Programa de Residência de Enfermagem Obstétrica - A Perspectiva dos Residentes - Danielle Belmira Ferraz Figueiredo Torres

Data da Defesa: 23/04/2020

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PROGRAMA DE RESIDÊNCIA DE ENFERMAGEM OBSTÉTRICA- A PERSPECTIVA DOS RESIDENTES - DANIELLE BELMIRA FERRAZ FIGUEIREDO TORRES.pdf
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                    UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO NA SAÚDE

DANIELLE BELMIRA FERRAZ FIGUEIREDO TORRES

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA DE ENFERMAGEM OBSTÉTRICA: A
PERSPECTIVA DOS RESIDENTES

MACEIÓ - AL
2020

DANIELLE BELMIRA FERRAZ FIGUEIREDO TORRES

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA DE ENFERMAGEM OBSTÉTRICA: A
PERSPECTIVA DOS RESIDENTES

Trabalho Acadêmico de Conclusão do Curso de
Mestrado apresentado ao Programa de PósGraduação em Ensino na Saúde, da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Alagoas, para
obtenção do título de Mestre em Ensino na Saúde.
Orientadora: Profa. Dra. Mércia Lamenha Medeiros
Coorientador: Prof. Dr. Waldemar das Neves Junior
Linha de Pesquisa: integração ensino, serviço de
saúde e comunidade

MACEIÓ - AL
2020

A Deus, que é minha fortaleza nos tempos
de batalha, e à minha família, que sempre
me impulsiona a ser uma pessoa melhor.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que me concedeu a graça de trilhar esse
caminho e sempre me guiou na árdua caminhada até chegar aqui. Cada conquista foi
muito difícil e é mérito dele.
À minha família, que sempre me apoiou e incentivou, em especial ao meu Pai,
Fábio Figueiredo, que abdicou de seu tempo para me acompanhar nas idas e vindas.
Ao meu esposo, Édipo Torres, que foi compreensivo no período de ausência e
estresse.
Aos orientadores, Mércia Lamenha Medeiros e Waldemar Antônio das Neves
Júnior, pela paciência e atenção e por me fazerem crescer nessa caminhada.
A toda a equipe do Mestrado Profissional em Ensino na Saúde, professores e
colaboradores, especialmente, minha turma (2018) que, com muita união, ajudou-me
no processo de construção.
Aos meus residentes, que me ensinam e me fazem querer ser uma preceptora
melhor.
Às instituições que permitiram o desenvolvimento da pesquisa.
Aos preceptores, que são companheiros do Programa de Residência, em
especial aos que participaram da oficina.

RESUMO GERAL
Os cursos na saúde têm investido em modelos de formação crítico-reflexiva apoiados
em inovações no processo ensino-aprendizagem que sejam suficientes para contribuir
com mudanças nos processos de trabalho. A interiorização da formação em saúde
deu origem a cursos de especialização e programas de residência em enfermagem,
que podem apresentar dificuldades para a efetiva implementação, e valorização dos
profissionais da rede de serviços que atuam como preceptores. Dessa forma, as
avaliações dos processos de integração ensino-serviço podem ser necessárias para
que os objetivos dos programas sejam alcançados. Logo, essa pesquisa objetivou
compreender a visão dos residentes quanto à implementação do Programa de
Residência em Enfermagem Obstétrica (PREO) no interior do Estado de Pernambuco
(PE). Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, que teve como
unidade de análise o PREO situado em três maternidades regionais do interior de PE.
A pesquisa foi realizada no período de julho a agosto de 2019. Foram realizadas
entrevistas com 15 residentes do programa. As respostas foram gravadas e transcritas
na íntegra, sendo submetidas ao método de análise de conteúdo de Bardin, com
leituras minuciosas e, em seguida, categorizadas com suporte do programa Atlas.ti.
Posteriormente, os dois métodos foram comparados para definição das categorias
analíticas. Os residentes entrevistados revelaram as seguintes fragilidades: na
comunicação, na organização do programa, na parte teórica, no preparo dos hospitais,
na falta de engajamento de muitos preceptores, na integração ensino-serviço e na
distância geográfica, que também pode dificultar essa integração. Como fortalezas do
programa, destacaram-se: formação diferenciada, crescimento pessoal e profissional
por meio de atividades práticas, e os incentivos para o cenário de aprendizagem. Em
se tratando do processo de ensino-aprendizagem, de acordo com os residentes, o
desenvolvimento depende de cada um deles e é importante ser influenciado por
atividades intercaladas entre o modelo teórico-prático e o preceptor. Com relação à
educação permanente e à formação para se tornar preceptor, não foi conclusivo. O
PREO foi avaliado pelos residentes como positivo, pois trouxe vários benefícios para
todos os atores envolvidos. Segundo os residentes, as atividades teóricas não foram
satisfatórias, provavelmente, devido ao fato de os preceptores não dominarem a
utilização das metodologias ativas para a construção do processo de ensinoaprendizagem. Por fim, a fragilidade na comunicação entre ensino-serviço pode
influenciar na formação do residente, sendo o preceptor um ator importante nesse
processo. O estudo não é conclusivo quanto à solidez da formação da preceptoria, o
que sugere o desenvolvimento de novas pesquisas que avaliem outros atores, por
exemplo, os preceptores e gestores. Diante disso, o resultado da pesquisa foi enviado
tanto para o hospital quanto para a coordenação do programa de residência. Em
seguida, foi realizada uma oficina sobre planejamento com o intuito de fortalecer a
integração ensino-serviço, a qual teve participação de preceptores, coordenadores do
Programa de Residência e a coordenadora do Núcleo de Educação Permanente do
hospital. A ação culminou em um momento produtivo de muita interação e construção
de planejamento da integração ensino-serviço. O relatório desse momento, com todas
as sugestões, foi enviado ao hospital e à coordenação do Programa de Enfermagem.
Palavras-chave: Preceptoria. Internato não médico. Enfermagem obstétrica.
ABSTRACT

Health courses have invested in critical-reflective training models based on innovations
in the teaching-learning process, which are sufficient to contribute to changes in work
processes. The internalization of health training gave rise to specialization courses and
nursing residency programs, which can present difficulties for effective implementation,
and the valorization of professionals in the service network who act as preceptors. In
this way, evaluations of the teaching-service integration processes may be necessary
for the objectives of the programs to be achieved. Therefore, this research aimed to
understand the residents' view regarding the implementation of the Obstetric Nursing
Residency Program (PREO) in the interior of the State of Pernambuco (PE). It is a
qualitative, descriptive and exploratory study, whose unit of analysis was the ONRP
located in three regional maternity hospitals in the interior of PE. The survey was
carried out from July to August 2019. Interviews were conducted with fifteen residents
of the program. The responses were recorded and transcribed in full, being submitted
to Bardin's content analysis method, with detailed readings and then categorized with
support from the Atlas.ti program. Subsequently, the two analyzes were compared to
define the analysis categories. 100% of residents were interviewed, who revealed the
following weaknesses: in communication, in the organization of the program, in the
theoretical part, in the preparation of hospitals, in the lack of engagement of many
preceptors, in the integration of teaching and service and that the geographical
distance can also hinder this integration. As strengths of the program, the following
stood out: differentiated training, personal and professional growth through practical
activities, and incentives for the learning scenario. In terms of the teaching-learning
process, according to the residents, development depends on each one of them and it
is important to be influenced by activities interspersed between the theoretical-practical
model and the preceptor. With regard to continuing education and training to become
a tutor, it was not conclusive. The PRICE was rated by residents as positive, as it
brought several benefits to all the actors involved. Theoretical activities were not
satisfactory because, according to the residents, probably due to the fact that the
preceptors do not master the use of active methodologies for the construction of the
teaching-learning process. Finally, the weakness in communication between teaching
and service can influence the education of the resident, with the preceptor being an
important actor in this process. The study is not conclusive as to the solidity of the
training of preceptorship, which suggests the development of new research that
evaluates other actors, such as preceptors and managers. Therefore, the research
result was sent both to the hospital and to the coordination of the residency program.
Then, a planning workshop was held in order to strengthen the teaching-service
integration, which was attended by preceptors, coordinators of the Residency Program
and the coordinator of the Hospital's Permanent Education Center, whose action
culminated in a productive moment. a lot of interaction and construction of teachingservice integration planning. The report of that moment, with all the suggestions, was
sent to the hospital and to the coordination of the Nursing Program.

Keywords: Preceptorship. Non-medical internship. Obstetric nursing.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Árvore explicativa segundo descritores, causas e consequências ... 44
Figura 2 - Planilha de plano de ação ...................................................................... 45
Figura 3 - Dinâmica “Mãos dadas” ......................................................................... 51
Figura 4 - Socialização da dinâmica “De mãos dadas” ........................................ 51
Figura 5 - Exposição de conceitos sobre Planejamento ...................................... 52
Figura 6 - Cartaz com árvore explicativa (grupo 1) ............................................... 53
Figura 7 - Cartaz com árvore explicativa (grupo 2) ............................................... 53
Figura 8 - Cartaz com planejamento estratégico (grupo 1) .................................. 54
Figura 9 - Cartaz com planejamento estratégico (grupo 2) .................................. 55

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Avaliação da Oficina: Planejar para fortalecer a integração ensinoserviço no Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica em um Hospital
Regional do Interior de Pernambuco ..................................................................... 56

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ENSP

Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca

EO

Enfermeiro Obstetra

ESPPE

Escola de Saúde Pública de Pernambuco

EUA

Estados Unidos da América

FAMED

Faculdade de Medicina

FIOCRUZ

Fundação Oswaldo Cruz

IES

Instituição de Ensino Superior

MEC

Ministério da Educação

MPES

Mestrado profissional em Ensino na Saúde

MS

Ministério da Saúde

OMS

Organização Mundial de Saúde

PE

Pernambuco

PREO

Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica

RE

Residência de Enfermagem

SUS

Sistema Único de Saúde

TACC

Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso

TCLE

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UERJ

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

UFAL

Universidade Federal de Alagoas

UFF

Universidade Federal fluminense

UNIFESP

Universidade Federal de São Paulo

SUMÁRIO

1

APRESENTAÇÃO ......................................................................................... 14

2

ARTIGO: DESAFIOS A GESTÃO DE UM PROGRAMA DE RESIDÊNCIA DE

ENFERMAGEM OBSTÉTRICA NA PERSPECTIVA DOS RESIDENTES ................ 15
2.1

Introdução ..................................................................................................... 17

2.2

Percurso metodológico ................................................................................ 18

2.3

Resultados e discussão ............................................................................... 20

2.4

Considerações finais .................................................................................... 30

2.5

Referências ................................................................................................... 31

3

PRODUTOS ................................................................................................... 34

3.1

Relatório técnico-científico da pesquisa: Programa de residência de

enfermagem obstétrica: a perspectiva dos residentes ........................................ 36
3.2

Oficina: Planejar para fortalecer a integração ensino-serviço no programa

de residência em enfermagem obstétrica ............................................................. 42
3.2.1 Apresentação ................................................................................................. 42
3.2.2 Programação da oficina .................................................................................. 43
3.2.3 Referências .................................................................................................... 46
3.3

Relatório técnico da oficina: Planejar para fortalecer a integração ensino-

serviço no programa de residência em enfermagem obstétrica ......................... 47
3.3.1 Introdução ...................................................................................................... 47
3.3.2 Realização da oficina ...................................................................................... 50
3.3.3 Considerações Finais ..................................................................................... 57
3.3.4 Referências ……………………………………………………….…………......... 57

4

CONSIDERAÇÕES FINAIS DO TACC .......................................................... 59

REFERÊNCIAS GERAIS .......................................................................................... 61

APÊNDICE A ............................................................................................................ 65
APÊNDICE B ............................................................................................................ 66

APÊNDICE C ............................................................................................................ 67

ANEXO A .................................................................................................................. 68
ANEXO B .................................................................................................................. 70
ANEXO C .................................................................................................................. 74
ANEXO D .................................................................................................................. 75

14

1

APRESENTAÇÃO
O presente trabalho foi apresentado à Banca de Defesa do Mestrado

Profissional em Ensino na Saúde (MPES), da Faculdade de Medicina (FAMED) da
Universidade Federal de Alagoas (UFAL), como resultado da pesquisa Programa de
Residência de Enfermagem Obstétrica: a perspectiva dos residentes.
A pesquisadora possui graduação em Enfermagem (2012) e atua como
enfermeira obstetra em um Hospital Regional do interior de Pernambuco, que possui
Programas de Residência. Em 2015, começou a trabalhar como preceptora nesse
mesmo hospital.
O interesse pela pesquisa surgiu a partir da observação da fragilidade da
residência assim como da formação dos preceptores. Por meio da preceptoria, podese perceber e questionar a fragilidade da integração ensino-serviço. Diante desse
contexto de inquietação sobre o funcionamento do programa de residência e o
distanciamento dos preceptores com a instituição formadora, a pesquisadora refletiu
sobre a seguinte conjectura: se o funcionamento do programa estava contribuindo
para a qualificação da formação profissional e, consequentemente, da assistência.
Na tentativa de obter respostas e tentar contribuir para a formação do novo
perfil profissional, exigido atualmente, a pesquisadora ingressou no Mestrado
Profissional em Ensino na Saúde, da UFAL, com a finalidade de desenvolver essa
pesquisa na área de formação sobre o Programa de Residência de Enfermagem
Obstétrica (PREO).
Espera-se que essa pesquisa contribua com o debate necessário para a
formação dos profissionais e fomente a reflexão, o diálogo, a participação, o
comprometimento e a transformação da integração entre o ensino e os serviços de
saúde e, consequentemente, com o processo de interiorização da saúde.
Os dados aqui apresentados, após a conclusão do estudo, demonstram o
percurso para a elaboração dos artigos construídos e estão dispostos em: resumo,
introdução, percurso metodológico, discussão dos resultados, considerações finais,
além de expor os Produtos de Intervenção gerados a partir dessa pesquisa com as
suas devidas justificativas.
O trabalho Programa de Residência de Enfermagem Obstétrica: a
perspectiva dos residentes está à disposição da Banca de Defesa para as devidas
apreciações.

15

2

ARTIGO: DESAFIOS A GESTÃO DE UM PROGRAMA DE RESIDÊNCIA DE

ENFERMAGEM OBSTÉTRICA NA PERSPECTIVA DOS RESIDENTES

GESTIÓN DE DESAFÍOS DE UN PROGRAMA DE RESIDENCIA DE ENFERMERÍA
OBSTETRICA EN LA PERSPECTIVA DE LOS RESIDENTES

CHALLENGES MANAGEMENT OF AN OBSTETRIC NURSING RESIDENCE
PROGRAM IN RESIDENT'S PERSPECTIVE
Danielle Belmira Ferraz Figueiredo Torres1, Waldemar Antônio da Neves Junior2,
Mércia Lamenha Medeiros3
RESUMO
O presente artigo teve como objetivo identificar os desafios para o desenvolvimento
do Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica no interior de Pernambuco,
levando em consideração a perspectiva dos residentes. Trata-se de um estudo
qualitativo, descritivo e exploratório, tendo como unidade de análise o Programa de
Residência de Enfermagem Obstétrica de três maternidades regionais do interior do
estado de Pernambuco. Foram entrevistados 15 residentes. Os dados foram
coletados entre julho e agosto de 2019. As entrevistas gravadas foram transcritas na
íntegra. Após leituras minuciosas, foram analisadas e categorizadas: de acordo com
o modelo de Bardin e com o apoio do programa Atlas.ti. Posteriormente, os dois
métodos foram comparados para definição das categorias de análise. Os residentes
identificaram algumas fragilidades do programa: na comunicação, na organização, no
preparo dos hospitais e na falta de engajamento de muitos preceptores. Como
fortalezas do programa, destacaram: formação diferenciada, crescimento pessoal e
profissional por meio da promoção de oportunidades de atividades práticas e
benefícios no cenário de aprendizagem. Em se tratando do processo de ensinoaprendizagem, notou-se que a influência da ligação entre atividades teórico-práticas
e preceptor estava associada à habilidade de cada profissional. Com relação à
educação permanente e à formação para se tornar preceptor, o parecer não foi
conclusivo. Por fim, a fragilidade na comunicação ensino-serviço pode influenciar na
formação do residente; e o preceptor é ator importante nesse processo, mas não foi
conclusivo quanto à qualidade da formação desse preceptor, sugerindo outros
estudos.
Palavras-Chave: Preceptoria. Internato não médico. Enfermagem obstétrica.

1 Mestranda em Ensino na Saúde, FAMED/UFAL
2

Coorientador - Docente do MPES/UFAL, Doutor em Bioética, Ética aplicada e Saúde ColetivaENSP/FIOCRUZ, UERJ, UFRJ e UFF
3 Orientadora - Docente do MPES/UFAL, Doutora em Ciências em Pediatria pela UNIFESP

16

RESUMEN
Este artículo tuvo como objetivo identificar los desafíos para el desarrollo del
Programa de Residencia de Enfermería Obstétrica en el interior de Pernambuco,
teniendo en cuenta la perspectiva de los residentes. Este es un estudio cualitativo,
descriptivo y exploratorio, que tiene como unidad de análisis el Programa de
Residencia de Enfermería Obstétrica de tres hospitales regionales de maternidad en
el interior del Estado de Pernambuco. Quince residentes fueron entrevistados. Los
datos se recopilaron entre julio y agosto de 2019. Las entrevistas grabadas se
transcribieron en su totalidad, se analizaron después de lecturas exhaustivas; y
categorizado, de acuerdo con Bardin y con el apoyo del programa Atlas.ti.
Posteriormente, los dos análisis se compararon para definir las categorías de análisis.
Los residentes identificaron algunas debilidades del programa: en la comunicación, en
la organización, en la preparación de los hospitales y en la falta de compromiso de
muchos preceptores. Como fortalezas del programa, destacaron: capacitación
diferenciada, crecimiento personal y profesional, a través de la promoción de
oportunidades para actividades prácticas y beneficios en el escenario de aprendizaje.
Con respecto al proceso de enseñanza-aprendizaje, se observó que la influencia de
la asociación entre las actividades teórico-prácticas y el preceptor se asociaba con la
capacidad de cada profesional. Con respecto a la educación y capacitación continua
para convertirse en tutor, la opinión no fue concluyente. Finalmente, la debilidad en la
comunicación enseñanza-servicio puede influir en la capacitación de los residentes; y
el preceptor es un actor importante en este proceso, pero no fue concluyente en
cuanto a la calidad de la educación de este preceptor, lo que sugiere otros estudios.
Palabras clave: Preceptoría. Prácticas no médicas. Enfermería obstétrica.

ABSTRACT
This article aimed to identify the challenges for the development of the Obstetric
Nursing Residency Program in the interior of Pernambuco, taking into account the
residents' perspective. This is a qualitative, descriptive and exploratory study, having
as its unit of analysis the Obstetric Nursing Residency Program of three regional
maternity hospitals in the interior of the State of Pernambuco. Fifteen residents were
interviewed. The data were collected between July and August 2019. The recorded
interviews were transcribed in full, analyzed after thorough readings; and categorized,
according to Bardin and with the support of the Atlas.ti program. Subsequently, the two
analyzes were compared to define the analysis categories. Residents identified some
weaknesses of the program: in communication, in the organization, in the preparation
of hospitals and in the lack of engagement of many preceptors. As strengths of the
program, they highlighted: differentiated training, personal and professional growth,
through the promotion of opportunities for practical activities, and benefits in the
learning scenario. Regarding the teaching-learning process, it was noted that the
influence of the association between theoretical-practical activities and the preceptor
was associated with the ability of each professional. With regard to continuing
education and training to become a tutor, the opinion was not conclusive. Finally, the
weakness in teaching-service communication can influence the training of residents;

17

and the preceptor is an important actor in this process, but it was not conclusive as to
the quality of the education of this preceptor, suggesting other studies.
Keywords: Preceptorship. Non-medical internship. Obstetric nursing.

2.1

Introdução
O profissional de saúde deve ter uma formação com qualidade e efetividade,

seguindo as diretrizes e princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), de forma a
possibilitar uma atuação baseada nas necessidades sociais e de saúde e que esteja
em conformidade com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN/Br/2001)
(ANTUNES; DAHER; FERRARI, 2017).
Paralelamente, os cursos de graduação no país têm investido em profissionais
que proponham mudanças dos modelos de atenção em saúde por meio de inovações
no processo de ensino-aprendizagem e no desenvolvimento de uma formação críticoreflexiva de futuros trabalhadores, repercutindo, assim, na melhoria do cuidado
ofertado (OLIVEIRA et al., 2017).
No processo de formação em saúde, são ofertados cursos de especialização,
que capacitam profissionais para o exercício pleno de suas atividades ocupacionais.
Muitos desses cursos de especialização se efetivam nos moldes de Cursos de
Residência, cuja construção de conhecimentos acontece a partir da vivência de
experiências significativas. Essa vivência é apoiada nos processos de aprendizagem
supervisionada e na necessidade de resolução de problemas e tarefas diárias, que
contribuem para o interesse e dedicação do residente e, consequentemente,
desenvolvem essa formação crítico-reflexiva (BEKER; FELICIANO; MACHADO,
2016).
A Residência de Enfermagem (RE) consiste em uma modalidade de ensino de
pós-graduação lato sensu, sob a forma de curso de especialização, caracterizado por
ensino em serviço, com carga horária de 60 horas semanais e duração mínima de 2
anos, como descrito no artigo 3º da Resolução nº 2/2012, da Secretaria de Educação
Superior do Ministério de Educação (MEC) (BRASIL, 2012).
A RE está inserida na Residência em Área Profissional da Saúde e é
estabelecida e regulamentada pela Lei n° 11.129, de 30 de junho de 2005, que legisla
sobre a Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde. Constitui-se
em um modelo de formação de profissionais da saúde como resultado da adesão de

18

esforços entre os Ministérios da Educação e o da Saúde, indicando estratégias para
formar profissionais comprometidos com o SUS (SANTOS et al., 2017).
Os cursos de RE Obstétrica são vistos como promessa de uma nova
modalidade educativa com potencial para qualificar enfermeiros nos princípios da
humanização e nas evidências científicas, tendo em vista que o Ministério da Saúde
(MS) vem explorando ações voltadas para a humanização da assistência obstétrica e
a inserção do enfermeiro obstetra na assistência ao parto normal (PEREIRA;
NICÁCIO, 2014).
O ensino em saúde na modalidade de residência é tarefa complexa, pois os
conhecimentos pedagógicos estão conectados com as relações interpessoais,
requerendo dos atores envolvidos uma visão diferenciada e sensível à dinâmica do
processo, que exige escuta, mobilidade, disponibilidade e proatividade. Como essa
modalidade de capacitação oferece oportunidade de crescimento, liderança, gerência
e desenvolvimento de habilidades técnicas relacionadas ao cuidado de pacientes, em
diversos níveis de complexidade, a presença do preceptor é primordial na supervisão
e no suporte de práticas seguras (OLIVEIRA et al., 2017).
No processo de formação profissional, a preceptoria tem o papel de facilitadora
da aprendizagem prática. Porém, de acordo com as propostas da residência, as
equipes podem não estar preparadas para receber esses profissionais. Isso se torna
um desafio quando o intuito é alcançar os objetivos do programa. Assim, é
imprescindível a realização de planejamento cada vez mais articulado entre os
programas e os serviços que recebem esses residentes, como também a valorização
dos preceptores como essenciais para que as transformações duradouras aconteçam
nos serviços (OLIVEIRA et al., 2017).
Diante disso, esse estudo teve como objetivo identificar os desafios, a partir da
visão dos residentes, relativos ao desenvolvimento do Programa de Residência em
Enfermagem Obstétrica (PREO) no interior de PE.

2.2

Percurso metodológico
Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória e estruturada em uma

abordagem qualitativa. O estudo foi desenvolvido com os residentes do PREO de três
maternidades do interior de PE.

19

O programa oferecia um total de 16 vagas, oito para R1 (residentes do primeiro
ano) e oito para R2 (residentes do segundo ano). Entre os meses de julho e agosto
de 2019, recorte temporal para a coleta de dados, estavam presentes 15 residentes:
8 R1 e 7 R2 (houve uma desistência no segundo ano da residência).
Para a coleta oficial dos dados, optou-se por instrumento semiestruturado:
uma entrevista (apêndice A) com a caracterização dos participantes. A entrevista era
composta por oito perguntas divididas em quatro categorias: o programa, o processo
de ensino-aprendizagem, a educação permanente e a formação para ser preceptor.
Roteiro para entrevista com residentes:
1. Programa
•

Você acha que existem aspectos positivos do seu programa de residência? Se
sim, quais?

•

Você acha que existem aspectos que precisam melhorar no seu programa de
residência?

•

Como você analisa o processo de integração dos seus preceptores com a
instituição formadora?

•

Como você avaliaria o Programa de Residência de Enfermagem obstétrica?

2. Processo ensino-aprendizagem
•

Como você acha que ocorre o seu processo de ensino-aprendizagem?

•

Como você acha que ocorre o processo de aprendizagem teórico-prático
durante a residência?

3. Formação Preceptor /Educação Permanente
•

Você acha que os preceptores recebem apoio para capacitação
profissional?

•

Você acha que os preceptores recebem apoio na formação para se tornar
preceptores?

Para a validação semântica do instrumento da pesquisa, foi realizado um
estudo piloto com residentes de outro programa. As entrevistas foram realizadas
depois do agendamento e da verificação da disponibilidade dos participantes. A
aplicação aconteceu após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE) (anexo A).
As respostas obtidas nas entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra.
Posteriormente, foram realizadas a leitura e a análise do conteúdo em duas etapas:

20

de forma manual e auxiliada pelo uso do programa Atlas.ti. Esse software proporciona
a descoberta de fenômenos complexos que poderiam não ser detectáveis na simples
leitura do texto, sobretudo, em relação à técnica tradicional de tratamento dos dados
(manualmente). Esse método ancorado na tecnologia permite integrar as unidades
hermenêuticas (projetos primários) entre si, tendo como objetivo auxiliar o
pesquisador na organização e registro. Além disso, possibilita o acompanhamento e
fornece mais confiabilidade ao estudo (QUEIROZ; CAVALCANTE, 2011).
Para análise das entrevistas, foram criados quatro quadros, cuja apresentação
se estruturou em categorias distintas. Logo, os três pesquisadores elaboraram
sínteses verticais e horizontais a partir da similaridade de respostas referentes às
perguntas de cada categoria. Vale frisar que elas foram validadas pela banca de
defesa de mestrado.
Todos os dados obtidos manualmente e com uso do Atlas.ti foram descritos
separadamente. As falas relevantes foram destacadas e, posteriormente, realizadas
a análise comparativa e a discussão com a literatura vigente que destaca a
reformulação da formação das profissões em saúde (VENDRUSCOLO; PRADO;
KLEBA, 2016).
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal de Alagoas (UFAL), sob o parecer CAE número 06343519.7.0000.5013
(anexo B), cuja autorização da instituição em questão possibilitou a realização desse
estudo.
2.3

Resultados e discussão
Na análise dos dados sociodemográficos, a amostra foi composta de 15

residentes (100%). Dessa amostra, 53% dos residentes estavam no R1 e 47% no R2,
nenhum deles fez outra residência; 87% do gênero feminino e 13% do gênero
masculino; a maioria, especificamente, 87% era recém-formado (1 a 5 anos) e 13%
atuava entre 5 a 10 anos. Quanto à faixa etária, a prevalência era de jovens adultos:
60% entre 25 a 30 anos, 27% entre 18 a 24 anos e 13% entre 31 a 40 anos.
A análise com o uso do software Atlas.ti estrutura-se em códigos e, para melhor
organização, reduziu-se por similaridade de sentido, gerando um total de 34 códigos,
que resultaram na seguinte classificação: 12 códigos destacaram as fragilidades do
programa, 19 revelaram as fortalezas e 3 se encaixavam em ambos.

21

O Programa
Os residentes destacaram fragilidades na comunicação, na organização do
programa e na parte teórica. No geral, houve falta de preparo dos hospitais, visto que
as instituições, aparentemente, não têm estrutura para receber a residência em
enfermagem obstétrica, tanto pela falta de planejamento quanto pela não integração
academia/serviço.
E4 - [...] A gente chega e meio que cai de paraquedas no setor, sem saber a
quem se reportar, como funciona a rotina do local e também não sabem que
são as coordenadoras da residência.
E5 - [...] então a gente escuta queixas dos nossos preceptores com relação
a essa comunicação. Acho que pelo fato da nossa coordenação não ser da
cidade, ser de capital, então acho que essa distância seja o que precisa
melhorar essa comunicação

Vendruscolo, Prado e Kleba (2016) destacam a comunicação como elemento
fundamental do diálogo, inclusive para proporcionar maior apropriação do SUS. Por
isso, é considerada ferramenta de aproximação entre docentes, discentes e
profissionais da rede, ou seja, é efetiva para todas as partes.
E6 - [...] Mas não tem integração dos preceptores, dos enfermeiros obstetras,
que são nossos preceptores com a escola. Pronto, eu estou concluindo, e
vou dizer assim o órgão né, só foi ao Hospital Regional uma vez. Quando foi
implantar a residência, de lá para cá não teve mais nada.
E11 - [...] não sabem nem que o residente vai para aquele setor. Existe uma
falha nessa comunicação, até em nível de fornecer um subsídio para eles [...]
e até a forma de, talvez, bonificar esse preceptor.

De acordo com os relatos acima, percebe-se que os residentes identificaram
fragilidades na integração ensino-serviço, o que gera falta de articulação por parte da
coordenação e traz prejuízo aos residentes. Tal menção corrobora com um estudo
realizado em Alagoas, que mostra evidências da fragilidade dessa integração e
salienta a precarização da relação da instituição de ensino com o serviço
(BITTENCOURT, 2018).
É importante frisar alguns fatos elencados pelos residentes: eles acreditam que
existe falta de engajamento de muitos preceptores que, muitas vezes, reconhecem o
residente apenas como mão de obra no serviço; e destacam que a coordenação do
programa falha em reconhecer os preceptores:
E9 - Eu acho essa questão de integração com o serviço bem deficiente. E
tem polo que nem existe. Acho que precisa integrar mais, conhecer. Até
porque como é tão deficiente tem profissional que desconhece, assim quem
é a formadora.

22
E14 - [...] alguns dos nossos preceptores até dizem que a gente meio que é
jogado sabe? Eu sinto assim que não tem essa comunicação. A nossa
coordenação se comunica com a coordenação de enfermagem da
maternidade, mas não se comunica diretamente com os nossos preceptores.
Não existe essa integração não!

Outrossim, experiências de integração ensino-serviço ocorrem desde a década
de 1970 e têm sido, especialmente, preconizadas em diversos Programas e
Estratégias Nacionais. Dentre elas, é importante citar as Residências em Saúde
Médica, Multiprofissional e Uniprofissiona (CARVALHO; CECCIM, 2015). O programa
de residência consiste na integração de vários atores: gestores, trabalhadores, tanto
da instituição formadora quanto da executora (LOPES, 2018).
Os resultados evidenciaram que a integração ensino-serviço proporciona
oportunidades de ensino e aprendizagem aos residentes e a todos os profissionais
envolvidos nesse processo; no entanto, requer reflexão permanente do papel de cada
ator, a fim de promover a corresponsabilidade no processo formativo. Tal resultado
corrobora com outro estudo que apresenta problemas relacionados ao cenário de
aprendizagem devido à falta de planejamento entre serviço de saúde e a instituição
formadora (LOPES, 2018).
De acordo com Lacerda, Teles e Omena (2019), é necessário, para garantir o
processo de ensino e aprendizagem completo, que os preceptores e os profissionais
da instituição formadora executem o planejamento das atividades curriculares
propostas aos alunos. Além disso, essa articulação facilita o desenvolvimento do
aluno como um ser crítico e transformador.
Para os residentes, o distanciamento de alguns atores envolvidos no processo
de integração ensino-serviço está intimamente relacionado à desmotivação do
preceptor, o que acaba prejudicando a formação do residente.
E10 - Lá, pelo menos onde eu faço, não tem. É nenhuma, inclusive é uma
coisa que eles (os preceptores) cobram muito, nunca nenhuma foi lá. Até para
explicar realmente como é o programa, alguma coisa que possa, tipo, o
certificado deles que ainda não foi fornecido para alguns. É totalmente solto!
E11 - Veja, esse é um problema muito sério porque a gente tem profissionais
excelentes, que nos preceptoram em qualquer momento, que a gente tá
dentro da instituição, só que em relação ao contato que eles têm a gente tem
uma dificuldade de acesso
E11 - [...] tem preceptor que está desde o início da residência, fornecendo
preceptoria, há anos, aos residentes, e não tem esse certificado. Então assim,
acho que isso também é uma falha dessa comunicação.

23

Em contrapartida, os questionamentos sobre motivações possibilitaram aos
entrevistados relatar a falta de impulso para exercer a preceptoria. Alguns
profissionais acabam exercendo a preceptoria por comprometimento ético com a
profissão, por não querer dizer “não” para a instituição ou para o discente e por sentir
que estudante e preceptor dividem a responsabilidade do serviço (OLIVEIRA, 2016).
Para Bittencourt (2018), a falta de motivação também surge em decorrência de
uma remuneração limitada, uma vez que há o aumento da sobrecarga de trabalho por
assumir mais uma função no serviço, mas sem o acréscimo de um valor a mais ou
qualquer outra forma de incentivo.
Embora os residentes tenham apontado muitos aspectos negativos, pôde-se
observar em suas falas a identificação de alguns benefícios do modelo proposto no
PREO, tanto para os residentes quanto para os profissionais, os hospitais e,
consequentemente, os pacientes:
E9 - Um dos principais positivos que eu acho, é que a gente da residência
consegue ter e ampliar a vivência de cada preceptor. Porque cada preceptor
acaba que tendo uma vivência diferente para passar, acaba pegando um
pouquinho de cada preceptor e pode contribuir isso na assistência da gente,
prática.

Vale frisar um dos destaques evidenciados pelos residentes: a formação
diferenciada. Para eles, há crescimento pessoal e profissional por meio da promoção
e da oportunidade de atividades práticas que, provavelmente, irão gerar mais
experiências e uma visão mais ampla, favorecendo a inserção no mercado de
trabalho.
E2 - [...]uma especialização e lhe abre uma maior possibilidade de inserção
no mercado de trabalho, você está recebendo assim para executar,
principalmente para recém-formados, é como se fosse uma extensão da
graduação para você realmente aprender mais na prática[...]
E4 - [...] principalmente é a oportunidade de a gente estar inserido dentro do
serviço e aí tá se capacitando, realmente se preparando para vivência
enquanto profissionais.

Em suma, a residência é uma modalidade de formação continuada que tem
como particularidade o exercício profissional em situações reais de trabalho associado
a uma discussão teórica. É a formação de excelência para qualificar, especializar e
atualizar enfermeiros, além de promover a mudança de recém-graduado para
especialista (ZANONI et al., 2015).
Várias análises comprovam, como foi evidenciado por um estudo feito em
Santa Catarina, que os residentes não têm dificuldades de inserção no mercado de

24

trabalho. A experiência prática foi vista como uma das questões positivas pela maioria
deles (OLIVEIRA et al., 2017).
Outro estudo, realizado com residentes de Alagoas, apontou que desses
programas saem profissionais com visão diferenciada e propagadores de uma nova
forma de trabalho (LEÃO, 2019).
Uma outra pesquisa realizada no Sul do Brasil evidenciou que o conhecimento
e as competências adquiridas nessa modalidade de residência podem refletir em
recompensa financeira. Além disso, o título de residência no currículo é uma maneira
de selecionar profissionais qualificados para o mercado de trabalho, trazendo
qualidade para o serviço de enfermagem (ZANONI et al., 2015).

a) Processo de ensino-aprendizagem
Vários aspectos foram abordados pelos residentes quando foram questionados
sobre o processo de ensino-aprendizagem, diante disso, foram definidas as
subcategorias a seguir:
1 - Desenvolvimento: mediante as falas, pode-se observar que o processo de
ensino-aprendizagem depende de cada residente. Para alguns deles, a associação
entre atividades teórico-práticas influenciou a aprendizagem.
E4 - Então eu acho que, realmente, era algo que eu não esperava, não achei
que fosse tão da forma que é. Que é da gente ter que ir buscar a parte teórica.
E11 - Dentro da residência o que eu vivencio dia a dia eu levo para minha
vida e para minhas avaliações. Diariamente eu faço minha reflexão diária
sobre o que eu vivencio, cada caso de paciente. Porque eu tô procurando em
ensino mais aprofundado que, no caso, a teoria da residência não me embasa
tanto. Então, estudo diário de situações vivenciadas rotineiramente,
diariamente é o que faz com que a gente cresça.
E9 - O meu conhecimento eu devo muito essa questão de integrar, fazer uma
integração do que eu acho certo da conduta de cada preceptor com o
conhecimento que eu tenho da literatura né! Aí eu saio pegando.
E12 - Basicamente, é como eu estava comentando, se a gente não correr
atrás a gente não vai conseguir esse conhecimento.

As metodologias utilizadas no programa de residência são importantes para a
qualidade no aprendizado, pois a residência deve trazer autonomia para pesquisar,
estudar e saber como aplicar na prática, de modo que a aprendizagem possa ser
facilitada e estimulada para a construção do próprio conhecimento.
E6 - [...] programa assim de certa forma, acaba fazendo com que, a gente
tem uma visão diferente e busque cada vez, sempre o melhor, aí isso acaba
sendo bom.

25
E11 - Dentro da residência o que eu vivencio, dia a dia, eu levo para minha
vida e para minhas avaliações. Diariamente eu faço minha reflexão diária [...]
estudo diariamente as situações vivenciadas rotineiramente, é o que faz com
que a gente cresça.

Os programas de residência, por sua vez, propõem o ensinar e o aprender na
reflexão sobre a prática, e o preceptor é o profissional que recebe a tarefa de
acompanhar o residente em seu aprendizado e no desenvolvimento das atividades de
cuidado (RIBEIRO, 2015). O que pode ser visto com estranheza por aqueles que não
estão acostumados com as metodologias ativas.
A saber, as metodologias ativas são ferramentas pedagógicas de ensino que,
na formação de Enfermagem, têm possibilitado preparo para novas maneiras de
solucionar problemas de saúde, abordando as necessidades biopsicossociais e a
integralidade,

além

de

funcionarem

como

instrumentos

diferenciados

no

desenvolvimento de habilidades e competências. O uso dessas metodologias pode
favorecer o processo de ensino-aprendizagem dos futuros enfermeiros (SOUZA;
SILVA; SILVA, 2018).
Percebe-se nesse processo de ensino-aprendizagem que seria importante a
presença do Tutor, o que não foi constatado na fala dos residentes. Vale ressaltar que
o Tutor compartilha esse cenário de formação profissional ao lado do preceptor e do
residente. Na maioria das vezes, é um docente que orienta o desenvolvimento e
cumprimento do projeto pedagógico do curso. Para o exercício desse papel, o
profissional pode ou não estar vinculado à academia, porém é necessário dispor da
titulação mínima de Mestre (BRASIL, 2012).
E8 - O que eu acho ruim em relação do programa é a parte teórica, porque a
residência não tem específico uma tutoria para gente, que é isso que a gente
sente falta. E a gente do programa da ESPPE que é do programa do interior,
o que a gente sai aprendendo é o que a gente senta e estuda mesmo, tira
dúvidas com alguns enfermeiros.

2 - Interferências: O preceptor foi visto como elemento importante nesse
processo, uma vez que pode influenciar de forma positiva ou negativa, a depender de
seu preparo, sua atualização, sua disponibilidade e sua capacidade para estimular o
residente. Se houver fragilidade na troca entre preceptor e residente, o processo de
ensino-aprendizagem será prejudicado, como se nota nas falas a seguir:
E7- Acho que quando a gente dá sorte de encontrar um enfermeiro que ajude,
no serviço, a gente ganha muito com isso né! Nós enquanto R2 né, o pessoal
do R2, tivemos essa dificuldade de encontrar alguns preceptores no hospital

26
que nos ajudasse. Quando a gente realmente encontra um é que já está
ligado no mestrado, numa educação, ou que goste de passar, a gente se
pega nele e aprende.
E15 - Lógico, tem preceptor que deixa a gente meio que sozinho né. Chega
lá a gente está fazendo um parto não explica nada pra gente. Mas tem
preceptores que são muito bons, que ensinam, que ajudam, que mesmo
assim estando um pouco distante se a gente chamar eles respondem.

Já para essa formação, Ribeiro (2015) destaca que os preceptores merecem
uma atenção especial diante dos modelos pedagógicos que orientam o processo de
ensino-aprendizagem no cenário da residência. No contexto das residências em
saúde, precisa-se repensar a preceptoria, tanto em sua prática quanto no ensino. É
necessária uma maior aproximação entre o campo da prática e da teoria, com a
finalidade de que todos (técnicos, preceptores, tutores ou docentes) possam constituir
uma equipe integrada na formação do profissional para o SUS.
E12 - [...] o pessoal tem muitas práticas muito antigas que não se atualizam,
foi até uma coisa que eu me assustei com a outra residente que a gente daqui
conversando, que a gente vê muita violência obstétrica aqui.
E12 - [...] e estava com outras residentes que vivenciaram algumas situações
de violência nos serviços delas e aí falando pra gente horrorizada que aquilo
aconteceu e tudo mais e que foram reportar a coordenação e tudo mais, e a
gente ficou né Meu Deus!
E12 - Outra coisa de, é porque não só é a prática em si que é arcaica, é a
dificuldade da gente em implantar coisas. A gente tem que tá fazendo um
filtro do que vai fazer, do que é teoricamente certo e do que a gente tem que
fazer porque tá no meio do serviço e não vai mudar essa realidade

Conforme Knupp et al. (2016), considerando as práticas implementadas no
processo de cuidar durante o parto e o nascimento, há uma tendência pela adoção do
modelo tecnocrata mesmo quando se trata de um cenário de ensino. Knupp et. al
(2016) ainda aponta que inserção do Enfermeiro Obstetra (EO) tem determinado o
predomínio de um cuidado mais humanizado, o que sugere que os novos profissionais
de saúde estão sendo formados nessa perspectiva assistencial.
E14 - [...] todos os enfermeiros preceptores, enfermeiros obstetras, nos
acolhem muito bem e aí a gente tá num campo de residência, que acolhe o
residente, que eles buscam passar conhecimento.
E6 - Acredito que os seminários são muito positivos. Os estudos de caso são
muito positivos. Os clubes de revista são muito positivos. Alguns (ênfase
nessa palavra) módulos teóricos são muito positivos.

É pertinente ressaltar, consoante estudo realizado na Bahia, que práticas de
ensino podem contribuir para que não ocorra existência da violência obstétrica, pois
é perceptível a ampliação do conhecimento (SILVA et al., 2017).

27

A forma de acolhimento dos residentes por parte de alguns preceptores e a
metodologia utilizada foram destacadas como fatores positivos do processo.
Em vista disso, o processo de ensino-aprendizagem nos programas de
residência ocorre por meio da prática no trabalho, da experiência e da convivência.
As discussões teóricas devem ser facilitadas e intermediadas pelos preceptores e
pelos docentes vinculados ao programa (RIBEIRO, 2015).
Para o cenário de aprendizagem que é estabelecido entre o hospital e o
preceptor, os residentes citaram a percepção de mudança de conduta do preceptor
por meio da sensibilização trazida pelos residentes com discussões de casos clínicos.
Provavelmente, a implantação do PREO foi o que contribuiu para incentivar a
educação permanente no hospital, trazendo uma melhoria para a assistência à saúde.
E3 - [...] você está ali para aprender, contribuir e aprender.
E7- Quando a gente dá as palestras lá, uma atualização que a gente leva,
dizem: ah são os residentes.
E15 - [...] termina sendo uma troca de experiência de saberes. Essas
pessoas que têm um pouco menos de experiência, parece mais que elas
entendem mais a gente, elas acolhem mais a gente e elas procuram, muitas
vezes, estudar com a gente.
E11 - No sentido de contribuição para o serviço, eu acredito que a gente tem
um valor muito grande. Com relação a assistência, algumas atitudes dos
profissionais do serviço mudam, quando vê nossa contribuição, a nossa
forma de atuação no serviço.

Ademais, uma revisão integrativa, em 2016, revelou que a residência aumenta
a qualidade da assistência à saúde e capacita profissionais, visto que fornece maior
conhecimento e especialização (TAVARES; FARIAS; SOUZA, 2019).

b) Educação permanente
Constatou-se que os residentes perceberam a falta de engajamento de alguns
preceptores e o interesse particular de outros.
E9 - Percebo que muitos não se capacitam, não sei se na realidade eles não
recebem, mas não querer assim. Mas assim alguns não se capacitam.
E13 - Eles não têm cursos preparatórios. Os cursos que eu vi preparatório
para preceptoria é do interesse de cada um, de correr atrás e fazer, mas as
unidades mesmo e hospitais eu não vejo oferecendo esse tipo de coisa, por
mais que seja um hospital escola eu não vejo.

Essa pesquisa corrobora com os resultados encontrados num estudo realizado
em 2015: os profissionais que compunham o quadro funcional das instituições
pesquisadas precisavam participar efetivamente desse processo de ensino-

28

aprendizagem e se sentirem corresponsáveis pelas transformações necessárias a
esse contexto do ensino-serviço (RIBEIRO, 2015).
O trabalho em equipe e a educação permanente são essenciais para as
transformações que desejam alcançar. A partir dessas experiências, o profissional,
também preceptor, poderá construir uma prática crítico-reflexiva na sua vivência,
obtendo novos conhecimentos para uma formação integrada e transdisciplinar para o
SUS (RIBEIRO, 2015). Leão (2018) enfatiza a necessidade de uma política de
educação permanente em saúde para os profissionais inseridos em cenários que
recebem residentes.
De acordo com Oliveira (2016), a falta de atualização profissional pode gerar,
muitas vezes, insegurança em exercer a preceptoria. Por parte do profissional, há um
confronto de reflexão sobre a sua própria prática e, sob um forte receio de ter seus
conhecimentos colocados à prova pelos estudantes, recusam-se em recebê-los. Por
outro lado, isso também pode servir como estímulo para a atualização profissional
Os residentes perceberam falha na comunicação devido à falta de divulgação
dos cursos ofertados.
E6 - Está tendo um curso inclusive agora que vai ser patrocinado por uma
instituição de São Paulo, não sei qual é, que não foi nem divulgado tipo assim,
os preceptores não sabem. Não foi nem divulgado.
E15 - Apoio eles podem até receber, mas às vezes esse interesse tem que
partir do próprio profissional e eu vejo que muitos deles não têm essa questão
de se atualizar.

Um estudo realizado por Ribeiro (2015) também evidenciou essa falha na
comunicação e afirma que é preciso que se estabeleça um espaço intercessor entre
o profissional da Instituição de Ensino Superior (IES) e o profissional da assistência,
de modo que preceptores e tutores se coloquem como mediadores entre o mundo do
ensino e o mundo do trabalho.
Existem outros três aspectos importantes evidenciados nas falas dos
residentes: a) o preceptor que tem a formação de residência é diferenciado; b) a
presença do residente favoreceu atualizações para os preceptores; e c) a capacitação
existe por causa do programa de residência.
E6 - Aí quando, pelo menos, o preceptor já fez uma residência a gente sabe
que o preparo dele é diferente, né?
E7 - Então assim, a gente conseguiu ficar mais próximo da coordenação do
hospital e tentar atualizar com coisas que a gente aprende, né? Com as
atualizações.

29
E15 - A gente que tem esse papel, a gente que atualiza eles, do manual que
saiu, de uma técnica nova, a gente que atualiza eles.

Logo, as ações de formação e qualificação promovidas pelas instituições de
ensino devem contribuir de maneira responsável para a elaboração e o
desenvolvimento de oportunidades que possam ampliar e contribuir com a melhoria
da assistência prestada (OLIVEIRA, 2016).

c) Formação para Preceptoria
Essa categoria foi a única que apontou divergência entre a análise manual e o
uso do software (as divergências foram detectadas ao fazer correlações e
comparações).
E12 - Os preceptores eles não entendem, não se veem como preceptores,
veem a gente como mais colega de trabalho e só[..] eu acho que funcionaria
muito mais como uma educação permanente, continuada para os setores,
para os profissionais do que mais que uma obrigação de ir lá avaliar a gente
sobre determinado assunto.
E11 - O que é que eu entendo como preceptor, é aquela pessoa que me
acompanha [...] A gente trabalha com o outro de qualquer forma tá ensinando,
é um preceptor nato, mas existem técnicas que você pode trabalhar, quem
uma formação a mais de preceptoria vai lhe fornecer, então esse
conhecimento de como trabalhar e como ter uma didática a gente observa
muito que é falho

No processo manual, foi identificado que não existia apoio para formação de
preceptor, contudo, o software revelou divergências, visto que alguns residentes
relataram que existe preceptor capacitado e outros citaram a falta de apoio para
formação como preceptor. Outra hipótese é que pode ser consequência do não
entendimento do seu papel na preceptoria.
O preceptor tem como função favorecer o autoaprendizado, estimular a busca
de atualização do conhecimento e do desenvolvimento de habilidades de escuta,
flexibilidade, liderança, disponibilidade, e o compartilhamento de responsabilidades
entre os serviços de saúde e a universidade.
Existem saberes próprios e de habilidades práticas que facilitam o processo
educativo para o exercício de aprender (SOARES; FERREIRA, 2017). Bittencourt
(2018) apontou que os preceptores estão preparados do ponto de vista técnicocientífico, mas tem sensação de despreparo pedagógico. Nessa pesquisa, percebeuse que esse ponto relacionado ao preparo para se tornar preceptor não ficou claro nas
respostas dos residentes do PREO.

30

Além disso, alguns preceptores não estão disponíveis para contribuir com o
processo de ensino-aprendizagem, e as instituições não têm estrutura para receber a
residência.
E7- [..] ainda existem profissionais que não estão ainda habituados,
acostumados a receber e que acaba quebrando essa linha de ensino, de
raciocínio dessa visão que os residentes vêm trazendo [...]. Eu acho que além
da atualização que o residente vem trazer, o hospital precisa estar preparado
para receber esses residentes também.
E12 - Mas assim, o programa é legal, eu acho interessante essa perspectiva
de se interiorizar, mas acho que falta muita estrutura para isso.

O estudo de Vendruscolo, Prado e Kleba (2016) apontou problemas na
estrutura física das unidades e resistência da população ao estudante. Problemas
similares, que limitam a preceptoria, foram evidenciados por Bittencourt (2018) e Leão
(2019). Além disso, há dificuldades relacionadas à integração ensino-serviço e
à resistência dos profissionais, tanto ao sinalizarem que a formação de estudantes
não faz parte da agenda de trabalho quanto pelo receio de que suas fragilidades
possam ser identificadas.
Oliveira (2016) identificou, na fala dos entrevistados, pontos predominantes que
podem fragilizar o exercício da preceptoria: falta de tempo para atividade de formação;
escassez de insumos e estrutura física; incerteza quanto à função e sua delimitação;
insegurança técnica e despreparo pedagógico; e falta de regulamentação da função.

2.4

Considerações finais
O Programa de Residência de Enfermagem Obstétrica foi avaliado de forma

realista e crítica pelos residentes, que refletiram que a principal falha está na ausência
de planejamento da instituição de ensino com os hospitais. Essa fragilidade na
comunicação entre ensino e serviço pode influenciar negativamente na formação do
residente.
As atividades teóricas foram consideradas insatisfatórias. Os benefícios da
modalidade para todos os atores envolvidos podem levar a atualização do preceptor
por meio da troca de experiências, preparando-o de forma mais efetiva e,
consequentemente, aumentando a qualidade da assistência.
Portanto, ficou clara a importância do papel do preceptor na residência. Porém,
o estudo não é conclusivo quanto à solidez da formação dos preceptores, o que

31

sugere o desenvolvimento de mais estudos com outros atores, por exemplo,
preceptores e gestores.
2.5

Referências

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34

3

PRODUTOS

Essa pesquisa foi desenvolvida com o intuito de conhecer o programa do ponto
de vista dos residentes e de sugerir melhorias ao processo de ensino-aprendizagem,
ao serviço e aos ambientes de ensino e aos locais onde os residentes estão inseridos.
E, como exigência do Mestrado Profissional em Ensino na Saúde (MPES), da
Faculdade de Medicina (FAMED) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), foram
elaborados produtos de intervenção dentro do Trabalho Acadêmico de Conclusão de
Curso (TACC) visando à obtenção do Título de Mestre.
Essa pesquisa teve o intuito de contribuir com o debate necessário para a
formação dos profissionais de enfermagem, bem como de provocar reflexão, diálogo,
participação, comprometimento e transformação da integração entre o ensino e os
serviços de saúde. Desse modo, colabora com o processo de interiorização da saúde.
A pesquisa evidenciou fortalezas e fragilidades nas seguintes categorias: no
programa, no processo de ensino-aprendizagem, na educação permanente e na
formação para se tornar preceptor.
Os dados apresentados fazem parte do TACC, que é composto por artigo e
produto de intervenção com as suas devidas justificativas. O produto foi apresentado,
avaliado e validado pela banca de qualificação do TACC
Os pesquisadores, na tentativa de fazer uma devolutiva, apontaram os dados
encontrados à Coordenação do Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica
(PREO) após a investigação. Pela necessidade de aproximação da Instituição
organizadora e dos hospitais credenciados ao PREO, inicialmente, foi cogitado o uso
de uma plataforma virtual. Posteriormente, foi verificado que já existia, entretanto, nem
residentes nem preceptores tinham acesso a essa plataforma. Então, foi solicitada a
liberação à Escola de Saúde Pública que prontamente atendeu. Embora tenha havido
a liberação para os residentes, os preceptores permaneceram sem acesso.
Sendo assim, considerando os resultados da pesquisa Programa de
Residência de Enfermagem Obstétrica: a perspectiva dos residentes, foram
elaborados os seguintes produtos
•

Produto 01- Relatório técnico-científico da pesquisa Programa de

Residência em Enfermagem Obstétrica: a perspectiva dos residentes;

35

•

Produto 02 - Oficina: Planejar para fortalecer a integração ensino-serviço

no Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica em um Hospital Regional do
Interior de Pernambuco
•

Produto 03- Relatório técnico-científico da oficina Planejar para

fortalecer a integração ensino-serviço no Programa de Residência em Enfermagem
Obstétrica em um Hospital Regional do Interior de Pernambuco
Nas subseções seguintes, estão descritos os produtos propostos com as
justificativas, os objetivos, o percurso metodológico e o passo a passo de realização.

36

3.1
Relatório técnico-científico da pesquisa: Programa de residência de
enfermagem obstétrica: a perspectiva dos residentes
Danielle Belmira Ferraz Figueiredo Torres4, Waldemar Antônio da Neves Junior5,
Mércia Lamenha Medeiros6
Público Alvo
Esse Relatório foi destinado à Coordenação do Programa de Residência em
Enfermagem Obstétrica e ao Hospital Regional Dom Moura, onde foi realizada parte
da pesquisa Programa de Residência de Enfermagem Obstétrica: a perspectiva dos
residentes. Também foi apresentado à banca de defesa do Mestrado Profissional em
Ensino na Saúde como um dos produtos de intervenção necessários para a obtenção
do título de Mestre.

Introdução
O relatório técnico traz a perspectiva dos residentes sobre o funcionamento do
Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica.
Os cursos na saúde têm investido em profissionais que proponham mudanças
dos modelos de atenção em saúde, com inovações no processo ensino-aprendizagem
e que contribuam para uma formação crítico-reflexiva.
Nesse processo, são ofertados cursos de especialização nos moldes de Cursos
de Residência. Para esses tipos de cursos, a preceptoria tem o papel de facilitadora
do processo de ensino-aprendizagem. Porém, as equipes podem não estar
preparadas para receber esses profissionais, tornando-se um desafio para alcançar
os objetivos do programa. Assim, é imprescindível a realização de planejamento
articulado entre os programas e os serviços que recebem esses residentes.
Nesse contexto, a instituição formadora tem papel crucial na formação de
preceptores. Com o processo de interiorização da formação em saúde, surgiram
novos programas de residência, o que requer avaliação (ANTUNES; DAHER;
FERRARI, 2017; BEKER; FELICIANO; MACHADO, 2016; OLIVEIRA et al., 2017).

4 Mestranda em Ensino na Saúde, FAMED/UFAL
5 Coorientador, Docente do MPES/UFAL, Doutor em Bioética, Ética aplicada e Saúde Coletiva-

ENSP/FIOCRUZ, UERJ, UFRJ e UFF
6 Orientadora, Docente do MPES/UFAL, Doutora em Ciências em Pediatria pela UNIFESP

37

Métodos
Essa pesquisa aconteceu durante o recorte temporal de julho a agosto de 2019.
Para coleta dos dados, foram realizadas entrevistas com 15 residentes do programa,
cujas respostas foram gravadas e transcritas na íntegra. Posteriormente, foram
submetidas à análise conforme Bardin, sob duas formas, manual e auxiliada pelo uso
do programa Atlas.ti, para associação e definição das categorias e subcategorias
analíticas.

Resultados da Pesquisa por categorias
Na análise dos dados sociodemográficos, a amostra foi composta de 100% dos
residentes. Desses 15 residentes, 53% estavam no R1 e 47% no R2, nenhum deles
fez outra residência; 87% do gênero feminino e 13% do gênero masculino; a maioria,
especificamente, 87% era recém-formado (1 a 5 anos) e 13% já atuava entre 5 a10
anos. Quanto à faixa etária, a prevalência foi de jovens adultos: 60% entre 25 a 30
anos, 27% entre 18 a 24 anos e 13% entre 31 a 40 anos.
A análise pelo Atlas.ti estrutura-se em códigos e, para melhor organização,
reduziu-se por similaridade de sentido, gerando um total de 34 códigos, que
resultaram na seguinte classificação: 12 códigos destacaram as fragilidades do
programa, 19 revelaram as fortalezas e 3 se encaixavam em ambos. Apesar de as
fragilidades serem em menor frequência, houve maior ocorrência de falas.
Para melhor análise dos dados, optou-se por manter as categorias: o programa,
o processo de ensino-aprendizagem, a educação permanente e a formação para se
tornar preceptor; e foram identificadas subcategorias para programa e processo de
ensino-aprendizagem.

O programa
Em relação a essa categoria, foram identificadas duas subcategorias:
fragilidades e fortalezas
Fortalezas: foi possível perceber na fala dos residentes benefícios na formação
do modelo proposto no PREO, tanto para os residentes quanto para os profissionais,
os hospitais e, consequentemente, os pacientes. Uma formação melhor desenvolvida
foi colocada como ponto importante pelos residentes. Para eles, há crescimento
pessoal e profissional por meio da promoção e da oportunidade de atividades práticas

38

que, provavelmente, irão gerar mais experiências e uma visão mais ampla,
favorecendo a inserção no mercado de trabalho.
Provavelmente, a implantação do PREO contribuiu para incentivar a educação
permanente no hospital, trazendo uma melhoria para a assistência à saúde.
Outros aspectos elencados, específicos desse PREO: existe uma aproximação
do residente com a coordenação do hospital; bom acolhimento dos preceptores (ponto
que acentua a credibilidade do profissional); e boa interação entre os residentes.
Ademais, tornou-se evidente a importância da interiorização do programa para
o favorecimento da expansão da enfermagem em obstetrícia.
Fragilidades: os residentes destacaram dificuldades no processo de
comunicação, na organização do programa e na parte teórica. No geral, houve falta
de preparo dos hospitais e falta de planejamento no tocante à integração ensinoserviço para receber o Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica.
É importante destacar outros fatores que fragilizam o programa e foram
elencados pelos residentes: a distância geográfica, que gera falta de articulação por
parte da coordenação e traz prejuízo ao residente; a falta de engajamento de muitos
preceptores que, muitas vezes, reconhecem o residente apenas como mão de obra
no serviço; e a coordenação do programa falha em reconhecer os preceptores.
Por fim, os residentes apontaram que o distanciamento de preceptores e
coordenadores do PREO está intimamente relacionado à desmotivação do preceptor,
o que acaba prejudicando a formação do residente.

Processo de ensino-aprendizagem
Vários aspectos foram abordados pelos residentes quando se trata do processo
ensino-aprendizagem, diante disso, para organização da análise, foram elencadas as
seguintes subcategorias: desenvolvimento, interferências e atividades práticas.

Desenvolvimento
As metodologias utilizadas no programa de residência são importantes para a
qualidade do aprendizado, pois a residência deve trazer autonomia para pesquisar,
estudar e saber como aplicar na prática, de modo que a aprendizagem possa ser
facilitada e estimulada para a construção do próprio conhecimento.

39

Percebe-se, nesse processo de ensino-aprendizagem, que seria importante a
presença do Tutor, o que não foi constatado no relato dos residentes. Vale ressaltar
que o Tutor compartilha esse cenário de formação profissional ao lado do preceptor e
do residente.
Interferências
O preceptor foi visto como elemento importante nesse processo, podendo
influenciar de forma positiva ou negativa, a depender de seu preparo, de sua
atualização, de sua disponibilidade e de sua capacidade para estimular o residente.
Se houver fragilidade na troca entre preceptor e residente, o processo de ensinoaprendizagem será prejudicado.
No contexto das residências em saúde, precisa-se repensar a preceptoria,
tanto em sua prática quanto no ensino. É necessária uma maior aproximação entre o
campo da prática e da teoria com a finalidade de que todos (técnicos, preceptores,
tutores ou docentes) possam constituir uma equipe integrada para a formação do
profissional para o SUS.
Os residentes destacaram que a maneira como são acolhidos pelos
preceptores, bem como a metodologia utilizada são fatores positivos para o processo.
Atividades práticas
Tornou-se perceptível que o conhecimento prático leva o profissional a se
sentir capacitado e, consequentemente, melhorar a assistência à saúde. Além disso,
o residente provoca transformações na área assistencial por meio de uma educação
permanente.

Educação permanente
No que diz respeito à divulgação dos cursos ofertados, os residentes
perceberam falha na comunicação.
Vale frisar outros três aspectos importantes contemplados nas falas dos
residentes: a) o preceptor que tem a formação de residência é considerado
capacitada; b) a presença do residente favoreceu atualizações para os preceptores;
e c) a capacitação dos preceptores existe por causa do programa de residência.

Formação para ser preceptor

40

Essa categoria apontou divergência entre a análise manual e o uso do software
(demonstrando a importância do Atlas.ti). Na análise manual, havia sido identificado
que não existia apoio para a formação de preceptor. Contudo, o software revelou que
os dados são divergentes e não se pode afirmar se existe ou não apoio para essa
formação, visto que alguns residentes relataram que existe preceptor preparado e
outros pontuaram a falta de apoio para a formação como preceptor. Tal postulado
pode ser consequência do não entendimento do seu papel na preceptoria.
Além disso, alguns preceptores não estão disponíveis para contribuir com o
processo de ensino-aprendizagem; e as instituições não têm estrutura para receber a
residência.

Considerações finais
A pesquisa Programa de Residência de Enfermagem Obstétrica: a perspectiva
dos residentes identificou fragilidades na integração ensino-serviço no que diz
respeito ao planejamento, à organização e à comunicação, e foi avaliada de forma
realista e crítica pelos residentes.
Outrossim, trouxe vários benefícios para todos os atores envolvidos, por
exemplo, foi considerada como forma de estimular a atualização do preceptor por
meio da troca de experiências.
Por fim, de acordo com os residentes, a residência os prepara bem,
aumentando a qualidade da assistência. Contudo, o estudo não é conclusivo quanto
à solidez da formação da preceptoria, o que sugere o desenvolvimento de mais
estudos que escutem diferentes atores, como preceptores e gestores.

Recomendações
As sugestões e recomendações foram pautadas nos resultados da pesquisa e
direcionadas à Coordenação do Programa de Residência pesquisado. Adiante,
seguem descritas:
✓

Inserir os preceptores na plataforma da Escola de Saúde Pública de

Pernambuco (ESPPE);
✓

Buscar, através de discussões, sugestões coletivas para melhorar a

integração ensino-serviço;
✓

Construir uma proposta de calendário semestral de reuniões;

41

✓

Desenvolver oficina sobre planejamento com os atores envolvidos no

processo de integração ensino-serviço.
Referências
ANTUNES, J. M.; DAHER, D. V.; FERRARI, F. M. Preceptoria como lócus de
aprendizagem e de coprodução de conhecimento. Revista de Enfermagem - UFPE
online, Recife, v.11, n.10, p.3741-3748, out. 2017.
BEKER, K. K.; FELICIANO, A. B.; MACHADO, M. L. T. Atuação como apoiadores
em saúde: reflexões sobre a formação na residência multiprofissional. Tempus,
actas de saúde coletiva, Brasília, v.10, n.4, p. 151-169, dez. 2016.
OLIVEIRA, E. B. et al. Fatores intervenientes na formação de enfermeiros
residentes: visão de egressos de um programa de residência. REME – Revista
Mineira de Enfermagem. v. 21, p. 1064-1070, 2017. DOI: 10.5935/14152762.20170074.

42

3.2
Oficina: Planejar para fortalecer a integração ensino-serviço no programa
de residência em enfermagem obstétrica
Danielle Belmira Ferraz Figueiredo Torres7, Waldemar Antônio da Neves Junior8,
Mércia Lamenha Medeiros9
3.2.1 Apresentação

A proposta dessa oficina, destinada aos atores envolvidos na integração
ensino-serviço, foi realizar um planejamento para fortalecer essa integração no
Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica.
Em consequência dos resultados da pesquisa Programa de Residência de
Enfermagem Obstétrica: a perspectiva dos residentes, em que foram identificadas
algumas fragilidades na integração ensino-serviço, surgiu a oficina Planejar para
fortalecer a integração ensino-serviço no Programa de Residência em Enfermagem
Obstétrica.
A justificativa para elaboração dessa oficina levou em consideração que a
integração ensino-serviço pode proporcionar o pensamento crítico, criativo e reflexivo,
pois se trata de uma interação profunda entre seus protagonistas e a realidade dos
serviços de saúde (LIMA, 2017).
Vale salientar que o diálogo no processo de planejamento e a avaliação das
atividades desenvolvidas na integração ensino-serviço são algumas das estratégias
fundamentais para que se possa ampliar e até́ mesmo criar espaços de reflexão sobre
as ações realizadas (KHALAF et.al, 2019).
Assim, justifica-se a realização dessa oficina, pois se trata de uma metodologia
de trabalho de formação coletiva. Ela prediz momentos de troca de saberes e
interação a partir da construção do saber inacabado. Dessa forma, uma oficina pode
ser vista como uma oportunidade de vivenciar situações concretas e significativas. Ela
muda o foco tradicional da aprendizagem (cognição) e passa a incorporar a ação e a
reflexão

baseadas

no

tripé

sentir-pensar-agir,

com

objetivos

pedagógicos

(STAHISCHIMIDT, 2012).
7 Mestranda em Ensino na Saúde, FAMED/UFAL
8 Coorientador, Docente do MPES/UFAL, Doutor em Bioética, Ética aplicada e Saúde Coletiva-

ENSP/FIOCRUZ, UERJ, UFRJ e UFF
9 Orientadora, Docente do MPES/UFAL, Doutora em Ciências em Pediatria pela UNIFESP

43

Objetivos da oficina
✓ Estimular a realização de planejamento;
✓ Refletir sobre a importância da comunicação.
Carga horária
✓ 3 horas
Materiais necessários
✓ Datashow, computador, caixa de som, cartolinas, pincel para cartolina,
papel ofício e canetas.
Público-alvo
A oficina foi destinada aos participantes envolvidos na integração ensinoserviço do PREO: coordenadores da residência representando a ESPPE,
coordenador de enfermagem e do núcleo de educação permanente do hospital em
que foi realizada a oficina, gerentes e preceptores dos setores nos quais os residentes
fazem rodízio no hospital.

3.2.2 Programação da oficina

Dinâmica de acolhimento
Na dinâmica de mãos dadas, o mediador deve dar as boas-vindas ao público,
agradecer a presença, explicar a ação e estimular a participação.
Objetivo da atividade: Descontrair, estimular e refletir sobre o trabalho em
equipe.
Tempo de duração: aproximadamente 15 minutos.
Apresentação
Essa dinâmica tem como objetivo central estimular a liderança informal e
situacional entre os profissionais e ressaltar o valor do trabalho em equipe. É uma
forma lúdica de incorporar reflexões e mostrar que, juntos, os profissionais podem
construir resultados muito mais sólidos e extraordinários.
O facilitador deve apresentar, no Powerpoint, os objetivos da oficina, os
conceitos de integração ensino-serviço e as etapas de planejamento.
Objetivo da atividade: Situar os participantes e ofertar base para realização do
planejamento.
Tempo de duração: aproximadamente 15 minutos.

44

Desenvolvimento da oficina
1a parte: Construção da árvore explicativa
Para realização dessa etapa da oficina, os residentes foram divididos em
grupos e, para cada grupo, foi distribuído uma situação-problema com a finalidade de
que os participantes identificassem impasses (nós-críticos). A proposta tomou por
base a relação de causa-consequência elencada por Caleman et al. (2016) (Figura 1).
Os grupos organizaram as respostas em cartolina e as apresentaram de forma oral.
Figura 1 - Árvore explicativa segundo descritores, causas e consequências

Fonte: Caleman et al. (2016)

Metodologia: uso de situação-problema e formação de grupos.
Objetivo: refletir sobre planejamento, integração ensino-serviço e estimular o
trabalho em equipe.
Duração: 30 minutos.
Exposição de vídeo
- Exposição do vídeo “A importância de uma boa comunicação – Chaves”10
Para estimular a participação dos residentes, foi exibido o vídeo supracitado.
Posteriormente, foi disponibilizada uma folha de papel para cada participante a fim de
que colocassem um sentimento gerado a partir do vídeo. Após expressão escrita do
sentimento, os residentes foram convidados a falar para o grande grupo.

10 Disponível em:< https://www.youtube.com/watch?v=cr36ztKaZ9I> Acesso em 15 de junho de 2019.

45

Metodologia: a viagem.
Objetivo: treinar a escuta ativa, expressar sentimento e refletir sobre
comunicação.
Duração: 30 minutos.
- 2a parte: Construção do plano de ação simplificado (de um nó crítico)
De volta aos grupos, os participantes escolheram um nó crítico e realizaram o
plano de ação a partir da ferramenta de Plano de ação simplificado de Caleman et al.
(2016) (Figura 2). Doravante, os planos foram apresentados oralmente pelos
participantes.
Figura 2 - Planilha de plano de ação

Fonte: Caleman (2016)

Objetivo: refletir sobre planejamento, integração ensino-serviço, e estimular
trabalho em equipe.
Duração: 50 min
Momento livre
Essa etapa da oficina teve a finalidade de estimular a participação para relatos
da realidade, sugestões e/ou reflexões geradas.
Objetivo: estimular o diálogo.
Duração: 30 minutos.
Avaliação
O mediador solicitou que os participantes avaliassem a oficina elencando
pontos positivos e negativos.

46

Objetivo: realizar feedback da oficina.
Duração: 10 minutos.
Lanche
Foi permitido que os participantes lanchassem durante as atividades em grupo.

3.2.3 Referências
CALEMAN, G. et al. Projeto aplicativo: termos de referência. 1. ed. 1. reimpr. —
São Paulo: Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, Ministério da Saúde, 2016.
54 p.
KHALAF, D. K. et al. Teaching-service integration: building the pedagogical
workshop in health. Revista Brasileira de Enfermagem, v.72, n. 2, p. 375-82, 2019.
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0008. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003471672019000200375>. Acesso em 14 de novembro de 2019.
LIMA, V. V. Currículo integrado. In: OLIVEIRA, M.S. et. al. Preceptoria no SUS:
caderno do curso 2017. São Paulo: Hospital Sírio Libanês; Ministério da Saúde,
2017.
STAHISCHIMIDT, A. P. M. Integralidade, construção e socialização de
conhecimentos no contexto da educação permanente e atuação de profissionais da
área de saúde. Interface. v.4, n. 2, p. 819-827, 2012.

47

3.3

Relatório técnico da oficina: Planejar para fortalecer a integração ensino-

serviço no programa de residência em enfermagem obstétrica

O

relatório

técnico

tem

por finalidade apresentar os

resultados da

oficina Planejar para fortalecer a integração ensino-serviço no Programa de
Residência em Enfermagem Obstétrica, realizada com atores do processo de
integração ensino-serviço do Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica em
um Hospital Regional do Interior de Pernambuco, devidamente autorizada por
Declaração de Anuência (anexo C) .
A realização da oficina funcionou como uma devolutiva institucional com o
intuito de promover a sensibilização do tema desenvolvido e fortalecer ações de
integração ensino-serviço.
Além disso, ela funcionou como uma oportunidade de gerar discussões sobre
essa

integração, tornando-se

um

espaço de

exposição

de ideias

e partilha

de situações cotidianas. Segundo Stahlschimidt (2012), as oficinas vêm enfocando,
em especial, a elaboração de relatos de experiência, proporcionando aos envolvidos
atividades que têm como objetivo a aplicação prática de conhecimentos previamente
construídos sobre a produção de textos.

3.3.1 Introdução

A elaboração dessa oficina se deu a partir do presuposto de que a integração
ensino-serviço pode ser uma estratégia fundamental para a consolidação dos serviços
de saúde.
A proposta dessa integração amplia espaços de discussão para uma produção
cooperativa, coletiva e integrada, sendo que os docentes realizam papel de
mediadores, oportunizam o diálogo e instigam os residentes (MELLO et al., 2019).
Essa integração pode ser concebida como uma estratégia de reorientação da
formação, na medida em que proporciona aprendizagens significativas, além de atuar
como um mecanismo para potencializações e melhorias das ações de cuidado em
saúde por meio de um espaço de troca entre o estudante e o profissional (ALVES et
al., 2012).

48

Diante da importância dessa integração e da fragilidade evidenciada pelos
residentes no PREO, verificou-se a necessidade do fortalecimento.

Planejamento da oficina
Para a realização da oficina, foram necessárias reuniões de planejamento com
seus idealizadores, assim como seu agendamento prévio com a instituição de ensino
que recebeu a intervenção. As etapas para o planejamento dessa oficina estão
descritas na lista abaixo:
1 Apresentação da proposta de oficina à banca de qualificação;
2 Modificações pela banca com mudança de público-alvo e temática;
3 Apresentação escrita da proposta final do Produto de Intervenção e do
projeto de realização da oficina Planejar para fortalecer a integração ensinoserviço no Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica para a
orientadora: Prof.ª Dr.ª Mércia Lamenha Medeiros e para o coorientador:
Prof. Dr. Waldemar Antônio das Neves Júnior;
4 Apresentação e entrega do projeto de realização da oficina à coordenação
do PREO e ao Núcleo de Educação Permanente (NUEP) e comitê científico
do hospital onde foi realizada a oficina;
5 Agendamento da realização da oficina;
6 Organização para execução da oficina;
7 Divulgação da oficina por carta-convite enviada por e-mail e afixação de
convite nos setores do hospital e em envio por grupos do WhatsApp;
8 Aplicação da oficina;
9 Discussão dos resultados;
10 Construção de relatório técnico-científico da oficina;
11 Entrega do relatório à coordenação do PREO, ao NUEP e ao comitê
científico do hospital (anexo D).

A oficina aconteceu no dia 20 de janeiro de 2020, no auditório de um dos
hospitais investigados. Ela foi aplicada aos sujeitos envolvidos na integração ensinoserviço: preceptores, coordenação da residência e representante do NUEP do
hospital.

49

Todos os participantes foram avisados das atividades da oficina tanto qpelo
NUEP e quanto pela pesquisadora, que também disponibilizou os horários. Durante a
atividade, foi disponibilizado um lanche para todos os participantes.
A oficina foi facilitada pela pesquisadora, que também faz parte do hospital
(lócus da pesquisa) como enfermeira obstetra e preceptora. Houve ajuda de um
auxiliar (preceptor) que, voluntariamente, fez os registros das fotos, das gravações e
ofertou suporte de som.
O conteúdo programático da oficina foi dividido em etapas que estão descritas
abaixo com seus respectivos objetivos educacionais:
a) Dinâmica de mãos dadas
Objetivo da atividade: descontrair, estimular a participação e refletir sobre
trabalho em equipe.
b) Apresentação
Objetivo da atividade: situar os participantes e ofertar base para realização do
planejamento.
c) Desenvolvimento da oficina - Construção e apresentação da árvore
explicativa
Objetivo da atividade: refletir sobre planejamento, integração ensino-serviço e
estimular trabalho em equipe.
d) Exposição de vídeo
Objetivo: treinar a escuta ativa, expressar sentimento e refletir sobre
comunicação.
e) Construção e apresentação do plano de ação simplificado (de um nó
crítico)
Objetivo da atividade: refletir sobre planejamento, integração ensino-serviço e
estimular o trabalho em equipe.
f) Momento livre
Objetivo da atividade: estimular o diálogo e expressar propostas para fortalecer
a integração ensino-serviço.

Avaliação
Objetivo da atividade: Realizar feedback da oficina

50

A avaliação foi realizada com os participantes da oficina ao final da atividade.
Para coleta do feedback, a pesquisadora ofertou um instrumento (apêndice B) que
dava ao participante a possibilidade de emitir sua opinião sem a necessidade de se
identificar.

A

avaliação

continha

cinco

perguntas

com

sugestões

de resposta (péssimo, ruim, regular, bom e ótimo), e outras duas questões discursivas
com a finaldiade de sugerir melhorias para a oficina e para o PREO.

Resultados e discussão
Participaram desse momento sete pessoas: duas coordenadores dos
programas de residência, uma coordenadora do NUEP e quatro preceptores, mas
apenas cinco participantes ficaram até o momento da avaliação.
Um total de 41 pessoas foram convidadas (enfermeiros preceptores e
coordenadores do ensino, do serviço e da gestão hospitalar). Era esperado uma
quantidade menor de participantes, levando em conta que se trata de uma profissão
cuja maioria tem outros vínculos e mora em municípios distintos.
Essa mesma realidade foi encontrada em outros estudos. Nishio (2010)
identificou que os fatores que interferem na adesão da educação permanente pelos
profissionais da saúde são: falta de tempo, carga horária de trabalho excessiva,
demais vínculos empregatícios e falta de incentivo. Para Cruz e Carrijo (2017), os
enfermeiros se encontram sobrecarregados e desmotivados, o que torna a educação
permanente um desafio.

3.3.2 Realização da oficina

O facilitador iniciou a atividade, deu as boas-vindas ao grupo, agradeceu a
presença de todos os participantes e solicitou que se apresentassem dizendo o nome
e a função que representavam no ensino-serviço. Em seguida, houve a disposição
dos participantes em um círculo e o mediador explicou as instruções sobre a primeira
dinâmica.
Com os participantes organizados em círculo, o mediador orientou que todos
dessem as mãos e buscassem memorizar os colegas que estavam ao lado direito e
ao lado esquerdo. Na sequência, foi pedido aos participantes que soltassem as mãos
e se movimentassem tranquilamente pela sala. Alguns segundos depois, eles tinham

51

que se posicionar no centro da sala e lembrar quem eram os seus colegas da direita
e da esquerda. Sem sair do lugar, todos deveriam dar as mãos e refazer a roda original
(Figura 3).
Figura 3 - Dinâmica “De mãos dadas”

Fonte: Autora da pesquisa

Ao realizar a tarefa, os participantes não conseguiram atingir o objetivo de
identificar os colegas da direita e da esquerda, por isso chegaram ao consenso de
finalizar a dinâmica. É importante destacar que sempre escutavam uns aos outros. Ao
final, foi realizada a socialização sobre união, consenso, liderança e a desistência já
nos primeiros obstáculos (Figura 4).
Figura 4 - Socialização da dinâmica “De mãos dadas”

Fonte: Autora da pesquisa

52

Essa foi uma das atividades escolhidas porque, segundo Cunha, Silva e
Alcântara (2017), momentos grupais são formas de edificar o conhecimento
coletivamente, e são importantes também para a prática de educação e para promover
a aprendizagem participativa.
Dando continuidade, a facilitadora apresentou em Powerpoint os conceitos de
integração e planejamento estratégico (Figura 5).
Figura 5 - Exposição de conceitos sobre Planejamento

Fonte: Autora da pesquisa

É importante salientar que integração é o envolvimento de sujeitos no trabalho.
De modo coletivo, refletem sobre suas necessidades e problemas a partir da ideia do
que seria um trabalho competente e com qualidade. Desse modo, é possível observar
todo o potencial transformador que cada indivíduo tem. Além disso, espaço de
trabalho é espaço de aprender (MELO, 2010).
Em se tratando do planejamento estratégico situacional, é utilizado como uma
prática pedagógica para identificar e intervir nos problemas da população e aproximar
ensino e serviço. Contudo, a sua realização é um desafio, visto que a sua
implementação requer o diálogo e a abertura de todos os protagonistas envolvidos
(KLOH et al., 2014).
A continuação da aplicação da oficina ocorreu com a divisão do grande grupo
em pequenos grupos de três participantes (um participante necessitou se ausentar).
A cada grupo foi dada uma situação-problema (SP). A partir da SP, os participantes
construíram uma árvore explicativa em cartolina com as causas e consequências dos
problemas encontrados.

53

Para se efetivar a socialização e, consequentemente, a troca de saberes, os
grupos apresentaram oralmente os seus cartazes, dessa maneira, ofereceram aos
demais partícipes a oportunidade de expor suas ideias. A partir dessa atividade,
surgiram as árvores demonstradas nas figuras abaixo (Figura 6 e Figura 7).
Figura 6 - Cartaz com árvore explicativa (grupo 1)

Fonte: Autora da pesquisa
Figura 7 - Cartaz com árvore explicativa (grupo 2)

Fonte: Autora da pesquisa

Segundo Oliveira et al. (2017), ao disparar a aprendizagem a partir do
enfrentamento de problemas, é promovida a integração de teoria e prática, visto que

54

os problemas, além de promoverem essa integração, trazem mais sentido a atuação
profissional e mobilizam uma combinação de saberes.
Os participantes assistiram a um vídeo sobre trabalho em equipe e
comunicação e ao final foi solicitado que expressassem sentimentos sobre o vídeo.
Durante a socialização, foram levantados aspectos importantes sobre união e
colaboração, por exemplo.
No decorrer do processo de aplicação da oficina, os grupos foram convidados
a escolher um problema identificado e, a partir dele, elaborar um planejamento
estratégico simplificado, considerando os seguintes aspectos: levantamento de
macroproblema, problema, nó-crítico, resultado esperado, ações, responsáveis,
parceiros, indicadores, recursos necessários e prazos. O grupo elaborou um cartaz e
o apresentou (Figura 8 e Figura 9). O momento foi muito importante com verbalizações
de que eram sugestões para a realidade vivenciada no dia a dia e não apenas para a
SP.
Figura 8 - Cartaz com planejamento estratégico (grupo 1)

Fonte: Autora da pesquisa

55

Figura 9 - Cartaz com planejamento estratégico (grupo 2)

Fonte: Autora da pesquisa

Em seguida, houve um momento livre para exposição de sugestões com vistas
ao fortalecimento da integração ensino-serviço. É válido elencar algumas das
propostas: cartilha de preceptor; avaliação dos preceptores; oficina para preceptores;
implantação de tutoria; certificação pelo NUEP para os preceptores que acompanham
seminários (contando como horas para gratificação de desempenho); e inserção dos
preceptores na plataforma da ESPPE.
Para encerrar, a facilitadora agradeceu a participação de todos e pediu que
respondessem a avaliação final da oficina (apêndice B). No momento, estavam cinco
participantes e todos (100%) avaliaram a oficina. No geral, a avaliação foi positiva
entre bom e ótimo, somente o local e horário tiveram avaliações regulares. Os
resultados quantitativos, de acordo com as perguntas, seguem abaixo (gráfico 1).

56

Gráfico 1 - Avaliação da Oficina: Planejar para fortalecer a integração ensino-serviço
no Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica em um Hospital Regional do
Interior de Pernambuco
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Organização

Convite para
participação

Tema
Regular

Bom

Local e horário

Facilitadora

Ótimo

Fonte: Dados da oficina (2020)

Com relação à questão discursiva acerca da oficina, os participantes sugeriram
algumas ações: repetir a oficina; realizar in loco, na maternidade; divulgar mais para
atingir um número maior de participantes; realizar no período da tarde; ampliar o
convite. Com relação às sugestões para o programa, discorreram sobre os seguintes
pontos: realizar a oficina em outros momentos; abordar temas de processos de
trabalho da residência (atividades e avaliação); oferecer cursos de episiorrafia;
oficinas no geral; transporte de pacientes de alto risco; assistência ao nascimento;
reuniões com preceptores; e fortalecimento de parcerias. As propostas foram
consideradas pelos pesquisadores a título de sugestão para a realização de futuras
pesquisas.

57

Os participantes da oficina assinaram a lista de presença no final das atividades
(apêndice C).

3.3.3 Considerações Finais
A oficina aplicada contou com a participação de um pequeno grupo de
preceptores e coordenadores dos programas de residência e NUEP do hospital onde
foi realizado a oficina. A participação foi ativa e colaborativa, além disso,
oportunizou trocas de vivências e ampliação da visão da integração ensino-serviço.
As atividades propostas permitiram aos participantes expor suas ideias em
grupo e, consequentemente, demonstrar a compreensão do tema apresentado, além
de treinar o exercício da escuta do outro.
As atividades foram bem aceitas pelos participantes que avaliaram de forma
positiva entre bom e ótimo.
As sugestões apresentadas pelos participantes foram consideradas pelos
pesquisadores para execução dessa oficina em outras oportunidades.
Desse modo, esse produto cumpre com a devolutiva para o serviço onde foi
realizada parte da pesquisa, porém, acredita-se que é necessário a multiplicação do
que foi discutido.

3.3.4 Referências
ALVES, L. A. et al. Service-learning integration process: successful experience in
providing oral care to the community. ABCS health sci, v.16, n. 2, p. 235-238,
2012.
CRUZ, E. N. N.; CARRIJO, A.R. Processo de Educação Permanente em um
Hospital Público: Percepção de Enfermeiros Gestores Revista Saúde e
Desenvolvimento. Revista Saúde e Movimento, v.11, n. 6, p. 122-136, jan. / mar.
2017.
CUNHA, L. S.; SILVA, R. P.; ALCÂNTARA, B. S. Um estudo sobre a importância da
dinâmica de grupo nos processos de ensino aprendizagem de professores. Revista
eletrônica, Brasília, 2017. Disponível em: <
http://revistaeletronica1.hospedagemdesites.ws/revistaeletronicarh/pasta_upload/arti
gos/a33.pdf>. Acesso em: 09 jan. 2020.
KLOH, D. et al. The principle of integrality of care in the political-pedagogical projects
of nursing programs. Revista Latino-americana de Enfermagem, v. 22, n. 4, p.

58

693-700, 2014. Disponível em: <http://dx.doi. org/10.1590/0104-1169.3381.2469>.
Acesso em 10 dez. 2019.
MELLO, A. L. et al. Integração ensino-serviço na formação de residentes
multiprofissionais de saúde: concepção de docentes. Revista de enfermagem da
UERJ, Rio de Janeiro, v. 27, 2019.
MELO, A. Política de educação permanente. Proposta de integração ensinoserviço: olhar da gestão da educação na saúde. In: I WORKSHOP DE
QUALIFICAÇÃO DE TÉCNICOS DE ENFERMAGEM PARA REDE DE ATENÇÃO
ONCOLÓGICA. Set. 2010. Slides. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/olhar_do_gestor_da_educacao_par
te_2.pdf>. Acesso em 05 nov. 2019.
NISHIO, E. A. Série Gestão em enfermagem. Educação Permanente em
Enfermagem - A Evolução da Educação continuada. São Paulo: Ed. Elsevier, 42 p.
2010.
OLIVEIRA, M. S. et al. Preceptoria no SUS: caderno do curso 2017. São Paulo:
Hospital Sírio Libanês, Ministério da Saúde, 2017.
STAHISCHIMIDT, A. P. M. Integralidade, construção e socialização de
conhecimentos no contexto da educação permanente e atuação de profissionais da
área de saúde. Interface. v.4, n. 2, p. 819-827, 2012.

59

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO TACC

A experiência no mestrado foi um passo importante para a formação
profissional e acadêmica da pesquisadora. O Mestrado Profissional em Ensino na
Saúde proporcionou uma reflexão sobre a vivência na preceptoria e ensino, além de
amadurecimento acadêmico e pedagógico.
A realização dessa pesquisa permitiu ter uma visão sobre o Programa de
residência em Enfermagem Obstétrica ao possibilitar acesso à percepção dos
residentes. No início, a visão estava voltada apenas para a integração ensinoserviço que foi revelada como desafio, mas, com o desenvolver da pesquisa, foi
possível identificar o processo de ensino-aprendizagem dessa modalidade; a
importância do papel do preceptor e da capacitação pedagógica; e a importância da
educação permanente.
Além disso, ficou notório o quão é importante o programa de residência para
o residente, para os profissionais atuantes no serviço e, consequentemente, para a
população. Também foi identificado na literatura que os desafios encontrados são
comuns a diversas realidades. Os objetivos foram efetivados, porém não foram
conclusivos quanto à educação permanente e à formação para se tornar preceptor.
A pesquisa resultou na elaboração de um artigo científico intitulado de
Desafios a interiorização de um Programa de Residência de Enfermagem Obstétrica
na perspectiva dos residentes. Além de produtos de intervenção: acesso dos
residentes à plataforma; relatório técnico-científico da pesquisa: Programa De
Residência De Enfermagem Obstétrica: a perspectiva dos residentes; oficina:
Planejar para fortalecer a integração ensino-serviço no Programa de Residência em
Enfermagem Obstétrica; e relatório técnico-científico da oficina. Tais produtos foram
fundamentais para a proposta de fortalecimento da integração ensino-serviço e,
consequentemente, para melhorar o desenvolvimento do Programa de Residência
em Enfermagem Obstétrica.
A vivência, no decorrer do curso, também proporcionou à pesquisadora a
inserção no meio científico.
Outrossim, é pertinente frisar que a pesquisa, mediante as propostas
realizadas com os produtos, corrobora com mudanças na prática.

60

Embora tenham surgido muitos resultados, o TACC em questão não esgota o
conteúdo, visto que algumas questões não foram contempladas. Por isso, os dados
podem ser utilizados para a construção de novos estudos, principalmente para ver a
percepção dos outros atores envolvidos na integração ensino-serviço, visando ao
aperfeiçoamento do programa de residência e, consequentemente, trazendo
benefícios para a sociedade.

61

REFERÊNCIAS GERAIS
ALVES, L. A. et al. Service-learning integration process: successful experience in
providing oral care to the community. ABCS health sci, v.16, n. 2, p. 235-238,
2012.
ANTUNES, J. M.; DAHER, D. V.; FERRARI, F. M. Preceptoria como lócus de
aprendizagem e de coprodução de conhecimento. Revista de Enfermagem - UFPE
online, Recife, v.11, n.10, p.3741-3748, out. 2017.
BEKER, K. K.; FELICIANO, A. B.; MACHADO, M. L. T. Atuação como apoiadores
em saúde: reflexões sobre a formação na residência multiprofissional. Tempus,
actas de saúde coletiva, Brasília, v.10, n.4, p. 151-169, dez. 2016.
BITTENCOURT, G. M. B. Papel do preceptor na formação dos graduandos de
odontologia. 2018. 126 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino na Saúde)
– Universidade Federal de Alagoas. Faculdade de Medicina. Programa de PósGraduação em Ensino na Saúde, Maceió, 2018.
BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Comissão Nacional de Residência
Multiprofissional em Saúde. Resolução no 2 de 13 de abril de 2012. Dispõe sobre
Diretrizes Gerais para os Programas de Residência Multiprofissional e em
Profissional de Saúde. Diário Oficial da União, nº 73, Seção 1: 24-25, abr. 2012.
CALEMAN, G. et al. Projeto aplicativo: termos de referência. 1. ed. 1. reimpr. —
São Paulo: Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa; Ministério da Saúde, 2016.
54 p.
CARVALHO, Y. M.; CECCIM, R. B. Formação e educação em saúde: aprendizados
com a saúde coletiva. In: CAMPOS, G. W. S. (org.) et al. Tratado de Saúde
Coletiva. São Paulo: Hucitec/FIOCRUZ, p. 137-170, 2015.
CRUZ, E. N. N.; CARRIJO, A. R. Processo de Educação Permanente em um
Hospital Público: Percepção de Enfermeiros Gestores Revista Saúde e
Desenvolvimento. Revista Saúde e Movimento, v.11, n. 6, p. 122-136, jan. / mar.
2017.
CUNHA, L. S.; SILVA, R. P.; ALCÂNTARA, B. S. Um estudo sobre a importância da
dinâmica de grupo nos processos de ensino aprendizagem de professores. Revista
eletrônica, Brasília, 2017. Disponível em: <
http://revistaeletronica1.hospedagemdesites.ws/revistaeletronicarh/pasta_upload/arti
gos/a33.pdf>. Acesso em: 09 jan. 2020.
KHALAF, D. K. et al. Teaching-service integration: building the pedagogical
workshop in health. Revista Brasileira de Enfermagem, v.72, n. 2, p. 375-82, 2019.
DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0008. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003471672019000200375>. Acesso em 14 de novembro de 2019.

62

KLOH, D. et al. The principle of integrality of care in the political-pedagogical projects
of nursing programs. Revista Latino-americana de Enfermagem, v. 22, n. 4, p.
693-700, 2014. Disponível em: <http://dx.doi. org/10.1590/0104-1169.3381.2469>.
Acesso em 10 dez. 2019.
KNUPP M. R. M. et al. Cuidados humanizados: a inserção de enfermeiras
obstétricas em um hospital de ensino. Revista Brasileira de Enfermagem, vol. 69,
núm. 6, nov. / dez., 2016, p. 1091-1098.
LACERDA, L. C. A.; TELES, R. B. A.; OMENA, C. M. B. Estágio supervisionado:
percepção do preceptor sobre o processo de ensino-aprendizagem em um hospital
de ensino. Programa de Pós-graduação Educação: Currículo PUC/SP. Revista eCurriculum, São Paulo, v.17, n.2, p. 574-591 abr./jun. 2019 e-ISSN: 1809-3876.
Disponível em: <http://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum>. Acesso em: 15 dez.
2019.
LEÃO, S. S. A interdisciplinaridade na residência multiprofissional de uma
universidade federal do Nordeste: à óptica dos residentes. 2019. 125 f.
Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino na Saúde) – Universidade Federal de
Alagoas. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ensino na
Saúde, Maceió, 2019.
LIMA, V. V. Currículo integrado. In: OLIVEIRA, M.S. et. al. Preceptoria no SUS:
caderno do curso 2017. São Paulo: Hospital Sírio Libanês; Ministério da Saúde,
2017.
LOPES, C. R. Residência multiprofissional em saúde: a integração ensinoserviço no processo. 2018. 117 f. Dissertação de mestrado - Universidade Federal
de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem, Florianópolis, 2018.
MELLO, A. L. et al. Integração ensino-serviço na formação de residentes
multiprofissionais de saúde: concepção de docentes. Revista de enfermagem da
UERJ, Rio de Janeiro, v. 27, 2019.
MELO, A. Política de educação permanente. Proposta de integração ensinoserviço: olhar da gestão da educação na saúde. In: I WORKSHOP DE
QUALIFICAÇÃO DE TÉCNICOS DE ENFERMAGEM PARA REDE DE ATENÇÃO
ONCOLÓGICA. Set. 2010. Slides. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/olhar_do_gestor_da_educacao_par
te_2.pdf>. Acesso em 05 nov. 2019.
NISHIO, E. A. Série Gestão em enfermagem. Educação Permanente em
Enfermagem - A Evolução da Educação continuada. São Paulo: Ed. Elsevier, 42 p.
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OLIVEIRA, E. B. et al. Fatores intervenientes na formação de enfermeiros
residentes: visão de egressos de um programa de residência. REME – Revista

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OLIVEIRA, J. M. Os sentidos de ser preceptor nas experiências da integração
ensino-serviço-comunidade de um município do nordeste brasileiro: desafios a
educação na saúde. 2016. 116 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde da
Família), Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Natal, 2016.
OLIVEIRA, M. S. et al. Preceptoria no SUS: caderno do curso 2017. São Paulo:
Hospital Sírio Libanês; Ministério da Saúde, 2017.
PEREIRA, A. L. F.; NICÁCIO, M. C. Formação e inserção profissional das egressas
do curso de residência em enfermagem obstétrica. Revista de enfermagem da
UERJ, Rio de Janeiro, v. 22, n. 1, p. 50-56, jan. / fev. 2014.
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para a análise de relatos de experiência escritos. In: X CONGRESSO NACIONAL
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https://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5664_4029.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2019.
RIBEIRO, K. R. B. Residência em saúde: saberes do preceptor no processo de
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de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis - SC, 2015.
SANTOS, A. S. et al. Análise Do Processo Formativo De Uma Residência De
Enfermagem Em Terapia Intensiva. Revista baiana de enfermagem, v. 31, n. 4, p.
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Revista Ciência em Extensão, v.13, n.1, p. 176-189, 2017.
SOARES, S. M. B; FERREIRA, H.C. A formação de profissionais de saúde e a
violência no âmbito do território da unidade de saúde da família: uma análise das
práticas profissionais. Revista Pró-UniverSUS, v. 08, n. 2, p. 148-152, jul. / dez.
2017.
SOUZA E. F. D.; SILVA, A.M. G.; SILVA, A. I. L. F. Metodologias ativas na
graduação em enfermagem: um enfoque na atenção ao idoso. Revista Brasileira
de Enfermagem, Brasília, v. 71, supl. 2, p. 920-924, 2018.
STAHISCHIMIDT, A. P. M. Integralidade, construção e socialização de
conhecimentos no contexto da educação permanente e atuação de profissionais da
área de saúde. Interface. v.4, n. 2, p. 819-827, 2012.
TAVARES, K. F. A.; FARIAS, S. N. P.; SOUZA, N. V. D. O. Produção científica sobre
a ocorrência de Síndrome de Burnout em residentes de enfermagem: revisão

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jun. 2016.
VENDRUSCOLO, C.; PRADO, M. L.; KLEBA, M. E. Integração Ensino-Serviço no
âmbito do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde.
Ciência&Saúde Coletiva, v. 21, n. 9, p. 2949-2960, 2016. DOI: 10.1590/141381232015219.12742015.
ZANONI, C. S. et al. Contribuições da residência em enfermagem na atuação
profissional de egressos. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 36,
n.1, p. 215-224, ago. 2015.

65

APÊNDICE A - Instrumento de Coleta (Roteiro para entrevista com residentes)
Iniciais
Ano da residência

( ) R1

Fez outra residência

SIM( ) NÃO, se afirmativo qual programa
( ) Entre 18-24 anos ( ) Entre 25-30 anos ( ) Entre 31-40
anos
( ) Entre 41-50 anos ( ) Não desejo responder
1. Cis- ( ) Mulher ( ) Homem
2. Trans - ( ) Mulher ( ) Homem
3. Outros ( ) ___________________
4. ( ) Não desejo responder

IDADE

GÊNERO

Tempo de formado

( ) R2

( ) 1-5anos ( ) 5-10anos( ) mais de 10 anos

Hospital responsável
pela executora
4. As ações de integração ensino serviço
• Você acha que existem aspectos positivos do seu programa de residência? Se
sim quais?
• Você acha que existem aspectos que precisam melhorar no seu programa de
residência?
• Como você analisa o processo de integração dos seus preceptores com a
instituição formadora?
5. Identificar como se desenvolve os processos ensino-aprendizagem
• Como você acha que ocorre o seu processo de ensino-aprendizagem?
• Como você acha que ocorre processo de aprendizagem teórico/pratico durante
a residência?
6. Analisar como ocorre o processo de formação
• Você acha que os preceptores recebem apoio para capacitação profissional?
• Você acha que os preceptores recebem apoio para formação de
ensino/didática para se tornarem preceptores?
• Como você avaliaria o Programa de Residência de Enfermagem obstétrica?

66

APÊNDICE B - Avaliação da oficina: Planejar para fortalecer a integração
ensino-serviço no Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica

Como você avalia a oficina quanto a organização?
( ) Péssima ( )Ruim

( )Regular

( )Boa

( )Ótima

Como você avalia a oficina quanto ao convite para participar?
( ) Péssima ( )Ruim

( )Regular

( )Boa

( )Ótima

Como você avalia a oficina quanto ao tema?
( ) Péssima ( )Ruim

( )Regular

( )Boa

( )Ótima

Como você avalia a oficina quanto ao Local e Horário?
( ) Péssima ( )Ruim

( )Regular

( )Boa

( )Ótima

Como você avalia a oficina quanto a facilitadora?
( ) Péssima ( )Ruim

( )Regular

( )Boa

( )Ótima

Você tem sugestões para que possa melhorar a oficina?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Você tem sugestões para que possa melhorar o programa de residência e que possam
ser trabalhados como temas de próximas oficinas?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

67

APÊNDICE C - Lista de frequência da oficina: Planejar para fortalecer a
integração ensino-serviço no Programa de Residência em Enfermagem
Obstétrica

68

ANEXO A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

69

ANEXO B – Parecer consubstanciado do CEP

70

DADOS DA EMENDA Título da Pesquisa: O PROGRAMA DE RESIDÊNCIA DE
ENFERMAGEM OBSTÉTRICA: NA PERSPECTIVA DOS RESIDENTES
Pesquisador: Danielle Belmira Ferraz Figueiredo
Área
Temática: Versão:
2 CAAE:
06343519.7.0000.5013 Instituição
Proponente: Faculdade de Medicina da UFAL Patrocinador Principal:
Financiamento Próprio
DADOS DO PARECER
Número do Parecer: 3.375.642
Apresentação do Projeto:
Os cursos na saúde têm investido em profissionais que proponham mudanças dos
modelos de atenção em saúde, com inovações no processo ensino-aprendizagem,
que contribua com uma formação crítico-reflexiva. Nesse processo são ofertados
cursos de especialização nos moldes de Cursos de Residência. A enfermagem foi a
segunda profissão a adotar Programas de Especialização nessa modalidade. Nessa
formação a preceptoria tem o papel de facilitador sendo responsável pelo
acompanhamento do desempenho teórico-práticas. Porém, as equipes podem não
estar preparadas para receber esses profissionais, de acordo com as propostas da
residência, sendo esse um desafio alcançar os objetivos do programa. Assim, é
imprescindível a realização de planejamentos articulados entre os programas e os
serviços que recebem esses residentes. Nesse contexto, a instituição formadora tem
papel crucial na formação de preceptores, oportunizando o processo de ensino e de
aprendizagem, oferecendo atualização nas áreas específicas. Com o processo de
interiorização da saúde surgiram novos programas de residência,que requerem
avaliação da implantação para melhoria. Este estudo tem objetivo compreender a
visão dos residentes quanto a implementação do Programa de Residência em
Enfermagem Obstétrica no interior de PE. Onde será realizada uma pesquisa
documental e exploratória, descritiva estruturado em uma abordagem qualitativa, no
Programa de Residência de Enfermagem obstétrica situado nas três maternidades
regionais do interior de Pernambuco através de entrevistas realizadas após
agendamento e disponibilidade dos participantes, no período de fevereiro de 2019 a
junho de
Endereço: Av. Lourival Melo Mota, s/n - Campus A . C. Simões, Bairro: Cidade
Universitária CEP: 57.072-900 UF: AL Município: MACEIO Telefone: (82)32141041 E-mail: comitedeeticaufal@gmail.com
Página 01 de 05
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Continuação do Parecer: 3.375.642

71

2019, mediante um instrumento estruturado para a caracterização dos participantes e
um roteiro contendo questões sobre o ambiente, as condições de trabalho e
percepção dos residentes acerca dos fatores que interferem na formação, cujas
respostas serão gravadas em meio digital. As respostas gravadas nas entrevistas dos
residentes serão transcritas na íntegra, será realizado a análise de conteúdo de
Bardin, auxiliado pelo uso do programa Atlas.ti.
Objetivo da Pesquisa:
Objetivo geral
Compreender a percepção dos residentes quanto a implementação do Programa de
Residência de Enfermagem obstétrica nos hospitais públicos do interior de PE.
Objetivo Específicos
-Conhecer o percurso histórico da implantação do programa de residência em
enfermagem obstétrica no interior de PE.
-Verificar se existe e quais são as ações de integração ensino-serviço.
-Identificar como se desenvolve os processos ensino-aprendizagem durante a
residência em enfermagem obstétrica.
-Analisar como corre o processo de formação dos preceptores.
Avaliação dos Riscos e Benefícios:
O estudo trará benefícios, para enfermeiros-preceptores, para os usuários do serviço,
para o programa de Residência em Enfermagem Obstétrica e para as instituições
vinculadas, com o conhecimento sobre o funcionamento da residência com
contribuição das atividades dos rodízios e para a assistência subsidiando estratégias
para aprimorando o processo de ensino-aprendizagem. Os riscos decorrentes da
entrevista incluem constrangimento, cansaço, sensação de perda de tempo, que será
minimizado através da descrição e sigilo ético do entrevistador, bem como o
agendamento prévio atendendo as necessidades de disponibilidade do participante,
de forma a não causar prejuízo para as atividades diárias e as folgas. Mesmo diante
dessas precauções, caso ainda ocorra alguns dos riscos acima citados, o entrevistado
contará com o suporte da
Endereço: Av. Lourival Melo Mota, s/n - Campus A . C. Simões, Bairro: Cidade
Universitária CEP: 57.072-900 UF: AL Município: MACEIO Telefone: (82)32141041 E-mail: comitedeeticaufal@gmail.com
Página 02 de 05
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Continuação do Parecer: 3.375.642
pesquisadora para remarcar ou suspender, e em caso de quebra de sigilo, os dados
do participante serão descartados.
Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:
O projeto atendeu as correções solicitadas pelo comitê estando apto para o
desenvolvimento.
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:
Os termos apresentados estão em conformidade com o solicitado na plataforma.
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
Protocolo atende as recomendações éticas.
Considerações Finais a critério do CEP:
Protocolo Aprovado Prezado (a) Pesquisador (a), lembre-se que, segundo a Res.
CNS 466/12 e sua complementar 510/2016: O participante da pesquisa tem a
liberdade de recusar-se a participar ou de retirar seu consentimento em qualquer fase

72

da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado e deve receber
cópia do TCLE, na íntegra, por ele assinado, a não ser em estudo com autorização de
declínio; V.Sa. deve desenvolver a pesquisa conforme delineada no protocolo
aprovado e descontinuar o estudo somente após análise das razões da
descontinuidade por este CEP, exceto quando perceber risco ou dano não previsto ao
sujeito participante ou quando constatar a superioridade de regime oferecido a um dos
grupos da pesquisa que requeiram ação imediata; O CEP deve ser imediatamente
informado de todos os fatos relevantes que alterem o curso normal do estudo. É
responsabilidade do pesquisador assegurar medidas imediatas adequadas a evento
adverso ocorrido e enviar notificação a este CEP e, em casos pertinentes, à ANVISA;
Eventuais modificações ou emendas ao protocolo devem ser apresentadas ao CEP
de forma clara e sucinta, identificando a parte do protocolo a ser modificada e suas
justificativas. Em caso de projetos do Grupo I ou II apresentados anteriormente à
ANVISA, o pesquisador ou patrocinador deve enviá-las também à mesma, junto com
o parecer aprovatório do CEP, para serem juntadas ao protocolo inicial; Seus
relatórios parciais e final devem ser apresentados a este CEP, inicialmente após o
prazo determinado no seu cronograma e ao término do estudo. A falta de envio de,
pelo menos, o relatório final da pesquisa implicará em não recebimento de um próximo
protocolo de pesquisa de vossa autoria.
Endereço: Av. Lourival Melo Mota, s/n - Campus A . C. Simões, Bairro: Cidade
Universitária CEP: 57.072-900 UF: AL Município: MACEIO Telefone: (82)32141041 E-mail: comitedeeticaufal@gmail.com
Página 03 de 05
Continuação do Parecer: 3.375.642
O cronograma previsto para a pesquisa será executado caso o projeto seja
APROVADO pelo Sistema CEP/CONEP, conforme Carta Circular no.
061/2012/CONEP/CNS/GB/MS (Brasília-DF, 04 de maio de 2012).
Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:
Tipo
Documento
Informações
Básicas
do
Projeto
Projeto
Detalhado
/
Brochura
Investigador
TCLE /
Termos de
Assentimento /
Justificativa de
Ausência

Arquivo

Postagem

PB_INFORMAÇÕE
S_BÁSICAS_1311
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projetodaniellemest
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Danielle Belmira Ferraz
Figueiredo

Aceito

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Danielle Belmira Ferraz
Figueiredo

Aceito

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Danielle Belmira Ferraz
Figueiredo
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Figueiredo
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Outros

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Outros

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Outros
Outros

responsabilidadefa
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Autor

Situação
Aceito

Aceito
Aceito
Aceito
Aceito

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autorizacaodedepoi
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declaracaopsicolog
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Danielle Belmira Ferraz
Figueiredo
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Figueiredo

Declaração de
Instituição e
Infraestrutura

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Danielle Belmira Ferraz
Figueiredo

Cronograma

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Orçamento

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Danielle Belmira Ferraz
Figueiredo
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Figueiredo
Danielle Belmira Ferraz
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Danielle Belmira Ferraz
Figueiredo

Outros
Outros

Parecer
Anterior
Folha de
Rosto

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folhaderostoassina
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Aceito
Aceito
Aceito
Aceito
Aceito
Aceito
Aceito

Situação do Parecer:
Endereço: Av. Lourival Melo Mota, s/n - Campus A . C. Simões, Bairro: Cidade
Universitária CEP: 57.072-900 UF: AL Município: MACEIO Telefone: (82)32141041 E-mail: comitedeeticaufal@gmail.com
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Continuação do Parecer: 3.375.642
O cronograma previsto para a pesquisa será executado caso o projeto seja
APROVADO pelo Sistema CEP/CONEP, conforme Carta Circular no.
061/2012/CONEP/CNS/GB/MS (Brasília-DF, 04 de maio de 2012).
Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:
Situação do Parecer:
Endereço: Av. Lourival Melo Mota, s/n - Campus A . C. Simões, Bairro: Cidade
Universitária CEP: 57.072-900 UF: AL Município: MACEIO Telefone: (82)32141041 E-mail: comitedeeticaufal@gmail.com
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Continuação do Parecer: 3.375.642
Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:
Não
MACEIO, 06 de Junho de 2019
Assinado por:
Luciana Santana (Coordenador(a))
Endereço: Av. Lourival Melo Mota, s/n - Campus A . C. Simões, Bairro: Cidade
Universitária CEP: 57.072-900 UF: AL Município: MACEIO Telefone: (82)32141041 E-mail: comitedeeticaufal@gmail.com
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ANEXO C - Autorização institucional para realização da pesquisa

74

ANEXO D – Comprovante de entrega do relatório técnico-científico da oficina

75

Foi enviado, via e-mail, o relatório técnico-científico para a coordenadora do
Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica do interior de Pernambuco e ao
Núcleo de Educação Permanente do hospital em que aconteceu a oficina.