13:
[...] atenção, no caso acho que entra até a questão da escuta né,
você dá uma atenção ao paciente, até o próprio cuidador também,
você escutar, dar atenção pra depois tomar alguma atitude. A
paciência [...]. Quer dizer você tem que ter a paciência de lidar com
esse tipo de atitude ou do paciente ou do cuidador [...]. (P13, l. 613620)
48
Outro sentido muito presente nos discursos de vários participantes (P1, P4,
P7, P8 e P10) foi entender a humanização como empatia. Para ilustrar, trazemos
dois exemplos:
Então, assim empatia eu acho que tem que ser um dos primeiros
critérios pra você trabalhar humanização. E quando a gente vai
trabalhar o conceito de humanização, o conceito não pode ser um
conceito verticalizado, ou esse conceito é horizontalizado ou esse
conceito não é considerado em momento algum. (P1, l. 536-539).
E aí vem também da empatia em relação ao nosso colega de
trabalho né? [...] o paciente tá lá chorando, pra agilizar e ela não
sabe dar esse devido acolhimento ao paciente. Ela vai chamar uma
de nós e aí a gente: “não, não vou agora porque o meu trabalho é
mais importante!”. Não... a gente vai, isso é empatia também, o
colega tá lá precisando da nossa ajuda e a gente vai se dispor pra
resolver a situação. (P4, l.506-511).
Dessa maneira, dentre os sentidos de humanização produzidos, houve
destaque para a empatia, que se sobressai dentre as associações estabelecidas.
Para muitos dos participantes, ao se pensar em humanização vem a ideia de se
colocar no lugar do outro, de que é necessário compreendê-lo e que a melhor
maneira de isso ocorrer é por meio da empatia.
Para Rios (2009) sob a ótica de uma vertente da moral, a humanização faz
um chamamento
para valores humanitários, como respeito, solidariedade,
compaixão e empatia.
É importante lembrar que, de acordo com Benevides e Passos (2005), o
conceito de humanização pode ser expresso também de forma frágil, em ações
fragmentadas e imprecisas, e que tem seus sentidos ligados ao voluntarismo, ao
paternalismo e ao tecnicismo. O termo humanização seria um conceito-sintoma, “a
noção que paralisa ou reproduz um sentido já dado” (p.390), e se apresenta em
práticas de atenção segmentadas por áreas e por níveis de atenção, associada à
prática de profissionais específicos e com a característica do gênero feminino e
seguindo uma lógica mercadológica de foco no cliente e garantia de qualidade
(BENEVIDES; PASSOS, 2005).
49
Assim, nessa categoria de análise, as práticas discursivas trouxeram uma
polissemia em torno do conceito de humanização na saúde, também se referindo a
quem se destina (usuários e profissionais). Como vimos, alguns sentidos se
aproximam ao proposto pela PNH, ao passo que, outros se alinham a valores
humanos e humanitários, havendo também possibilidade de mistura entre os
diferentes sentidos.
1.6.2 Processos formativos em humanização
Nessa categoria os participantes foram indagados quanto aos processos
formativos em humanização, buscando saber quando, onde e como foram
realizados. Assim, foram relatadas experiências de formação em espaços escolares
e não escolares, incluindo o local de trabalho, tal como veremos a seguir.
Os discursos de P5, P7, P9 e P10 referem uma formação na graduação.
Nesse caso, encontramos a educação formal ou escolar, visto que foi desenvolvido
dentro de uma instituição regulamentada por leis, com conteúdos previamente
demarcados, que devem seguir orientações de diretrizes nacionais de ensino na
graduação na área da saúde.
Para Almeida (2014, p. 10) “a educação formal ocorre em espaços
sistematizados de educação, inserida no planejamento político pedagógico de uma
escola e regulamentada por Lei Federal”. Já, segundo Téran e Cascais (2014) ela
acontece no espaço escolar institucionalizado, onde há um currículo a seguir,
normas a cumprir e onde o principal objetivo é a aprendizagem.
Eu tive na graduação, assim na faculdade que eu estudei o lema
principal deles era a humanização inclusive em todos os cursos (P7,
l. 841-842).
Na graduação eu tive, assim não como disciplina, mas assim voltado
em algumas, encaixando né, de serviços da saúde, saúde pública
(P10, l. 957-958).
Eu tive na graduação também [...] então acho que as matérias já
tinham implementado isso. Eu tive no 1º período uma matéria que a
50
gente começou a entender as diretrizes do SUS, então começou a
ser implantado a humanização e vim ter no estágio integrado [...] (P5,
l. 873-876).
P3, por sua vez, ainda no âmbito da educação escolar, diz que teve
momentos de formação na pós-graduação, em leituras sobre a Política de
Humanização:
Na pós-graduação, no curso de pós-graduação gestão em saúde
pública. Aí eu tive contato com a humanização, contato teórico. (P3,
l. 828-829).
P2 diz que também teve uma formação no ensino superior, porém reafirma o
dito por Sirino e Rios (2015), quando dizem que a abordagem da humanização no
ensino, muitas vezes, é colocada em segundo plano, em detrimento de outras.
Eu tive o 1º contato na graduação, mas [...] era muito teoria mesmo e
o engraçado era dentro da inst.. da matéria de saúde pública, não sei
alguma coisa desse tipo assim. E o engraçado é que tipo matérias
anatomia, histologia... a turma era cheia, né? Aí, saúde coletiva,
humanização aí... menos da metade da turma participava das aulas.
Que dizia ah isso aí é besteira, isso aí... entendeu? [...] (P2, l. 883888).
P6, P10 e P13 também trouxeram a notória fragilidade presente na formação
da graduação dos cursos de saúde, tal como ilustrado abaixo:
Foi pouco também, foi só na graduação, na aula de saúde pública,
mas nada específico não (P6, l. 1013-1014).
Na análise das práticas discursivas dos participantes, entendemos que a
formação ocorrida nos espaços escolares, formais, foi teórica e bastante superficial,
ocorrendo de maneira isolada, não havendo interação com outras disciplinas.
É interessante a fala de P10, que apesar de ter relatado que teve uma
formação no ensino superior, afirma que:
[...] não sabia que existia a Política Nacional de Humanização [...]
(P10, l. 1301-1303).
51
E, ainda encontramos a fala de P14 que não teve nenhuma formação a
respeito, seja na graduação ou na pós-graduação. Porém, traz um evento ocorrido
no local.
E a outra experiência de formação foi aquele workshop né de
aniversário da instituição que ela resolveu criar a Política de
Humanização [...] (P1, l. 946-945).
P1 e P3 também falam sobre esse mesmo evento:
[...] e o único contato que tive é assim mais voltado às atividades do
trabalho... foi nessa palestra que eu achei totalmente
descontextualizado [ ] (P3, l. 830-832).
Analisando o dito por esses três participantes sobre o referido evento, apesar
da diferença na sua nomeação (workshop e palestra), vimos que se tratou de um
evento pontual, ocorrido somente uma vez durante o tempo de trabalho de todos os
participantes da pesquisa, onde um convidado trouxe o conteúdo pronto,
apresentando-o, em um modelo hierarquizado de transmissão de conhecimentos.
Não o nomearemos de educação continuada em saúde, assim como não o
denominaremos como educação permanente em saúde, uma vez que sabemos que
não há consenso em relação à sua diferenciação (CAVALCANTI; GUIZARDI, 2018)
e, trazer e discutir isso de maneira aprofundada sairia do escopo desse trabalho.
Porém, sabemos que foi criada uma política para tratar de questões ligadas à
formação de profissionais no contexto do trabalho em saúde, a qual traremos,
brevemente, a seguir.
A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (EPS) foi instituída
por meio da Portaria GM/MS Nº 198/2004 e teve suas diretrizes implementadas na
Portaria GM/MS 1.996/2007, compreendida como:
...uma estratégia político-pedagógica que toma como objeto os
problemas e necessidades emanadas do processo de trabalho em
saúde e incorpora o ensino, a atenção à saúde, a gestão do sistema
e a participação e controle social no cotidiano do trabalho com vistas
à produção de mudanças neste contexto (BRASIL, 2007, p. 13).
52
A EPS parte de uma realidade vivenciada no cotidiano do trabalho e
proporciona um espaço de reflexão, de troca de experiências e construção de
autonomia, trazendo transformação nas práticas de saúde e fortalecendo o trabalho
da equipe, aumentando a qualidade dos serviços prestados aos usuários.
Porém, P5 acrescenta que, desde a graduação na universidade, não teve
outros aprendizados relacionados à humanização da saúde; nem mesmo no local do
trabalho:
Eu não fazia parte da instituição no momento da palestra (P5, l. 878879).
Analisando o material discursivo produzido, vimos que o tema foi tratado
pontualmente no CER (apenas uma palestra). Além disso, nem todos os
trabalhadores foram contemplados; ou por não estarem atuando naquele momento
nessa localidade ou por não terem comparecido nessa atividade, devido a motivos
diversos.
É importante lembrar que o ensino e aprendizagem também ocorrem durante
a realização do trabalho em saúde, tal como afirma a OMS (2010), quando trata da
educação interprofissional. Porém, nenhum dos entrevistados falou a respeito disso,
o que nos leva a pensar que processos formativos, na maioria das vezes ainda
estão sustentados pelo modelo tradicional, formando profissionais com ações
isoladas e na forma de transmissão de conhecimentos. O local de trabalho não é
entendido como espaço de / para o aprendizado, contrariando, por um lado a EPS e,
fomentando, por outro lado e nas entrelinhas, a dissociação ensino e serviço.
Destaca-se que para a consolidação de práticas de saúde conforme o modelo
fundamentado nos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) os
profissionais
devem
estar
preparados
para
atuar
diante
das
complexas
necessidades de saúde. E para isso, é necessário, segundo Silva (2011),
desenvolver novas propostas para a sua formação. É fundamental a adoção de uma
formação baseada na interprofissionalidade, em uma perspectiva crítico-reflexiva e
colaborativa. Entende-se que os profissionais sejam capazes de prestar uma
assistência mais integral, de serem mais coerentes nas resoluções e no
53
enfrentamento de problemas e necessidades de saúde, na direção da constituição
de sujeitos para a transformação social. Considera-se esse tipo de formação como
uma das demandas para que se reorganizem as práticas de saúde, na direção de
um sistema ancorado nos princípios e diretrizes do SUS. E é nessa linha que atuam
a EPS e o proposto pela OMS – educação interprofissional e práticas colaborativas
na saúde (OMS, 2010).
Por fim, na análise das práticas discursivas relacionadas aos processos
formativos, foram trazidas outras experiências, derivadas de outros espaços, para
além dos já citados.
Outro contato teórico quando fui fazer concurso, também tive de
estudar a humanização [...] (P3, l. 829-830).
[...] eu nunca participei, de uma capacitação assim o conhecimento
que eu tenho e que tá meio defasado porque faz muito tempo que eu
estudei, foi a Política de Humanização, quando eu estudava pra
concurso, ai foi o acesso que eu tive né, [...] a minha aproximação foi
a partir de iniciativa mesmo pessoal. [...] (P15, l. 808-814)
[...] o que que eu li de teoria de humanização, eu li em preceitos
teóricos do SUS quando eu fui entender o que é um CER I, um CER
II, CER III e ai tem lá os conceitos, eu confesso a você que quando
eu começava a ler, gente isso aqui é óbvio, entendeu? E li assim
muito por alto (P1, l. 944-946).
Vários autores têm se dedicado ao estudo de processos educativos ocorridos
fora das salas de aula, os quais têm sido denominados de diferentes maneiras - tal
como educação não formal, educação informal, educação não escolar – (Vide, por
exemplo: GOHN, 2006; ZUCCHETTI; MOURA, 2010; ALMEIDA, 2014; TERÁN;
CASCAIS, 2014; ZUCCHETTI; MOURA, 2019). Em se tratando de campo profícuo,
denso e cheio de questionamentos, vamos nos deter a simplesmente reconhecer
que os processos formativos ocorrem em espaços não formalizados, para além de
cursos, disciplinas ou outras atividades ocorridas em instituições de ensino. Caberá,
de nossa parte (no futuro) ou de outros pesquisadores, o aprofundamento nesse
tema. Não o faremos no momento, pois nos desviaria muito do propósito de nosso
trabalho.
A educação não escolar diz respeito aos processos educativos que ocorrem
fora do espaço institucionalizado. Segundo Zucchetti e Moura (2019, p. 5) “aqui o
54
saber acadêmico não é tão central porque cede lugar para a experiência, aquela que
emerge da memória, das vivencias do dia a dia, do modo como o educador lê o
mundo”.
E eu tive outras aulas, muito menos teórica e muito mais práticas, a
forma como as pessoas tratavam os outros, essa foi minha
inspiração [...] (P1, l. 942-943).
Dessa maneira, a fala de P1 traz a educação não escolar que advém das
experiências, promovida em espaços coletivos.
Nessa categoria analítica percebemos que os processos educativos podem
ocorrem em espaços escolares (formais), não escolares ou mesmo por meio da
Educação Permanente em Saúde – nos espaços de trabalho.
Vale destacar que, essas modalidades de educação não se substituem, e sim,
se complementam. E que a educação é um processo contínuo que prepara os
sujeitos para desenvolverem suas atividades e viver em sociedade.
Porém, os relatos dos participantes trouxeram uma formação bastante
superficial, pontual e, portanto, insuficiente no que tange à humanização da saúde,
incluindo aí a Política Nacional de Humanização.
Finda essa subseção, vamos a seguir nos deter a analisar as práticas
discursivas que identificam a humanização no trabalho realizado pelos participantes
da pesquisa.
1.6.3 Processo de trabalho alinhado a práticas humanizadas
Esta categoria analítica trouxe os diálogos dos profissionais de saúde quanto
às atividades desenvolvidas coletivamente e que, em suas concepções são
humanizadas. Assim, os profissionais, se referiram à atuação em equipe
multiprofissional que trabalha interdisciplinarmente e o trabalho com o Projeto
Terapêutico Singular (PTS).
55
O discurso de P10 nos leva a entender a importância da atuação em equipe
multiprofissional, uma vez que possibilita a discussão de casos e a construção
coletiva de propostas.
[...] em conjunto, os encaminhamentos, porque aí, às vezes, durante
a avaliação a gente vê a necessidade de um endócrino né... de outro
profissional, aí em conjunto eu sempre em contato com a equipe [...]
pra fazer né... o encaminhamento externo e... sim, algumas altas
né... [...] eu faço uma discussão [...] com a equipe, né sobre dar alta
a esse paciente (P10, l.21-79).
P1 complementa a fala de P10:
É a soma das capacidades individuais, acho que o grande mérito da
avaliação coletiva do paciente, não só no sentido de quando a gente
faz a triagem de entrar, como também quando a gente faz a
avaliação de evolução deles, é essa diferença de olhares que cada
uma tem, pra uma mesma singularidade [...] (P1, l.159-162).
E P9 também corrobora essas falas:
[...] em conjunto, a discussão de caso, em conjunto é a questão da
discussão de caso, já trabalhei em outras instituições e eu vejo é
uma vantagem ou talvez a [localidade de trabalho] esteja a frente em
relação a essa questão do PTS né? (P9, l.318- l.321).
As práticas discursivas relacionadas ao trabalho no CER trazem muito do que
propõe a PNH, apesar de muitas vezes terem relatado uma frágil formação em
relação a ela. Porém, reafirmamos o dito por Santos Filho, Barros e Gomes (2009,
p.605) que “é no encontro entre sujeitos concretos, situados, que a política de
humanização se constrói”.
Assim, apesar da formação incipiente no tema humanização da saúde, fica
evidente nas falas dos profissionais que as práticas utilizadas estão aproximadas da
Diretriz Clínica Ampliada e Compartilhada da PNH. Trata-se de uma proposta de
mudança que visa um novo modo de trabalhar, de modo a articular e incluir as
diferentes perspectivas e disciplinas para o atendimento das diferenças e
particularidades (BRASIL, 2009a), sendo a Equipe de Referência e o Projeto
Terapêutico Singular dois de seus dispositivos.
56
Para Campos e Amaral (2007), a medicina predominante no país tem como
objeto de trabalho as doenças, o tratamento das doenças. Por sua vez, na Clínica
Ampliada há a ampliação desse objeto; para além das doenças, são incluídas as
singularidades, as experiências de cada pessoa, os condicionantes e os
determinantes sociais dos adoecimentos e da saúde. Assim, a Clínica Ampliada e
Compartilhada busca ampliar o objeto de trabalho, tornando os resultados mais
eficientes e eficazes.
As mudanças na sociedade alicerçadas nos princípios e diretrizes do Sistema
Único de Saúde (SUS) vêm implicando em alterações nas práticas de saúde, a
exemplo do dispositivo PTS (BOCCARDO et al., 2011), que surge como uma
estratégia de cuidado pautada em um conjunto de propostas e condutas
terapêuticas articuladas, para um sujeito ou para um coletivo, resultado da discussão
de uma equipe interdisciplinar (BRASIL, 2009a).
Conforme discurso dos profissionais inseridos no CER, o momento do PTS se
constitui como um espaço de avaliação das necessidades do usuário, onde se é
pensado e construído coletivamente propostas terapêuticas com vistas a resolver as
demandas apresentadas.
O dispositivo PTS é citado por vários participantes, tais como P2 e P3, visto
também no fragmento abaixo:
[...] essa em conjunto, geralmente é feita no PTS né? Aí, geralmente
a gente faz essa avaliação sempre com a equipe direcionando da
melhor forma possível. E aí, nesse momento a gente anula, não, não
é que anula, mas a gente, é.... não anula, mas a gente direciona de
uma forma juntamente com a equipe né? [...] (P15, l. 2–5).
P1 também relata a satisfação em trabalhar com o PTS, o que promove a
interdisciplinaridade, a educação interprofissional e as práticas colaborativas.
Do ponto de vista coletivo, pelo menos pra minha área o que eu faço
são alguns procedimentos, e em que esses procedimentos eu
preciso do contar com a presença de alguém [...] e o PTS que eu
acho que é o momento que mais me agrada na instituição e pela qual
eu não tenho o menor pudor de dizer que lutei muito para que isso
acontecesse aqui dentro porque é o momento que a gente soma as
nossas diversas habilidades né... então, assim, há a anulação da
visão individual e a soma das potencialidades, dos conhecimentos
57
coletivos em prol [da resolução] de uma queixa. Eu acho que o PTS
é o grande barato da instituição. (P1, l.47-55).
Porém, de acordo com a PNH, o PTS é orientado pelas políticas de saúde e
tem como princípio a inclusão e a participação dos usuários, familiares e
comunidade no cuidado (BRASIL, 2009a; BOCCARDO et al., 2011).
Cabe uma ressalva importante: a observação de que os participantes da
pesquisa não referem à inclusão dos usuários e familiares na produção do cuidado,
conforme orientação do dispositivo PTS e do método da tríplice inclusão propostos
pela PNH (BRASIL, 2008a). E isso nos leva a pensar que ainda é necessário
avançar no sentido dos profissionais compreenderem que é fundamental trazer os
usuários e familiares para mais próximo da produção da saúde, reconhecendo-se o
protagonismo e estimulando a autonomia de todos.
Em síntese, nessa categoria, os profissionais não relataram estarem
desenvolvendo trabalho baseado ou relacionado à PNH. É interessante notar que,
apesar disso, identificamos que as práticas relatadas estão alinhadas (de maneira
parcial ou total) às orientações dessa política.
1.6.4 Desafios para práticas humanizadas
Nessa categoria analítica as práticas discursivas dos participantes trouxeram
desafios do cotidiano para práticas humanizadas no serviço de saúde: modelo de
gestão; dissociação entre teoria e prática; melhoria da atenção e da comunicação;
valorização dos trabalhadores; práticas fragmentadas e individualizadas; exigência
de quantidade em detrimento de qualidade do serviço e revisão de condutas feitas
de maneira mecânica.
Assim, conforme trazido em roda de conversa, um dos grandes entraves para
a existência de práticas humanizadas no CER diz respeito ao modelo de gestão. P1
afirma que não reconhece a gestão, desenvolvendo trabalhos sob a ótica da
humanização da saúde:
58
[...] nas minhas poucas experiências com palestras sobre
humanização em geral, eu tô vendo um hierárquico superior falando
sobre a necessidade de desenvolver um trabalho de humanidade,
mas aí eu olho pra ele e pergunto - e já fiz essa pergunta - e que tipo
de trabalho de humanização você tá fazendo com a sua equipe, né?
(P1, l.530-533).
P4 afirma que existe uma lacuna entre teoria e prática, uma vez que se coloca
bastante a necessidade de desenvolver trabalhos humanizados, mas na realidade
acredita que as atitudes da gestão não estão alinhadas à humanização da saúde:
Eu coloquei teorias e práticas, como [...] até falou, é as meninas
estavam falando aí da questão das hierarquias né, no caso existe o
líder, o superior ele pega muito a humanização, quando chega na
prática essa humanização não existe. Porque a teoria da
humanização de verdade ela é belíssima, mas muitas vezes ela não
é colocada em prática (P4, l. 627-630).
Para melhorar o modelo de atenção é imprescindível mudanças no modelo de
gestão. Segundo Hennington (2008), com modelos de gestão verticalizados e
centralizados é retirado do trabalhador o seu próprio processo de trabalho, o que
impede e dificulta o protagonismo e a autonomia dos diferentes sujeitos na execução
das políticas e na produção de saúde.
Se o gestor daquela instituição não incorporar ou não tiver aqueles
conceitos como um comportamento pessoal, é muito difícil que a
instituição que ele dirige se torne humanizada, porque as pessoas
que trabalham dentro daquela instituição sejam... comecem a ter
comportamentos mais humanizados e que os clientes daquela
instituição [...] e passe a ter também atitudes humanizadas (P1, l.
998-1004).
Hennington (2008) afirma que “a humanização é entendida como uma
transformação cultural da atenção aos usuários e da gestão de processos de
trabalho” (p.556). Para isso é imprescindível haver o envolvimento dos diferentes
sujeitos, onde cada um assuma seu papel de relevância e com isso se estabeleçam
práticas humanizadas eficientes e efetivas.
A PNH orienta em suas diretrizes e seus dispositivos que haja uma
reorganização dos processos de trabalho em saúde, tendo como ponto central as
59
transformações nas relações sociais, envolvendo os trabalhadores e gestores de
saúde, partindo da experiência cotidiana nos modos de organizar e conduzir os
serviços e assim, transformar a produção de saúde junto com os usuários.
De acordo com Santos Filho (2007), se busca uma gestão de instância
colegiada e horizontalizada, valorizando a participação dos diferentes sujeitos, o
trabalho em equipe, a comunicação, a democratização nos processos decisórios e a
corresponsabilidade dos usuários, trabalhadores e gestores.
Também vale destacar a comunicação como um dos desafios apresentados
por P1 e P5:
Até de comunicação, não só de comunicação. [...], e eu não tenho
abertura alguma de conversar com a minha coordenadora, imagina
com o meu gerente, então eu não tenho essa abertura [...] (P5, l.
1112–1114).
[...] eu ouvi isso de todo mundo: surdez institucional, (risos de todos),
eu coloquei surdez entre aspas, né... (risos) [...]. A surdez
institucional, nos dois sentidos, nas duas vias, porque às vezes a
instituição não ouve a necessidade do público externo dela e também
não ouve a necessidade do público interno dela [...] (P1, l. 760-769).
A transversalidade é um dos princípios da PNH que visa transformar os
modos de relação e comunicação entre os sujeitos (BRASIL, 2008a). Este princípio
propõe que se estabeleça o diálogo entre os diferentes saberes, a reinvenção de
práticas,
criando-se
novos
modos
de
produzir
saúde
e
novos
sujeitos
(transformações na subjetividade por meio das relações interpessoais).
Ao tratarmos de aumentar o grau de comunicação e a participação estamos
falando também da diretriz Gestão Participativa e Cogestão, incluindo as pessoas
nos processos de análise, provocando a sua participação nos processos decisórios.
Por meio da escuta, do diálogo e da negociação na tomada de decisão ocorrem
alterações nas práticas de produção de saúde, com decisões horizontalizadas e
participativas (BRASIL, 2009b).
Outros desafios são trazidos por P1, P2 e P3 e dizem respeito à não
valorização e ao não reconhecimento das pessoas. Por exemplo:
[...] a gente já vem desmotivado, sem estrutura física, sem aquela
valorização, mas ainda assim a gente busca dentro de nós, é... né
60
força pra se estruturar, e dizer assim: “olha a gente precisa disso, a
gente quer isso, mas a gente não quer pra gente, quer pra
instituição”; e a instituição é gestão, funcionário e paciente (P3, l.
1078-1082).
É interessante destacar na fala de P3 que a instituição é composta pelos
usuários, profissionais e gestores de saúde, uma vez que a PNH prevê a valorização
desses diferentes sujeitos (BRASIL, 2008b).
Nesse sentido, considera-se que o trabalho em saúde produz bens e serviços,
mas também é um espaço de valorização dos sujeitos que o fazem: “(...) nos
serviços de saúde, o trabalho é potencialmente produtor de sentido, quando é
inventivo e participativo; e pode ser também produtor de sofrimento e desgaste,
quando é burocratizado, fragmentado e centralizado” (BRASIL, 2008b).
P1 afirma:
[...] eu acho que o não reconhecimento é uma coisa que pesa muito
na não humanização, na hora que a gente não é reconhecido, e não
precisa ser necessariamente [reconhecimento] financeiro [...] (P1, l.
710-769).
Com isso, compreende-se que o desafio está no reconhecimento das atitudes
desses sujeitos no cotidiano profissional, na abertura para a comunicação,
participação e democratização. A diretriz da PNH Valorização do Trabalho e do
Trabalhador
(BRASIL,
2008b)
também orienta
que sejam valorizadas as
experiências dos trabalhadores a fim de promover a melhoria nos processos de
trabalho e de incluí-los na tomada de decisão.
Já P5 traz em seu discurso o entrave no apoio da gestão em adotar atitudes
humanizadas:
Vocês conseguem enxergar que tudo que a gente falou se volta, quer
dizer, esbarra e barra na gestão. Em tudo, não adianta, a gente ter
força de vontade, mas sempre esbarra na gestão (P5, l. 1101-1102).
Segundo Pedroso e Vieira (2009, p.695) “a humanização do SUS indica
mudanças nas práticas de atenção e gestão, em que a aposta é nos sujeitos
concretos”. A possibilidade do “reencantamento do concreto” que a PNH proporciona
61
mostra que é possível, por meio de atitudes, disparar mudanças nas formas de gerir
e produzir saúde. Contudo, caso a gestão não se “reencante” será um grande
desafio estabelecer práticas humanizadas à luz da PNH (PEDROSO; VIEIRA, 2009).
As falas de P7 e P1 apresentam outro desafio, que são as práticas
fragmentadas, com atitudes individuais. Por exemplo:
[...] eu pelo menos já tô fazendo... fazendo a minha parte e vejo
alguns colegas fazendo sua parte, mas o maior mesmo que a gente
precisa pra que o resultado seja mais visível, vem de cima (P7, l.
1007 – L1111).
Assim, esse pensamento contribui também para se desresponsabilizar quanto
à atenção e o cuidado, fazendo com que se tenham cada vez mais ações isoladas.
“Nas organizações de saúde, a fragmentação produziu uma progressiva redução do
objeto de trabalho através da excessiva especialização profissional” (BRASIL,
2009a). É importante pensar em estratégias para contagiar o outro, no sentido de
que se provoquem mudanças na atenção e no cuidado, de modo que o fazer seja
fazer junto, um fazer solidário, democrático e inclusivo.
Outro entrave que se identifica nos discursos dos participantes é sobre a
produção quantitativa no serviço de saúde. P1, P2, P3, P5, P7, P10 e P15 nos levam
a compreender que se trata da lógica da produção quantitativa em detrimento da
qualidade do que é produzido. Em síntese,
É aquela questão né, vê o paciente como número e não como ser
humano (P10, l. 677).
O fato de a instituição ver o paciente como um número é algo bastante
presente e que incomoda muito os participantes da pesquisa. Segundo Martins,
Martins e Eich (2012), a lógica da produtividade traz consequências negativas à
qualidade da assistência aos usuários, nas relações de trabalho e na qualidade de
vida dos trabalhadores, pois tem enquanto finalidade explorar ao máximo o
trabalhador para ter lucros.
62
[...] como é que a gente vai falar, fazer uma humanização no nosso
serviço se a gente não é tratado com humanização né? Se a
produtividade se sobrepõem a realmente as necessidades da equipe,
da...dos usuários (P15, l. 651–653).
P7 complementa que os profissionais são cobrados por um quantitativo
necessário para atender às demandas institucionais:
E assim nessa parte que fala da... da quantidade de pacientes, não é
só a falta de humanização com paciente, é com a gente profissional
também, porque assim eu falo da minha área lá [...] (P7, l. 678-680).
Observa-se que esse excesso de atender à demanda se apresenta como uma
dificuldade para a humanização do cuidado. Segundo Marin, Storniolo e Moravcik
(2010) isso cria um ambiente desfavorável às condições de trabalho.
Além do mais, isso acarreta em outro desafio, que é a conduta mecanizada
do trabalho, o que acaba contribuindo na ausência da “capacidade de escuta do
outro e de si mesmo, a capacidade de lidar com condutas automatizadas de forma
crítica, de lidar com a expressão de problemas sociais e subjetivos” (BRASIL,
2009a).
[...] é isso mesmo e, às vezes, assim no trabalho a gente aqui... a
demanda é tão grande que, às vezes, os pacientes querem
expressar alguma coisa e, às vezes, a pessoa bloqueia. [...] (P9, l.
586-587).
Assim, a tão comum atribuição de culpa aos trabalhadores pelos
atendimentos insatisfatórios e até produtores de sofrimento deve ser ressignificada,
compreendendo-se essa questão em uma dimensão mais ampla e profunda.
Segundo Goulart e Chiari (2010), nem sempre os trabalhadores encontram
condições de garantir um atendimento humanizado, haja vista que são submetidos a
processos de trabalhos mecanizados, que os limitam na possibilidade de se
transformar em pessoas mais críticas e de até mesmo se fragilizar diante da
situação apresentada no dia a dia. E isso, decerto, são questões urgentes a serem
abordadas ao se pensar na humanização da saúde, em especial quando pensamos
na importância da Diretriz Valorização do Trabalho e do Trabalhador da Saúde.
63
Relacionado a isso, mas a partir de uma outra perspectiva, um dos discursos
apontou para o desafio em relação às atividades de Educação Permanente em
Saúde (EPS):
Vou pegar um gancho, eu coloquei assim, falta de capacitação no
trabalho, o processo de humanização não é via única, não tem que
ser só direcionado ao paciente né? (P3, l. 642-644).
A EPS é uma estratégia do SUS para a formação e desenvolvimento dos
trabalhadores. Na fala de P3, acima, se percebe uma reflexão mais crítica dessa
demanda, ao reconhecer que a humanização não trata apenas da atenção ao
usuário, mas deve contemplar também os profissionais de saúde.
Concordamos com Hennington (2008)
quando afirma
que
o baixo
investimento na qualificação dos trabalhadores reduz as condições de um processo
crítico e comprometido com as práticas de saúde. E isso, como vimos, produz
sofrimento no trabalho em saúde, o que poderia ser minimizado por meio da EPS.
Em síntese, todos os entraves trazidos pelos participantes estão relacionados
à necessidade de uma saúde humanizada. Sem uma boa comunicação e com a
compreensão dissociada entre atenção e gestão continuam se produzindo relações
verticalizadas e hierarquizadas. E o que se objetiva com a humanização da saúde
proposta pela PNH é caminhar para a construção de relações horizontalizadas,
participativas e democráticas.
Verifica-se que as relações, tal como estão estabelecidas na instituição,
produzem a desvalorização dos trabalhadores de saúde, associado à precarização
das relações de trabalho, com a exigência do atendimento de uma demanda
excessiva às possibilidades dos trabalhadores e equipes locais. Associa-se a isso a
preocupação constante com a quantidade de atendimentos, em detrimento da
qualidade, deficiências na estrutura física e o baixo investimento em Educação
Permanente em Saúde, além dos limites em relação à gestão participativa.
1.6.5 Propostas para a superação dos desafios
64
Nessa categoria de análise foram identificadas propostas de superação para
os desafios apresentados: formação de grupos; trabalhar sentidos de humanização
da saúde; reconhecimento e valorização dos trabalhadores; e alterações no modo
de fazer gestão. Cada proposta será detalhada a seguir.
Conforme P1, uma maneira de resolver alguns dos desafios elencados seria
criar grupos.
Para Zanella e Pereira (2001), em um grupo deve-se ter algo compartilhado,
mas isso não deve excluir as necessidades particulares e singularidades. No grupo
existem diferenças, limites e possibilidades, afetos e desafetos. De acordo com os
autores, “o grupo é tanto um espaço de conjunção de singularidades, instância que
remete à diversidade de sujeitos, quanto do compartilhado, elo [ ] da pluralidade”
(ZANELLA, PEREIRA, 2001, p.107).
P15 complementa a fala de P1, trazendo a necessidade de trabalhar nos
grupos os sentidos da humanização e do fortalecimento do coletivo:
[...] a gente poderia colocar também, conceitos da humanização,
também o que a [...] falou [...] sobre as atividades em grupo, a gente
sabe que a instituição muitas vezes ela não vai fazer o que a gente
quer, mas a gente tem que tá alinhado, todo mundo no mesmo
pensamento, e reivindicar mesmo por melhoria de qualidade do
serviço, por... por qualidade nas salas, por ter locais adequados pra
gente trabalhar (P15, l. 1047-1052).
Dessa maneira, identificamos uma sugestão que caminha na direção da
Diretriz da PNH: Fomento das Grupalidades, Coletivos e Redes (BRASIL, 2008a). A
grupalidade “é um coletivo ou uma multiplicidade de termos (usuários, trabalhadores,
gestores, familiares etc.) em agenciamento e transformação, compondo uma rede de
conexão, na qual o processo de produção de saúde e de subjetividade se realiza”
(BRASIL, 2010b, p.30). Uma vez assumindo o mesmo posicionamento político,
artístico e/ou estético, se constroem coletivos.
O reconhecimento é uma questão que está nas práticas discursivas dos
participantes, enquanto proposta de superação. Com isso, entendemos que há
necessidade de valorização dos profissionais.
65
É o reconhecimento de esforço individual, que é importantíssimo e se
não há reconhecimento não há humanização (P1, l.764-765).
Durante o processo de trabalho os sujeitos se sentem mais valorizados e
realizados quando participam dos processos; afinal, são eles que estão produzindo
saúde.
Identificamos aqui também a Diretriz Gestão Participativa e Cogestão, que
propõe uma forma de organização do trabalho onde todos tenham participação ativa
na produção de saúde. Assim, por exemplo, se os trabalhadores estiverem mais
motivados e com uma melhor autoestima, conseguirão refletir e melhorar suas
práticas, aumentará o empenho no trabalho, utilizando de criatividade nas
resoluções e aumentando a responsabilidade sobre suas ações. E, somado a tudo
isso, haverá mais interação positiva, produtora de saúde, entre profissionais,
usuários e gestores.
Os discursos de P5 e P9 enfatizam a sugestão de uma gestão participativa,
democrática, inclusiva e que tome claros os sentidos da humanização, conforme
preconiza a PNH. De acordo com eles, isso contagiaria os profissionais:
Eu acho... Eu acho que seria mais eficaz, seria mudar política e
gestão. Eu acho que se vier de cima, até quem não entende, quem
não concorda com a ideia, vai ter que cumprir também [inaudível] da
mesma forma que ele consegue ser de uma forma negativa, ele
também pode ser de uma forma positiva. Ou seja, somos gestores
dos nossos trabalhos, cada um fazer a sua parte também vai
melhorar, mas eu acho que se vier de cima [inaudível] (P5, l. 10171021).
É claro que, no exemplo supracitado, permanece ainda a necessidade de
uma relação verticalizada, comum nas relações institucionais na saúde. A presença
e participação de todos deveria, assim, ser decisão da gestão, a qual seria exigida
como outra forma de trabalhar. Porém, pensamos que, no contexto trazido, na
medida em que os modos de realizar o trabalho vão sendo problematizados e
alterados por decisões dialogadas e negociadas por todos, isso dará espaço para
deslocar o lugar do gestor e da gestão, tornando-a mais horizontalizada, participativa
e democrática. Nesse caso, seria uma maneira de transitar de um modo a outro de
gestão.
66
Ao tema, acrescenta P9:
Então eu acho que a questão de humanização tem que fazer
primeiro um treinamento na gestão (P9, l. 1152-1153).
Isso reforça a sugestão dos profissionais em provocar mudanças, sentindo a
necessidade de transformação no modelo de gestão para “[...] um modo de
administrar que inclui o pensar e o fazer coletivo, para que não haja excessos por
parte dos diferentes corporativismos e também como uma forma de controlar o
estado e o governo” (BRASIL, 2009b, p. 8).
Segundo Hennington (2008), na humanização é importante um novo
posicionamento dos sujeitos, bem como mudanças nos modos de fazer e produzir
saúde, além de se evitar dissociar o cuidado e a gestão do cuidado. Com relação a
isso temos a fala de P1:
[...] eu posso fazer de mudança de hábito pessoal né, de mudança
de hábito profissional, lembrando que nós somos gestores de gente
quando a gente tá dentro da nossa casa também (P1, l. 1035-1039).
Para Mori e Oliveira (2009) “a Política assume o desafio de ressignificar o
termo humanização e, ao considerar os usos anteriores, identifica o que recusar e o
que conservar” (p.628).
A produção de saúde é feita por meio das relações sociais, por meio do
encontro, e a capacidade de construir um novo modo de fazer política de saúde,
está nas mãos de todos que fazem o serviço de saúde, ou seja, usuários,
trabalhadores e gestores.
Assim, vimos na análise dessa categoria várias propostas para superação dos
desafios citados trazidos durante a oficina realizada.
1.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As práticas discursivas produzidas pelos participantes apontam para a polissemia
do conceito de humanização na saúde.
67
Assim, por um lado, trazem sentidos que estão alinhados à PNH, tais como vistos
nas diretrizes: Acolhimento, Valorização do Trabalho e do Trabalhador, Gestão
Participativa e Cogestão e Fomento de Grupos, Coletivos e Redes. Dentro disso, há
percepção crítica acerca das condutas automatizadas que prejudicam o processo de
trabalho em saúde e a relação com os usuários e consigo mesmos, enquanto
sujeitos coprodutores do processo.
Porém, por outro lado, apresentam um emaranhado de concepções advindas de
outros sentidos, relacionados com valores humanos e humanitários. Nestas,
humanização da saúde é relacionada com o amor, o abraço, a paciência, o respeito
e a empatia.
Em relação aos processos de trabalho realizados pelos trabalhadores do Centro
Especializado de Reabilitação, percebemos que desenvolvem práticas alinhadas à
diretriz Clínica Ampliada e ao dispositivo Projeto Terapêutico Singular. Contudo,
outras práticas divergiram do proposto pela Política Nacional de Humanização, tais
como o modo de gestão verticalizado e autoritário, que produz, dentre outras coisas,
a desumanização da saúde, com desvalorização do trabalhador e a hipervalorização
da quantidade em detrimento da qualidade do cuidado.
Verificou-se que os processos formativos ocorreram, por um lado, em instituições
de ensino e, também, em outros espaços, tais como o de trabalho (uma palestra
ofertada pelo serviço de saúde) e de convivência no trabalho (por meio do
compartilhamento de aprendizados e experiências). Destacamos uma grande
fragilidade na formação em torno do tema, seja nos cursos de graduação ou de pósgraduação, seja na proporcionada pela instituição de saúde.
Consideramos, assim, a formação relatada pelos participantes como insuficiente
para o embasamento de práticas alinhadas à humanização da saúde, tal como
proposto pela PNH e, consequentemente, pelo SUS.
Portanto, se releva a importância de sua melhoria com a inserção e
fortalecimento da temática nos espaços de ensino e de trabalho em saúde.
Ressaltamos a necessidade de atividades de Educação Permanente em Saúde,
visando aprofundar a discussão sobre o tema humanização da saúde, para que
68
sejam exploradas a polissemia do conceito, as práticas derivadas e as desejadas,
fortalecendo os processos de trabalho alinhados à PNH.
Destacamos que, a formação crítica do trabalhador da saúde transforma práticas,
na medida em que ela se aproxima e questiona a realidade do trabalho realizado de
maneira crítica. Desenvolvem-se, assim, atitudes que disparam a necessidade de
mudanças no sentido de enfrentar e superar os desafios analisados. Dessa maneira,
coerentes com a PNH, sugerimos o desenvolvimento de processos formativos em
humanização da saúde que produzam intervenções, mudanças concretas nos
serviços de saúde, que o tornem melhor para todos.
Essa pesquisa atendeu aos objetivos propostos e acreditamos na
necessidade de se investir em atividades de EPS para que se proporcione a
construção do aprendizado nos espaços coletivos do trabalho, para reflexão e
avaliação das práticas produzidas, melhorando-as e qualificando-as.
Por fim, assinalamos que a escassez de produções científicas sobre a
formação em humanização na saúde, em especial relacionada à área da
reabilitação, foi um fator limitante para a discussão acerca da temática. Diante disso
sugerimos o desenvolvimento de mais pesquisas na área com o objetivo de se
ampliar a discussão e a formação na área.
1.8 REFERÊNCIAS
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Bibliográficas: NBR 6023. Rio de Janeiro, 2018.
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Educação do Governo do Estado do Paraná. Os Desafios da Escola Pública
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http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pd
e/2014/2014_uel_bio_pdp_maria_salete_bortholazzi_almeida.pdf. Acesso em: 26 de
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69
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2 PRODUTOS EDUCACIONAIS - “SÉRIE DE VÍDEOS SOBRE A HUMANIZAÇÃO
DA SAÚDE NA ATENÇÃO EM REABILITAÇÃO”
2.1 Introdução
Os produtos educacionais estão presentes no Programa de Pós-Graduação
em Ensino na Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de
Alagoas, conforme orientação e exigência da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES) (BRASIL, 2016a). Eles têm por objetivo
melhorar o ensino na área específica de que se trata a pesquisa, sendo construídos
para determinados públicos e envolvendo processos de formação, seja nos
ambientes escolares ou não.
Na perspectiva do Mestrado Profissional, o objetivo é que o produto
educacional “se constitua em material que possa ser utilizado por outros
profissionais” (MOREIRA, 2004, p. 134).
Segundo Osterman e Rezende (2009) os produtos educacionais são uma
proposta de ação e/ou intervenção, voltados para um tema ou a solução de
problema. Dessa maneira, compreende-se que os produtos educacionais contribuem
para a melhoria da prática dos profissionais da saúde, promovendo a articulação
entre teoria e prática.
Com base nas reflexões advindas a partir da pesquisa intitulada “Relação
entre processos formativos sobre humanização da saúde e a prática de
trabalhadores de um Centro Especializado em Reabilitação”, apresentaremos o
produto educacional que diz respeito a mídias educativas (vídeos) diretamente
relacionados ao tema, intitulado: Série de Vídeos sobre “A humanização da saúde
na atenção em reabilitação”.
77
2.2 Justificativa
O uso da tecnologia vem crescendo em nossa sociedade, auxiliando inclusive
na formação educacional. Segundo Jardim e Cecílio (2013) “os avanços
tecnológicos que permeiam a educação vêm transformar as formas de trabalho
pedagógico, ampliando o surgimento de novas competências e metodologias de
ensino” (p.5140).
Entende-se que a informação é um bem social, coletivo, e que o recurso
tecnológico faz com que ela chegue mais rápido e se aproxime mais das pessoas e,
por isso, se acredita no grande potencial da mídia educativa.
A produção da série de vídeos sobre a “A humanização da saúde na atenção
em reabilitação”, uma vez que, disparado em redes sociais, aplicativos de
mensagens, plataformas de vídeos etc., contribuirá para a reflexão e poderá gerar
transformações nos modos de trabalhar.
2.3 Objetivos
2.3.1 Objetivo Geral
Disseminar conhecimentos sobre a humanização nos serviços de
reabilitação em saúde, conforme orientações da Política Nacional de Humanização
da Atenção e Gestão da Saúde.
2.3.2 Objetivos Específicos
Construir uma série de vídeos educativos sobre temas diretamente
relacionados à humanização na reabilitação em saúde: 1. Sistema
Público de Saúde e reabilitação; 2. Política Nacional de Humanização e
reabilitação - Diretriz Clínica Ampliada e Compartilhada da PNH; 3.
Dispositivo Projeto Terapêutico Singular da PNH; e, 4. Projeto
Terapêutico Singular e suas configurações na assistência em
reabilitação;
78
Contribuir para a qualificação do trabalho e para os processos
formativos na área da saúde.
2.4 Público-alvo
Usuários, trabalhadores, gestores, estudantes, tutores, preceptores e
professores da área da saúde.
2.5 Procedimentos metodológicos adotados para a criação das mídias
educativas
A produção dos vídeos foi feita utilizando recursos disponíveis no site
PowToon®: uma plataforma que permite a criação desse tipo de material.
Foi feito previamente um roteiro, detalhando o que seria inserido em cada
vídeo, contendo o que seria dito e quais os recursos e efeitos seriam utilizados
(personagens, objetos, cores etc.)9.
Cada vídeo teve o tempo máximo de duração de 03 minutos, limite imposto
pelo site para manter a gratuidade do uso.
Dessa maneira, foram produzidas as mídias educacionais, conforme quadro
abaixo e respectivos URL:
Quadro 1: Vídeos educacionais e respectivos URL sobre Humanização na
Saúde, MPES, 2020.
Título
Endereço de acesso ou URL (Uniform Resource Locator)
= Localizador Uniforme de Recursos
Sistema
Público
de https://www.youtube.com/watch?v=QMBu8I6e20s&rel=0
Saúde e Reabilitação
Política
Nacional
Humanização
e
de https://www.youtube.com/watch?v=KwalqJMWV3c&rel=0
a
reabilitação
Dispositivo
Projeto https://www.youtube.com/watch?v=W1OxPsmYe9w&rel=0
Terapêutico Singular da
PNH
9
Este roteiro é outro produto educacional, e que será apresentado oportunamente, pós-defesa do
TACC.
79
Projeto
Terapêutico https://www.youtube.com/watch?v=R0d2-2LXkgU&rel=0
Singular
e
suas
configurações
na
assistência
em
reabilitação
Fonte: Autora, 2020.
2.6 Resultados ou Impactos
Acredita-se que esses produtos educacionais trarão resultados importantes
para a reflexão e melhoria das práticas dos trabalhadores e gestores da saúde no
serviço de saúde. Também contribuirão para qualificar os processos formativos
acerca da temática, em diversos âmbitos de ensino na saúde.
Dessa forma, entendemos que os vídeos educacionais impactarão de forma
positiva, podendo possibilitar o envolvimento e a inclusão de todas as pessoas no
desenvolvimento de novas práticas, aperfeiçoando as ações e os serviços já
existentes, fazendo com que haja a maior satisfação por parte de todos, na atenção
à saúde em reabilitação.
2.7 Critérios CAPES de avaliação
Nesta subseção serão apresentadas as informações relativas à avaliação dos
produtos educacionais, conforme documentos da CAPES (BRASIL, 2016b, 2019).
2.7.1 Classificação de Produção Técnica – 2016
Em relação aos critérios estabelecidos pela CAPES (BRASIL, 2016b),
esclarecemos que:
1) Validação: Será feita pela banca de defesa do mestrado;
2) Registro: será feito, no prazo de até 01 ano após a defesa, o pedido de
registro, que ocorrerá em algum sistema de informações a definir;
3) Acesso: Podem ser acessados na plataforma digital YouTube, e os links
serão disponibilizados na página de produtos do MPES, no Repositório
80
Institucional da UFAL (RIUFAL) e nas Plataformas EduCAPES. Todos
permitem acessos públicos e gratuitos;
4) Uso: já está sendo utilizado, conforme registro na página do YouTube,
pelos profissionais do CER onde foi desenvolvida a pesquisa de mestrado,
assim como estudantes, egressos e profissionais do MPES-UFAL. Poderá ser
utilizado como material explicativo sobre o assunto em salas de aula, aulas
teórico-práticas realizadas em campos, em estágios supervisionados em
saúde coletiva, entre outros.
2.7.2 (Nova) Proposta de Classificação e Avaliação de Produtos – 2019
Esta subseção traz fragmentos reproduzidos sem alteração no conteúdo,
exceto a inclusão das informações pertinentes de complementação relativas aos
produtos educacionais. Tais trechos originais estão disponíveis no documento
elaborado pelo Grupo de Trabalho Produção Técnica da CAPES (BRASIL, 2019, p.
41-43), o qual acreditamos estar ainda em fase de implantação.
Assim, foi produzido o quadro abaixo, reproduzindo a parte que consideramos
relativa aos produtos educacionais – vídeos – apresentados.
Quadro 2: Critérios Avaliativos da Série de vídeos sobre a Humanização da Saúde
na Atenção em Reabilitação, MPES/UFAL, 2020.
DEFINIÇÃO: Produto de editoração resulta de atividade editorial de processos de
edição e publicação de obras de ficção e não-ficção. Compreende planejar e
executar, intelectual e graficamente, livros, enciclopédias, preparando textos,
ilustrações, diagramação etc. com vinculação ao Programa (projetos, linhas,
discentes/egressos).
Exemplos: mídia impressa (jornal, revista, livro, panfleto, cartaz, etc.), eletrônica (ebooks, mídias interativas) ou digital (internet, celular).
CAMPOS DESCRITIVOS OBRIGATÓRIOS *:
DESCRIÇÃO DE SUA FINALIDADE: (até 50 palavras) Disseminar conhecimentos
sobre a humanização nos serviços de reabilitação em saúde, conforme orientações
da Política Nacional de Humanização e dessa forma contribuir para reflexão e
discussão de profissionais e gestores da saúde nos serviços, além de facilitar
o aprendizado sobre o tema na formação em saúde.
81
AVANÇOS TECNOLÓGICOS/GRAU DE NOVIDADE: (até 50 palavras) Alto grau
de novidade. Não encontramos vídeos que tratam da interrelação entre
humanização e reabilitação em saúde, de maneira aprofundada, seja no YouTube®,
seja fazendo busca nas ferramentas Google® e Bing®.
( ) Produção com alto teor inovativo: Desenvolvimento com base em
conhecimento inédito;
(X) Produção com médio teor inovativo: Combinação de conhecimentos préestabelecidos;
( )Produção com baixo teor inovativo: Adaptação de conhecimento existente;
( ) Produção sem inovação aparente: Produção técnica.
Definir se a produção é resultado do trabalho realizado pelo programa de pósgraduação ou se é resultado do trabalho individual do docente, o qual seria
realizado independentemente do mesmo se docente de um programa ou não.
Trabalho realizado pela mestranda e orientador, vinculados ao Grupo de Estudos e
Pesquisa Saúde, Território e Cultura, cadastrado pelo CNPq e certificado pela
instituição de ensino. Tem relação com a disciplina Humanização e Formação em
Pesquisa, ofertada pelo programa de pós-graduação vinculado à pesquisa
desenvolvida pela mestranda. Produtos educacionais construídos a partir da
pesquisa desenvolvida no Mestrado Profissional em Ensino na Saúde (MPES)
da Universidade Federal de Alagoas.
DOCENTES AUTORES:
Nome: Sérgio Seiji Aragaki CPF: 051.480.428-93 (X) Permanente
DISCENTES AUTORES:
Nome: Juliana Araújo Menezes CPF: 071.665.044-47 (X) Mest Profissional
DEMAIS AUTORES:
Nome: ________________________CPF:___________Organização:______
CONEXÃO COM A PESQUISA
Projeto de Pesquisa vinculado à produção: Relação entre processos formativos
sobre humanização da saúde e a prática de trabalhadores de um centro
especializado em reabilitação.
82
Linha de Pesquisa vinculada à produção: Integração Ensino, Serviço e Comunidade
CONEXÃO COM A PRODUÇÃO CIENTÍFICA
Relacione os artigos publicados
correlacionados a esta produção:
apenas
em
periódicos
que
estão
Por favor, vide campo de Referências ao final da seção que trata dos produtos
educacionais.
43
APLICABILIDADE DA PRODUÇÃO TÉCNICA/TECNOLÓGICA: faz referência à
facilidade com que se pode empregar a produção técnica/tecnológica a fim de
atingir seus objetivos específicos para os quais foi desenvolvida. Entende-se que
uma produção que possua uma alta aplicabilidade, apresentará uma abrangência
elevada, ou que poderá ser potencialmente elevada, incluindo possibilidades de
replicabilidade como produção técnica. Para avaliar tal critério, as características a
seguir deverão ser descritas e justificadas:
Descrição da Abrangência realizada: (até 50 palavras) Consideramos que os
vídeos têm uma boa abrangência, uma vez que trazem um panorama geral, bem
respaldados e transmitindo bem os conceitos e práticas relacionados ao tema a que
se propõem.
Descrição da Abrangência potencial: (até 50 palavras) Consideramos que há um
alto potencial de abrangência dos produtos, uma vez que podem ser
compartilhados em diferentes aplicativos e mídias, além de poderem ser utilizados
em processos formativos em graduações, pós-graduações e serviços de saúde.
Descrição da Replicabilidade: (até 50 palavras) Consideramos que há boas
condições de replicabilidade nos diversos contextos da formação e dos serviços
de saúde.
COMPLEXIDADE DA PRODUÇÃO TÉCNICA/TECNOLÓGICA:
Complexidade pode ser entendida como uma propriedade onde há interação de
múltiplos atores (governamental, laboratórios, empresas, etc.), relações e
multiplicidade de conhecimentos necessários à elaboração e ao desenvolvimento
de produtos técnico-tecnológicos:
( ) Produção com alta complexidade
(X) Produção com média complexidade
( ) Produção com baixa complexidade
83
A produção necessita estar no repositório? Sim
Documentos Anexados (em PDF):
( ) Declaração emitida pela organização demandante/cliente
(X) Declaração emitida pela IES (será solicitada quando do depósito no repositório
da instituição de ensino)
( ) Outros documentos emitidos por órgãos públicos ou privados (registro
INPI, Fundações Estaduais de Apoio, laboratórios de testes, Inmetro....)
Fonte: BRASIL. CAPES. 2019.
2.8 Considerações finais sobre os produtos
Entendemos que esses produtos educacionais desenvolvidos no Mestrado
Profissional de Ensino na Saúde tem o compromisso com a prática pedagógica,
assim contribuem com o processo formativo sobre humanização e reabilitação em
saúde, relacionando teoria e prática dentro dos serviços.
Essas mídias educacionais ajudam a superar uma lacuna existente na
interrelação entre humanização e reabilitação em saúde. Elas são um recurso cada
vez mais utilizado na educação, haja vista a capacidade de promover a informação e
formação de maneira fácil, rápida, consistente e potente. Contudo, não substituem
outros espaços de formação, mas ajudam a despertar o interesse na busca e leitura
de outros materiais para ampliação e aprofundamento dos temas.
Dessa forma, essa série de vídeos surge enquanto resultado da pesquisa do
mestrado profissional e das experiências do cotidiano profissional com o intuito de
promover reflexões e discussões entre os profissionais e gestores de saúde,
entendendo que a formação e a intervenção não se separam e, portanto, esses
vídeos trazem questões presentes no cotidiano desses sujeitos.
Com isso, espera-se que os produtos educacionais colaborem para novos
processos de reflexão, problematização e aprendizagens na formação e atuação dos
profissionais e gestores de saúde, produzindo melhorias em suas práticas.
84
2.9 REFERÊNCIAS DOS PRODUTOS
BRASIL. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior. Diretoria de Avaliação. Documento de Área Ensino. Sem editora,
Brasília: DF. 2016a. Disponível em:
http://capes.gov.br/images/documentos/Documentos_de_area_2017/DOCUMENTO_
DE_AREA_ENSINO_2016_final.pdf. Acesso em 07 nov 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior. Diretoria de Avaliação. Considerações sobre classificação de
Produção Técnica. Sem editora, Brasília, 2016b. Disponível em:
https://capes.gov.br/images/documentos/Classifica%C3%A7%C3%A3o_da_Produ%
C3%A7%C3%A3o_T%C3%A9cnica_2017/46_ENSI_class_prod_tecn_jan2017.pdf.
Acesso em: 08 maio 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior. Diretoria de Avaliação. Produção Técnica – Trabalho de Grupo.
Sem editora, Brasília: DF, 2019. Disponível em:
https://www.capes.gov.br/images/novo_portal/documentos/DAV/avaliacao/10062019
_Produ%C3%A7%C3%A3o-T%C3%A9cnica.pdf. Acesso em 08 maio 2020.
JARDIM, L.A.; CECÍLIO, W.A.G. Tecnologias Educacionais: Aspectos Positivos e
Negativos em Sala De Aula. In: Congresso Nacional de Educação – EDUCERE,11.,
Seminário Internacional de Representações Sociais, Subjetividade e Educação –
SIRSSE, 2., Seminário Internacional sobre Profissionalização Docente –
SIPD/CÁTEDRA UNESCO, 4., 2013, Curitiba, PR. Anais [...]. Curitiba: Pontifícia
Universidade Católica do Paraná, p. 5139-5152, 2013.
MOREIRA, M.A. O mestrado (profissional) em ensino. Revista Brasileira de PósGraduação, Brasília-DF, v.1, ano1, n.1, p. 131-142, jul. 2004.
OSTERMANN, F.; REZENDE, F. Projetos de desenvolvimento e de pesquisa na
área de ensino de ciências e matemática: uma reflexão sobre os mestrados
profissionais. Cad. Bras. Ens. Fís., v.26, n.1, p. 66-80, abr. 2009.
3. COMENTÁRIOS FINAIS DO TACC
O mestrado em ensino na saúde foi um grande passo na minha formação
profissional e pessoal, uma vez que oportunizou a construção de conhecimentos,
85
novas descobertas, aprendizados, causando uma transformação no modo de ver o
mundo, as pessoas, as atitudes, sendo assim as minhas práticas profissionais não
serão mais as mesmas, foram aperfeiçoadas.
Considero que foi um processo cheio de desafios, superações, resiliência, em
alguns momentos difíceis, mas sempre acreditei na capacidade de concluir todas as
atividades que eram propostas e fui vivendo um momento de cada vez, aos poucos
foi dando tudo certo e a cheguei a tão sonhada conclusão desse curso.
Pesquisar e estudar sobre humanização da saúde foi um desafio
enriquecedor, cheio de reflexões, com momentos de angústias, uma vez que se trata
de política bastante desafiadora em sua concretização no cotidiano diante de
contextos permeados por espaços hierarquizados e com pouco diálogo e escuta.
Porém, percebo que o movimento de mudança proposto pela PNH é muito
gratificante quando se colocado em atitudes, e que não é impossível de ser colocado
em prática, basta os sujeitos envolvidos no processo do cuidado na atenção e na
gestão compreenderem os sentidos da humanização da saúde e tomarem para si
novas atitudes.
Durante o desenvolvimento dessa pesquisa ficou claro que a prática não
caminha isolada da formação, uma vez que a formação é um processo contínuo que
ocorre em todos os espaços. Sendo assim, os processos formativos em torno da
humanização na saúde estão presentes nas relações sociais e nos espaços de
trabalho.
Por esse motivo, acredito que o trabalho aqui apresentado despertará
reflexões e discussões em cada leitor, sobre a prática profissional e sua formação no
SUS. Que os objetivos da pesquisa foram atingidos, contudo não podem cessar por
aqui, é imprescindível explorar mais ainda essa temática.
Nesse sentido, entendo que o produto educacional desenvolvido (Série de
vídeos) a partir das reflexões dessa pesquisa é bastante relevante por se tratar de
uma ferramenta de fácil acesso, que pode ser compartilhada e ser um fio condutor
de análises críticas pelos sujeitos em cada serviço de saúde, contribuindo para o
processo formativo na área.
86
Todavia, reconheço que outras pesquisas em humanização na saúde
precisam ser desenvolvidas, pois trarão contribuições importantes para o ensino e
fortalecerão a importância da continuidade de práticas humanizadas à luz da PNH
nos serviços de saúde.
4. REFERÊNCIAS GERAIS DO TRABALHO
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Referências
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e/2014/2014_uel_bio_pdp_maria_salete_bortholazzi_almeida.pdf. Acesso em: 26 de
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campo da saúde. In: PINHEIRO, R.; BARROS, M. E. B.; MATTOS, R. A. (Org.).
Trabalho em equipe sob o eixo da integralidade: valores, saberes e práticas.
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terapêutico singular como estratégia de organização do cuidado nos serviços de
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Nível Superior. Diretoria de Avaliação. Documento de Área Ensino. Sem editora,
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http://capes.gov.br/images/documentos/Documentos_de_area_2017/DOCUMENTO_
DE_AREA_ENSINO_2016_final.pdf. Acesso em 07 nov 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior. Diretoria de Avaliação. Considerações sobre classificação de
Produção Técnica. Sem editora, Brasília, 2016b. Disponível em:
https://capes.gov.br/images/documentos/Classifica%C3%A7%C3%A3o_da_Produ%
C3%A7%C3%A3o_T%C3%A9cnica_2017/46_ENSI_class_prod_tecn_jan2017.pdf.
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BRASIL. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior. Diretoria de Avaliação. Produção Técnica – Trabalho de Grupo.
Sem editora, Brasília: DF, 2019. Disponível em:
https://www.capes.gov.br/images/novo_portal/documentos/DAV/avaliacao/10062019
_Produ%C3%A7%C3%A3o-T%C3%A9cnica.pdf. Acesso em 08 maio 2020.
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BRASIL. Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 201. Regulamenta a Lei nº 8.080, de
19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de
Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação
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Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo
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88
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funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário
Oficial da União: Brasília-DF, 1990. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm. Acesso em: 19 out 2019.
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Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar. Brasília-DF: Ministério da
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Política Nacional de Humanização. Trabalho e redes de saúde: valorização dos
trabalhadores da saúde. 2. ed., Brasília-DF: Ministério da Saúde, 2008b.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da
Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de
saúde. 2. ed. 5. reimp., Brasília-DF: Ministério da Saúde, 2010a.
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dispositivos da PNH em perguntas e resposta). Brasília-DF: Ministério da Saúde,
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a implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Diário
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Educação Permanente em Saúde. Diário Oficial da União: Brasília-DF, 2004.
BRASIL. Portaria nº 1.060, de 05 de junho de 2002. Institui a Política Nacional de
Saúde da Pessoa com Deficiência. Diário Oficial da União: Brasília-DF, 2002.
BRASIL. Portaria nº 2.761, de 19 de novembro de 2013. Institui a Política Nacional
de Educação Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (PNEPSSUS). Diário Oficial da União: Brasília-DF, 2013b. Disponível em:
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União: Brasília-DF, 2012a. Disponível em:
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Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde. Diário
Oficial da União: Brasília-DF, 2012b. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0835_25_04_2012.html.
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95
APÊNDICES
96
APÊNDICE A – ROTEIRO DE OFICINA DE PESQUISA
PROGRAMAÇÃO
8h – 8h15
Atividade 1 - Boas vindas aos participantes. Breve apresentação do
projeto de pesquisa e os objetivos da oficina. Pactuações para o
desenvolvimento da oficina. Breve síntese do TCLE.
8h15 - 8h30
Atividade 2 – Dinâmica de apresentação: nome, profissão, um
sentimento ou expectativa quanto ao encontro. O que trazemos?
8h30 – 9h
Atividade 3 – O que executamos em nosso trabalho? - distribuição
de tarjetas coloridas aos participantes para que escrevam quais
atividades executam individualmente e junto com outro profissional ou
outros profissionais; Essas tarjetas serão fixadas numa cartolina e
abriremos a discussão em grupo.
9h – 10h
Atividade 4 – O que compreendo como humanização da saúde? distribuiremos tarjetas de papel coloridas por categoria profissional
para que associem ideias e palavras com a expressão humanização
da saúde, classificadas em humanização, não humanização ou dúvida.
Seguido de um momento de discussão em grupo.
10h – 10h40
Atividade 5 – Roda de Conversa: solicitaremos que os participantes
falem a respeito do processo de formação em humanização da saúde,
em qual ou quais momentos teve contato, o que foi e como foi
abordado.
10h40 – 11h30
Atividade 6 – Roda de Conversa: pediremos aos participantes para
relatarem as dificuldades e propostas para superação e aspectos
favoráveis às práticas de humanização no CER.
11h30 – 12h
Atividade 7 – Avaliação da Oficina: solicitaremos que os
participantes façam uma avaliação, comentários e sugestões sobre a
pesquisa e a oficina. Encerramento com a pergunta: O que
levaremos?
97
APÊNDICE B – QUADRO DE ASSOCIAÇÃO COM AS PALAVRAS ATIVIDADE COLETIVA
ASSOCIAÇÕES ÀS
PALAVRAS
ATIVIDADE COLETIVA
Atendimento em grupo
Avaliação
Estudo de Casos
PTS
Encaminhamentos
Altas
Trocar ideias e
informações sobre o
paciente
Favorecer processo de
reinserção social
Troca de recurso
Evolução
Acolhimento e
orientações
Auxiliar o colega quando
se faz necessário
Sala de espera
Curativos
Atendimentos de
emergência
Elaboração de
programação de
PARTICIPANTES
P1
P2
P3
P4
P5
P6
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
P7
P8
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P10
P11
P12
P13
P14
P15
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
98
eventos
Educação Continuada
Acompanhamento
Multiprofissional
X
X
99
APÊNDICE C – QUADRO DE ASSOCIAÇÕES À PALAVRA HUMANIZAÇÃO
ASSOCIAÇÕES À
PALAVRA
HUMANIZAÇÃO
Respeito
Compreensão
Amor pela profissão
Igualdade
Informação
Verdadeiro
Atenção
Paciência
Carinho
Dedicação
Acolhimento
Emocional
Abraço
Integralidade
Acesso a direitos
Satisfação das
necessidades humanas
Empatia
Teorias/Práticas
Escuta ativa
Valorização
Individualidade
PARTICIPANTES
P1
P2
P3
P4
X
P5
P6
P7
P8
X
X
X
X
X
X
X
P9
P10
P11
P12
X
X
P13
P14
P15
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
100
Escuta terapêutica
Olhar como todo
(totalidade)
Amor ao próximo
X
X
X
101
APÊNDICE D – QUADRO ASSOCIAÇÕES ÀS PALAVRAS NÃO HUMANIZAÇÃO
ASSOCIAÇÕES ÀS
PALAVRAS
ATIVIDADE COLETIVA
Burocracias
Olhar quantitativo
Não valorização
profissional
Alta demanda
profissional
Falta de capacitação no
trabalho
Padronização
Retorno financeiro como
fim
Não reconhecimento
“Surdez” institucional
Desconhecimento dos
Deveres
PARTICIPANTES
P1
P2
X
X
X
X
P3
P4
P5
X
X
X
X
X
X
X
P6
P7
P8
P9
P10
P11
P12
P13
P14
P15
102
APÊNDICE E - TRANSCRIÇÃO SEQUENCIAL
Quem
fala
P
P15
P10
P2
P1
P5
P
P5
P14
P13
P15
P1
P13
Sobre o que fala
Pergunta sobre o que fazem individualmente e coletivamente
Afirma que coletivamente faz o PTS, direcionando junto com a equipe. De forma individual, (atividades inerentes à profissão).
Explica que de forma individual faz (atividades inerentes a profissão). Coletivamente, faz discussão de casos com a equipe ou
alguns profissionais e encaminhamentos para espacialidades.
Diz que no individual faz atendimento individual, com atividades direcionadas as dificuldades dos pacientes. No coletivo o PTS,
onde avalia a necessidade do paciente ser acompanhando ou não.
Conta que no individual faz atividades burocráticas de preenchimento de formulários e consultas individualizadas. E no coletivo,
(atividades inerentes à profissão), além do PTS que considera um momento que mais a agrada e onde se soma as diversas
habilidades,
Fala que no individual é a evolução diária do paciente, novos comportamentos que são adotados pelo paciente, suas condutas.
Já no coletivo faz o PTS junto com a equipe, que é a motivação de trabalhar na ADEFAL, devido a multidisciplinaridade. Explica
que isso funciona em umas equipes já em outras não.
Pede para explicar porque em umas funcionam e outras não?
Diz que isso depende muito das pessoas que fazem parte da equipe e que existe uma centralização em um profissional que não
permite aos demais a participação. Isso dificulta a avaliação em grupo e a ideia do PTS.
Conta que no coletivo faz a discussão da particularidade de cada paciente, que é feito no PTS. Afirma que em umas equipes
funcionam e em outras não, porque trabalhar em equipe é complicado, já que cada um tem o seu pensamento. Diz que o trabalho
em equipe é fundamental. No individual realiza (atividades inerentes à profissão).
Diz que no individual realiza (atividades inerentes à profissão) evolução no prontuário e dá alta do atendimento. No coletivo refere
que não faz mais parte das equipes de PTS, logo não participa de todas as discussões, contudo, quando vê a necessidade
procura os profissionais para dialogar a respeito dos casos.
Relata que é uma perda grande a saída dessa profissão das reuniões de equipe para PTS.
Diz que a decisão de retirar a esse profissional do momento da avaliação coletiva é falha estratégica que compromete o resultado
final. E que já tentou solicitar o retorno, mas não teve êxito.
Afirma que sempre orienta os pacientes a marcarem atendimento, apesar de não está no momento do PTS, mas percebe que os
Tema
Trabalho
Processo de
Trabalho
Processo de
Trabalho
Processo de
Trabalho
Processo de
Trabalho
Processo de
Trabalho
Processo de
Trabalho
Trabalho
Interdisciplinar
Processo de
Trabalho
Processo de
Trabalho
Trabalho
interdisciplinar
Trabalho
interdisciplinar
Trabalho
103
P10
P1
P13
P15
P13
P7
P8
P3
P4
P11
P9
P1
P15
P1
pacientes consideram algo a parte da reabilitação e muitos não comparecem no atendimento, mesmo eles sendo encaminhados
pela equipe.
Fala que sente muita falta de estar nas reuniões da equipe, nas avaliações coletivas, porque cada profissional contribui com seu
olhar e isso complementa a avaliação. Sente falta da troca, do olhar das outras profissões, sente um vazio em não está mais nas
reuniões.
Diz que o momento da avaliação coletiva é a soma das capacidades individuais, onde se faz a triagem e a discute a evolução dos
pacientes. E a diferença está no olhar que cada profissional tem diante da singularidade de cada paciente. E que a proposta
multidisciplinar é fazer a troca de conhecimentos entre os saberes, isso torna o PTS um momento rico.
Afirma que criou estratégias para o atendimento individual e que sempre mantém contato com os demais profissionais para
conversar sobre os pacientes.
Conta que apenas com um profissional é humanamente impossível conhecer todos os pacientes. E que encaminha todos os
pacientes para avaliação, mas que a marcação demora muito e eles acabam se desestimulando.
Diz que houve aumento na demanda, pois a atende agora todos os serviços e com isso fica difícil acompanhar e conhecer os
pacientes, comprometendo a qualidade.
Diz que observa (atividades inerentes à profissão) são mais atividades coletivas, visto que está aberta a toda a instituição, que
estão sempre ligados a alguma profissão. No individual fazem (atividades inerentes à profissão). Sente que a (atividades
inerentes à profissão) é bem acolhida e muito solicitada. No coletivo (atividades inerentes à profissão).
Conta que no coletivo faz atividades educativas junto com outras profissões.
Fala que trabalha no atendimento individual ao paciente e alguns casos os familiares/cuidadores. Pactua muito em grupo (equipe)
sobre os comportamentos apresentados pelos pacientes. No individual (atividades inerentes à profissão). No coletivo faz
avaliação em grupo, estudo de caso e o PTS.
Fala que após a inserção do CER o atendimento passou a ser multidisciplinar, o que fortaleceu o trabalho da equipe.
Diz que trabalha quase que 100% em grupo, realiza o PTS. Individual faz a avaliação, organização da sala, produção diária do
atendimento e a construção de vínculos.
Conta que faz a avaliação em grupo junto com a equipe, discussão de caso e PTS. De forma individual, a avaliação e
atendimento individualizado.
Fala da necessidade da criação de grupo para os familiares e cuidadores enquanto ferramenta para que entendam a finalidade
do processo terapêutico.
Conta que os grupos para familiares e cuidadores já foi pensando e planejado, contudo ainda não se conseguiu desenvolver
devido a reforma que a instituição está fazendo. E concorda com essa necessidade.
Diz que seriam grupos multiprofissionais, onde cada profissional participaria colocando o seu papel na reabilitação. Seria um
trabalho mais coletivo do que individual.
fragmentado
Trabalho
interdisciplinar
Trabalho
Interdisciplinar
Trabalho
interdisciplinar
Processo de
Trabalho
Trabalho
Interdisciplinar
Processo de
Trabalho
Trabalho
interdisciplinar
Processo de
Trabalho
Processo de
Trabalho
Fomento de grupos
Fomento de grupos
Trabalho
interdisciplinar
104
P2
Afirma que esse grupo seria ver o resultado na sua totalidade.
P1
Conta que o trabalho em grupo com familiares/cuidadores deixaria o trabalho da equipe mais pleno.
P6
P7
Diz que é importante fazer essa atividade com os cuidadores, para que as informações sejam dadas, e isso ajudaria muito no
atendimento individual dos profissionais.
Fala que o paciente e o cuidador muitas vezes não segue as orientações.
P6
Diz que o paciente desfaz toda a intervenção.
P12
Fala que no individual desenvolve a avalição e a reabilitação junto ao paciente e em conjunto faz o PTS.
P
Pergunta como compreende como humanização da saúde? O que é humanização da saúde?
Protagonismo do
sujeito usuário.
Protagonismo do
usuário/familiar.
Relação equipe x
usuário
Relação equipe x
usuário
Processo de
Trabalho
Concepção
P14
Diz que é o acolhimento do usuário, do indivíduo, na integralidade no sentido dos princípios do SUS.
Acolhimento
P3
Fala que é o acolhimento das necessidades reais, das fragilidades individuais.
Acolhimento
P12
Conta que é o respeito, a valorização e da dedicação.
Concepção
P10
Afirma que é o abraço, uma forma de acolher.
P1
Diz que o abraço é a manifestação física do acolhimento.
P15
Fala que é a satisfação das necessidades humanas.
P14
Fala que é integrar a questão dos princípios do SUS.
P15
Diz que colocou a satisfação das necessidades humanas, mas acredita que o SUS não seja capaz de responder a tudo.
P1
Afirma que a satisfação está ligada ao que vem de dentro, de acordo com a pirâmide de Maslow.
P3
Conta que acredita que seja a questão da empatia.
Concepção
P2
Diz que é empatia e escuta.
Escuta
P4
Afirma que é acolhimento e empatia.
Concepção
Concepção
Concepção
105
P1
Conta que é respeito às individualidades.
Concepção
P11
Ambiência
P
Fala que é o ambiente de trabalho, a saúde, para que haja humanização é preciso ter respeito e valorização. Com isso tem-se
consideração e respeita a individualidade de cada um.
Pergunta se fala de respeito de valorização na relação paciente x profissional ou profissional x profissional?
P11
Afirma que dos dois.
P1
Conta que dos dois lados, pois não tem como ter um comportamento humanizado se você não é tratado de forma humanizada.
P11
Diz que no cotidiano trabalha com os dois públicos.
P1
Fala que é público, assim como os pacientes.
P3
Diz que são clientes internos uns dos outros.
P3
Conta que humanização é empatia com o paciente, conversa com o mesmo sobre as possibilidades.
Valores humanitários
P7
Fala que é necessário mostrar ao paciente que todos tem limitações, que os profissionais também sofrem de doenças. A
humanização tira essa visão que o profissional não adoece. Entende que ser humano é se colocar no lugar do outro.
Diz que é a empatia em relação ao colega de trabalho. Ajudar o colega a resolver alguma situação.
Concepção
P4
P1
Concepção
Concepção e
trabalho em equipe
Valores humanitários
P12
Fala que empatia é se colocar o lugar do outro, seja do paciente ou do colega de trabalho. Muitas vezes observa que o
hierárquico quer que desenvolva um trabalho humanizado, mas ele não o faz. Empatia é um dos primeiros critérios para
trabalhar humanização. O conceito de humanização é verticalizado.
Diz que são valorização e dedicação, em relação ao paciente. Valorizar os sentimentos do paciente.
P5
Conta que é amor pela profissão, é fazer porque gosta e não pelo financeiro.
Concepção
P
Pergunta se acha que podemos classificar AMOR a profissão como humanização?
Amorisidade
P5
Afirma que se não tiver amor a profissão não pode gerar humanização, amor ao paciente, dedicação, respeito e empatia.
Valores humanitários
P7
Fala que em muitas situações o objetivo não o de desempenhar sua profissão e sim ganhar dinheiro.
P1
Diz que é a escuta ativa, parar e ouvir o outro e não agir de forma automática. A humanização começa com a escuta ativa.
Escuta
P9
Afirma que muitas vezes estamos produzindo ações automáticas e não damos a possibilidade de ouvir o outro.
Automatismo
Valores humanitários
106
P10
Fala que humanização são as emoções que sentimos no cotidiano com os pacientes.
Valores humanos
P3
Conta que é a quebra do ruído, do como se comunicam.
Comunicação
P6
Diz que é a compreensão, de como se compreende o outro e o respeita e também o respeito do paciente com o profissional.
Concepção
P7
Conta que é respeito, empatia e compreensão.
Valores humanitários
P8
Fala que acredita que seja empatia e compreensão.
Valores humanitários
P11
Afirma que é respeito, valorização do outro e individualidade.
Valores humanitários
P13
Diz que é atenção e escuta ao paciente para depois tomar uma atitude. Também a paciência com o colega e com o
paciente/cuidador. Ser dedicado, desenvolver as atividades com carinho.
Diz que é teorias e práticas, em relação as hierarquias cobra-se muito uma humanização que na prática não existe. Na teoria é
muito bela, mas não se desenvolve na prática.
Conta que essa questão da teoria e prática se encaixa na satisfação das necessidades humanas, o direito surge para satisfazer
as necessidades humanas, mas na política de humanização existem lacunas que se chegar a essa satisfação.
Pergunta sobre o que não é humanização?
Escuta
P3
Diz que é a falta de capacitação no trabalho. A humanização não é apenas direcionada ao paciente, é necessário à instituição
favorecer um processo de humanização aos profissionais, quando se cobra produtividade, a quantidade acima da qualidade, se
esquece que tem profissionais, não é apenas o serviço.
Educação
Permanente em
Saúde
P15
Fala que não tem como fazer humanização se não se é tratado com humanização, quando a produtividade se sobrepõe a
necessidade da equipe e dos usuários.
Mercantilização da
Saúde
P5
Conta que é a alta demanda profissional deixando os pacientes insatisfeitos, pois não se pode dar atenção a todos.
E sobre a capacitação profissional observa que sempre são os mesmos profissionais que se capacitam, não é oportunizado a
outros. Não observa a humanização sendo praticada na instituição, são cobrados quanto à humanização com os pacientes, mas
não tratados com humanização. A gestão não tem ideia de humanização.
Diz que humanização não é quantidade.
P4
P15
P
P2
Concepção
Concepção
Concepção
Mercantilização da
Saúde
107
P10
Fala que não é humanização ver o paciente como número.
Mercantilização da
Saúde
P7
Diz que o alto quantitativo de pacientes é falta de humanização com os pacientes e com os profissionais. E que devido a pressão
dessa demanda pode-se tratar mal algum paciente, pelo fato que estar sobrecarregado.
Mercantilização da
Saúde
P15
Fala que humanização não é linha de produção e que não tem como oferecer um trabalho humanizado, se não se tem um local
de trabalho adequado.
Ambiência
P1
Comunicação
P3
Conta que a relação na humanização deve ser horizontalizada. Fala que não é humanização padronização, mesmo com
protocolos, devem ser flexíveis e adaptáveis. A exigência da burocracia não é humanização, a prática não pode ficar engessada
na burocracia. Não é humanização apenas pensar no retorno financeiro como fim e também a surdez institucional, nas duas vias,
não ouvir os profissionais e nem os pacientes, que leva ao não reconhecimento, a burocracia, ao retorno financeiro como fim e a
padronização.
Fala que poderia ter alguém da gestão ouvindo as colocações.
P2
Diz que não humanização é não valorizar os profissionais.
Valorização dos
diferentes sujeitos
P
Pergunta se há alguma dúvida sobre o conceito de humanização?
Concepção
P1
Diz que ficou na dúvida sobre o desconhecimento dos deveres, afirma ser bilateral.
Relação
trabalhadores x
gestores de saúde
108
P15
Fala que na política de humanização tem deveres também.
P1
Conta que as pessoas não conhecem os deveres e muitas vezes só se conhece os direitos, isso já satisfaz. E que sente a
necessidade de se construir uma cartilha de direitos e deveres.
P15
Esclarece que essa cartilha está sendo construída.
P1
Fala na dúvida em relação aos direitos e deveres dos usuários, de cumprirem o compromisso com o tratamento de reabilitação
para que todos tenham noção.
Inclusão dos
diferentes sujeitos
P
Pergunta sobre o processo formativo em humanização.
Formação
P15
Diz que nunca participou de capacitação ou oficina. Estudou sobre a política de humanização em saúde por iniciativa pessoal,
quando estudava para concurso.
Educação Informal
P3
Fala que tem muito teoria sobre humanização da saúde, uma cartilha, padronização maravilhosa, mas na prática identifica um
distanciamento. Foi numa palestra sobre humanização, mas não estava adequado.
Educação
Permanente em
Saúde
P
Pergunta aonde se deu essa palestra?
Fomento do
protagonismo
109
P3
Conta que foi pela instituição, uma palestra falando da importância da humanização.
P1
Diz que a instituição até tentou no início.
P
Pergunta se foi a primeira vez que tiveram contato com o que seria a humanização?
P3
Diz que não! Teve contato com a PNH na pós-graduação de gestão em saúde pública. E pela instituição participou da palestra,
mas afirma que foi de forma descontextualizada.
P15
Conta que se lembrou de ter participado dessa palestra.
P1
Diz que esse momento de palestra em humanização ocorreu na comemoração de aniversário da instituição.
P3
Diz que só tinha o nome de humanização. E todos sabem a importância da humanização nos serviços de saúde.
P12
Fala que nem se lembrava mais dessa palestra.
Educação
Permanente em
Saúde
Educação Formal
110
P3
Conta que não considera essa palestra ofertada pela instituição como um treinamento ou capacitação.
P15
Diz que os motivos falados pelo grupo, não foi de fato uma capacitação.
P7
Fala que teve uma formação em humanização no curso de graduação. Onde tinha uma matéria só de humanização e era
solicitado dos alunxs fazerem projetos voltados a humanização. E que na sua experiência de estágio hospitalar teve muitas
dificuldades em intervir sobre humanização na UTI, mas que teve êxito em executar o projeto de intervenção e ele ainda é
utilizado pela equipe. Após a conclusão da graduação não tive mais formação em humanização.
Conta que teve uma formação em humanização na graduação, tinha uma disciplina no 1º período que era para entender as
diretrizes do SUS, teve implantado a humanização, e foi trabalhado a temática também no estágio integrado. Depois da
graduação não teve mais nenhuma formação em humanização da saúde.
Educação Formal
P4
Diz que teve a primeira aproximação teórica na graduação e depois na pós-graduação. Na prática, nenhum treinamento ou curso,
apenas participou da palestra ofertada pela instituição, a qual considera desumanizada.
Educação Formal e
não formal
P2
Fala que estudou a teoria na graduação, na disciplina de saúde pública, e que lembra que na disciplina a turma era bem
esvaziada e que xs alunxs achavam que era besteira. E acredita que a desvalorização da humanização começa daí.
Educação Formal
P
Pergunta se teve alguma formação nos espaços ocupacionais.
Formação
P2
Afirma que nunca participou.
P5
Educação Formal
111
P4
Fala que esse momento na instituição não foi palestra, foi um treinamento.
P15
Diz que esse momento foi um enquadramento.
P7
Fala que na graduação teve uma professora que consideração à humanização da saúde uma bobagem, pois se são humanos é
logico que se tratam como humanos. Essa professora não compreendia o sentido da humanização.
P3
Diz que essa professora desconhecia a humanização da saúde.
P7
Conta que os alunos não concordaram com essa professora, todos já haviam construído seu conceito sobre humanização e ela
veio descontruir.
Educação Formal
P1
Diz que de todo grupo possui a formação mais antiga e que na sua graduação não se estudava humanização, mas se recorda de
um professor que ensinava a necessidade de escutar o paciente e falar uma linguagem acessível, acolher, ter paciência. Não
estudou humanização da saúde por cartilha, nem livros, nem matérias, foi por meio das vivências dos professores. Afirma que a
humanização entra como discussão e não como matéria porque isso seria ensinar o óbvio, cuidar do outro, ter empatia,
consideração. Teve outras aulas muito mais práticas do que teóricas, fez leituras sobre os preceitos teóricos do SUS e os CER’s.
e nessas leituras sentia que estava lendo o óbvio. Outra experiência de formação foi a atividade que a instituição ofertou sobre
humanização, onde a palestrante falava de humanização em hospitais, deixando-a bastante incomodada, pois estava
descontextualizada com a realidade da reabilitação e lembra-se que teve uma fala da diretoria que desumanizava tudo.
Fala que na graduação teve uma disciplina que abordava por alto.
Educação informal e
não formal
P13
Educação Formal
Educação Formal
112
P10
Diz que teve uma aproximação na graduação, algumas disciplinas que abordavam políticas públicas, muito pincelado.
Educação Formal
P13
Conta que nessa disciplina tinha contato com comunidades e era necessário acolher o paciente dentro das suas singularidades.
Educação Formal
P
Pergunta sobre a formação nos espaços de trabalho.
Formação
P13
(risos) Diz que foi apenas essa palestra.
Educação não formal
P12
Fala que só participou dessa palestra (risos)
Educação não formal
P14
Conta que não teve.
Sem formação
P9
Diz que teve uma aproximação com o tema na graduação, não como disciplina, mas se encaixando nos serviços de saúde e em
saúde pública. Teve um momento de formação por outra instituição que trabalhava, foi uma palestra. Pela instituição que trabalha
no momento, nunca teve formação sobre humanização. A formação que ela teve está muito aproximada da humanização.
Educação formal
P1
Conta que observa que existem diretrizes de humanização e que estão sendo cobrados tanto no meio público quanto no privado,
devido aos indicadores de qualidade e de saúde. Se o gestor não tiver incorporado a proposta da humanização em saúde, fica
difícil as relações se tornarem humanizadas. Acredita que a humanização precisa primeiro ser incorporada enquanto atitude
individual e não atitudes autoritárias.
Educação informal
113
P6
Conta que teve pouca aproximação com a humanização da saúde, apenas na graduação, na disciplina de saúde pública.
Educação formal
P11
Diz que foi apenas na graduação e pós graduação, mas prática foi frustrante.
Educação formal e
não formal
P
Pergunta sobre quais as dificuldades e as propostas para superação.
P5
Conta que acha eficaz mais mudar a política e a gestão. Se a mudança vier de cima todos, mesmo não gostando da ideia, terão
que cumprir. Diz que todos são gestores do próprio trabalho e cada um fazendo a sua parte vai melhorar.
P1
Diz que tem que começar a trabalhar com o ideal, caso o gestor acolha a política, seria muito fácil, mas nem sempre ele entende
e incorpora. Para o gestor também é difícil, ele não tem treinamento. Fala que são gestores do próprio trabalho e nesse sentido,
pode-se fazer um mudança de hábito pessoal e profissional, sendo humanizados com os usuários e trabalhadores, a sugestão
seria a construção de um cartilha de deveres.
Fala que essa cartilha está sendo construída e será submetida à aprovação da gestão. Uma sugestão é entender o conceito da
humanizar e os profissionais se alinharem no mesmo pensamento para reivindicarem melhorias no serviço.
Sentidos de
humanização
P1
Conta que é muito importante a participação de todos os trabalhadores, pois com uma maior mobilização e o envolvimento, podese mostrar a instituição que a educação permanente em saúde pode não trazer retorno financeiro, mas traz retorno qualitativo,
prestando um serviço decente, um reconhecimento.
Trabalho Coletivo
P15
Diz que é necessário criar estratégias de negociação para não sofrer retaliação e assim lutar por melhorias de forma coletiva. Se
mobilizar mais de uma forma ideológica.
Fomento de grupos
P15
Trabalho Coletivo
114
P3
P15
Conta que sente como se estivessem discutindo para mostrar que a humanização é uma necessidade apenas dos trabalhados,
contudo se trata de uma necessidade de todos. Os profissionais se sentem desvalorizados, desmotivados, sem estrutura física,
mas ainda assim buscar força para se estruturar e buscar melhorias para a instituição. A instituição é feita por gestores,
profissionais e pacientes.
Fala que uma estratégia é sempre colocar a instituição em primeiro lugar já que sempre objetiva o dinheiro, para tentar alcançar o
objetivo de forma secundária.
Dificuldades
P3
Diz que a PNH são implantações de tudo o que está sendo dito. (atitudes)
P1
Fala das contrapartidas que a instituição deve dar, o desconhecimento dos direitos e deveres, tem o direito de implementar a
PNH, mas não tem o dever de desenvolver algo em prol. As sugestões são realizar a atividades que explicite o que é a PNH, mas
de um ponto de vista mais coletivo. Construir projetos de humanização como uma necessidade da instituição. E um programa de
contrapartidas para aqueles que participarem como forma de reconhecimento.
Conta que observou que todas as falas na oficina esbaram na dificuldade da gestão, por isso não adianta os profissionais terem
vontade se a gestão não contribui.
Fomento de grupos
P7
Diz que observa que os profissionais fazem a sua parte, no sentido individual, mas precisa que a gestão faça a parte dela. Para
ter um resultado mais visível.
Desafio
P5
Fala do problema na comunicação e na ausência de abertura de diálogo com a coordenação e a gestão. E que sente que a
coordenação sempre está em favor da gestão (instituição) e que já proibido de dar um atendimento diferenciado/inovador ao
paciente, porque os outros colegas não iriam dar continuidade.
Transversalidade
P15
Afirma que a maioria das coordenações só estão voltadas para a gestão, por isso a importância de se organizar coletivamente. E
que atividades como a oficina da pesquisa são espaços para que possam estar dialogando sobre as dificuldades.
Verticalização e
estratégia de
fomento de grupos
P5
Dificuldade
115
P13
Conta que uma situação que associa a questão da humanização, na qual um dos gestores mandou a profissional colocar um
saco de gelo na cabeça, já que o ar condicionado da sala havia quebrado. É dessa forma que alguns gestores tratam os
profissionais.
P4
Fala de uma situação que passou enquanto estava gestante com uma cadeira de rodinhas que estava quebrada e quase levava
uma queda, daí foram falar o gestor responsável e ele disse que se caísse do chão não passava. Esse é o modo de tratamento.
P9
Conta que percebe que a gestão precisa ser treinada sobre humanização na saúde.
P1
Fala que as exigências da vigilância sanitária no serviço privado são diferentes no serviço público. No privado são maiores, mas
não deveria ser, já que o ser humano é único em qualquer unidade de atendimento. E que o gestor do SUS que pensou o
programa de humanização não vive o cotidiano no serviço.
P1
P
Conta que enquanto o gestor do SUS não vivenciar a realidade fala que as políticas nacionais foram criadas, mas não vivenciam
a vida real. E que o óbvio precisou ser colocado no papel porque está difícil de ser praticado, pois se tem que lembrar que são
humanos tratando de seres humanos. Que está numa sociedade desumanizada e que o gestor recebe uma política que não
compreende bem. Individualmente é necessário desenvolver ferramentas coletivas e mesmo em meio as dificuldades buscar
superar, sem esperar a resolução do gestor.
O que você vai levar da oficina? (avaliação)
P11
Diz que foi um momento enriquecedor e gratificante.
P12
Afirma que levará conhecimento e que já ouvia falar em humanização, mas não sabia na essência como funcionava.
Fomento de grupos
Conhecimento
116
P13
Fala que foi um momento muito bom, tinha uma noção da humanização, mas através das falas dos colegas pode conhecer
melhor.
Conhecimento
P15
Conta que a oficina foi válida, que gostou da dinâmica e que foi bom estar junto discutindo. Foi importante a troca entre os
colegas.
Troca de
experiências
P1
Diz que levará o otimismo, pois considera que o grupo de pessoas que estavam presentes possuem o otimismo que
retroalimenta. Ela gosta de trabalhar em equipe porque tem esse feedback, e acredita que todos vão sair pensando no que pode
trabalhar para o próximo ano.
P2
Fala que a troca foi muito boa. E que isso contribui para o conhecimento.
P3
Diz que a oficina foi um momento provocativo, onde saiu com reflexões, e que não tinha a ideia que outras estavam atentas à
questão da humanização, acredita ser mais no serviço social e na psicologia.
P7
Conta que na sua formação precisou implantar um projeto de humanização no estágio, teve a humanização na teoria e na
prática. Está saindo mais otimista.
P4
Diz que levará esperança e otimismo para acreditar naquilo que busca.
P5
Conta que sai renovado, pois estava deseperançoso com o atendimento na rede pública de saúde, uma vez que tudo que
estudou em termos de qualidade no tratamento não consegue colocar em prática devido ao alta quantidade de pacientes para
atender. Deu uma ideia de que consegue fazer o trabalho, mesmo sendo único.
Conhecimento
Contagiado
Contagiado
117
P6
Diz que sai com mais conhecimento e otimismo, para ver se consegue modificar um pouco.
Conhecimento
P8
Fala que foi gratificante participar, está saindo com conhecimentos.
Conhecimento
P9
Diz que está saindo com aprendizado pessoal e profissional, otimista e com esperança, apesar da gestão institucional não ser
humanizada, acredita que os profissionais precisam fazer o trabalho deles, sendo o mais humanizado possível, apesar das
dificuldades cotidianas.
Aprendizado
P10
Conta que gostou muito do momento e sugere que haja outros. Se sente provocada, saindo mais curiosa, pois não conhecia a
política nacional de humanização e passar a ser um sujeito ativo no processo.
Provocação
118
APÊNDICE F – QUADRO ANALÍTICO
Processo de trabalho
alinhado a práticas
humanizadas
P15 L2 – L5 - [...] essa em
conjunto, geralmente é feita no
PTS né? Aí, geralmente a
gente faz essa avaliação
sempre com a equipe
direcionando da melhor forma
possível. E aí, nesse momento
a gente anula, não, não é que
anula, mas a gente, é.... não
anula, mas a gente direciona
de uma forma juntamente com
a equipe né? [...].
Sentidos da humanização
na saúde
P14 – L428 – L431 - O
acolhimento, principalmente
né acolher o usuário,
indivíduo e a integralidade
no sentido dos princípios do
SUS né, [inaudível] da
promoção, prevenção e da
reabilitação também... esse,
essa questão da
integralidade é muito
importante, como o
acolhimento também [...].
CATEGORIAS TEMÁTICAS
Processo formativo em
humanização
P15 – L808 – L814 - Na
verdade é eu não... eu nunca
participei, assim que eu me
recorde, eu nunca participei,
de uma capacitação, de uma
oficina,
assim
o
conhecimento que eu tenho
e que tá meio defasado
porque faz muito tempo que
eu estudei, foi a política de
humanização, quando eu
estudava pra concurso, ai foi
o acesso que eu tive né, mas
assim eu não me recordo se
aqui na instituição já teve
algum
curso
sobre
humanização, eu não me
lembro,
mas
a
minha
aproximação foi a partir de
iniciativa mesmo pessoal.
Entendeu? De procurar, de
saber o que era a política,
enfim...
Desafios para práticas
humanizadas
Propostas para superação
dos desafios
P1 – L468 – L471 – [...] eu
acho que não tem como
você ter um comportamento
de
humanidade,
de
humanização com o outro se
você também não é tratado
de forma humanizada, não
adianta eu ter um superior
que... usa chibata, querendo
que você use plumas. (risos)
é meio difícil ter esse tipo de
relação.
L528 – L533 - Então eu acho
que tudo que a gente fala em
termos de humanização em
saúde eu acho que tropeça
um pouco é os conceitos
quando a gente fala de
humanização
da
saúde,
porque nas minhas poucas
experiências com palestras
sobre humanização em geral
eu to vendo um hierárquico
superior falando sobre a
necessidade de desenvolver
um trabalho de humanidade,
mas ai eu olho pra ele e
P1 – L346 – L348 - [...] a
gente precisa pensar
individualmente e tentar
colocar isso de uma forma
mais coletivamente, da
necessidade da formação de
grupos [...].
L764 – L765 - É o
reconhecimento de esforço
individual, que é
importantíssimo e se não há
reconhecimento não há
humanização.
119
P10 L21 – L79 - [...] em
conjunto, os
encaminhamentos, porque aí
as vezes durante a avaliação a
gente vê a necessidade de um
endócrino né... de outro
profissional, aí em conjunto eu
sempre em contato com a
equipe [...] pra fazer né o
encaminhamento externo e...
sim, algumas altas né... [...] eu
faço uma discussão [...] com a
equipe, né sobre dar alta a
esse paciente.
P3 – L433 – L434 Acolhimento das
necessidades reais e
daquelas mais... [inaudível]
das fragilidades individuais
né [...].
P2 L31 – L33 [...] na atividade
em conjunto que é o PTS [...]
L40 – L41[...] na atividade em
conjunto é a questão do PTS,
num é... onde a gente avalia, e
vê se o paciente tem
necessidade ou não de ser
acompanhado.
P1 - L47 – L55 Do ponto de
vista coletivo, pelo menos pra
P12 – L438 - Eu coloquei
respeito, valorização e
dedicação.
P10 – L439 – L440 - Eu não
sei
se
entraria
nesse
P3 – L820 – L821 - Pela
instituição, não foi... não
sei... se a gente pode dizer...
foi uma palestra falando
sobre a importância da
humanização.
L828 – L829 - Na pósgraduação, no curso de pós
graduação gestão em saúde
pública. Ai eu tive contato
com a humanização, contato
teórico.
L830 - 831 - e o único
contato que tive é assim
mais voltado as atividades
do
trabalho
foi
nessa
palestra que eu achei
totalmente
descontextualizado, eu achei
que...
P7 – L841 – L842 - Eu tive
na graduação, assim na
faculdade que eu estudei o
lema principal deles era a
humanização inclusive em
todos os cursos.
P5 – L873 – L879 - Eu tive
na graduação também [...]
pergunto e já fiz essa
pergunta e que tipo de
trabalho de humanização
você tá fazendo com a sua
equipe né?
P7 – L568 – L571 – [...] o
objetivo não é desempenhar
a profissão, é o que você vai
ganhar com a profissão né,
não é o objetivo de eu vou
ser [atividade inerente a
profissão] daquela pessoa,
eu só quero ganhar o
dinheiro e ponto final, então
não é o objetivo de
desempenhar
a
sua
profissão, é o objetivo
financeiro.
P5 – L1017 – L1021 - Eu
acho... Eu acho que seria mais
eficaz, seria mudar política e
gestão. Eu acho que se vier
de cima, até quem não
entende, quem não concorda
com a ideia, vai ter que
cumprir também [inaudível] da
mesma
forma
que
ele
consegue ser de uma forma
negativa, ele também pode ser
de uma forma positiva. Ou
seja, somos gestores dos
nossos trabalhos, cada um
fazer a sua parte também vai
melhorar, mas eu acho que se
vier de cima [inaudível].
P1 – L583 – L585 – [...] a
gente anda meio que no
automatismo, então, acho
que a escuta ativa, começa,
a humanização começa pela
escuta ativa do outro ser
humano que tá lá. [...].
P1 – L1035 – 1039 - eu posso
fazer de mudança de hábito
pessoal né, de mudança de
hábito profissional, lembrando
que nós somos gestores de
gente quando a gente tá
dentro da nossa casa também.
P9 – L586 – L587 – [...] é
isso mesmo e às vezes
P15 – L1047 – L1052 - a
gente poderia colocar
120
minha área o que eu faço são
alguns procedimentos, e em
que esses procedimentos eu
preciso do contar com a
presença de alguém [...] e o
PTS que eu acho que é o
momento que mais me agrada
na instituição e pela qual eu
não tenho o menor pudor de
dizer que lutei muito para que
isso acontecesse aqui dentro
porque é o momento que a
gente
soma
as
nossas
diversas
habilidades
né...
então, assim, há a anulação da
visão individual e a soma das
potencialidades,
dos
conhecimentos coletivos em
prol de uma queixa, eu acho
que o PTS é o grande barato
da instituição.
P5 L63 – L69 [...] dentro da
equipe, assim a gente, no
PTS, [...] quando eu entrei na
instituição, o que mais agradou
era isso, porque eu sai da
faculdade, entrei aqui novo,
assim novo de formação,
então era o que eu via na
faculdade e eu via funcionar
aqui, entendeu, então eu
passei por várias equipes,
então eu vi que algumas
funcionam
outras
não
funcionam, mas hoje o que
contexto de acolhimento à
questão do abraço, é eu
acho que entra, é uma forma
de acolher né, você abraçar
o paciente né... enquanto ser
humano.
então acho que as matérias
já tinham implementado isso.
Eu tive no 1º período uma
matéria
que
a
gente
começou a entender as
diretrizes do SUS, então
começou a ser implantado a
humanização e vim ter no
estágio integrado com a
professora, [...] a gente
integra a maioria dos cursos
da área da saúde em prol da
humanização dos pacientes
das comunidades lá perto,
próximo. Desde então eu
não tive mais nada. Eu não
fazia parte da instituição no
momento da palestra.
assim no trabalho a gente
aqui, a demanda é tão
grande que às vezes os
pacientes querem expressar
alguma coisa e às vezes a
pessoa bloqueia. [...].
também, conceitos da
humanização, também o que a
[...] falou [...] sobre as
atividades em grupo, a gente
sabe que a instituição muitas
vezes ela não vai fazer o que
a gente quer, mas a gente tem
que tá alinhado todo mundo
no mesmo pensamento e
reivindicar mesmo por
melhoria de qualidade do
serviço, por por qualidade nas
salas, por ter locais
adequados pra gente
trabalhar.
P1 – L441 - O acolhimento...
o abraço é a manifestação
física do acolhimento.
P4 – L880 – L882 – É... o
meu 1º contato foi na
graduação, mas assim mais
a parte teórica mesmo. E na
pós-graduação que também
foi totalmente teoria, mas na
prática
mesmo
nenhum
treinamento, nenhum curso,
só esse também que eu
participei,
mas
foi
desumanizado.
P4 – L627 – 630 - Eu
coloquei teorias e práticas,
como [...] até falou, é as
meninas tavam falando ai da
questão das hierarquias né,
no caso existe o líder o
superior ele pega muito a
humanização, quando chega
na prática essa humanização
não existe. Porque a teoria
da humanização de verdade
ela é belíssima, mas muitas
vezes ela não é colocada em
prática.
P1 – L1058 – L1059 – [...] uma
mobilização maior e entre os
diversos profissionais [...].
121
mais me dá... dá uma vontade
de trabalhar na [localidade de
trabalho]
é
essa
parte
multidisciplinar, que poderia
funcionar melhor mais é o que
mais funciona, o que mais é
feito em grupo dentro da
[localidade de trabalho] é o
PTS.
P14 - L80 - Coloquei como
coletivo
discutir
a
particularidade
de
cada
paciente em equipe.
L83 – L 89 [...] A importância
desse Projeto Terapêutico
Singular,
justamente
pra
discutir a singularidade de
cada paciente né... porque eu
tenho uma realidade, você tem
outra... você tem outra... e
cada um tem a sua realidade,
então essa parceria com a
equipe é muito, pra mim,
importantíssima,
justamente
pra que o paciente tenha
esse... essa evolução, o
acesso as políticas públicas,
é... a questão do acesso
realmente é complicado, então
quando há essa parceria com
a equipe, então funciona, né...
mesmo com as dificuldades
das políticas, mas funciona.
P1 L159 – L162 - É a soma
das capacidades individuais,
P12 – L453 – Respeito,
valorização e dedicação.
P2 – L883 – L888 - Eu tive o
1º contato na graduação,
mas [...] era muito teoria
mesmo e o engraçado era
dentro da inst.. da matéria de
saúde pública, não sei
alguma coisa desse tipo
assim, e o engraçado que
tipo matérias
anatomia,
histologia a turma era cheia
né, aí saúde coletiva,
humanização aí... menos da
metade da turma participava
das aulas. Que dizia ah isso
aí é besteira, isso aí...
entendeu? Então acho que
já tava desde a graduação
essa não valorização disso
aí, do tema é...
P3 – L642 – L646 - Vou
pegar um gancho, eu
coloquei assim, falta de
capacitação no trabalho, o
processo de humanização
não é via única, não tem que
ser só direcionado ao
paciente né? O serviço onde
a gente atua, ele precisa
favorecer um processo de
humanização geral, inclusive
dos profissionais né...
quando se coloca
produtividade, quantidade
acima da qualidade num é a
gente ta ferindo...
P15 – L1070 – L1074 – [...]
como eu falei não é uma
mobilização da gente bater de
frente, mas criar estratégias,
porque a luta não só é no
combate, a luta também é de
uma forma ideológica, então a
gente se organiza, entendeu?
Pra gente também poder
oferecer
uma
qualidade
melhor do nosso serviço pra
os usuários, ter uma qualidade
melhor no nosso dia a dia,
enfim.
P2 – L456 – Eu coloquei
empatia, a escuta.
P1 – L914 – L953 – [...] no
tempo que eu passei na
P15 – L651 – L653 – [...]
como é que a gente vai falar,
P1 – L1092 – 1100 – [...]
sugestão fazer mais trabalhos
122
acho que o grande mérito da
avaliação coletiva do paciente,
não só no sentido de quando a
gente faz a triagem de entrar,
como também quando a gente
faz a avaliação de evolução
deles, é essa diferença de
olhares que cada uma tem, pra
uma mesma singularidade [...].
L166 – 167 - Inclusive, uma
vez fazendo uma proposta
multidisciplinar é... existia essa
intercambialidade
de
conhecimentos [...].
L170 – 171 – [...] é isso que
torna o PTS esse momento tão
rico né, no nosso convívio
enquanto instituição [...].
faculdade, a gente não
discutia a humanização né.
[...] Então, humanização,
práticas de saúde
humanizada, é teorizar o que
é óbvio, é cuidar do outro, ter
empatia, ter carinho, ter
consideração, ter
acolhimento, ter dedicação,
isso é o óbvio. [...] Então isso
é entender o paciente,
acolher o paciente, escutar o
paciente, ter paciência, ter
carinho e chegar a ele,
chegar a linguagem dele. Eu
aprendi, acho que tenha sido
a primeira aula de
humanização com o
paciente, foi aí. E eu tive
outras aulas, muito menos
teórica e muito mais práticas,
a forma como as pessoas
tratavam os outros, essa foi
minha inspiração, o que que
eu li de teoria de
humanização, eu li em
preceitos teóricos do SUS
quando eu fui entender o
que é um CER I, um CER II,
CER III e ai tem lá os
conceitos, eu confesso a
você que quando eu
começava a ler, gente isso
aqui é óbvio, entendeu? E li
assim muito por alto. E a
fazer uma humanização no
nosso serviço se a gente não
é tratado com humanização
né? Se a produtividade se
sobrepõem a realmente as
necessidades da equipe,
da...dos usuários.
em que se explicite o que que
é a PNH, acho que é
importante do ponto de vista
coletivo. [...] E existir o
programa de contrapartidas
também pra aqueles que
participam desses projetos,
não dá só pra participar,
participar, participar se você
não tem um poder e um
retorno de reconhecimento em
relação a isso. Acho que isso
é uma coisa que precisa ser
feita,
uma
coisa
que
urgentemente precisa ser
desenvolvida.
123
P3 – L249 – L252 – [...] a
gente faz uma avaliação do
PTS, é uma avaliação em
grupo, é... o estudo de caso
também é em grupo, e nem
sempre na avaliação a gente
consegue identificar, é... uma
questão, uma demanda mais
emergente
do
paciente,
geralmente é quando ele vai
pra lá, pra o atendimento
individual.
P1 – L458 – L 461 - Eu
coloquei não só respeito no
sentido coletivo, eu acho que
o respeito... mas o respeito
às individualidades também
cê entendeu? Porque você....
respeito é uma coisa que
você pode ter coletivamente,
como você também pra ser
humano você tem que
respeitar o indivíduo, aquela
capacidade, aquele
potencial, aquele ser. [...].
outra experiência de
formação foi aquele
workshop né de aniversário
da instituição que ela
resolveu criar a política de
humanização [...].
P10 – L955 - É... assim na
graduação.
L957 – 958 - Algumas
disciplinas
né,
políticas
públicas, aí de forma assim,
pincelada,
mas
ver
realmente a política de
humanização, a gente teve
uma vivência muito mais
[inaudível].
P5 – L654 – L664 - Eu
coloquei a alta demanda por
profissional, eu botei a alta
demanda por profissional,
[...] falando no contexto da
instituição que vivemos,
trabalhamos, é pedido, nós
vemos muita gente se
capacitando, indo pra
congresso, algumas coisas e
voltado à humanização e a
gente vê isso que [...], que
na prática nunca é feito, eles
cobram da gente não é
cobrar, quem é cobrar de
direito, mas querem que a
gente faça humanização com
nosso paciente, mas não é
feita com os profissionais, eu
tinha colocado uma coisa
que pensei, a falta de
hierarquização, porque
assim não existe isso aqui,
quem tá lá em cima, acredito
eu não tem a ideia de
humanização pra passar
para os profissionais e o
profissional passar para o
paciente, então é cobrado de
P9 – L1152 – L1153 - Então
eu acho que a questão de
humanização tem que fazer
primeiro um treinamento na
gestão.
124
P4 – L269 – L275 – [...] eu
pensando aqui, também na
fala das outras meninas, que
eu acredito que esse formato,
acredito não, percebo que
esse formato de atendimento
da gente é... multidisciplinar,
mudou depois da inserção do
CER. Porque antes, a gente,
nós sempre fomos equipe,
mas essa ligação de tá, indo
na
enfermagem,
a
enfermagem vindo até a gente,
o serviço social que também
acontece muito, a fisioterapia,
eu acho que mudou muito, isso
fortaleceu depois do CER. A
implantação do CER, talvez
depois do PTS né quando a
gente se viu enquanto equipe
e fortaleceu isso.
P11 – L276 – L 277 – [...] eu
acho que a gente trabalha
quase 100% em grupo, desde
o PTS até o atendimento em
sala, a gente tá sempre... no
PTS [...].
P11 – L463 – L465 - Então
isso... é o ambiente de
trabalho né, principalmente
de saúde mental, pra que
haja a humanização eu acho
principalmente tem que ter o
respeito e a valorização, com
isso
você
tem
né
consideração e respeito a
individualidade de cada um...
P13 – L959 – L960 - Trouxe
alguma ideia, por exemplo,
[...], o trabalho vai ser em
campo, ai a gente ia pras
grotas, ai você tentar acolher
aquele paciente da melhor
forma, [...].
P1 – L468 – L471 - eu acho
que não tem como você ter
um
comportamento
de
humanidade,
de
humanização com o outro se
você também não é tratado
de forma humanizada, não
P14 – L975 – Não!
uma forma, como eu falo
sempre falei do SUS, eu
acho a ideia boa só que
trabalhada de uma forma
errada, então eles tem uma
ideia, mas não consegue
passar pra gente.
P2 – L675 – L676 - Ai entra
exatamente no que eu botei
aqui, no olhar quantitativo,
entendeu? Tipo assim,
quantidade e não qualidade.
P10 – L677 - É aquela
questão né, vê o paciente
como número e não como
ser humano.
125
adianta eu ter um superior
que... usa chibata, querendo
que você use plumas (risos)
é meio difícil ter esse tipo de
relação.
P9 – L318 – L321 – [...] em
conjunto, a discussão de caso,
(deixa eu mudar de lado), em
conjunto é a questão da
discussão de caso, já trabalhei
em outras instituições e eu
vejo é uma vantagem ou talvez
a [localidade de trabalho]
esteja a frente em relação a
essa questão do PTS né?
P3 – L476 – L478 - É a
empatia é, com o nosso
paciente né, a gente precisa
fazer um movimento de... de
entender é... quando ele
chega num processo de
vitimização ele ainda não
teve a oportunidade de de...
da gente apresentar o
processo da reabilitação,
entende?
P12 L424 – L425 – [...] em
conjunto é o PTS, e assim
quando é necessário a gente
pede ajuda aos colegas, os
universitários (risos).
P4 – L506 – 511 - E ai vem
também da empatia em
relação ao nosso colega de
trabalho né? [...] o paciente
tá lá chorando, pra agilizar e
ela não sabe dá esse devido
acolhimento ao paciente. Ela
vai chamar uma de nós e ai
a gente não, não vou agora
porque o meu trabalho é
mais importante! Não... a
gente vai, isso é empatia
também, o colega tá lá
precisando da nossa ajuda e
a gente se dispor e pra
resolver a situação.
P9 – L976 – L979 - Na
graduação eu tive, assim não
como disciplina, mas assim
voltado em algumas,
encaixando né, de serviços
da saúde, saúde pública,
essas coisas assim e eu
acho que eu tive uma por
outra instituição, mas foi uma
palestra assim rápida, de 4
horas, mais ou menos isso.
E aqui eu não participei. [...]
P6 – L1013 – L1014 - Foi
pouco também, foi só na
graduação, na aula de saúde
pública, mas nada específico
não.
P7 – L678 – L680 - E assim
nessa parte que fala da da
quantidade de pacientes,
não é só a falta de
humanização com paciente,
é com a gente profissional
também, porque assim eu
falo da minha área lá [...]
P15 – L697 – L705 – [...] a
gente não tá numa linha de
produção, não sei se vocês
já tiveram a oportunidade de
assistir aquele filme do
Chaplin, que é o tempos
modernos que ele tá lá na
linha de produção, a gente
trabalha com o ser humano,
[...]Então, assim é uma luta
constante
da
gente
e
realmente buscar também
essa humanização entre os
profissionais,
para
os
profissionais né... porque
como a gente vai oferecer
um serviço humanizado se a
126
gente
não
tem
local
adequado de trabalho, se a
gente
é
pressionado
diariamente pra essa tal de
produção né? Enfim, é isto!
P1 – L536 – L539 - Então,
assim empatia eu acho que
tem que ser um dos
primeiros critérios pra você
trabalhar humanização. E
quando a gente vai trabalhar
o conceito de humanização,
o conceito não pode ser um
conceito verticalizado, ou
esse
conceito
é
horizontalizado
ou
esse
conceito não é considerado
em momento algum.
P11 – L1015 - Da mesma
forma foi só na graduação,
na pós né teórico... na
prática foi frustrante né.
P1 – L710 – L769 – [..] eu
acho que é não
humanização, padronização,
então você achar que todo
mundo é igual, [...] você tá
deixando de reconhecer a
individualidade [...]. A outra
coisa é a questão
burocrática, que passa,
perpassa por ai, você muitas
vezes é exigido uma
burocracia, [...]a burocracia é
uma não humanização, é
necessária? É necessária,
eu compreendo, mas a gente
não pode na nossa prática tá
engessado pra esse tipo de
coisa. Eu acho que o retorno
financeiro como fim né, [...]
dessa coisa de você é
numerizar o paciente, porque
tem que ter tantos
atendimentos, [...] eu acho
que o não reconhecimento é
uma coisa que pesa muito na
não humanização, na hora
que a gente não é
reconhecido, e não precisa
ser necessariamente
127
P12 – L540 – L542 Valorização e dedicação. Eu
falei em relação ao paciente
né...
a
valorizar
os
sentimentos, as situações do
dia a dia que ele passa a
gente entender tudo isso. Eu
pensei mais, o foco foi no
paciente.
P5 – L543 – L562 - Eu
coloquei acho que diferente,
amor pela profissão [...]. E eu
vejo hoje como profissional,
aonde eu tô começando a
minha carreira, eu vejo eles,
que esse lado de gostar da
profissão faz uma diferença
P10 – L1301 – L1303 Porque não sabia que existia
a
política
nacional de
humanização, já vou dar
uma olhadinha, ler e de
repente ser também, como
você falou um sujeito ativo
no processo né... de ver as
atitudes da política enquanto
profissional,
esperançosa
claro.
financeiro [...]. E por último,
eu coloquei, isso foi o último
que eu ouvi isso de todo
mundo, surdez institucional,
(risos de todos), eu coloquei
surdez entre aspas, né...
(risos) [...]. A surdez
institucional, nos dois
sentidos, nas duas vias,
porque às vezes a instituição
não ouve a necessidade do
público externo dela e
também não ouve a
necessidade do público
interno dela [...].
P2 – L788 - E a questão da
não
valorização
do
profissional.
P3 – L815 – L818 - Teoria
tem
muito
né...
principalmente quando se
aproxima com o curso da
saúde ai a gente compra as
apostilas num é, realmente é
uma
cartilha,
uma
padronização maravilhosa,
128
muito grande. [...]. Eu coloco
muito amor à profissão,
acima de tudo. Antes de
respeito, antes de dedicação.
P5 – L565 – L567 – [...] Se a
gente não tiver amor à
profissão, eu não consigo
gerar humanização. Eu não
consigo gerar o amor ao
paciente, a dedicação, não
faz com que eu tenha
empatia com o paciente, não
faz com que eu tenha o
respeito
com
aquele
paciente.
P1 – L575 – L585 – [...] eu
coloquei como escuta ativa,
né... porque a escuta ativa é
exatamente isso, é você
parar esvaziar a sua mente
da resposta, da possibilidade
de resposta, pra escutar o
outro, pra a partir de então,
você
formular
a
sua
resposta. [...] a gente anda
meio que no automatismo,
então, acho que a escuta
ativa,
começa,
a
humanização começa pela
mas na prática é... mesmo
quando eu fui a uma palestra
sobre humanização e eu
percebi que ali não tinha!
(risos)
Não
estava
adequado, entende?
P1 – L998 – L1004 - Se o
gestor daquela instituição
não incorporar ou não tiver
aqueles conceitos como um
comportamento pessoal é
muito difícil que a instituição
que ele dirige se torne
humanizada por que as
pessoas que trabalham
dentro daquela instituição
sejam, comecem a ter
comportamentos mais
humanizados e que os
clientes daquela instituição e
[...] atitudes humanizadas.
P3 – L1078 – L1082 – [...] a
gente já vem desmotivado,
sem estrutura física, sem
aquela valorização, mas
ainda assim a gente busca
dentro de nós, é... né força
pra se estruturar, e dizer
assim olha agente precisa
disso, a gente quer isso, mas
a gente não quer pra gente,
quer pra instituição, e a
instituição
é
gestão,
funcionário e e paciente.
129
escuta ativa do outro ser
humano que tá lá. Então,
coloquei
escuta
ativa
também, entendeu?
P10 – L589 – L595 - É eu
coloquei assim, já pegando
aí o gancho, a questão
emocional, né? Às vezes a
gente fica tão em números,
[...] existe uma questão
emocional né, [...] pra gente
vê o paciente como um ser
humano que tem emoções e
quando ele tá né sentindo
dificuldade naquela nova
realidade, né! [...]
P6 – L604 – L607 - Eu
coloquei mais ou menos, a
outra palavra que seria
compreensão.
De
você
compreender o outro, e
também compreender
o
meu, se for trazer pra cá, o
meu dever com o outro e
também é... o respeito do
paciente pra a gente com ele
e ele com a gente. E a
compreensão daquilo que
tanto a gente vai oferecer a
ele quanto que ele vai
oferecer a gente.
P7 – L608 - O meu foi tudo
junto à empatia, o respeito, a
compreensão. Tudo que já
P1 – L1088 – L1090 – [...] é
a tal da história do
desconhecimento dos
deveres e dos direitos, eu
tenho o direito de
implementar na minha
instituição a Política Nacional
de Humanização, mas os
meus deveres aí a gente
conversa depois [...].
P5 – L1101 – L1102 - Vocês
consegue enxergar que tudo
que a gente falou se volta,
quer dizer, esbarra e barra
na gestão. Em tudo, não
adianta, a gente ter força de
vontade,
mas
sempre
esbarra na gestão.
P7 – L1007 – L1111 – [...] Eu
acho que eu to fazendo a
minha parte, eu vejo que os
130
tinha falado.
P8 – L609 - Também a
Empatia,
compreensão.
Acho que o conceito é o
mesmo.
P11 – L610 – L612 - Eu já
falei respeito, valorização e
individualidade. Valorização
com o ambiente em relação
ao outro, nosso colega e
com o paciente também.
Com que a gente se
que eu convivo mais próximo
a gente faz a nossa parte,
mas acho que precisa de
alguma coisa ainda maior
pra que o resultado seja
mais visível, eu acho assim,
que é justamente isso a
parte a questão da gestão,
eu pelo menos já to fazendo
fazendo a minha parte e vejo
alguns colegas fazendo sua
parte, mas o maior mesmo
que a gente precisa pra que
o resultado seja mais visível,
vem de cima.
P5 – L1112 – L1114 - Até de
comunicação, não só de
comunicação. [...], e eu não
tenho abertura alguma de
conversar com a minha
coordenadora imagina com o
meu gerente, então eu não
essa abertura. A parte da
coordenação que era pra ser
alguém que ia apoiar a
profissão ia apoiar os
pacientes, ela defende o, a
instituição em si. [...].
131
relaciona diariamente.
P13 – L613 – L620 - Eu
coloquei 4 itens atenção, no
caso acho que entra até a
questão da escuta né, você
dá uma atenção ao paciente,
até o próprio cuidador
também, você escutar, dar
atenção pra depois tomar
alguma atitude. A paciência
[...]. Quer dizer você tem que
ter a paciência de lidar com
esse tipo de atitude ou do
paciente ou do cuidador
[...].A dedicação que você
também tem que se dedicar
né, pra você eu acho que
entra na humanização você
se dedica ao que faz e o
carinho, você tem que ter um
certo carinho é onde entra a
questão do abraço a questão
né, o carinho pra aquela
situação.
132
APÊNDICE G – CARTA DE ANUÊNCIA
133
ANEXOS
134
ANEXO 1 – PARECER CONSUBSTANCIADO DO COMITÊ DE ÉTICA
135
136
137
138
ANEXO 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
139
140
