SIMONE MARIA VASCONCELOS AMORIM
CUIDADORES INFORMAIS DE IDOSOS DEPENDENTES ACAMADOS E DOMICILIADOS: CONHECIMENTO ACERCA DA SAÚDE BUCAL
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE MEDICINA
MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA
SIMONE MARIA VASCONCELOS AMORIM
CUIDADORES INFORMAIS DE IDOSOS DEPENDENTES ACAMADOS E
DOMICILIADOS: CONHECIMENTO ACERCA DA SAÚDE BUCAL
Maceió / 2024
SIMONE MARIA VASCONCELOS AMORIM
CUIDADORES INFORMAIS DE IDOSOS DEPENDENTES ACAMADOS E
DOMICILIADOS: CONHECIMENTO ACERCA DA SAÚDE BUCAL
Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso de Mestrado
Profissional apresentado ao Programa de Pós-Graduação
em Saúde da Família da Universidade Federal de Alagoas
– Faculdade de Medicina, como requisito para conclusão
do Mestrado Profissional em Saúde da Família
(PROFSAÚDE Turma 4).
Orientadora: Profª. Drª. Josineide Francisco Sampaio
Coorientador(a):
Profª.
Drª.
Priscila
Nunes
de
Vasconcelos
Linha de Pesquisa: Educação em Saúde: Tendências
contemporâneas da educação, competências e estratégias
de formação profissional
Maceió / 2024
Dedico este trabalho aos meus pais, que com tanto amor
me ensinaram a importância do estudo, dedicação e
comprometimento, valores que carrego comigo como
pilares de vida. E aos meus filhos, que mesmo tão
pequenos me apoiaram e incentivaram, e sem dúvidas, são
minha maior fonte de força e de inspiração.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, à Deus, que me agraciou com essa oportunidade. Só Ele sabe o quanto
almejava e a importância que este mestrado teve em minha vida. Costumo dizer que este
mestrado me salvou de mim e Ele entende o que quero dizer.
Às minhas orientadoras, Professoras Drª Josineide Sampaio Francisco e Priscila Nunes
de Vasconcelos, que foram fundamentais nesse processo. Agradeço-as por além de me orientar,
acreditar no meu potencial quando muitas vezes eu mesma não enxergava. Agradeço às horas
dedicadas e a todo o acolhimento recebido.
À Profª Cristina Camelo e ao Prof. Michael Machado em especial, que me socorreram
ao longo da jornada, servindo de escuta ativa e me ofertando importante apoio, extensivo a todo
corpo o docente do PROFSAÙDE – UFAL, que compartilharam seus saberes e contribuíram
sobremaneira para que eu me tornasse uma profissional melhor.
À minha querida amiga Juliana Enders e à Profª Tereza Angélica, as primeiras a
acreditarem em meu projeto e sem as quais eu não teria sequer me inscrito na seleção.
À minha equipe e colegas da USF Rosane Collor, que me apoiaram e me deram ajuda
inestimável possibilitando a realização deste trabalho de forma mais fácil e fluída.
Às minhas amigas Miriam Simões e Carolina Gomes, nem tenho palavras para agradecêlas, amo-as.
A todos àqueles que me auxiliaram de alguma forma, meu muito obrigada.
E por fim, à minha família, a quem dediquei este trabalho, não poderia deixar de
agradecer também a compreensão em cada momento de ausência, e ao incentivo que sempre
me deram.
RESUMO
A população brasileira tem apresentado um envelhecimento acelerado, estando uma grande
parcela dessa população idosa acometida por problemas crônicos de saúde que resultam na
perda da capacidade de realizar as atividades básicas da vida diária, incluindo os cuidados em
saúde bucal, passando a necessitar de um cuidador para auxiliá-lo nessa tarefa. Partindo dessas
considerações, a presente dissertação objetivou compreender os saberes que os cuidadores
informais de idosos possuem sobre os cuidados em saúde bucal a serem realizados pelos idosos
dependentes acamados e domiciliados, residentes em uma área de abrangência da Estratégia
Saúde da Família (ESF) de uma capital nordestina. Trata-se de um estudo transversal, de caráter
descritivo e exploratório, com base metodológica na pesquisa qualitativa de abordagem
interpretativa. A coleta de dados foi realizada por meio de 20 entrevistas semiestruturadas e
analisadas através da análise de conteúdo de Bardin. A partir da análise, foram determinadas
três categorias: “Compreensão sobre saúde bucal”, “Práticas de saúde bucal” e “Interesse e
disponibilidade em receber orientações sobre os cuidados em saúde bucal”. Os resultados da
pesquisa sugerem que os cuidadores possuem pouca compreensão sobre o tema da saúde bucal,
enfrentando diversos obstáculos em seu cotidiano de cuidado que dificultam a manutenção do
bom estado de saúde bucal dos idosos assistidos, desde a falta de conhecimento acerca das
técnicas corretas de higiene bucal e prótese, dificuldade de manejo e sobrecarga dos cuidadores.
Os cuidadores não possuem orientação adequada e em geral enfrentam a falta de acesso as
informações. Estes resultados estão apresentados sob a forma de artigo a ser posteriormente
publicado. Além do artigo do TCM, foi publicado um artigo de revisão bibliométrico e um
artigo de relato de experiência já aceito para publicação. Para minimizar a problemática
identificada na pesquisa, no processo de desenvolvimento desse estudo foram produzidos dois
produtos técnicos: um processo formativo através da Educação Permanente em Saúde a fim de
qualificar a rede odontológica do Município de Maceió, e o projeto para elaboração de vídeos
educacionais, a fim de orientar e instrumentalizar os cuidadores de idosos, a ser disponibilizado
na internet, ampliando o acesso à informação.
Palavras-chave: Cuidadores. Idoso. Saúde Bucal. Educação em Saúde.
ABSTRACT
The Brazilian population has presented an accelerated aging, with a substantial part of this
elderly population affected by chronic health problems that result in the loss of the ability to
perform the basic activities of daily living, including oral health care, requiring a caregiver to
help him in this task. Based on these considerations, the present dissertation aimed to understand
the knowledge that informal caregivers of the elderly have about oral health care to be
performed by bedridden and domiciled dependent elderly, living in an area covered by the
Family Health Strategy (FHS) of a northeastern capital. This is a cross-sectional study, of
descriptive and exploratory character, with a methodological basis and qualitative research with
an interpretative approach. Data collection was conducted through a semi-structured interview
and analyzed through Bardin's content analysis. From the analysis, three categories were
determined: "Understanding of oral health", "Oral health practices" and "Interest and
availability to receive guidance on oral health care". The results of the research suggest that
caregivers have little understanding of the topic of oral health, facing several obstacles in their
daily care that make it difficult to maintain the good oral health status of the elderly assisted,
from the lack of knowledge about the correct techniques of oral hygiene and prosthesis,
difficulty in handling and overload of caregivers. Caregivers do not have adequate guidance and
face a lack of access to information. These results are presented in the form of an article to be
published later. In addition to the TCM article, a bibliometric review article and an experience
report article were published that were already accepted for publication. To minimize the
problem identified in the research, in the process of developing this research, two technical
products were produced: a training process that through Permanent Education in Health to
qualify the dental network of the Municipality of Maceio, and the project for the elaboration of
educational videos, to guide and equip caregivers of the elderly, to be made available on the
internet, expanding access to information.
Keywords: Caregivers. Aged. Oral Health. Health education.
LISTA DE SIGLAS
ABVD
Atividades Básicas de Vida Diária
AIVD
Atividades Instrumentais de Vida Diária
AL
Alagoas
APS
Atenção Primária à Saúde
AVD
Atividades de Vida Diária
BNCC
Base Nacional Comum Curricular
CEP
Comitê de Ética em Pesquisas
DCNT
Doenças Crônicas Não Transmissíveis
ELSI-Brasil
Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros
eAP
Equipe de Atenção Primária
e-MULTI
Equipe Multiprofissional
EPS
Educação Permanente em Saúde
ESB
Equipe de Saúde Bucal
ESF
Equipe de Saúde da Família
IADHB
Índice de Atividade Diária de Higiene Bucal
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICOPE
Programa de Atenção Integrada para a Pessoa Idosa
IDH
Índice de Desenvolvimento Humano
ILPI
Instituição de Longa Permanência para Idosos
LAL
Instituto Lado a Lado
MS
Ministério da Saúde
OMS
Organização Mundial de Saúde
ONU
Organização das Nações Unidas
OPAS
Organização Pan-Americana de Saúde
OPS
Organización Panamericana de la Salud
PEC/ e-SUS
Prontuário Eletrônico do Cidadão
PIDESC
Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos Sociais e
Culturais
PNSPI
Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
PROEX
Pró-Reitoria de Extensão
PROEXT-PG
Programa de Extensão da Educação Superior na Pós-
Graduação
PROPEP
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
PSF
Programa Saúde da Família
PTT
Produto técnico/tecnológico
RAS
Rede de Atenção à Saúde
RCLE
Registro de Consentimento Livre e Esclarecido
SAD
Serviço de Atendimento Domiciliar
SECOM
Secretaria de Comunicação de Maceió
SMS
Secretaria de Saúde de Maceió
SUS
Sistema Único de Saúde
TCM
Trabalho de Conclusão de Mestrado
UFAL
Universidade Federal de Alagoas
USF
Unidade de Saúde da Família
WHO
World Health Organization
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO………………….. .........................................................................................10
2. REVISÃO DE LITERATURA……………………………………………………………...12
3. OBJETIVOS………………… ................................................................................................19
3.1 Objetivo Geral……………………… .......................................................................................19
3.2 Objetivos específicos……………… .........................................................................................19
4. MÉTODO……………………. ....................................................................................………20
4.1 Tipo de estudo/delineamento. ....................................................................................................20
4.2 Local do estudo………………………......................................................................................20
4.3 Participantes do estudo……………. ........................................................................................... 21
4.4 Critérios para inclusão e exclusão ..............................................................................................21
4.5 Coleta dos dados…………………. ..........................................................................................21
4.6 Análise dos dados………………. .............................................................................................23
4.7 Aspectos éticos…………………… ..........................................................................................24
5. RESULTADOS ……………………………………………………………………………...24
5.1 Artigo Científico ……………………………………………………………………………...25
5.2 Artigo (Produto Bibliográfico)….…………………………………………………………….44
5.3 Artigo (Produto Bibliográfico)………………………………………………………………..53
5.4 Produto Técnico (Processo Formativo)…………………..………….……………………….67
5.5 Produto Técnico (Material Didático)…..………………………………………………….......85
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS DO TCM………...………………………………………….92
7. REFERÊNCIAS GERAIS ……………………………………………………………….…93
APÊNDICE 1………………………………………………………………………………100
APÊNDICE2………………………………………………………………….......………...104
ANEXO A………………………………………………………………………………….…66
ANEXO B…………………………………………………………………………………….81
ANEXO C…………………………………………………………………………………….82
ANEXO D………………………………………………………………………………….....83
ANEXO E…………………………………………………………………………………….84
ANEXO F……………………………………………………………………...…………...106
ANEXO G…………………………………………………………………………………..107
10
1. INTRODUÇÃO
Embora o envelhecimento populacional possa ser considerado, globalmente, como uma
grande conquista da humanidade, esse novo perfil demográfico constitui um grande desafio,
pois implica na concomitante transição do perfil epidemiológico de morbimortalidade, com
mudança no padrão de doenças, principalmente o aumento de enfermidades crônicas
e
incapacitantes (Silva et al., 2021), as quais podem acarretar em limitações na vida cotidiana dos
idosos, e consequente perda da capacidade de realizar atividades diárias básicas, de forma
autônoma e independente, além de resultar em dificuldade de locomoção e acesso aos serviços
de saúde (Da Cunha Gomes et al., 2019).
A falta de autonomia percebida faz com que os idosos geralmente apresentem a higiene
bucal deficiente, fato que resulta em diversos transtornos para saúde do paciente, não só a nível
local como também em repercussões sistêmicas de doenças locais e até mesmo nutricionais,
relacionados a perda da capacidade mastigatória e de alimentação. Tudo isso leva a uma
diminuição da qualidade de vida do idoso (Barbosa, 2021b).
Grande parte dos idosos não consegue manter bons níveis de higiene bucal ou de suas
próteses, precisando assim, de um cuidador para auxiliá-lo nessa tarefa. Estes cuidadores podem
possuir formação profissional e ser contratado pela família (cuidador formal), porém, em muitos
casos, este cuidado é realizado por um membro da família (seja filho, sobrinho, esposa(o) ou
outra pessoa que resida junto ao idoso, configurando o cuidador informal, o qual não recebe
nenhuma qualificação para exercer a função de cuidar (Moraes; Cohen, 2021).
A população brasileira tem apresentado um envelhecimento acelerado, com aumento
expressivo na expectativa de vida. As projeções populacionais da ONU divulgada em 2019,
apontam que o processo de envelhecimento populacional no Brasil deve alcançar a marca de
72,4 milhões de habitantes acima de 60 anos em 2100, atingindo impressionante percentual de
40,1% da população brasileira total (Alves, 2019).
Porém, esse envelhecer nem sempre está acompanhado de um processo saudável, e
com o passar dos anos, os problemas crônicos apresentados por essa parcela da populaçãoirá
impactar diretamente nos cofres públicos, dados do Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos
Brasileiros, o ELSI- Brasil, apontam que, 75,3% dos idosos brasileiros dependem
exclusivamente dos serviços prestados no Sistema Único de Saúde, SUS (Penido, 2018) o que
faz com que a atenção às questões relacionadas ao envelhecimento e aos modos de intervir no
processo saúde/doença do idoso ganhem ainda mais importância devido aos impactos sociais e
econômicos dessas demandas (Silva et al., 2021), impactos estes que, em se tratando de saúde
11
pública, podem ser minimizados através da atuação na promoção da saúde, ressaltando-se as
atividades de educação em saúde bucal para o paciente e seu cuidador (Moraes; Cohen, 2021).
O atual modelo de transição demográfica e o crescente aumento da população de idosos
no Brasil e no mundo, nos permite portanto, compreender o movimento contínuo em torno da
expansão do conhecimento sobre a saúde do idoso, o qual apresenta novos desafios para a
construção de uma atenção odontológica de qualidade e adequada a esta realidade (Marchi et
al., 2021).
No SUS, a assistência e monitoramento da saúde da pessoa idosa tem seu foco na
Atenção Primária à Saúde (APS) (Silva et al., 2021), também responsável pelo acesso de
primeiro contato dos usuários, e onde estudos já identificaram dentre os idosos assistidos pela
APS a dependência de terceiros para os cuidados bucais, porém, sem que haja garantia de que
tais cuidados sejam prestados de modo consistente, no domicílio, sugerindo uma situação de
vulnerabilidade dos mesmos (Oliveira et al., 2021).
Quando se trata da qualidade de vida dos idosos dependentes, um dos grandes desafios
consiste justamente na oferta de um cuidado de qualidade, sendo para isso, fundamental que se
promova a capacitação e orientação adequadas aos cuidadores de idosos, principalmente os
informais (familiares) com relação à saúde bucal, que constitui parte essencial na saúde integral
do indivíduo (Barbosa et al., 2021b; Oliveira et al., 2023), bem como é de extrema importância
as visitas domiciliares de profissionais que os supervisionem e capacitem.
Os processos organizacionais da APS são influenciados pelas diferentes realidades,
visando a definição de problemas, prioridades e necessidades da comunidade, considerando as
especificidades locais (Silva et al., 2021), porém, poucos estudos têm se dedicado a traçar o
perfil desse cuidador informal, suas necessidades e conhecimentos, principalmente quando se
trata da região Nordeste. A escassa literatura encontrada sobre o tema nos permite dizer que
existe uma lacuna nessa área (Dos Santos Araujo, 2020).
E é a partir deste contexto que emerge a pergunta que norteia o presente trabalho de
conclusão de mestrado: Quais saberes os cuidadores informais de idosos possuem sobre as
questões relacionadas à saúde bucal?
12
2. REVISÃO DE LITERATURA
A diminuição da taxa de fecundidade associada ao aumento da expectativa de vida da
população tem resultado no processo de transição demográfica percebido a nível mundial, onde
se observa o incremento tanto em números relativos como em números absolutos da população
idosa (acima de 60 anos). De acordo com a OMS, em 2050, a proporção da população global
com mais de 60 anos deve praticamente dobrar, ultrapassando pela primeira vez a faixa
populacional entre 0-19 anos.
Nos países mais desenvolvidos da Europa e da América do Norte, essa transição iniciouse no final do século XIX, se estendendo durante o século XX, porém os países em
desenvolvimento da América Latina, Caribe e Ásia têm experienciado esse mesmo processo de
forma acelerada, desde meados do século XX (OPAS, 2020; OPS, 2023; Mrejen; Nunes;
Giacomin, 2023), e enquanto países como Reino Unido, França e Estados Unidos levaram em
média 75 anos para que a população idosa passasse de 10% para 20%, no Brasil, projeta-se que
essa mudança ocorra em apenas 25 anos, de 2010 a 2035 (Mrejen; Nunes; Giacomin, 2023).
Os dados do IBGE (2018), indicavam que a população brasileira nos últimos anos vinha
mantendo a tendência do envelhecimento, superando a marca dos 30,2 milhões em 2017, o que
corresponde a um crescimento de 18% se comparado aos dados de 2012 (que era de
aproximadamente 25,4 milhões) e os dados mais recentes apontam que a população brasileira
idosa acima de 60 anos cresceu cerca de 56% comparado a 2010 (IBGE, 2022).
Esse movimento de transição demográfica é passível de ser observado nas diferentes
regiões do território nacional, inclusive na região do Nordeste brasileiro, onde está situado
Município de Maceió, capital do Estado de Alagoas (AL), local onde o presente estudo foi
realizado, e que tem na mudança de perfil demográfico uma das principais alterações estruturais
percebidas nas últimas décadas, conforme pode ser visualizado na fig. 1, na qual através do
comparativo das pirâmides etárias do Município nos anos de 1991 e 2016, pode ser observado o
alargamento do topo e estreitamento da base da pirâmide, indicando o envelhecimento da
população em consonância com a tendência nacional (Maceió, 2017). Segundo o Censo do
IBGE de 2022, Maceió possui uma população total de 957.916 habitantes, dos quais 128.553
são idosos, o que representa 13,42% da população maceioense (IBGE, 2022).
13
Figura 01
– Comparativo das pirâmides populacionais. Maceió/AL, 1991 a 2016
Fonte: DATASUS. Processamento: CASS/ SMS-Maceió-AL. Disponível no Plano Municipal de Saúde de
Maceió, 2017 atualizado em 2023.
O envelhecimento populacional se apresenta então, como uma consequência direta desse
processo de transição demográfica, refletindo no surgimento de novas demandas e necessidades
por parte dessa parcela cada vez mais expressiva da população e, por conseguinte, acarretando
em novos desafios principalmente nos campos da previdência (uma vez que gera aumento dos
gastos previdenciários com pensão e aposentadoria, além de estar associado a uma maior
dificuldade de arrecadação de recursos requeridos) e da saúde, haja vista que a modificação do
perfildemográfico está atrelado a mudança do perfil de morbimortalidade, principalmente pelo
aumento da incidência das Doenças Crônicas Não Transmissíveis - DCNT (OPAS, 2020;
Mrejen; Nunes; Giacomin, 2023).
No Brasil, estudos realizados pelo ELSI – Brasil, 2018, apontam que quase 70% dos
idosos possuem alguma doença crônica, sendo que 29,8% possuem 2 ou mais como diabetes,
hipertensão ou artrite. Além disso, grande parte dos idosos apresentam dificuldade de
locomoção e de acesso aos serviços de saúde. Esse novo cenário exige que o sistema de saúde
(SUS) reorganize o seu modelo assistencial, de modo a garantir o acesso à atenção integral, com
foco nas necessidades da pessoa idosa (OPAS, 2020).
Considerando o contexto acima exposto, em 2006 foi regulamentada a Política Nacional
de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), cujo objetivo é assegurar os direitos da população idosa no
Brasil, focando um dos principais problemas que acometem os idosos – a perda da capacidade
14
física e mental na realização de atividades rotineiras e básicas para a vida diária – buscando
dessa forma, promover a autonomia, integração e participação efetiva do idoso na sociedade
(Brasil, 2006).
Anteriormente, no ano de 2005, a Declaração de Liverpool já trazia a determinação da
obrigação do Estado em assegurar acesso a cuidados primários em saúde bucal, enfatizando
fortalecer a promoção e prevenção da saúde bucal de pessoas idosas visando o combate as
iniquidades, e ainda traz uma provocação para inclusão de políticas de saúde bucal como
componente imprescindível para a qualidade de vida e bem-estar (Martínez; Albuquerque,
2017).
Em seu Relatório Mundial sobre Envelhecimento e Saúde a OMS define envelhecimento
saudável como sendo “o processo de desenvolvimento e manutençãoda capacidade funcional que
permite o bem-estar na idade avançada”, portanto, a funcionalidade deve ser considerada um
dos marcadores de saúde em idosos, uma vez que a relação entre manutenção da autonomia e
independência está intimamente relacionada a qualidade de vida dos idosos (Brasil, 2018).
Mais recentemente, em maio de 2020, baseada em orientações anteriores da Organização
Mundial da Saúde (OMS) incluindo a Estratégia Global da OMS sobre Envelhecimento e Saúde,
no Plano de Ação Internacional das Nações Unidas para o Envelhecimento e os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável da Agenda das Nações Unidas 2030. (OPAS, 2022), a Assembleia
Geral da ONU declarou 2021-2030 a Década para um Envelhecimento Saudável como principal
estratégia para alcançar e apoiar ações para construir uma sociedade para todas as idades (OPAS,
2021). Essas políticas públicas são primordiais para atender as necessidades dessa parcela da
população, haja vista que, viver por mais tempo significa, em grande parte, lidar com questões
de saúde acumulados durante a velhice (OPAS, 2021).
O próprio processo fisiológico de envelhecimento, associado ao aumento da incidência
de problemas crônicos de saúde nos idosos, leva muitos destes indivíduos a apresentar
limitações na vida cotidiana e a perda da capacidade de realizar atividades diárias básicas, que
antes eram consideradas de simples execução de forma autônoma e independente (Bonfá et al.,
2017; Da Cunha Gomes et al., 2019).
No que se refere a preservação da autonomia e independência das pessoas idosas, alguns
aspectos precisam ser considerados: as atividades básicas de vida diária (ABVD) e as atividades
instrumentais da vida diária (AIVD). Enquanto as ABVD se reportam as atividades relacionadas
ao autocuidado (como o alimentar-se, vestir- se, os cuidados com higiene pessoal e higiene
bucal), sendo avaliadas pelo índice de Katz, as AIVD relacionam-se as atividades que
proporcionam autonomia e independência, como a administração das próprias finanças ou de
15
medicamentos, por exemplo, e são avaliadas pelas escalas de Lawton Brody (Leal et al., 2020).
Isto posto, quanto maior o grau de dependência, maior dificuldade este idoso irá apresentar para
executar as ABVD (Mrejen; Nunes; Giacomin, 2023).
A perda da capacidade de realizar as ABVD indica um declínio funcional, tais limitações
fazem com que estes idosos apresentem uma higiene bucal deficiente e consequentemente a
saúde bucal precarizada, trazendo diversos transtornos para a saúde do paciente não só a nível
local como também em repercussões sistêmicas de doenças locais e até mesmo nutricionais,
relacionados a perda da capacidade mastigatória e de alimentação provocando uma diminuição
da qualidade de vida do idoso. A higiene bucal deficiente resulta ainda numa maior prevalência
de problemas periodontais e cáries rampantes, além do aumento da microbiota oral,
principalmente relacionadas às doenças periodontais (Barbosa et al., 2021), e que por sua vez,
pode resultar na aspiração silenciosa de saliva contendo alto índice de micróbios orais,
considerada uma causa de pneumonia aspirativa, que é uma das principais causas de morte entre
idosos (Ryu; Ueda; Sakurai, 2021).
Entretanto, segundo relatório publicado pela OMS sobre envelhecimento e saúde,
embora a saúde bucal represente uma área decisiva, geralmente é negligenciada quando se pensa
em envelhecimento saudável (Moraes e Cohen, 2021). Uma vez que o envelhecimento está
associado à maior prevalência de limitações funcionais, as mesmas podem levar o idoso há um
quadro de dependência (incapacidade e vulnerabilidade), demandando a necessidade de que
outros indivíduos o ajudem a realizar as ABVD, sendo então necessário o auxílio de um
cuidador para fornecer, entre outros cuidados, a higiene bucal de forma eficaz (Ryu; Ueda;
Sakurai, 2021; Leal et al., 2020; Mrejen; Nunes; Giacomin, 2023).
Segundo a OPAS (2020), a perda da capacidade intrínseca e da habilidade funcional
consiste em um padrão decorrente do processo de envelhecimento, principalmente quando
associadas as doenças de base, podendo ser dividido em três períodos: o primeiro é um período
onde a capacidade se mantém relativamente alta e estável, o segundo período, onde já começa
a haver um declínio da capacidade e, posteriormente, um período de perda significativa da
capacidade e habilidades funcionais, sendo este último período caracterizado pela dependência
de cuidados.
Esse cuidado pode vir a ser ofertado por um cuidador formal, descrito como aquele que
é remunerado pelos serviços prestados e estando apto a reconhecer e diferenciar as
necessidades do idoso assistido e sendo capaz de lidar com doenças e sintomas relacionados
(cognitivos ou sociais), assim como auxiliar nas atividades diárias, ou por um cuidador informal
(também denominado cuidador familiar), geralmente uma pessoa da família ou da comunidade,
16
que pode ou não receber remuneração para prestar os cuidados aos idosos com limitações físicas
ou mentais, sem contudo estar necessariamente capacitado para tal função (Dos Santos Araújo
et al., 2020; De Lacerda et al., 2021). Para este estudo, a conceituação de cuidador informal
adotada é a de Sousa et al. (2024), que define: “Chama-se cuidado informal aquele que não é
remunerado e é prestado por familiares, amigos ou voluntários.”
Cotidianamente, o domicílio é visto como o ambiente de escolha para oferecer os
cuidados ao idoso, principalmente aqueles com menor poder socioeconômico, sendo assim, a
família acaba por assumir para si o papel de cuidador, obedecendo em geral alguns padrões que
são reflexo das dinâmicas familiares encontradas com mais frequência na sociedade atual, que
sejam:
parentesco
(mais
frequentemente
o
cônjuge, seguido de filhos), gênero
(predominantemente feminino), proximidade física (geralmente quem reside com o idoso
dependente) e proximidade afetiva (que em geral segue o padrão do parentesco, ou seja, relação
conjugal precedendo a relação pais - filhos) (Orso, 2008; Trad, 2014).
Em pesquisa realizada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL, 2021), chama a
atenção para o fato de estarmos diante de uma geração de idosos cuidando de idosos (seis em cada
dez cuidadores familiares têm pelo menos 50 anos e quase 30% estão na casa dos 60 ou mais).
Esse estudo corrobora ainda a predominância das mulheres como cuidadoras, e que o principal
motivo para assumir a função de cuidador foi a falta de condição financeira para arcar com os
custos de um cuidador profissional (90% dos entrevistados). Outro ponto que merece destaque
é que apenas 5% dos cuidadores familiares entrevistados fizeram curso de cuidador profissional,
em contrapartida, o estudo revela que os cuidadores anseiam por conhecimento e orientação.
Com o avançar da idade, a limitação funcional é acentuada, principalmente após os 70
anos, aumentando a necessidade da ajuda do cuidador (Leal et al., 2020). Oliveira et al. (2021),
identificaram que os idosos dependentes domiciliados em geral apresentam precária condição
de saúde bucal tais como: lesões de cárie não tratadas, mobilidade dental, restos radiculares e
biofilme, o que sugere que a dependência de terceiros para realização dos cuidados bucais está
relacionada à falta de garantia desses cuidados de forma consistente no âmbito domiciliar,
levando a situação de vulnerabilidade dos mesmos.
O conhecimento sobre o processo correto de higiene bucal e de próteses é indispensável
para a manutenção da saúde bucal do idoso (Barbosa et al., 2021b). Um dos maiores desafios
na busca da melhoria da qualidade de vida dos idosos dependentes é oferecer o cuidado
adequado e um dos fatores primordiais para se alcançar esse objetivo é oferecer capacitação e
orientação aos seus cuidadores quanto à saúde bucal, que constitui parte essencial na saúde geral
do indivíduo (Da Cunha Gomes et al., 2019), recomendação reforçada pela OPAS, no manual do
17
ICOPE (OPAS, 2020), onde ressalta que os cuidadores precisam receber informações básicas
sobre as condições de saúde da pessoa idosa assistida e treinamento a fim de desenvolver as
habilidades práticas necessárias para um cuidado de qualidade.
No Brasil, o Ministério da Saúde, publicou em 2018 as Orientações Técnicas para a
Implementação de Linha de Cuidado para Atenção Integral à Saúde da Pessoa Idosa no Sistema
Único de Saúde – SUS, onde dispõe que a abordagem a saúde do idoso não deve se restringir a
um grupo de doenças e agravos, mas principalmente, a limitação funcional, e o nível de
dependência de familiares ou de outros cuidadores para o exercício de suas atividades de vida,
reforça a responsabilidade da APS como principal nível assistencial para essa demanda e
enfatiza a necessidade de se promover a educação permanente dos profissionais da Rede de
Atenção à Saúde (RAS) (Brasil, 2018).
Recentemente, em 23 de dezembro de 2024, foi sancionada a Lei nº 15.069/2024, que
institui a Política Nacional de Cuidados, tendo as pessoas idosas que necessitam de assistência
para executar as ABVD como um dos grupos prioritários e visa garantir o acesso ao cuidado
adequado, de forma integrada e inclusiva, devendo ser a responsabilidade, compartilhada entre
Estado, famílias, setor privado e sociedade civil (Brasil, 2024).
No âmbito da saúde pública, a prevenção e promoção de saúde estão diretamente
associadas à Atenção Primária em Saúde (APS), pois a mesma se apresenta como a principal
porta de entrada para o Sistema Público de Saúde. Da mesma forma, não há como se pensar em
APS sem evidenciar a importância da Estratégia Saúde da Família (ESF), haja vista que, de
acordo com o Ministério da Saúde, a ESF constitui a tática prioritária nacional de qualificação
da APS (Brasil, 2017).
Inicialmente denominado Programa Saúde da Família (PSF), o PSF foi criado em 1994
pelo Ministério da Saúde com a finalidade de reorganizar o modelo assistencial de saúde e
garantir as diretrizes norteadoras do SUS, a partir, principalmente, da ampliação do acesso. Em
1997, o PSF foi reformulado, aumentando sua governabilidade clínica e passou a ser chamado
de Estratégia Saúde da Família, e vem com a proposta de alterar as práticas pautadas na
biomedicina, imprimindo agora um modelo mais amplo de cuidado, centrado não mais na
doença, e sim na pessoa, família e comunidade (Oliveira et al., 2022).
Assim, o profissional de saúde que atua na ESF representa um elo fundamental, cujo
potencial se fortalece através do vínculo estabelecido com a comunidade e em se tratando de
idosos domiciliados e acamados, o atendimento domiciliar se torna uma via indispensável para
garantir os preceitos norteadores doSUS, tais como da universalidade, integralidade e equidade
de acesso aos serviços de saúde (Bonfá, 2017; Moraes; Cohen, 2021).
18
A atividade de cuidar requer além de conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades,
e, dentro desse contexto, o cuidador familiar precisa estar apto a lidar com as mudanças que
ocorrem na vida do idoso e se adaptar a elas. Considerando que, as estimativas futuras apontam
para o aumento da faixa populacional de idosos no Brasil, torna-se claro a necessidade de
reconhecer e atender às necessidades dos cuidadores de idosos, por meio dos profissionais da
ESF (Floriano et al., 2012), sendo esta inclusive, parte integrante das diretrizes do Programa de
Atenção Integrada para as Pessoas Idosas (ICOPE), ao orientar a implementação de
intervenções de apoio aos cuidadores, entre eles, o acesso a treinamento (OPAS, 2020).
A presença da Equipe de Saúde Bucal (ESB) como parte integrante das ESF, instituída
pelo Ministério da Saúde através da portaria nº 1.444/2000, se faz imprescindível para o
atendimento dessa demanda, principalmente pelas atribuições desenvolvidas dentro da
Estratégia: assistência domiciliar, orientação de higiene bucal e tratamento clínico do idoso
dentre outros. Ao mesmo tempo em que existe a urgente necessidade de atividades de educação
em saúde bucal para o paciente e seu cuidador familiar, há uma evidente carência de cursos e
programas de capacitação e orientação dos mesmos abertos à comunidade. Esses fatores podem
ser amenizados a partir da atuação eficiente das ESB no próprio domicílio, através da educação
em saúde (Da Cunha Gomes, 2019; Moraes; Cohen, 2021).
19
3. OBJETIVOS
3.1. OBJETIVO GERAL
•
Compreender os saberes que os cuidadores informais de idosos possuem sobre os cuidados em
saúde bucal.
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
•
Identificar o que os cuidadores informais de idosos compreendem por saúde bucal.
•
Conhecer as práticas em saúde bucal realizadas pelos cuidadores informais nos idosos por eles
assistidos.
•
Compreender as dificuldades enfrentadas pelos cuidadores de idosos informais para realizar as
ações de cuidado em saúde bucal de maneira adequada.
•
Desenvolver produtos técnicos que atendam as necessidades identificadas pela pesquisa.
20
4. MÉTODO
4.1. TIPO DE ESTUDO
O presente trabalho teve como proposta metodológica o desenvolvimento de um estudo
com delineamento transversal, de caráter descritivo e exploratório, tendo em vista que o intuito
é conhecer os saberes dos cuidadores informais a partir de seus entendimentos e vivências no
cotidiano do cuidado sem intervir durante a pesquisa (Bonita; Beaglehole; Kjellström, 2010). A
base metodológica utilizada foi a pesquisa qualitativa de abordagem interpretativa, permitindo
assim buscar o sentido dos discursos produzidos relacionando com a literatura com o objetivo
de responder o problema de pesquisa (Maia, 2020) .
4.2. LOCAL DO ESTUDO
O Município de Maceió, capital do Estado de Alagoas, possui a população idosa
estimada de 128.553 habitantes (13,42% da população total) segundo o IBGE (2022).
De acordo com dados secundários fornecidos pela Coordenação de Saúde do Idoso do
Município de Maceió, extraído do CAD-SUS em 23 jul. 2024, 2.406 (4,93%) destes idosos
encontram-se domiciliados e 669 (1,37%) acamados, podendo esse número ser bem maior
devido ao alto índice de subnotificação, conforme alerta da própria Coordenação de Saúde do
Idoso, a qual estima que esse número pode atingir índices alarmantes, haja vista que cerca de
23.764 idosos não contêm identificação da atual situação de vulnerabilidade.
Neste município encontra-se o Bairro do Clima Bom, pertencente ao 7º Distrito Sanitário
e um dos mais populosos de Maceió, compreendendo 8 USF, dentre elas, a USF Rosane Collor,
composta por 3 ESF, tendo como território de atuação o Conjunto Colibri, Conjunto Rosane
Collor e o Colina 2.
O presente estudo foi realizado na comunidade do Colina 2, situada no território adscrito
pela Equipe 29 da USF Rosane Collor, da qual a presente autora faz parte integrante como
odontóloga da Equipe e possui uma população de 4156 cadastrados, dentre os quais, 462 (196
homens - 266 mulheres) são idosos com 60 anos de idade ou mais, correspondendo a 11,11%
da população total, de acordo com dados colhidos no PEC/ e- SUS, dentre os quais cerca de
7,57%, é formada por idosos dependentes (4 acamados e 30 domiciliados), necessitando da
presença de um cuidador para realização das atividades básicas da vida diária (ABVD).
A comunidade da Colina 2, é marcada pelo alto nível de vulnerabilidade social, com alto
21
índice de violência devido a presença de tráfico de drogas. Cerca de metade da população
sobrevive com renda mensal de até um salário mínimo (apenas 420 recebem 2 salários ou mais).
Das 2185 moradias do território, apesar de todas estarem localizadas na área urbana,
praticamente metade dos domicílios tem o escoamento dos banheiros realizado via fossa
rudimentar (50,29%) e mais da metade (58,39%) das moradias não tem acesso a água tratada
para consumo. Essa condição de vulnerabilidade social resulta no aumento da fragilização da
saúde dos idosos (Trad, 2014).
A coleta de dados foi realizada no período entre abril e maio de 2024.
4.3. PARTICIPANTES DO ESTUDO
A pesquisa foi realizada com 20 cuidadores informais de idosos dependentes acamados
e domiciliados, residentes na área do Colina 2, sob responsabilidade da equipe 029, da USF
Rosane Collor, que concordaram em participar do presente estudo. O critério de elegibilidade
para participação do estudo seguiu os parâmetros: indivíduos autodeclarados cuidadores
principais dos idosos classificados com grau de dependência moderada ou muito dependentes,
após avaliação de categorização preconizadas pelo Index de Katz e vinculados a equipe Colina
2, que exercem a função por um período mínimo de seis meses e aceitaram participar da
pesquisa após aceite do RCLE.
Ressalta-se que, embora a amostra seja representada por 20 (vinte) cuidadores, o total
de idosos dependentes, em algum nível, por eles assistidos contabiliza 22 (vinte e dois). A
diferença é justificada pelo fato de dois cuidadores relatarem ser os cuidadores principais de
dois idosos cada.
4.4. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
A amostra foi composta pelos cuidadores informais de idosos com 60 anos ou mais, tendo
como base a participação de forma ativa e rotineira das práticas de cuidado do idoso dependente
há pelo menos seis meses, em que o idoso assistido resida em área de cobertura da Equipe Colina
2 e vinculado a ESF da USF Rosane Collor.
Sendo o idoso considerado dependente após confirmação realizada a partir da avaliação
da funcionalidade, utilizando para isto o Índex de Independência nas Atividades de Vida Diária
(AVD), de Katz modificado (Lacerda et al., 2021) (Anexos F e G), que foi realizado previamente
à coleta de dados.
22
Como critério de exclusão a recusa em participar do estudo e incapacidade em responder
a entrevista.
4.5. COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi realizada durante os meses de abril e maio de 2024, através de
entrevista, com base em um roteiro semiestruturado, com questões fechadas e abertas, com a
finalidade de sistematizar o perfil do cuidador informal do idoso a partir das variáveis: sexo,
idade,escolaridade, grau de parentesco e tempo em que atua na função de cuidador e conhecer
o entendimento destes cuidadores informais sobre seu conhecimento acerca da saúde bucal, as
práticas de cuidados em saúde bucal desempenhadas pelos cuidadores e identificar as
dificuldades vivenciadas no cotidiano para realização de higiene bucal e das próteses dentárias
dos idosos dependentes assistidos (Apêndice 2). O roteiro estruturado foi elaborado com base
no referencial do estudo de Barbosa (2020).
Foi realizado um estudo piloto para adequação do instrumento, para tal, foram
entrevistados dois cuidadores de idosos dependentes com diferentes níveis de perda funcional,
residentes fora do território da ESF Colina 2, porém cadastrados em outra ESF da USF Rosane
Collor. Os participantes do estudo piloto não foram incluídos na amostra final.
A escolha da entrevista semiestruturada se baseou no entendimento de que essa
modalidade favorece aos participantes a liberdade e espontaneidade necessárias para se obter
informações, sendo considerado um momento rico de coleta de dados (Maia, 2020). A entrevista
foi realizada de forma individual, no domicílio, sob agendamento prévio e tendo a própria
pesquisadora como entrevistadora.
Inicialmente todos os participantes receberam os devidos esclarecimentos quanto as
implicações, riscos e benefícios de participar do estudo, mediante leitura conjunta do Registro
de Consentimento Livre e Esclarecido (RCLE), tendo o cuidado de sempre reiterar a não
obrigatoriedade de sua participação, bem como a garantia do anonimato. Àqueles que aceitaram
em participar, foi solicitado que assinassem o RCLE, assentindo que concordaram com todos
os itens dispostos.
As entrevistas foram realizadas em local reservado, no domicílio e livre de interferências
externas.
Os discursos produzidos durante a entrevista foram registrados em áudio, utilizando
gravador de voz de um aparelho celular disposto entre o entrevistador e o entrevistado.
Posteriormente o conteúdo linguístico foi transcrito em sua integralidade, tendo o cuidado de
substituir o nome dos participantes por um sistema de codificação alfanumérico onde cada
23
entrevistado recebeu um código conforme disposto a seguir:
•
Todos os códigos se iniciam com um número correspondente a ordem sequencial em que foi realizada
a entrevista (de 01 a 20);
•
Em seguida foi adicionada uma letra relacionada ao nível de dependência constatado após a avaliação
realizada conforme os critérios do Index de Katz, a ser A: Idosos independentes (sendo, portanto,
excluído da amostra); B: Idosos com dependência moderada e C: Idosos muito dependentes
(estes últimos incluídos na amostra final).
Apenas os pesquisadores envolvidos no projeto tiveram acesso aos conteúdos
produzidos, os quais posteriormente permaneceram guardados em local protegido, sob a posse
dos pesquisadores.
4.6. ANÁLISE DE DADOS
A análise dos dados coletados foi realizada de acordo com a técnica de análise de
conteúdo de Laurence Bardin, descrita por Maia (2020), onde o objeto de estudo é o registro em
si, presente em um texto, um documento, uma fala ou um vídeo.
Corresponde a um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza
procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens (Bardin, 1977)
e pode ser traduzida como um conjunto de procedimentos que conferem o rigor à análise
(através da organização, categorização e codificação) dos dados coletados por meio das
entrevistas de forma sistemática, com o intuito de descrever os dados coletados assertivamente,
viabilizando as conclusões ou afirmações pautadas no rigor científico, obedecendo a três polos
cronológicos: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados obtidos e
interpretação.
Na primeira etapa, denominada de pré-análise, foi realizada a leitura flutuante e
exaustiva dos questionários, com o intuito de aproximar a pesquisadora do conteúdo gerado
durante as entrevistas, sempre com o cuidado de retomar aos objetivos e hipóteses propostos
inicialmente na pesquisa. A partir dessa apropriação foi elaborado um quadro de sistematização
que auxiliou na execução da segunda etapa do processo de análise.
Durante a segunda etapa, a exploração do material, foi realizada a codificação dos textos
que iriam constituir o corpus da investigação, processo realizado em todas as entrevistas, onde
para cada questão ou seguimento de texto foi gerado um código que remetia a ideia central
apresentada (Unidade de Registro), podendo um novo código ser gerado a partir de uma nova
ideia central, ou repetindo-se um código pré-existente nos casos em que a ideia central remetia
24
a algo já codificado. Passada esta fase, as codificações foram reagrupadas a partir da
identificação e semelhança do núcleo central das ideias, sendo selecionadas trechos da fala dos
entrevistados (Unidades de Contexto) a fim de formar agrupamentos mais amplos ou categorias,
definidas a partir dos temas abordados nas entrevistas (Ávila, 2020).
Este processo de reagrupamento resultou no surgimento de três (03) categorias:
“Compreensão sobre saúde bucal”, “Práticas de saúde bucal” e “Interesse e disponibilidade em
receber orientações sobre os cuidados em saúde bucal”.
4.7. ASPECTOS ÉTICOS
Por se tratar de um estudo que envolve seres humanos, o presente estudo seguiu as
recomendações nº466/2012 e nº 510//2016 do Conselho Nacional de Saúde e foi submetido ao
Comitê de Ética e Pesquisa da UFAL, sendo aprovado sob o processo de nº
76643423.7.0000.5013 e parecer número sob o parecer de nº 6.743.309.
5. RESULTADOS
Os resultados dessa pesquisa serão apresentados a seguir, sob a forma de Artigo
Científico (item 5.1) e de Produtos Técnicos (5.4 e 5.5), ambos resultantes dos achados obtidos
a partir do desenvolvimento da Pesquisa de Trabalho de Conclusão do Curso de Mestrado
Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE).
Afora esses produtos acima dispostos, também foram produzidos dois artigos científicos
enquadrados no tipo produto bibliográfico (5.2 e 5.3), advindos de atividades executadas
durante as disciplinas do Curso de Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE).
25
5.1. ARTIGO CIENTÍFICO:
CUIDADORES INFORMAIS DE IDOSOS DEPENDENTES ACAMADOS E
DOMICILIADOS: CONHECIMENTO ACERCA DA SAÚDE BUCAL
RESUMO
O aumento da população idosa no Brasil tem gerado novas demandas de saúde, especialmente
em relação às doenças crônicas que afetam a funcionalidade dos idosos, dificultando a
realização das atividades básicas da vida diária, como os cuidados com a saúde bucal. Esse
cenário tem levado ao aumento da necessidade de cuidadores, muitas vezes informais, que, sem
preparo adequado, acabam negligenciando os cuidados necessários, resultando em condições
precárias de saúde bucal. O presente estudo teve como objetivo compreender o conhecimento
dos cuidadores informais de idosos dependentes sobre os cuidados de saúde bucal em uma área
adscrita da Estratégia Saúde da Família (ESF) de uma capital nordestina. Trata-se de uma
pesquisa transversal, descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa e interpretativa,
utilizando entrevistas semiestruturadas como instrumento de coleta de dados e analisadas a
partir da análise de conteúdo de Bardin. Os resultados evidenciaram que os cuidadores possuem
pouco conhecimento sobre cuidados de saúde bucal, o que compromete a higiene bucal dos
idosos sob sua responsabilidade, contribuindo para o agravamento de problemas bucais. O
estudo identificou a necessidade de qualificar os profissionais de saúde bucal da APS para que
possam implementar estratégias de educação em saúde bucal direcionada aos cuidadores
informais, com o objetivo de orientá-los e apoiá-los no desenvolvimento de práticas de higiene
bucal mais eficientes, além de orientar diretamente os cuidadores informais sobre as questões
que envolve a saúde bucal do idoso dependente através da elaboração de vídeos educacionais a
serem disponibilizados na internet, facilitando e ampliando o acesso à informação. Essas ações
podem melhorar a saúde bucal e, consequentemente, a qualidade de vida da população idosa,
além de promover a corresponsabilidade no cuidado da saúde dos idosos.
Palavras-chave: Cuidadores. Idoso. Saúde Bucal. Educação em Saúde.
ABSTRACT
The increase in the elderly population in Brazil has generated new health demands, especially
in relation to chronic diseases that affect the functionality of the elderly, making it difficult to
perform basic activities of daily Life, such as oral health care. This scenario has led to an
increase in the need for caregivers, often informal, who, without adequate preparation, end up
neglecting the necessary care, resulting in precarious oral health conditions. The present study
26
aimed to understand the knowledge of informal caregivers of dependent elderly people about
oral health care in an area covered by the Family Health Strategy (FHS) of a northeastern capital.
This is a cross-sectional, descriptive, and exploratory research, with a qualitative and
interpretative approach, using semi-structured interviews as a data collection instrument and
analyzed from Bardin's content analysis. The results showed that caregivers have little
knowledge about oral health care, which compromises the oral hygiene of the elderly under
their responsibility, contributing to the worsening of oral problems. The study identified the
need to include PHC oral health professionals so that they can implement oral health education
strategies aimed at informal caregivers, with the aim of guiding and supporting them in the
development of more efficient oral hygiene practices, in addition to directly guiding informal
caregivers on issues related to the oral health of dependent elderly individuals through the
creation of educational videos to be made available online, facilitating and expanding access to
information. These actions can improve oral health and, consequently, the quality of life of the
elderly population, in addition to promoting co-responsibility in the health care of the elderly.
Keywords: Caregivers. Aged. Oral Health. Health Education.
INTRODUÇÃO
Embora o envelhecimento populacional seja considerado globalmente como uma grande
conquista da humanidade, para os países em desenvolvimento como o Brasil, esse novo perfil
demográfico constitui um grande desafio, pois implica no surgimento de novas demandas de
saúde, uma vez que vem acompanhada de uma rápida transição do perfil epidemiológico de
morbimortalidade, com mudança no padrão de doenças, principalmente o aumento de
enfermidades crônicas e incapacitantes (Silva et al., 2021), as quais podem acarretar em
limitações na vida cotidiana dos idosos, e consequente perda da capacidade de realizar
atividades diárias básicas, de forma autônoma e independente, além de resultar em dificuldade
de locomoção e acesso aos serviços de saúde (Da Cunha Gomes et al., 2019).
Grande parte dos idosos não consegue manter bons níveis de higiene bucal ou de suas
próteses, precisando assim, de um cuidador para auxiliá-lo nessa tarefa. Estes cuidadores podem
possuir formação profissional e ser contratados pela família (cuidador formal), porém, em
muitos casos, este cuidado é realizado por um membro da família (seja filho, sobrinho, esposa(o)
ou outra pessoa que resida junto ao idoso, configurando o cuidador informal, o qual não recebe
nenhuma qualificação para exercer a função de cuidar (Moraes; Cohen, 2021).
Em pesquisa realizada pela FIOCRUZ denominada: Estudo Longitudinal de Saúde dos
Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), aponta que 75,3% dos idosos brasileiros dependem
27
exclusivamente dos serviços prestados no Sistema Único de Saúde, o SUS (Penido, 2018) o que
faz com que a atenção às questões relacionadas ao envelhecimento e aos modos de intervir no
processo saúde/doença do idoso ganhem ainda mais importância devido aos impactos sociais e
econômicos dessas demandas (Silva et al., 2021), impactos estes que, em se tratando de saúde
pública, podem ser minimizados através da atuação na promoção da saúde, ressaltando-se as
atividades de educação em saúde bucal para o paciente e seu cuidador (Moraes; Cohen, 2021).
Cotidianamente, o domicílio é visto como o ambiente de escolha para oferecer os
cuidados ao idoso, principalmente aqueles com menor poder socioeconômico. Tais famílias em
situação de vulnerabilidade socioeconômica nem sempre encontram-se preparadas para atender
de forma eficiente as necessidades dos idosos dependentes e a Atenção Primária à Saúde (APS),
como porta de entrada prioritária para o SUS, constitui importante ferramenta para trabalhar
esses fatores buscando minimizar as consequências para a saúde do idoso e combater as
iniquidades da assistência, atuando de forma integrada em todos os níveis de cuidado, incluindo
as ações de educação e promoção de saúde (Veras; Oliveira, 2018).
O aumento significativo do percentual de idosos dependentes no Brasil, de acordo com
Trad (2014), já se tornou uma questão de saúde pública, e diante da dimensão do país,
desconsiderar as diferenças de contextos socioeconômicos, culturais e demográficas em que os
cidadãos mais velhos estão inseridos é incorrer em um erro metodológico que pode resultar em
consequências desastrosas para o planejamento das ações de saúde.
Dessa forma, faz-se necessário a garantia de um modelo assistencial que contemple os
diversos tipos de demandas de cuidados a depender do nível de funcionalidade do idoso, tendo
como base um diagnóstico social em saúde a fim de atender as especificidades locais do
território de atuação (Duarte; Berzins; Giacomin, 2016).
Diante do exposto e da necessidade de subsidiar aos profissionais de saúde estratégias
mais eficazes para ofertar ações de educação e promoção de saúde mais resolutivas, este
trabalho objetivou compreender os saberes que os cuidadores informais de idosos possuem sobre
as questões relacionadas à saúde bucal.
MÉTODO
Trata-se de um estudo com delineamento transversal, de caráter descritivo e
exploratório, utilizando como base metodológica a pesquisa qualitativa de abordagem
interpretativa, realizado junto à comunidade da Colina 2, território adscrito de uma Equipe de
Saúde da Família (ESF) situada no Bairro do Clima Bom, Município de Maceió/AL. Foram
28
entrevistados cuidadores informais dos idosos dependentes residentes e vinculados a ESF, que
se identificaram como cuidadores principais dos idosos há um período mínimo de seis meses,
totalizando 20 cuidadores. A pesquisa foi realizada entre os meses de abr. e mai. de 2024, como
requisito do Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE /Polo UFAL).
A coleta de dados foi realizada tendo como instrumento a entrevista semiestruturada,
baseando-se no entendimento de que essa modalidade favorece aos participantes a liberdade e
espontaneidade necessárias para se obter informações, sendo considerado um momento rico de
coleta de dados (Maia, 2020). Previamente, foi realizado um estudo piloto para adequação do
instrumento de coleta de dados.
O roteiro semiestruturado continha questões fechadas e abertas, com a finalidade de
sistematizar o perfil do cuidador informal do idoso a partir das variáveis: sexo, idade,
escolaridade, grau de parentesco e tempo em que atua na função de cuidador e conhecer o
entendimento destes cuidadores informais sobre seu conhecimento acerca da saúde bucal, as
práticas de cuidados em saúde bucal desempenhadas pelos cuidadores e identificar as
dificuldades vivenciadas no cotidiano para realização de higiene bucal e das próteses dentárias
dos idosos dependentes assistidos e tendo sido elaborado com base no referencial do estudo de
Barbosa (2020).
A entrevista foi realizada de forma individual, no domicílio, tendo a própria pesquisadora
como entrevistadora e sob agendamento prévio.
Importante ressaltar que a coleta de dados foi realizada após a aprovação do Comitê de
Ética em Pesquisa (CEP), sob o processo de nº 76643423.7.0000.5013 e parecer de nº
6.743.309, e tendo o consentimento assentido após leitura e esclarecimentos do Registro de
Consentimento Livre e Esclarecido (RCLE), sempre ressaltando a não obrigatoriedade em
participar e o direito de interromper a participação a qualquer momento.
Após a transcrição na integra das entrevistas, os discursos produzidos foram trabalhados
a partir do método de análise de conteúdo de Laurence Bardin, descrita por Maia (2020), onde o
objeto de estudo é o registro em si, presente em um texto, um documento, uma fala ou um vídeo.
Este método pode ser traduzido como um conjunto de procedimentos que conferem o
rigor à análise (através da organização, categorização e codificação) dos dados coletados por
meio das entrevistas de forma sistemática, com o intuito de descrever os dados coletados
assertivamente, viabilizando as conclusões ou afirmações pautadas no rigor científico,
obedecendo três polos cronológicos: pré-análise, exploração do material e tratamento dos
resultados obtidos e interpretação.
Assim, após proceder com todas as etapas, o processo resultou no surgimento de três
29
(03) categorias: “Compreensão sobre saúde bucal”, “Práticas de saúde bucal” e “Interesse e
disponibilidade em receber orientações sobre os cuidados em saúde bucal”.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A observação do perfil da população de cuidadores informais entrevistados permite
caracterizá-los a partir das variáveis: sexo, idade, grau de instrução, estado civil, relação
cuidador/ idoso assistido e tempo como cuidador.
Com relação ao sexo, o estudo aponta que 19 (95%) da amostra pertence ao sexo
feminino, em detrimento a apenas 01 (5%) do sexo masculino. Esse dado é compatível com
estudos anteriores como os de Cadilha (2023), Da Cunha Gomes et al. (2019) e Barbosa (2020).
A predominância do sexo feminino visualizada reforça o padrão comportamental da sociedade
contemporânea, cabendo a mulher o papel de cuidar. A feminização do cuidado é a via de regra
mantida, delegando aos homens a assumir essa função apenas quando não há outra alternativa
(Souza et al., 2024; Trad, 2014).
Com relação a idade, 04 (20%) se encontram na faixa até 39 anos, 9 (45%) entre 40 e 59
anos e 07 (35%) dos cuidadores encontram-se acima dos 60 anos, ou seja, são idosos cuidando
de idosos. Tendência apontada nos estudos de LAL (2021), Barbosa (2020), Cadilha (2023),
que afirmam que à medida que a população envelhece, a parcela de cuidadores mais velho
também aumenta. Souza et al. (2021), alerta ainda ser esse um dado preocupante devido a
vulnerabilidade dos cuidadores idosos frente aos esforços despendidos com o cuidar de outrem.
Grau de instrução: Entre os entrevistados identificou-se 03 (15%) indivíduos
analfabetos, 12 (60%) com nível fundamental (60%) e 05 (15%) com ensino médio. O baixo
nível de escolaridade predominou no perfil dos cuidadores, dentre os quais 70% são analfabetos
ou tem apenas o ensino fundamental (incompletos ou completos). Esse achado é compatível
com o percebido por Cadilha (2023), porém se opõe ao encontrado por Da Cunha Gomes et al.
(2019) cujo estudo obteve um percentual de 55% dos cuidadores com ensino médio completo,
porém cabe ressaltar que este último estudo foi realizado no Distrito Federal, cujo IDH diverge
do cenário onde o presente trabalho foi realizado. O perfil de vulnerabilidade social em que a
comunidade ora estudada se encontra inserida pode justificar este achado, sendo a baixa
escolaridade consequência direta do cenário local. Cabe ressaltar estudo que anterior evidencia
que quanto mais instruído o indivíduo, maior a facilidade de acesso aos serviços de saúde e
meios de prevenção, colaborando para melhor qualidade de vida (Freitas; Pinheiro; Lima, 2022).
Com relação ao estado civil, 12 (60%) são casados, 5 (25%) solteiros e 3 (15%) estão
30
inseridos em outras categorias (viúvos e separados). O fato de a maior parte da amostra ser
casada assemelha-se ao resultado do estudo de Da Cunha Gomes et al. ( 2019) que representou
70% do total pesquisado.
A relação cuidador/ idoso assistido da amostra é formada por 10 (50%) de filhos, 6
(30%) esposo (a) e 4 (20%) possuem relações diversas como neto(a) ou nora. A predominância
dos filhos (as) coincide com os dados obtidos por outros autores, que destacaram que a função
em geral é assumida pelas filhas, seguido de outros parentes que residem com o idoso, indicando
a existência de uma relação de reciprocidade do cuidado anteriormente recebido (Cadilha, 2023,
da Cunha Gomes et al., 2019 e Sousa et al., 2021). O Instituto LAL (2021) encontrou resultado
um pouco diferente, onde a maioria dos cuidadores era de cônjuges, seguido de filhos (as).
A totalidade dos cuidadores informais de idosos encontrados na comunidade são
representados por familiares, que em geral coabitam a residência, sendo metade dos cuidadores
compostos por filhos (as) seguido dos cônjuges ou os de maior proximidade (2 casos), sugerindo
a hipótese do vínculo afetivo e coabitação como principais fatores preditores para assumir a
função.
Torna-se pertinente apontar que uma cuidadora específica ocupou duas posições de
relação (neta e filha) pois a mesma é a cuidadora principal de dois idosos (pai e avô).
O tempo que o cuidador exerce essa função é representado por 1 cuidador (5%) que
referiu ter assumido o papel de cuidador principal entre 6 meses há 1 ano. No período acima de
1 ano até 05 anos encontramos 13 indivíduos representando 65% do total e 6 (30%) da amostra
total exerce o papel há mais de 6 anos. A maior parte, portanto, desempenha esta função entre
1 e 5 anos, achado similar ao apresentado por LAL (2021), cujo estudo apontou 70% dos
participantes, porém diverge do encontrado por da Cunha Gomes et al. (2019) segundo estudo
apontou que os cuidadores em sua maioria (68%) estavam na função há menos de um ano.
Outro fator observado foi o nível de independência dos idosos assistidos pelos
cuidadores participantes, de acordo com o Index de Katz modificado, ressalta-se que sete (07)
foram classificados com nível de dependência moderada, enquanto 15 (quinze) foram
classificados como muito dependentes para as ABVD. Mais uma vez ressaltando que o fato de
2 cuidadoras serem responsáveis principais de dois idosos dependentes cada, faz com que o
número de idosos avaliados (22) exceda o de cuidadores entrevistados (20).
No Brasil, o processo de envelhecimento populacional tem gerado o aumento do
quantitativo de idosos que não conseguem realizar as ABVD com autonomia. Esse fator tem
gerado uma demanda crescente que recai tradicionalmente sobre a família, a qual busca oferecer
a assistência necessária aos idosos (Trad, 2014). Sousa et al. (2021) afirmam que esse fenômeno
31
cultural se agudiza no contexto socioeconômico das famílias que residem em localidades com
baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), caso condizente com a realidade do território
onde o estudo foi realizado, onde a renda familiar média varia de meio a um salário-mínimo,
estando inseridos em uma área de vulnerabilidade social, com alto índice de violência e baixa
escolaridade.
Visando a melhor compreensão dos saberes que os cuidadores de idosos dependentes do
território estudado possuem acerca da temática envolvendo a saúde bucal, as narrativas
produzidas durante as entrevistas foram organizadas em três categorias: “Compreensão sobre
saúde bucal”, “Práticas de saúde bucal” e “Interesse e disponibilidade em receber orientações
sobre os cuidados em saúde bucal”.
Compreensão sobre Saúde Bucal
A primeira categoria versa sobre o que os cuidadores informais compreendem sobre
saúde bucal. A maioria dos cuidadores ao buscar definir saúde bucal utilizaram termos como
“limpeza”, “escovação” e “higiene bucal”.
“Bom, tem que almoçar, fazer a limpeza dos dentes, escovar, escovar a língua.
Cada refeição que fizer tem que escovar os dentes, manter a boca sempre
limpa, porque em primeiro lugar tem que ter a boca limpa, porque se não tiver
limpa, aí vai prejudicar tudo.” (8 C/C)
“O que eu penso de saúde “bocal” é ter os dentes e escovar. Escovar durante o
dia e ter os dentes saudável, e mais outras coisas. Ter os dentes saudável, é
isso?” (4 C).
As falas produzidas permitem observar que a maior parte dos cuidadores entendem
saúde e higiene bucal como algo indissociável, o que também foi observado nos estudos de
Moraes e Cohen (2021), além de apontar que alguns entrevistados também vincularam saúde
com higiene bucal. Essa associação traz consigo um sentimento de responsabilidade e culpa
pelo estado apresentado, na medida em que estabelece uma relação direta entre saúde e
comportamento individual.
Alguns cuidadores correlacionaram a saúde bucal a ausência de doença ou dor, ao passo
que outros associaram a saúde bucal à presença de dentes, relacionando este fator a
funcionalidade, estética e bem-estar. No entanto, quatro dos entrevistados não souberam
responder.
“É problema ‘nos dente’? Que não tem muita saúde. Se doer por acaso, se tiver
massa, se tiver outros problemas, aí a pessoa tem que ter outros cuidados e
procurar um médico.” (20 C).
32
“É, é tudo. Saúde bucal é tudo mesmo. Sei nem responder...” (17 C).
Esta associação entre o conceito de saúde diretamente relacionado a ausência de doença
também esteve muito presente no relato apresentado no estudo de Moraes e Cohen (2021).
Os discursos apresentados nesta categoria sugerem que os cuidadores não possuem uma
compreensão clara sobre o conceito de saúde bucal, em contraponto a afirmativa de Silva et al.
(2021), cujo estudo, realizado por meio de uma revisão integrativa, concluiu que os cuidadores
de idosos compreendiam bem o que é saúde bucal.
A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1946) define a saúde como um estado integral
de bem-estar físico, mental e social, e a correta compreensão do conceito de saúde bucal, sua
importância e implicações são preponderantes para gerar uma mudança comportamental mais
efetiva, incorporando hábitos que resultem na melhoria da saúde bucal dos idosos dependentes.
Agostini (2018) afirma que apenas a motivação através da conscientização e da educação do
indivíduo é capaz de levá-lo a exercer ativamente seu papel no tocante à prevenção de doenças,
alterando o cenário e diminuindo os problemas de saúde da população.
A falas apresentadas de modo geral denotam a falta de um entendimento adequado sobre
a saúde bucal, o que pode acarretar prejuízos para a mesma. A partir do momento em que não
se possui uma compreensão do assunto, tem-se a tendência a negligenciar o mesmo, sendo um
dos possíveis determinantes para a precarização da saúde bucal apresentada na população de
idosos dependentes domiciliados no território onde a pesquisa foi desenvolvida. Essa tendência
foi evidenciada nas narrativas sobre quais e como são realizadas as práticas de saúde bucal e as
dificuldades enfrentadas pelos cuidadores informais descritas na categoria a seguir.
Práticas de higiene bucal
A segunda categoria discorre sobre as práticas de cuidados em higiene bucal realizadas
pelos cuidadores informais e seus idosos assistidos, incluindo as práticas de higiene e próteses
dentárias, modo e frequência com que são executadas, as dificuldades vivenciadas durante o
cotidiano de cuidados em higiene bucal junto aos idosos dependentes e as condutas adotadas
mediante a presença de alterações bucais nos idosos dependentes.
Ao serem questionados a respeito da realização de práticas de higiene bucal do idoso,
pouco mais da metade dos cuidadores afirmaram atuar ativamente nas atividades. O
aprofundamento na temática permite ainda dispor que, dentre os cuidadores que atuam nas
práticas de higiene bucal, os níveis de intervenção variam desde o preparo dos dispositivos,
33
supervisão e/ou orientação do idoso durante a higiene bucal até a assistência total (onde o
cuidador realiza todas as práticas de higiene no idoso).
“Não, eu dou a pasta para ele, a escova, para ele escovar os dentes dele.” (18 C).
“Isso, eu mesmo. Ele não faz só.” (1 C).
“Sim, eu boto um pano e fico limpando a língua dela.” (2 C).
Parte dos cuidadores afirmaram que os idosos executavam as práticas sozinhos, sendo
responsáveis pelo autocuidado em higiene bucal.
“Sim, a minha mãe, ela escova sozinha. Agora o meu pai depende de mim.” (8
C/C).
“Não, ele é quem escova os dentes dele, tudo é ele mesmo.” (19 B).
Uma parcela menor afirmou que nenhuma prática em higiene bucal era executada, e
apresentaram diversas justificativas como: o idoso não ter dente ou não permitir, ainda havendo
aqueles que julgavam não ser importante.
“Mulher, se lhe disser que ela escova os dentes, eu tô mentindo. Ela não
escova, porque ela não quer. E se eu for pegar e escovar a pulso, ela fica
batendo, me dando empurrão.” (16 C).
“É porque assim ela não tem nenhum dente na boca. Nenhum dente. Então só
de manhã que eu levo ela para tomar banho. Dou banho nela todos os dias,
como sempre. E como ela não tem dente, eu não cuido da boca dela. Eu não
vou estar mentindo.” (4 C).
Os relatos demostram que mais da metade dos cuidadores participam ativamente das
práticas em higiene bucal, diferenciando-se do estudo de Barbosa (2020), que identificou que a
maior parte dos cuidadores não realizavam tais cuidados e apontavam como justificativa que a
prática era realizada pelo próprio idoso.
O Ministério da Saúde (MS), em seu Guia de Cuidados para a Pessoa Idosa (BRASIL,
2021, p.32), afirma que se deve:
“Realizar a escovação dos dentes e da língua diariamente, sempre após as
refeições, a fim de evitar alterações na boca e desenvolvimento de cáries,
gengivite, tártaro ou outras inflamações na gengiva, língua ou dentes. [...]
Devemos passar pelo menos uma vez ao dia o fio dental entre os dentes, pois
isso auxilia na limpeza e evita o desenvolvimento de inflamações na boca’.
As práticas realizadas nos idosos dentados, em geral, consistem na escovação com creme
34
dental, aparecendo nas falas de 15 dos entrevistados. O uso do fio dental só foi referido por 03
dos cuidadores, ficando aquém do considerado adequado para uma higienização bucal efetiva.
Nos idosos edêntulos, os cuidadores relataram fazer uso de gaze ou pano com água para
limpeza da gengiva enquanto alguns disseram fazer apenas enxague com água ou enxaguante
bucal.
“Meu pai escova os dentes com creme dental, usa o enxaguante bucal também,
ele gosta de usar. Já o meu avô, como ele não tem dente, eu costumo usar o
enxaguante bucal. Somente. Ele lava a boca, coloco na boca dele. Peço para
ele cuspir, porque se não pedir para ele cuspir ele engole. Mas é, eu sempre
tenho que estar. Pode jogar fora vô. Não, engole. Aí ele joga fora. Já
costumamos usar o bochecho em casa, ninguém ensinou.” (11 B/C).
“Escovo e às vezes eu uso fio dental quando está muito sujo.” (13 C).
“Eu boto um pano, molho no enxaguante e fico limpando a língua dela.” (2 C).
A frequência da realização das práticas de higiene bucal varia de uma a duas vezes ao
dia, costumando ser feita durante o banho. Apenas 15% dos entrevistados relataram o hábito de
três realizações diárias. Resultado semelhante ao encontrado por Barbosa (2020), cujo estudo
demonstrou que a frequência mais comum era a de duas vezes ao dia.
No que concerne aos idosos que possuem próteses dentárias removíveis, todos os
cuidadores referiram realizar alguma prática de higiene das próteses, geralmente na mesma
frequência com que realizam as práticas de higiene bucal. A variação maior se apresenta na
forma como essa higiene é realizada: a maioria faz uso da escova e creme dental (se atentando
ao detalhe que a mesma escova é utilizada para limpeza tanto da prótese como da língua) ao
passo que alguns utilizam detergente e ainda há os que apenas lavam com água.
“Duas vezes. Todas as vezes que eu que eu faço a escovação dele eu limpo a
prótese com escova e detergente, a mesma escova que uso na boca dele.” (3
C).
”Ela tira, coloca num depósito com água e deixa lá. Aí de manhã, eu creio que
ela faz um enxague da chapa e coloca na boca. Só com água mesmo.” (9 B).
“Eu só escovo com creme dental e a escova. É como eu falei, assim que é na
hora da escovação do dente dela, principalmente no banho, no banho é que eu
faço uma higiene maior, mais completa.” (14 B).
As diferenças apontadas entre a frequência e método de higienização das próteses
sugestionam um possível reflexo da falta de conhecimento dos cuidadores com relação a esse
tema, haja vista os resultados de Faria (2022), em seu estudo realizado com pacientes da Clínica
da FORP-USP, traz que todos os entrevistados relataram utilizar o método mecânico para
35
higienização das próteses, porém, com a ressalva que todos também afirmaram ter recebido
orientação de profissional odontólogo nesse sentido.
Enquanto na presente pesquisa a maioria relata escovar de 1 a 2 vezes, um estudo
realizado na Paraíba (Paloma; Emilly, 2023) observou que a maioria dos pesquisados relatava
remover a prótese no período noturno e realizavam a higiene da prótese através da escovação
com creme dental, afirmando ainda a frequência de higiene de 3 vezes ao dia, em contraponto
o estudo desenvolvido por Da Cunha Gomes et al. (2019), no qual apontou que as próteses
dentárias, em geral, eram higienizadas apenas uma vez ao dia.
Cankaya, et al. (2020), em seu estudo, estabeleceu uma relação entre a frequência de
escovação e o bom nível de limpeza da prótese (entre os pacientes que escovavam uma vez ao
dia, 26,34% tinham um bom nível de limpeza da prótese; enquanto isso foi de 39,40% para
aqueles que escovam três vezes ao dia).
O Guia de Cuidados para a Pessoa Idosa (BRASIL, 2021), dispõe que se deve:
“Higienizar a prótese dentária (dentadura) após as refeições”. Fator que não ocorre na maioria
da população estudada.
As falas apresentadas pelos entrevistados permitiram também identificar as principais
dificuldades enfrentadas no cotidiano de cuidado em higiene bucal, sendo a falta de orientação
adequada um dos aspectos mais relevantes, na medida que incide diretamente na falta de
conhecimento e desenvolvimento de habilidades e competências necessários para uma higiene
bucal eficaz.
Além disso, foi observado que mais da metade dos participantes afirmaram nunca ter
recebido nenhum tipo de orientação prévia, realizando as ações conforme aprendizados
adquiridos na infância ou na prática diária. Alguns afirmaram replicar as ações observadas por
profissionais de saúde durante o período de internação hospitalar do idoso, ao passo que apenas
três cuidadores referiram ter recebido orientação de profissionais de saúde, quer seja odontólogo
ou profissional da enfermagem.
“Ah, no hospital. Quando ele ficou internado primeiro AVC e no segundo, eu
observei a enfermeira que cuidava e assim eu continuei em casa.” (13 C).
“Hum, foi no período assim, tipo que ele ficava muito internado nos hospitais.
[...] e também você já veio aqui em casa, eu não lembro. Mas a ACS já trouxe
uma dentista aqui em casa e ela também falou sobre esse negócio da gaze e
tudo.” (1 C).
“Eu aprendi com a própria educação dela, no meu desenvolvimento, do
crescimento.” (14 B).
36
“Para falar a verdade, eu não aprendi e nenhum lugar não. Aprendi na lei do
apulso mesmo, porque tem que ser eu e é eu e é eu mesmo [...].” (4 C).
A falta de orientação adequada desponta como um dos aspectos mais relevantes, na
medida que incide diretamente na falta de conhecimento e desenvolvimento de habilidades e
competências necessários para uma higiene bucal eficaz, reafirmando a fala de Sousa et al.
(2021) em sua alegação de que há uma ausência de suporte educacional e de treinamento para
ajudar, principalmente nos estádios iniciais do cuidado, particularmente nos casos que
envolvem comorbidades e sintomas mais complexos.
O pouco acesso as orientações adequadas sobre os cuidados com a higiene bucal são
compatíveis com os achados de Da Cunha Gomes et al. (2019), do Instituto LAL (2021) e de
Barbosa (2020), onde a quantidade de cuidadores que afirmaram possuir capacitação
direcionada oscilou entre 5 e 8,7%, dispondo ainda que a grande maioria do conhecimento foi
adquirido na prática de experiência de vida. Tais achados sugerem uma lacuna existente no que
se trata das ações de promoção e educação em saúde por parte dos profissionais inseridos na
APS conforme afirma Silva et al. (2021).
Ainda no tocante às dificuldades enfrentadas, os discursos produzidos elencaram fatores
como a resistência do idoso em realizar as práticas de higiene bucal, seja sozinho, seja pelo
cuidador. Essa resistência aparece sob a forma de termos como teimosia e agressividade.
Outro obstáculo apontado é a dificuldade de manejo devido as limitações motoras e/ou
cognitivas apresentadas pelo idoso assistido, em alguns casos, devido a transtornos como Mal
de Parkinson e Alzheimer. E por fim, a limitação do próprio cuidador, foi mencionado por um
dos entrevistados.
Importante frisar que tais dificuldades, por vezes, resultam na inexistência de qualquer
execução de prática de higiene bucal.
“Sim, ela me morde muito. Ela não tem dente, mas a gengiva dela me morde
que só.” (2 C).
“Tenho sim, tenho. Assim não é fácil, porque ela também tem uma certa
deficiência, então assim não é fácil. Fazer tem sim, um pouco de dificuldade.
Ela deixa, sim. Mas é assim como ela já é idosa... ficar muito tempo com a
boca aberta, até sentar... Esse tipo de coisa, aí entende?” (14 B).
“Nenhuma com o pai. Já o avô só essa é a dificuldade. A gente tem que estar
perto dele, botar na boca dele e pedir para ele jogar fora. Se não, ele engole.
Às vezes acontece. Às vezes, se não falar ele acaba em engolir, minha filha, o
enxaguante bucal.” (11 B/C).
“Por conta do Alzheimer. Aí ela fica agressiva.” (9 B).
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Ao tentar estabelecer uma relação entre as dificuldades descritas e o nível de
funcionalidade do idoso assistido, percebe-se que esta dificuldade aumenta significativamente
quando o idoso apresenta questões de perda da função cognitiva/motora resultantes de
patologias existentes como demência, Mal Parkinson, sequela de AVC, entre outros.
Barbosa (2020) explícita que a resistência e teimosia do idoso, expressadas, por vezes
através da agressividade, acarreta conflitos de convivência entre o idoso e o seu cuidador,
dificultando o processo de cuidar.
Afora os fatores acima citados, faz-se pertinente ressaltar que as baixas condições
socioeconômicas em que a população-alvo está inserida contribuem para a deficiência da
qualidade dos cuidados ofertados, como explicita o discurso do participante a seguir disposto:
“[...] então eu faço o máximo para cuidar dela, me preocupo muito minha vida
assim, é muito corrida. Como ela sabe mesmo que eu saio 2 horas para trabalhar,
chega 1 hora e meia da manhã todos os dias. Não é fácil cuidar dela. Não é fácil.
Ontem mesmo eu não dormi, ó, está ali. Você pode até ver aí um monte de fralda
que eu botei o saco ali para jogar no lixo, entendeu? Então é, está sendo muito
difícil para mim, muito mesmo. Tô cansada, estressada, porque quando você não
dorme bem, não é, e quando a gente não dorme bem, a gente se estressa com
tudo. Só que eu olho o lado dela e vejo que tem que ser eu que tenho que cuidar,
tem que ser eu. Eu corro atrás de fralda, corro no médico com ela. Pra tudo, para
tudo que você imaginar, tem que ser eu.” (4 C)
A limitação financeira aumenta a sobrecarga dos cuidadores fazendo com que muitos
precisem conciliar trabalho, afazeres domésticos e cuidados com filhos menores com os
cuidados ao idoso, resultando num somatório de escassez de tempo, despreparo e falta de rede
de apoio para os mesmos.
Essa sobrecarga de cuidados quase sempre realizados de forma solitária traz muitas
vezes, como consequência, a abnegação dos cuidadores de sua própria vida, renunciando a seus
costumes, valores e até mesmo o autocuidado para se dedicar quase exclusivamente ao idoso,
como discorre Barbosa (2020). Isso porque, apesar de representar um papel-chave no cuidado
de um parente, numa jornada diária extremamente desgastante, em geral, o cuidador tem suas
necessidades invisibilizadas, resultando em sofrimentos físico e emocionais (LAL, 2021).
Em relação às condutas mediante presença de alterações bucais nos idosos dependentes,
parte dos entrevistados relataram não saber o que faria, por nunca ter vivenciado a situação. Os
demais discursos se equilibraram entre os que praticam automedicação, autocuidado e a procura
por assistência profissional:
“Eu tiro imediato a prótese e eu vou olhar o que que eles têm, e eu vou procurar
usar um remedinho que tem, uma pomadinha que tem, que eu já esqueci o
38
nome, para aqueles ferimentozinhos de boca quando acontecem na boca deles”
(8 C/C).
“Até arrancar o dente, só ele arranca. Teve um dia que ficou mole, mole o
dente dele. Ele pegou, puxou, e veio me mostrar. Eu digo, vô, não pode não.
Aí ele disse que ele fica amolecendo, amolecendo, quando ele vê ele puxa
sozinho, os dentes dele ficam mole. Quando ele está com muita dor, aí a gente
dá remédio para dor, antibiótico, por conta própria” (10 B).
”A última vez eu procurei uma clínica mesmo. Um dentista. Mas costumo
procurar o posto também, porque a gente aqui no posto já é acompanhado, aí
qualquer coisa a gente procura o posto.” (11 B/C)
“Aí eu procuro ver um médico. Eu procuro sempre o ACS para falar com ele
ou então eu dou algum remédio aí.” (13 C).
Percebe-se que, embora parte dos entrevistados não tenham experienciado a detecção de
alterações na boca do idoso, uma boa parcela relata a intencionalidade de buscar resolver o
problema, seja por meios próprios, seja pela busca por assistência profissional, em geral, tendo
o Posto de Saúde ao qual são vinculados como principal referência. Barbosa (2020) refere que,
embora os cuidadores não demonstrassem preocupação em examinar a boca do idoso, a maioria
relatava que buscaria comunicar a UBS, caso algum problema fosse detectado.
Jin (2023), afirma que, embora muitas lesões orais sejam temporárias e desapareçam
espontaneamente, é importante buscar ajuda profissional quando diante das seguintes situações:
lesões que não desaparecem após duas semanas, lesões que aumentam de tamanho ou que
apresentam sintomatologia dolorosa, lesões leucoplásicas (brancas) ou eritematosas
(avermelhadas) persistentes, sangramento sem causa detectável, ou qualquer outra alteração que
traga preocupação, pois, podem-se se tratar de lesões cancerizáveis e quanto mais cedo forem
diagnosticadas, melhor o prognóstico.
As informações extraídas a partir dos discursos produzidos nesta categoria explicitam a
falta de conhecimento acerca das condutas adequadas de práticas de higiene bucal e das
próteses, as dificuldades enfrentadas, desde a falta de preparo para o manejo do idoso e técnicas
corretas de higienização, passando pela falta de apoio, tanto familiar como assistencial,
enfatizando a dificuldade de acesso à informação de qualidade sobre promoção de saúde e
prevenção de doenças bucais.
A APS, em suas atribuições, deve buscar suprir essas lacunas, apoiando os cuidadores e
atuando junto ao paciente/cuidador, objetivando a obtenção de uma higiene efetiva com vistas
a melhorar a saúde bucal (Silva, et al., 2023).
A terceira categoria identificada busca versar sobre o interesse do cuidador em receber
orientações sobre saúde bucal e a sua disponibilidade para participar de ações de promoção de
39
saúde, a fim de auxiliar-nos a traçar estratégias de educação em saúde mais eficazes e
resolutivas.
Interesse e disponibilidade em receber orientações sobre os cuidados em saúde bucal
A terceira categoria investigou sobre o interesse do cuidador em receber orientações
sobre saúde bucal, sendo observado que afirmaram ter interesse, porém apresentaram
dificuldade de participar de ações fora do âmbito domiciliar.
Nesse item merece destaque o fato de que todos os entrevistados demonstraram interesse
em receber orientações sobre o tema, resultado semelhante aos achados do estudo de Sousa, et
al. (2021) e o realizado pelo Instituto Lado a Lado (LAL, 2021), os quais apontaram que a
maioria dos cuidadores familiares também manifestaram desejo em receber orientação para
assumir o protagonismo na assistência a pessoa idosa de forma mais qualificada. Entretanto,
difere do estudo de Barbosa (2020), cujo resultado apontou que apenas 20,1% dos entrevistados
demonstraram interesse em receber orientações para cuidar dos idosos através de cursos
preparatórios, alegando idade avançada, saúde debilitada e desinteresse como justificativas.
Porém, quando questionados sobre a disponibilidade em se ausentar do domicílio para
participar de algum curso ou oficina de orientação em outro local, mais da metade afirmou
enfrentar alguma dificuldade, enquanto apenas quatro dos entrevistados referiram ter
disponibilidade.
Observou-se que metade dos cuidadores consideraram praticamente inviável essa
possibilidade, alegando para isso situações como a falta de rede de apoio, ser o único
responsável pelo cuidado com o idoso dependente, impossibilitando sua saída, pois o idoso não
pode ficar sozinho. Além disso, alguns relataram que também cuidam dos filhos menores, e
ainda há aqueles que dividem o tempo entre os cuidados com o idoso e o trabalho.
“Não, não posso. Para sair de casa, para sair, não posso sair. Porque com ele,
eu tomo conta de três crianças. Então teria que ser alguma coisa em casa.” (18
C)
“Ah é, mas aí é mais difícil, porque ele não fica só. Até para mim, para receber
o treinamento, teria que ser mais em casa mesmo, porque eu não tenho como
deixar ele não. Porque não se levanta.” (3 C).
“Mas assim se for em casa. Assim, porque, como eu falei para você, a minha
vida é muito corrida [...]. Então, o espaço que eu tenho de estar saindo é o
espaço que eu tenho de estar em casa, lavando, cozinhando, cuidando dela.
[...], mas se eu não trabalhasse, seria totalmente diferente. Mas a questão é que
eu trabalho, preciso trabalhar.” (4 C).
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Parte considerável dos cuidadores referiu que sua participação estaria na dependência de
fatores como dia da semana, horário, tempo de duração e local.
“Difícil. É bem complicado, [...], mas meu marido trabalha um dia e folga o
outro, aí o que acontece. Nesse caso, se cair no dia que ele tá em casa, eu vou
tranquilamente.” (5 C).
“Eu sair de casa? Não, eu não... É um pouco difícil eu sair, que eu não gosto de
deixar ele só, nem assim. Porque só é eu e ele aqui. Se for rápido, menos de 1
hora de relógio, e ele estiver bem de saúde aí sim.” (12 C).
Estes relatos demonstram que apesar do interesse em receber orientações em ações de
educação em saúde, existem obstáculos impeditivos para a participação dos cuidadores em
cursos ou oficinas fora do domicílio.
Também se evidencia a sobrecarga que os cuidadores informais entrevistados se
encontram submetidos, tanto pela falta de uma rede de apoio, como pelo somatório de funções
acumuladas (cuidar do idoso, da casa, dos filhos, trabalhar), tal qual dispôs Sousa et al. (2021),
ao alegar que o cuidado ao idoso traz consigo o desafio de conciliar as demandas cotidianas
compreendidas pela função do cuidado e as atividades domésticas, profissionais e sociais.
O contexto socioeconômico em que os partícipes da pesquisa estão inseridos também
influenciam, pois, a falta de recursos inviabiliza a contratação de pessoas que os auxiliem no
exercício dessas tarefas cotidianas, na tentativa de aliviar a sobrecarga.
Percebe-se que muitos cuidadores não conseguem abrir mão do emprego para se dedicar
aos cuidados demandados. Outros precisam deixar sua vida profissional para se dedicar
integralmente ao idoso (principalmente no caso dos idosos muito dependentes funcionalmente)
acarretando a redução da renda familiar.
Estes achados divergem dos descritos no estudo de Cadilha (2023), no qual boa parte
dos cuidadores informais afirmava receber ajuda regular de familiares e não consideravam as
questões financeiras como um dificultador. Porém, é necessário ter em mente que o estudo
referido foi realizado em Portugal, país que já tem demonstrado avanços nas políticas públicas
voltadas aos cuidados com a população idosa.
As observações supracitadas relacionadas aos discursos produzidos na presente pesquisa
apontam para a importância da atuação do profissional de saúde, principalmente os que atuam
nos domicílios, a fim de garantir o acesso dessa parcela da população às orientações de saúde e
higiene bucal.
Moraes e Cohen (2021, p.15) alertam para esse fator ao afirmar a necessidade de “ uma
maior preocupação com a parcela da população que se encontra incapacitada de se deslocar até
41
as unidades de saúde”. Afirmativa corroborada por Sousa et al. (2021), ao chamar atenção para
a relevância de se estreitar os vínculos entre profissionais de saúde e o cuidador informal para
o estabelecimento de um cuidado mais adequado e efetivo, uma vez que ao se sentir valorizado,
o cuidador torna-se mais comprometido e implicado no cuidado ofertado, cabendo ao Estado o
papel de reconhecer as necessidades e viabilizar a implantação de estruturas de apoio aos idosos
e suas famílias, a fim de garantir seus direitos sociais (Trad, 2014).
Dessa forma, o presente estudo identificou a fragilidade da compreensão sobre a saúde
e higiene bucal dos idosos dependentes dos cuidadores informais de idosos, assim como as
dificuldades de acesso a informações adequadas de promoção de saúde e prevenção de doenças.
Desse modo, ressalta-se a importância de se ofertar aos cuidadores informais orientações e
treinamentos constantes, como forma de apoiá-los e auxiliá-los nas práticas de saúde e higiene
bucal dos idosos assistidos.
CONCLUSÃO
O presente estudo, realizado a partir da análise dos discursos produzidos, denota a falta
de compreensão dos cuidadores informais sobre o tema da saúde bucal, dificultando que
enxerguem a importância de sua manutenção para a saúde do idoso dependente assistido.
Identificou-se que os cuidadores enfrentam em seu cotidiano de cuidados dificuldades
diversas, desde a falta de conhecimento das técnicas corretas de higiene bucal e das próteses
dentárias, dificuldade de manejo dos idosos e a sobrecarga advinda da falta de apoio.
Também se observou que a dificuldade de acesso a informação adequada se faz um nó
crítico importante, tendo em vista a demonstração de interesse dos cuidadores receberem
orientações acerca da saúde bucal, porém, a falta de condições de se ausentar do domicílio para
participar de momentos de capacitação perfaz um obstáculo por vezes intransponível, devido as
condições de vulnerabilidade socioeconômica da população estudada.
Outro fator percebido foi o distanciamento das ESB no cotidiano das famílias dos idosos
dependentes.
Desse modo, demonstra-se ser necessário que a APS se estruture a fim de planejar
estratégias de abordagem que alcancem o público-alvo e atuem no âmbito da educação em saúde
com ações de promoção e prevenção para minimizar esta problemática, apoiando os cuidadores
e os idosos no contexto domiciliar, considerando as condições particulares da comunidade,
como a vulnerabilidade social, o baixo poder aquisitivo, a baixa escolaridade e a falta de rede
de apoio.
42
A presente pesquisa não teve como objetivo esgotar o tema, especialmente por se tratar
de um estudo qualitativo. Seus resultados são suficientes para subsidiar ações de intervenção
que possam transformar a realidade do campo de prática no território analisado. No entanto, é
importante destacar que esses achados podem não refletir o cenário em uma escala mais ampla.
Assim, torna-se indispensável a realização de novos estudos para aprofundar a compreensão
sobre a temática.
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Teresópolis/RJ. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 31, p. e310213, 2021.
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Saúde. Nova York: OMS, 1946. Disponível em:
https://www.who.int/about/governance/constitution. Acesso em: 14 nov. 2024.
PALOMA, A. V.; EMILLY. Hábitos de higiene em usuários de próteses dentárias
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Publicado em 04 out. 2018. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/estudo-aponta-que75-dos-idosos-usam-apenas-o-susAcesso em: 14 mar. 2023.
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44
5.2. Artigo Produto Bibliográfico
ARTIGO BIBLIOMÉTRICO
CORRELAÇÃO ENTRE CUIDADORES E A SAÚDE BUCAL DO IDOSO
DEPENDENTE: ESTUDO BIBLIOMÉTRICO SOBRE A PRODUÇÃO DO
CONHECIMENTO.
1. Tipo de produto:
Trata-se de um Artigo Científico, considerado Produto Bibliográfico pela área de Saúde
Coletiva, publicado em revista de divulgação, que foi desenvolvido durante o curso de extensão
“Curso Teórico-Prático de Bibliometria”, promovido no Programa de Mestrado Profissional em
Saúde da Família - PROFSAUDE/UFAL. O referido artigo foi publicado na data de 03 dez 2024
na Revista LUMEN ET VIRTUS LEV (ISSN: 2177-2789), Qualis B2 (De acordo com a
avaliação quadrienal 2017 – 2020), vol. 15, ed. 43, p. 7740-7747 Registro DOI:
10.56238/levv15n43-008.
Link
publicação: https://periodicos.newsciencepubl.com/LEV/article/view/1895
A seguir consta o artigo publicado:
de
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46
47
48
49
50
51
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53
5.3. Artigo Produto Bibliográfico
ARTIGO CIENTÍFICO
GARANTIA DO DIREITO À SAÚDE BUCAL DO IDOSO: A QUALIFICAÇÃO
PROFISSIONAL EM INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA COMO
ESTRATÉGIA EFETIVA.
.
1. Tipo de produto:
Trata-se de um Artigo Científico, considerado Produto Bibliográfico pela área de Saúde
Coletiva, publicado em revista de divulgação, que foi desenvolvido como atividade final da
Disciplina de Promoção da Saúde, parte integrante da grade curricular Programa de Mestrado
Profissional em Saúde da Família - PROFSAUDE/UFAL. O referido artigo foi aceito para
publicação em 17 dez. 2024 pela Revista Aracê, ISNN: 2358-2472, QUALIS CAPES 20172020 A2, esse periódico é editado pela New Science Publishers Ltda, CNPJ:55.783.061/000164, conforme carta de aceite anexada.
A seguir consta o corpo do texto do artigo submetido para publicação:
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ANEXO - A
Declaração de aceite para publicação na Revista Aracê.
67
5.4. PRODUTO
SAÚDE BUCAL DO IDOSO DEPENDENTE: A EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO
ESTRATÉGIA DE APOIO AOS SEUS CUIDADORES.
1. Tipo de produto
Processo Formativo (Educação Permanente em Saúde)
2. Público-Alvo
Profissionais que atuam na saúde bucal da rede do Município de Maceió – AL (Modelo
tradicional, ESF, Sistema Prisional, SAD, Consultório na Rua, eAP), incluindo odontólogos,
Técnicos em Higiene Bucal (THB) e Auxiliares em Saúde Bucal (ASB).
Gestão: Coordenação de Saúde Bucal, Coordenação de Saúde do Idoso.
3. Introdução
Este Processo Formativo trata-se do Produto Técnico resultante do trabalho de pesquisa
desenvolvido para o mestrado profissional PROFSAÚDE/FIOCRUZ/Polo UFAL, intitulado:
“Cuidadores Informais de Idosos Acamados e Domiciliados: Conhecimento acerca da saúde
bucal”.
Os resultados da pesquisa apontaram para a necessidade da oferta de suporte para os
cuidadores informais de idosos dependentes, a partir de atividades de educação em saúde
voltadas para o idoso e seu cuidador, no sentido de orientá-los quanto a higiene oral e das
próteses e identificação de lesões orais e seus sinais de alerta.
Outro ponto importante da pesquisa é que, embora exista a vontade de se capacitar, a
maioria dos cuidadores informaram ter dificuldades para sair do domicílio e participar de ações
de promoção de saúde.
Deste modo, cabe à equipe de saúde, em seu papel de promotor de saúde, instruir o
cuidador quanto a importância da realização eficaz das práticas de higiene bucal, de acordo com
as limitações apresentadas pelo idoso (Sousa et al., 2024; Moraes; Cohen, 2021).
Assim, a proposta emergiu da necessidade de qualificação dos profissionais de saúde
bucal que compõem o quadro da rede municipal de Maceió, no sentido de apoiar os cuidadores
informais de idosos dependentes nas questões relacionadas a temática, como forma de responder
as demandas resultantes dos achados do estudo realizado.
Considerando os apontamentos de Barroso (2022), cujo estudo afirma que o apropriado
uso de tecnologias educacionais na promoção da saúde do idoso é capaz de gerar mudanças
comportamentais benéficas, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos mesmos,
68
sendo indispensável o conhecimento do perfil do idoso e do cuidador para a seleção da
tecnologia a ser utilizada, e diante dos resultados obtidos no Trabalho de Conclusão de Mestrado
(TCM), optou-se por elaborar um produto técnico enquadrado no Eixo 2 (Formação), Tipo 3
(Curso de Formação Profissional) e Subtipo (Educação Permanente em Saúde).
O aumento da prevalência de doenças bucais na população idosa implica no surgimento
de demandas específicas atreladas aos quadros de dor, diminuição de função mastigatória e
nutricional como consequência, além de afetar na execução das Atividades da Vida Diária
(AVD) dada a diminuição da funcionalidade, contribuindo para o aumento da fragilidade e
impactando negativamente na qualidade de vida do idoso (Oliveira, 2021).
Esse cenário resultou, entre outras pactuações, na Declaração de Liverpool, proclamada
em 2005, que determina ser obrigação do Estado assegurar, até o ano 2020, o acesso a cuidados
primários em saúde bucal, enfatizando a promoção e a prevenção da saúde e o fortalecimento
do papel da educação na promoção da saúde bucal de pessoas idosas, visando o combate às
iniquidades, a partir do entendimento da saúde bucal como fator essencial na qualidade de vida
e bem-estar do idoso (Martínez; Albuquerque, 2017).
A declaração de Liverpool dispõe ainda sobre a importância da qualificação dos
profissionais de saúde, com vistas a responder às necessidades específicas deste grupo
populacional, principalmente os marginalizados, onde estão inseridos os idosos acamados e
domiciliados.
Além disso, propõe que as questões relacionadas à pessoa idosa devem ser
implementadas como disposto a seguir: “Os países devem fortalecer a promoção da saúde bucal
para o crescente número de pessoas idosas, visando a melhora de sua qualidade de vida” (WHO,
2016 apud Martínez; Albuquerque, 2017, p.231).
Desta forma, assim como a saúde geral, o direito a saúde bucal pauta-se em 04
elementos: disponibilidade, acessibilidade, aceitabilidade e qualidade. E aqui ressalta-se a
acessibilidade (incluindo acesso à informação sobre os temas de saúde) e a qualidade (que
implica diretamente na qualificação adequada de profissionais de saúde).
O Ministério da Saúde (MS), através do Guia de Cuidados para Pessoa Idosa (BRASIL,
2021) evidência a importância do profissional de odontologia no processo de educação em
saúde, a partir do momento em que dispõe que a população idosa deve: “Buscar a orientação de
um dentista para a recomendação da melhor forma de realizar a escovação dos dentes e de como
passar o fio dental”, ressaltando ainda que: “A saúde bucal depende de um olhar atento e do
pensamento preventivo para desenvolver o hábito de higienização, prevenindo complicações de
saúde e gastos particulares ou públicos.”
69
Para que isso ocorra, é necessária uma rede qualificada e apta a lidar com o idoso
dependente em suas particularidades demandadas a partir do nível de funcionalidade e
comprometimento motor e cognitivo apresentado.
A necessidade da formação continuada e permanente nos temas de cuidado para
servidoras e servidores que atuem na rede de serviços públicos ou privados inclusive é ressaltada
na Lei nº 15.069 que institui a Política Nacional de Cuidados, sancionada recentemente, em 23
de dezembro de 2024 (Brasil, 2024).
4. Objetivos
Qualificar os profissionais que atuam na saúde bucal do Município de Maceió/ AL, sobre
os cuidados em saúde bucal dos idosos dependentes para favorecer a efetividade das ações de
educação em saúde bucal dos cuidadores informais, atendendo as particularidades demandadas.
5. Método
A Política Nacional do Idoso (Lei nº 8.842) recomenda em suas diretrizes que o
atendimento ao idoso deve ser feito, preferencialmente, por intermédio da sua família, a qual
deve contar com o suporte de uma rede social e de saúde a fim de prepará-lo para lidar com o
idoso, principalmente a medida que o nível de dependência progride. E um dos aspectos mais
importantes dessa rede consiste na formação de recursos humanos habilitados a lidar com a
família do idoso e seus cuidadores, especialmente daqueles mais dependentes (Trad, 2014).
O MS tem utilizado a Educação Permanente em Saúde (EPS) como uma estratégia para
o desenvolvimento dos profissionais da saúde e para o fortalecimento do SUS, a partir da
percepção dos trabalhadores como protagonistas do cotidiano nos serviços de saúde, buscando
transformar contextos, construir e desconstruir saberes (BRASIL, 2007).
Em 2021, o MS lançou o Guia de Cuidados para a Pessoa Idosa, que de acordo com a
coordenadora de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa da época, Lígia Gualberto (BRASIL, 2023):
O guia busca qualificar o conhecimento que se tem sobre a temática do envelhecimento
e prepara a sociedade para lidar melhor com essa fase da vida comumente permeada por
tantos desafios. A ideia é também, por meio da divulgação de conhecimento qualificado,
transformar o modo, muitas vezes negativo, como a nossa cultura ainda tem pensado,
sentido e agido diante do envelhecimento, e com isso, combater estereótipos,
preconceitos e discriminação contra as pessoas idosas.
Porém, ao analisar o conteúdo que versa sobre o tema da saúde bucal, percebe-se que o
mesmo aponta cuidados generalistas, desconsiderando as especificidades apresentadas pelos
70
idosos dependentes. Contendo informações insuficientes para fornecer uma capacitação efetiva
aos cuidadores diante das diferentes demandas surgidas a depender da perda da funcionalidade
cognitiva e motora que o idoso possa apresentar.
Os resultados observados no estudo que serviu como subsídio para construção desse
processo formativo evidenciam a necessidade da qualificação do profissional de odontologia
que compõe a rede da Atenção Primária à Saúde de Maceió, por entender que cabe a ESB, em
suas atribuições, ensinar o processo de higiene bucal eficiente, de forma a reduzir e controlar a
cárie, doença periodontal e perda dentária, assim como ensinar a higienização e manutenção das
próteses dentárias, tendo como consequência um bom estado de saúde bucal.
Sônego et al. (2013, p.38), é assertivo ao afirmar que:
A manutenção da saúde bucal e o não surgimento de novos casos de doenças,
somente serão possíveis com a coparticipação do paciente, apoiado por uma
equipe de saúde bucal preparada para além de educá-lo, conscientizá-lo sobre
a importância de seu engajamento nos programas de saúde.
A construção do produto foi proposta através do diálogo entre a gestão (coordenação de
saúde bucal) e a presente autora, frente a necessidade e relevância do tema de pesquisa desde a
apresentação da qualificação do projeto. O produto buscou alinhar as necessidades específicas
dos cuidadores apontadas na pesquisa e as demandas apresentadas pela gestão.
Cabe ressaltar que no Município de Maceió, não há registros de outro momento
formativo voltado para a promoção de saúde bucal do idoso dependente. As ações anteriores de
EPS foram desenvolvidas tendo como foco o processo saúde-doença da pessoa idosa e suas
implicações para saúde bucal, em uma abordagem tecnicista, evidenciando a relevância da
presente intervenção.
De acordo com o último censo do IBGE (2022) Maceió possui uma população total de
957.916 habitantes, porém a cobertura atual da ESF é de 27%, alcançando 52% se
considerarmos as eAP, (Brasil, 2024), contando com apenas 34 ESB (dados fornecidos pela
Coordenação de Saúde Bucal em ago./2024).
Portanto, tornou-se evidente a necessidade de se convocar os profissionais da
odontologia que compõem as demais modalidades de assistência a saúde bucal na APS do
município e que também contêm entre suas atribuições o processo de Educação em Saúde como
estratégia de prevenção de doença e promoção de saúde junto a comunidade.
Desta forma, o curso aconteceu no auditório da SMS, no dia 04 de setembro de 2024,
período vespertino, com duração de 4 horas. Compareceram 47 profissionais.
71
A EPS foi desenvolvida com base na metodologia ativa de ensino-aprendizagem, com
utilização de recursos audiovisuais e apresentação de casos e vídeos educativos, permitindo a
participação efetiva e amplo debate entre os participantes através da problematização, que
contribuíram num processo dialógico, trazendo apontamentos e reflexões acerca das
dificuldades e potencialidades do serviço ofertado.
6. Conteúdo
Nesta formação, foram apresentados o atual panorama demográfico e epidemiológico
do envelhecimento populacional e principais demandas de saúde advindas deste novo cenário.
Foi introduzido o conceito de dependência funcional dos idosos para as ABVD e para as
Atividades Diárias de Higiene Bucal e compartilhamento dos instrumentos de avaliação dos
mesmos: Índice de Katz modificado (figuras 1 e 2) e Índice de Atividade Diária de Higiene
Bucal – IADBH (figura 3).
Após a explanação desses conceitos, foram discutidas formas de abordagem e
metodologias de processo ensino-aprendizagem nas práticas de educação em saúde enfatizando
estratégias para melhorar as práticas de educação em saúde bucal, apoiando os cuidadores
informais de idosos dependentes no território e suas especificidades de acordo com nível de
funcionalidade para as atividades básicas da vida diária e para atividades diárias em higiene
bucal.
O processo formativo teve como principais objetivos de aprendizagem:
•
Contextualização: Apresentação do cenário de envelhecimento populacional
observado mundialmente, aproximando-o para a realidade nacional e local do
município de Maceió, através de dados obtidos pela OMS, IBGE (2022), Plano
Municipal de Saúde de Maceió (2018) e Coordenação de Saúde do Idoso de
Maceió (2024).
•
Apresentação dos resultados parciais da pesquisa desenvolvida: Explanação da
realidade do cenário local e relevância social do tema.
•
Os impactos da saúde bucal na qualidade de vida do idoso: A situação de
vulnerabilidade em que se encontram os idosos dependentes deve ser
compreendida do ponto de vista dos impactos gerados na saúde e qualidade de
vida dos mesmos. Em se tratando de saúde bucal, a precarização da mesma
acarreta em repercussões locais que podem refletir na saúde geral. Há então a
necessidade premente da orientação dos cuidadores quanto a rotina de cuidados
em saúde bucal, desde a o manejo e higiene bucal (incluindo dentes e mucosa) e
72
das próteses (serem devidamente orientados sobre cuidados de rotina à saúde
bucal, manejo e limpeza de dentes, próteses e mucosa bucal (Da Cunha Gomes
et al. (2019) e Oliveira et al. (2021).
•
Classificação do grau de dependência do Idoso (Index de Katz modificado):
Conceituação de idoso dependente e apresentação do Index de Katz modificado
a fim de instrumentalizar a classificação dos diferentes níveis de dependência
funcional que refletem em demandas específicas (Duarte; Andrade; Lebrão, 2007
e Vargas; Vasconcelos; Ribeiro, 2011).
Figura 1: Formulário de Avaliação das Atividades da Vida Diária (KATZ - Modificado)
Fonte: Duarte, Andrade e Lebrão (p.323, 2007)
73
Figura 2: Índex de Independência nas Atividades de Vida de Katz Modificado
Fonte: Duarte, Andrade e Lebrão (p.323, 2007)
•
Classificação dos idosos dependentes quanto à capacidade para os autocuidados
bucais: Definição da dependência para atividades de higiene bucal através da
apresentação do Índice de Atividade Diária para Higiene Bucal (IADHB). Tendo
em vista que o nível de dependência funcional nem sempre reflete diretamente
na dependência para as questões relacionadas as práticas de higiene bucal e de
próteses (Ferreira; Ribeiro, 2017 e Vargas; Vasconcelos; Ribeiro, 2011).
Figura 3: Quadro de descrição do IADHB.
Fonte: Ferreira; Ribeiro (2017, p.23)
74
•
Práticas de higiene bucal em idosos de acordo com sua classificação de
dependência: Exibição de casos de autoria própria a fim de trabalhar por meio de
problematização e do vídeo “Como higienizar a boca de paciente acamado”.
•
Confecção de dispositivos facilitadores: Exibição do vídeo “Como confeccionar
dois dispositivos que vão auxiliar no atendimento de pacientes não
colaborativos” e de casos de autoria própria.
•
Confecção de tecnologias assistivas: Alguns idosos dependentes necessitam do
uso de dispositivos para auxiliar a concluir com eficácia a higiene bucal (que
podem ser uso de copos com alça ou até mesmo adaptações na escova dental).
Foram apresentados casos autorais de confecção de escovas adaptadas, e outros
exemplos extraídos da literatura (Ferreira; Ribeiro, 2017).
•
Técnicas de higiene das próteses dentárias. A limpeza correta da prótese através
de meios químicos e mecânicos é essencial para preservação da prótese e
minimização dos danos causados por próteses mal higienizadas. Apresentação
de casos de autoria própria (Faria, 2022).
•
Noções básicas para identificação de lesões orais e principais sinais de alerta.
Embora a maioria das lesões orais sejam temporárias e não regridam
espontaneamente, não representando grandes problemas para a saúde do idoso
(tais como aftas e úlceras traumáticas), deve-se orientar os cuidadores no sentido
de examinar com frequência a cavidade oral dos idosos no sentido de identificar
precocemente, a partir dos sinais de alerta, aquelas que possuem potencial
cancerizavel, melhorando o prognóstico (Jin, 2024).
•
Importância da atuação interprofissional no processo educativo das práticas de
higiene bucal: Discussão do papel do trabalho em equipe multidisciplinar dos
profissionais que compõem a ESF e do apoio matricial dos profissionais da eMulti no sentido de apoiar os cuidadores auxiliando a desenvolver competências
e habilidades de manejo do cuidador frente ao idoso, assim como auxiliar na
preservação e manutenção da autonomia do idoso dependente respeitando o
nível de suporte necessário em cada caso, através da exposição de casos
desenvolvidos pela autora em parceria com a ESF e e-Multi. (Meira, et al., 2018,
Saintrain; Vieira, 2008).
75
Resultados e Discussão
O compartilhamento dos achados do Projeto de Mestrado PROFSAÚDE, junto a gestão
de saúde do Município de Maceió, propiciou a construção do Presente Produto Técnico, sob a
forma de Processo Formativo por meio da EPS, cuja metodologia adotada demonstrou ser capaz
de promover rico debate e sensibilizar os profissionais acerca de uma temática ainda
invisibilizada, cuja relevância desponta de modo mais evidente a partir da promulgação da
Década do Envelhecimento Saudável (OPAS/OMS, 2020).
Inicialmente, houve resistência dos participantes (que resultou inclusive na falta de
adesão por parte de alguns dos profissionais convidados), em decorrência do modelo assistencial
hegemônico que foca no processo saúde-doença e que acaba por favorecer a persistência das
iniquidades do acesso à saúde bucal (Oliveira et al., 2023).
Diante do tema, observou-se uma tendência dos profissionais em focar exclusivamente
no idoso (Oliveira et al., 2023), negligenciando sua rede de apoio, especialmente os cuidadores,
que desempenham um papel fundamental no cuidado e na prevenção de doenças do idoso
assistido. Além disso, identificou-se o despreparo dos profissionais em relação a essa temática,
o que gera insegurança na implementação de ações direcionadas aos cuidadores, conforme
apontado também por Barbosa et al. (2021a).
A instrumentalização dos profissionais de saúde a fim de desenvolver suas habilidades
e qualificá-los adequadamente está disposto no artigo 12 do Pacto Internacional sobre Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC), cujas deliberações também incluem o direito a
procurar, receber e divulgar informações e ideias relacionadas a temas de saúde por parte da
comunidade (Martínez; Albuquerque, 2017).
O plano de ação da OPAS (2020), destaca entre suas orientações, ser essencial apoiar os
cuidadores para que eles possam prestar cuidados adequados ao idoso assistido, o que se opõe
à prática explicitada pelos profissionais da rede, cujos discursos expressaram a falta de
preocupação em orientar os cuidadores para o cuidado em saúde bucal durante sua atuação
profissional, seja na clínica, nas ações educativas ou ainda durante a visita domiciliar.
Durante o processo formativo foi percebido o despreparo dos profissionais diante da
temática da educação em saúde bucal de idosos permanentes, principalmente no tocantes as
especificidades exigidas pelos diferentes níveis de dependência mensurados pelo IADHB, como
podemos observar nos discursos produzidos a seguir, registrados em diário de campo:
“Nós só utilizávamos a escova, não sabíamos que também poderíamos
usar a gaze com clorexidina nos idosos acamados” (Dentista 1 do SAD).
76
“Não conhecia o abridor de boca, vai me ajudar com um paciente idoso
que atendo e não permite que realize nenhuma ação na boca dele”
(Dentista 2 do SAD).
“Gostaria de parabenizar esta iniciativa, até hoje só participei de
capacitações sobre saúde do idoso voltada as doenças e atendimento
clínico, primeira vez que participo de uma sobre os cuidados de
prevenção, e atendo idosos com essa demanda no sistema prisional”
(Dentista do Sistema Prisional).
Esta ação revelou-se, portanto, potencial ferramenta para ampliação do conhecimento,
habilidades e conscientização do profissional acerca do tema, sendo de baixo custo e de fácil
replicabilidade.
Resultados apoiados pelos achados de estudos anteriores que utilizaram o processo
formativo para qualificação profissional e avaliaram como positiva a oferta de capacitação, por
entender que é uma ferramenta com potencial de preencher a lacuna existente quando se trata
do tema de saúde bucal dos idosos dependentes (embora o estudo tenha sido realizado com
profissionais da enfermagem). O que corrobora a afirmativa que é necessário o envolvimento
das demais categorias profissionais tendo em vista um modelo assistencial pautado na
integralidade do cuidado (Barbosa et al., 2021a).
Pode-se afirmar ainda que a presente EPS serviu como propulsor para reflexão dos
profissionais de saúde bucal participantes com relação a promoção da saúde, para além do
processo saúde-doença, favorecendo o direcionamento de futuras intervenções que visem a
melhoria da qualidade de vida do idoso através de ações de educação em saúde. Tendência que
já começa a se desenhar, como afirma Oliveira et al. (2023).
O interesse dos participantes pôde ser percebido ainda na solicitação posterior do
material apresentado durante a EPS:
“@SimoneVasconcelos: “arrasou. Belíssima apresentação. Gostaria
dos vídeos se puder mandar” (Dentista 1 da ESF/ WhatsApp em 05 set.
2024. Mensagem).
O potencial de replicabilidade é evidenciado nos relatos recebidos via mensagens de
WhatsApp, juntamente com fotos das ações sendo implementadas em outros territórios
abrangidos principalmente pelas ESB da ESF, como podemos visualizar nas transcrições a
segui:
@SimoneVasconcelos: “Me inspirando em você. Na verdade, surgiu a
necessidade desse atendimento por ser um paciente sequelado de um AVC,
acamado, mas bem estabilizado e estava na companhia de toda a equipe,
77
inclusive médica e enfermeira e semana que vem retornaremos lá para dar
continuidade” (Dentista 2 da ESF/ WhatsApp, 15 out. 2024. Mensagem)
@SimoneVasconcelos, usando a boneca feita com espátulas para examinar e
ensinar como fazer a higiene oral a mãe. (Dentista 3 da ESF/ WhatsApp, 18
out. 2024. Mensagem)
Outro ponto em destaque foi a discussão gerada em torno da elaboração de novas ações
interventivas, ampliando o escopo de profissionais (incluído outras categorias como exemplo
as que compõem a e-Multi) e o público-alvo (expandindo para as Instituições de Longa
Permanência para Idosos).
“Oi Simone, boa tarde, a Coordenadora de Saúde Bucal (do município de
Maceió)* pediu para avisar que depois entra em contato com você, porque a
sua Conferência causou um impacto extremamente positivo, só elogio de todos
que estavam presentes, dentistas, saúde do idoso… e principalmente dos
representantes das instituições, inclusive eles já estão querendo estabelecer
parcerias entre as instituições e algumas iniciativas para propagar esse tipo de
trabalho de educação em saúde seu, então ela entrará em contato com você,
para que você venha a ser até mesmo uma referência para todas as demais
iniciativas”. (Servidora da gerência de Saúde Bucal do Município de Maceió,
em nome da atual Coordenadora de Saúde Bucal/ WhatsApp, 05 set. 2024.
Transcrição de Áudio).
Em ação de EPS semelhante, onde foi trabalhado a temática da saúde bucal dos idosos
dependentes junto a profissionais de enfermagem, Barbosa et al., (2021a) conclui a ação como
positiva, pois possibilitou avanços para uma qualificação mais ampla, pautado num modelo
integral de assistência.
8. Considerações Finais
Os resultados obtidos através dos discursos produzidos nos permitem afirmar que os
debates ocorridos durante o processo formativo despertaram não apenas o interesse dos
participantes, como uma maior sensibilização diante da temática e o início da implementação
do conteúdo apresentado em outros territórios. Compreende-se, portanto, que os profissionais
de saúde quando qualificados, são ao mesmo tempo estimulados a desenvolver novas ações com
habilidade e competência para obtenção de resultados exitosos. Espera-se expandir as ações
de educação em saúde para além da comunidade onde a pesquisa foi realizada, propiciando a
melhoria da assistência ao idoso no Município de Maceió, através do aumento no cuidado com
relação a saúde bucal dos idosos dependentes, através de ações de educação em saúde não
apenas no âmbito domiciliar, mas também nos demais campos de práticas (como grupos de
idosos e salas de espera) ampliando o olhar para o apoio aos cuidadores de idosos, incentivandoos a reflexão e conscientização da importância da saúde bucal, além de capacitá-los sobre as
78
técnicas corretas de higiene bucal e das próteses dentárias, se enxergando como protagonistas
no processo saúde-doença e transformando-os em promotores de saúde.
O presente Produto foi selecionado como produto destaque para representar o polo
UFAL durante o II Simpósio Brasileiro da APS: os desafios da gestão, educação e atenção em
saúde no Brasil, que aconteceu no período de 18 a 20 de set. 2024 em Maceió/AL e irá compor
o e-Book a ser lançado pelo PROFSAÚDE sob a forma de um capítulo.
REFERÊNCIAS
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de Saúde Bucal. Revista Portal: Saúde e Sociedade, v. 6 (único), 2021a :e02106048.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Conheça o Guia de Cuidados para a Pessoa Idosa lançado
pelo Ministério da Saúde: publicação contempla aspectos gerais do processo de
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81
ANEXO B –
Figura 4. Convite para ação de EPS
Fonte: Elaborado pela Coordenação de Saúde Bucal de Maceió, ago./2024.
82
ANEXO C-
Figura 5. Card de divulgação da ação de EPS.
Fonte: Elaborado pela Coordenação de Saúde Bucal de Maceió, ago./2024.
83
ANEXO D- Certificado de participação como Ministrante da Conferência.
84
ANEXO E- Certificado Apresentação Oral do Produto Destaque no 2º Simpósio Brasileiro da
APS.
85
5.5. PRODUTO
VÍDEOS EDUCATIVOS: SAÚDE BUCAL DOS IDOSOS DEPENDENTES
1. Tipo de produto
Material didático (Produção de vídeos educativos) .
2. Público-Alvo
Cuidadores Informais de Idosos.
3. Introdução
Esta proposta de elaboração de vídeos educacionais trata-se do Produto
técnico/tecnológico (PTT) resultante do trabalho de pesquisa desenvolvido para o mestrado
profissional PROFSAÚDE/FIOCRUZ/Polo UFAL, intitulado: “Cuidadores Informais de
Idosos Acamados e Domiciliados: Conhecimento acerca da saúde bucal”.
Trata-se de um PTT, enquadrado no eixo 2 (formação/ tecnologias educacionais), tipo 6
(material didático digital), subtipo vídeos educacionais.
Diante dos resultados da pesquisa acima mencionada, pôde-se evidenciar a necessidade
de se ofertar orientações de qualidade para os cuidadores informais de idosos, a fim de capacitálos acerca da saúde bucal, práticas de cuidados em higiene bucal e das próteses dentárias e
identificação de lesões orais e principais sinais de alerta, almejando uma melhoria nas condições
de higiene bucal e consequentemente, melhorar a saúde bucal desses idosos.
Porém, ainda de acordo com os resultados da pesquisa, alguns pontos devem ser
destacados quando se pensa em instrumentalizar a orientação dos cuidadores:
O primeiro fator é a dificuldade apresentada pela maioria dos cuidadores de idosos em
se ausentar do domicílio para participar de treinamentos. O segundo, é o baixo nível de instrução
apresentado pela maioria dos participantes do estudo, onde 75% mal concluiu o ensino
fundamental.
Assim, a proposta emergiu da necessidade de orientação dos cuidadores informais,
principalmente àqueles assistidos pelo SUS, inseridos em áreas de vulnerabilidade
socioeconômica e que se encontram em territórios vinculados ou não a uma ESB da ESF, que
dificilmente conseguiriam ter acesso a esse conteúdo por outros meios.
O processo de envelhecimento populacional acontece ao nível global, sendo
acompanhado no Brasil, e possui algumas características em comum, como a feminização do
envelhecer e a tendência ao aumento da proporção de idosos octogenários, o que futuramente
pode resultar num aumento ainda maior das demandas de saúde dada as comorbidades
86
associadas e diminuição da funcionalidade motora e cognitiva destes idosos (Haber, 2019).
Haber (2019, p.29) em seu livro intitulado: Health Promotion and Aging: Practical
Applications for Health Professionals, frisa a diferença existente entre os conceitos de
expectativa de vida e expectativa de saúde e dispõe que existe uma lacuna média de 5 anos entre
a expectativa de vida e a expectativa de saúde (tempo que se espera que os idosos vivam com
boa saúde e livres de limitações funcionais) a partir dos 65 anos de idade. Ressaltando ainda
que a expectativa de saúde depende em grande parte da realização de atividade física, boa
ingesta nutricional, rede de apoio social, acesso a bons cuidados médicos, educação em saúde
e utilização de serviços de saúde.
Afora isso, Harber (2019) também argumenta que a solução para minimizar o aumento
dos custos dos cuidados de saúde é incentivar a promoção da saúde, a prevenção da doença e o
gerenciamento crônico da doença.
Entendendo a saúde bucal como um aspecto fundamental do bem-estar geral e da
qualidade de vida, especialmente para os idosos (WHO, 2022), e pensando nas limitações físicas
ou cognitivas, que parte desses idosos enfrentam cotidianamente para manter uma higiene bucal
adequada (podendo acarretar problemas sérios, como cáries, gengivite, ou até mesmo
complicações sistêmicas) (Barbosa, 2021b). Os cuidadores informais desempenham um papel
essencial na promoção da saúde bucal desses idosos, mas muitas vezes se sentem desinformados
ou inseguros sobre como proceder de maneira eficaz.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) de 2017, em suas normativas, estabelece
competências gerais para mobilização de conhecimentos, dentre as quais destaca-se:
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais […] para se comunicar, acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria
na vida pessoal e coletiva.
A utilização de tecnologias digitais tendo o idoso como público-alvo já tem constituído
uma importante fonte propagadora de informações seguras, possibilitando o acesso a novos
saberes, sendo capaz ainda de atuar minimizando o declínio cognitivo e maximizando a
autonomia e independência desse público, representando um aliado na promoção de saúde e
bem-estar desse grupo (Mariano; Oliveira; Costa, 2022).
Deste modo, a elaboração de vídeos educacionais se mostra uma opção viável para tal
intento, haja vista que permite ser produzido em linguagem fácil, didática e acessível,
fornecendo orientações claras e práticas sobre os cuidados em saúde bucal, direcionada para o
87
público-alvo (cuidadores informais de idosos dependentes), a partir de uma abordagem com
demonstração de simulações para uma melhor visualização das técnicas e habilidades práticas
requeridas, propiciando a facilitação do processo de aprendizagem e incentivando a
incorporação de novos hábitos de higiene bucal (Oechsler; Fontes; Borba, 2017).
3. Objetivo
Orientar os cuidadores informais sobre os cuidados em saúde bucal dos idosos
dependentes visando promover educação em saúde bucal, auxiliando-os a adquirir
conhecimentos básicos e essenciais para estimular o desenvolvimento das competências
necessárias para que possam melhorar a qualidade dos cuidados em saúde bucal ofertados.
4. Método
De acordo com a Política Nacional de Cuidados (Brasil, 2024), instituída com o objetivo
de garantir o direito ao cuidado através da corresponsabilização social, é necessário:
II – estruturação de iniciativas de formação e de qualificação para as
trabalhadoras e os trabalhadores não remunerados do cuidado, inclusive
estratégias de apoio ao exercício da parentalidade positiva.
Além de dispor também sobre a importância de políticas públicas que assegurem o
acesso ao cuidado de qualidade tanto para o cuidador, como para quem é cuidado (caso em que
se enquadram os idosos dependentes).
Com este objetivo, o presente produto traz como proposta metodológica a produção de
5 vídeos educacionais curtos, em linguagem acessível, cada um abordando um tema sobre os
cuidados em saúde bucal a serem disponibilizados posteriormente por meio digital, em mídia a
ser definida posteriormente, de forma a propiciar o acesso a educação em saúde diretamente aos
cuidadores informais.
A elaboração de vídeos educativos requer um planejamento adequado, atento as
necessidades específicas do público-alvo a que se direciona, com a construção de um roteiro
(Koumi, 2006).
A primeira etapa é a pesquisa e levantamento de dados, realizada tomando por base os
resultados do TCM que subsidiou a construção do presente produto. Assim, foi possível elencar
os temas essenciais a serem abordados nos vídeos que serão produzidos utilizando a base de
dados produzida para fundamentação e discussão do TCM.
A partir da análise supracitada, foi realizada uma perspectiva dos módulos a que cada
88
vídeo irá se concentrar e seu principal referencial teórico:
1. Conceituação básica sobre a importância da saúde bucal para saúde geral e
qualidade de vida do idoso dependente e noções sobre os níveis de dependência
para saúde bucal. Referencial teórico: da Cunha Gomes et al. (2019) e Oliveira
et al. (2021), Ferreira e Ribeiro (2017).
2. Técnicas de higiene bucal (escovação e uso do fio dental). Referencial teórico:
dos Santos Araujo, et al. (2020).
3. Confecção de dispositivos facilitadores e simulação do seu uso. Referencial
teórico: Barbosa et al. (2021c).
4. Técnicas de higienização e cuidados básicos com as próteses dentárias.
Referencial teórico: Paloma e Emilly (2023).
5. Noções básicas de lesões orais e sinais de alerta. Referencial teórico: Jin, (2023).
Os vídeos serão gravados por profissional e posteriormente editado
A terceira etapa consiste na roteirização: “O roteiro nada mais é do que uma composição
escrita das cenas da história a ser contada usando uma série de descrições detalhadas das
imagens e sons” (Seabra, 2016 apud Oechsler, Fontes e Borba, 2017), ou seja, o roteiro servirá
de guia durante o processo de produção dos vídeos devendo conter todas as informações
necessárias para a filmagem de modo que todos os envolvidos possam compreender (Oechsler,
Fontes e Borba, 2017).
Figura 1. Modelo de Roteiro
89
Os vídeos serão produzidos com o cuidado necessário, buscando utilizar não apenas
instruções, como também demonstrações visuais.
Locação: os vídeos serão produzidos no Consultório Odontológico da USF Rosane
Collor (onde a pesquisadora é lotada) e no próprio domicilio da pesquisadora.
Para melhor atingir os objetivos do PTT, serão planejadas com apuro as cenas
envolvendo a demonstração de forma clara das técnicas de escovação, uso do fio dental e
cuidados com as próteses (para fim demonstrativo, o genitor da pesquisadora irá desempenhar
o papel do idoso dependente, visto que se trata de um idoso de 79 anos, após autorização do uso
de sua imagem, minimizando o risco de desistência em posterior).
A linguagem também será adaptada, para facilitar a compreensão do público-alvo,
evitando a utilização de termos técnicos, utilizando uma abordagem positiva e encorajadora,
sem desconsiderar as dificuldades dos cuidadores e buscando demonstrar soluções práticas.
Através de uma abordagem didática e acessível, buscaremos equipar os cuidadores com
conhecimentos essenciais sobre a importância da higiene bucal, técnicas de escovação
adequadas, como lidar com as particularidades dos idosos, como o uso de próteses dentárias ou
dificuldades motoras e prevenção de doenças bucais a partir da identificação de sinais de alerta.
Os vídeos serão gravados pela pesquisadora e editados com o apoio de profissional da
área de comunicação audiovisual, contratado com recursos da Chamada Interna nº
1/2024/PROPEP/PROEX, do Programa de Extensão da Educação Superior na Pós-Graduação
(PROEXT-PG) 2024.
Antes da edição final o vídeo deverá ser avaliado por alguns representantes do públicoalvo, através de amostra de conveniência, escolhidos dentro da amostra de participantes da
pesquisa que subsidiou a construção dos vídeos. Após feedback, os ajustes necessários serão
feitos para edição final e preparação para divulgação (Koumi, 2006).
Com o vídeo finalizado será escolhido o canal onde ele será disponibilizado, e com a
parceria articulada junto a Coordenação de Saúde Bucal da SMS e a SECOM (Secretaria de
Comunicação de Maceió), será realizada a divulgação dos vídeos para aumentar a visibilidade
e engajamento.
5. Resultados esperados
A elaboração desse produto visa proporcionar aos cuidadores informais maior confiança
e habilidades para promover a saúde bucal dos idosos dependentes por eles assistidos,
diminuindo riscos e impactando na melhoria da qualidade de vida desses indivíduos. Por meio
de exemplos práticos e explicações detalhadas, esperamos que estes vídeos contribuam para a
90
capacitação dos cuidadores, promovendo um ambiente mais seguro e saudável para os idosos
dependentes e seus familiares.
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92
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS DO TCM
A partir dos resultados obtidos pode-se observar que os cuidadores informais de idosos
apresentaram compreensão e conhecimento insuficientes para a manutenção da saúde bucal e
de uma vida saudável dos idosos assistidos, evidenciando ausência de orientação adequada
sobre práticas corretas de higiene bucal e cuidados com próteses dentárias, resultando em um
cuidado inadequado, ineficaz e, em alguns casos, completamente ausente, contribuindo para a
precariedade das condições de saúde bucal dos idosos dependentes.
Também pode-se verificar que as principais dificuldades identificadas incluem a falta
de conhecimento técnico, dificuldades no manejo dos idosos considerando suas demandas
especificas de cuidado — decorrentes de limitações motoras e cognitivas —, além da sobrecarga
diária enfrentada pelos cuidadores e da carência de uma rede de apoio familiar e profissional.
Dessa forma, torna-se imprescindível a implementação de ações de educação em saúde
que aproximem os profissionais dos cuidadores e dos idosos, proporcionando orientações e
apoio adequados para atender às suas necessidades de saúde.
Neste sentido, buscou-se minimizar as lacunas identificadas no estudo, por meio da
elaboração de produtos técnicos para a qualificação dos profissionais de saúde bucal, através de
um processo formativo, habilitando-os a reconhecer e valorizar as demandas apresentadas pelos
cuidadores informais e idosos dependentes, estimulando o desenvolvendo ações mais eficazes
de promoção da saúde e prevenção de doenças. Além disso, está sendo construído um material
didático, em formato de vídeos educacionais, como ferramenta prática de apoio para
instrumentalizar os cuidadores, oferecendo informações acessíveis e qualificadas que podem
ser utilizadas nas práticas de saúde bucal dos idosos assistidos.
Considerando o conhecimento ainda limitado sobre o tema, espera-se que este estudo
fomente e estimule novas pesquisas para implementar e fortalecer políticas públicas específicas
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) voltadas para a integralidade do cuidado às pessoas
idosas e o apoio aos cuidadores informais.
93
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100
APÊNDICE 1
101
102
103
104
APÊNDICE 2
105
106
ANEXO F – Formulário de Avaliação das Atividades da Vida Diária (KATZ - Modificado)
Fonte: Duarte, Andrade e Lebrão (p.321, 2007)
107
ANEXO G - Índex de Independência nas Atividades de Vida de Katz Modificado
Fonte: Duarte, Andrade e Lebrão (p.323, 2007)
