STEPHANY JULIANA DOS SANTOS TÔRRES
A PERCEPÇÃO DA MULHER EM RELAÇÃO AO ACOMPANHAMENTO PUERPERAL EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA ZONA RURAL EM ALAGOAS.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL
FACULDADE DE MEDICINA - FAMED
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA – PROFSAÚDE
Stephany Julliana Dos Santos Tôrres
A PERCEPÇÃO DA MULHER EM RELAÇÃO AO ACOMPANHAMENTO
PUERPERAL EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA ZONA RURAL EM
ALAGOAS
Maceió
2024
Stephany Julliana Dos Santos Tôrres
A PERCEPÇÃO DA MULHER EM RELAÇÃO AO ACOMPANHAMENTO
PUERPERAL EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA ZONA RURAL EM
ALAGOAS
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Saúde da Família –
PROFSAÚDE, vinculado ao Polo da
Universidade Federal de Alagoas - UFAL,
como requisito para a obtenção do título de
Mestre em Saúde da Família.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Divanise Suruagy
Correia
Coorientadora: Prof.ª Dr.ª Maria das Graças
Monte Mello Taveira
Linha de pesquisa: Atenção à saúde, acesso e
qualidade na Atenção Básica em Saúde.
Maceió
2024
AGRADECIMENTOS
E é chegada a hora, tão esperada, dessa “intensa trajetória”. A hora de reviver tudo que
passei até chegar aqui, relembrar cada etapa vivida e vencida (e foram várias...), mas agora de
forma leve, sem pressão, apenas gratidão.
Como falei no final da minha defesa, “Tudo começa com um sonho” e é por isso que
estou e cheguei até aqui, porque lá atrás existiu um sonho, que a meu ver era bem distante,
estava bem guardado, para quem sabe um dia... Mas, de repente, me vi diante daquele sonho,
que num piscar de olhos estava tão próximo, mas ao mesmo tempo me paralisava com o medo
de não conseguir, a insegurança, ter que mudar a rota, sair da zona de conforto e encarar aquele
desafio. E que desafio (Mestrado x Maternidade, JUNTOS)!!!
Eu poderia escrever páginas sobre essa história, mas quero aqui aproveitar para
agradecer a todos que direta ou indiretamente contribuíram para que eu chegasse até aqui.
Primeiramente agradeço a Deus por ter me dado forças, coragem, disciplina, por ter planos para
minha vida, muito maiores do que um dia imaginei e por colocar pessoas tão especiais ao meu
redor. Ter uma rede de apoio, que te apoia de verdade, é um tesouro valioso.
À minha família, que é o meu bem mais precioso, agradeço por todo apoio, amor,
compreensão, carinho, incentivo, conforto, por vibrarem comigo em cada etapa vencida e, por
serem meu porto seguro.
Ao meu filho Vinícius, por ser um raio de luz em minha vida e por me motivar a buscar
sempre a minha melhor versão.
Ao meu esposo, Wesley, pelo companheirismo, incentivo, paciência, suporte,
compreensão e amor.
À minha sobrinha-filha Lara pelo amor e compreensão, mesmo quando não tinha tempo
para dar atenção a ela e mesmo assim ela estava lá para ouvir meus estudos e ensaios de
apresentação.
Aos meus amados pais Shirley e Regivaldo por todo amor, apoio, acolhimento e por
serem minha base.
Ao meu irmão Andrey, pela tranquilidade e leveza sempre.
À minha amada vozinha, Dona Léo, pelas orações e acalento.
Às minhas amigas, por compreender as ausências, mas ao mesmo tempo serem tão
presentes em minha vida.
À minha orientadora Profª Drª Divanise Suruagy e co-orientadora Profª Drª Maria das
Graças pelo acolhimento, suporte, paciência e todo conhecimento compartilhado.
Aos professores e colegas de curso por cada experiência vivenciada, pela acolhida, pelas
conversas e por serem inspiração.
Aos colegas de trabalho, pelas contribuições durante as atividades realizadas.
E a todos que estiveram comigo nesta “intensa jornada”, contribuindo seja como for
para deixar o caminho mais leve e feliz. Não caberia aqui todo mundo, mas saibam que estão
em meu coração e sou eternamente grata por tudo.
Deixo aqui o meu Muito Obrigada!
RESUMO
O puerpério é um período importante na vida da mulher e requer cuidados específicos, pois é
um momento marcado por diversas modificações físicas, psíquicas, emocionais e sociais. O
objetivo do presente estudo foi conhecer a percepção das mulheres sobre o acompanhamento
puerperal em uma Equipe de Saúde da Família de uma Unidade Básica de Saúde da Família.
Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório, classificado como estudo de campo. Teve como
amostra 09 puérperas, que passaram pelo puerpério entre janeiro a dezembro de 2023 em uma
Unidade Básica de Saúde, da zona rural do município de Palmeira dos Índios/AL. A coleta de
dados foi realizada a partir de dois grupos focais, com a participação de 04 e 05 puérperas cada
grupo, que foram norteados por um roteiro contendo 09 perguntas. A discussão foi gravada e
transcrita para análise, utilizando a teoria de análise de conteúdo segundo Bardin (2011) e
seguiu o método criado por Malheiros (2011), que visa o significado do conteúdo coletado e
foram divididos em 4 etapas. Quanto aos resultados a última etapa resultou em 2 planilhas, na
primeira foi interpretado os focos e as unidades de registro e a segunda finalizou com a
elaboração de 3 categorias e 5 subcategorias relacionadas ao puerpério, sendo as categorias:
vivências do puerpério, conhecimento sobre puerpério e olhar sobre o serviço, e as
subcategorias: dificuldades e adaptação com o novo, necessidades, origem e qualidade das
informações, satisfação e sugestões de melhorias na assistência. Onde foi possível observar que
as puérperas veem o acompanhamento puerperal na unidade como algo positivo, no entanto,
referem a necessidade de algumas melhorias, como: mais consultas puerperais, mais acesso à
informação e orientações com o bebê. Concluiu-se que este estudo contribuiu para identificar a
percepção da mulher quanto ao acompanhamento puerperal, onde observou-se a necessidade
de profissionais de saúde qualificados para que possam oferecer uma assistência puerperal de
qualidade. Sendo assim, foi proposto a elaboração de um produto técnico, que consiste na
realização de oficinas para capacitação dos profissionais de saúde da unidade.
Palavras-chave: puerpério; Atenção Primária à Saúde; capacitação profissional.
ABSTRACT
The puerperium is an important period in a woman's life and requires specific care, as it is a
time marked by various physical, psychological, emotional and social changes. The aim of this
study was to find out women's perceptions of puerperal care in a Family Health Team at a Basic
Family Health Unit. This is a qualitative, exploratory study, classified as a field study. The
sample consisted of 09 puerperal women who went through the puerperium between January
and December 2023 at a Basic Health Unit in the rural area of the municipality of Palmeira dos
Índios/AL. Data was collected through two focus groups, with the participation of 4 and 5
puerperal women in each group, which were guided by a script containing 9 questions. The
discussion was recorded and transcribed for analysis, using the theory of content analysis
according to Bardin (2011) and following the method created by Malheiros (2011), which aims
to understand the meaning of the content collected and was divided into 4 stages. As for the
results, the last stage resulted in 2 spreadsheets, the first interpreting the focuses and recording
units and the second finalizing with the elaboration of 3 categories and 5 subcategories related
to the puerperium, the categories being: experiences of the puerperium, knowledge about the
puerperium and view of the service, and the subcategories: difficulties and adaptation to the
new, needs, origin and quality of information, satisfaction and suggestions for improvements
in care. It was possible to observe that the puerperal women see the puerperal follow-up at the
unit as something positive, however, they mention the need for some improvements, such as:
more puerperal consultations, more access to information and guidance with the baby. It was
concluded that this study helped to identify women's perceptions of puerperal care, and that
there is a need for qualified health professionals to provide quality puerperal care. A technical
product was therefore proposed, consisting of workshops to train the unit's health professionals.
Keywords: puerperium; Primary Health Care; professional training.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Categorias e subcategorias de análise ...................................................................29
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACS
Agente Comunitário de Saúde
AL
Alagoas
APS
Atenção Primária à Saúde
CAAE
Certificado de Apresentação para Apreciação Ética
CE
Ceará
CEP
Comitê de Ética em Pesquisa
CNS
Conselho Nacional de Saúde
DF
Distrito Federal
ESF
Estratégia Saúde da Família
IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ISTs
Infecções Sexualmente Transmissíveis
MS
Ministério da Saúde
MT
Mato Grosso
OMS
Organização Mundial da Saúde
OPAS
Organização Pan Americana de Saúde
PAISM
Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher
PHPN
Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento
PNAISM
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher
SMS
Secretaria Municipal de Saúde
SUS
Sistema Único de Saúde
TCLE
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UBS
Unidade Básica de Saúde
UFAL
Universidade Federal de Alagoas
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................11
2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................14
3 OBJETIVOS.........................................................................................................................16
3.1 Geral....................................................................................................................................16
3.2 Específicos ..........................................................................................................................16
4 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................17
5 MÉTODO..............................................................................................................................23
5.1 Tipo e Local do estudo.........................................................................................................23
5.2 Coleta dos dados..................................................................................................................23
5.3 Período da pesquisa.............................................................................................................24
5.4 Participantes da pesquisa.....................................................................................................24
5.5 Análise dos dados................................................................................................................24
5.6 Critérios de inclusão e exclusão...........................................................................................25
5.7 Riscos e Benefícios..............................................................................................................25
5.8 Aspectos éticos....................................................................................................................25
6 RESULTADOS ....................................................................................................................27
6.1 Artigo Científico..................................................................................................................27
6.1.1 Introdução........................................................................................................................28
6.1.2 Método.............................................................................................................................30
6.1.3 Resultados e discussão.....................................................................................................32
6.1.4 Considerações finais........................................................................................................41
6.1.5 Referências.......................................................................................................................41
6.2 Produto Técnico..................................................................................................................44
6.2.1 Tipo de produto.............................................................................................................48
6.2.2 Público-alvo..................................................................................................................48
6.2.3 Introdução.....................................................................................................................48
6.2.4 Objetivos.......................................................................................................................50
6.2.4.1 Objetivo Geral...............................................................................................................50
6.2.4.2 Objetivos Específicos....................................................................................................50
6.2.5 Método..........................................................................................................................50
6.2.6 Resultados Esperados....................................................................................................53
6.2.7 Considerações finais......................................................................................................53
6.2.8 Referências.......................................................................................................................53
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO TCM..............................................................................54
REFERÊNCIAS......................................................................................................................55
APÊNDICE A..........................................................................................................................60
APÊNDICE B..........................................................................................................................61
APÊNDICE C..........................................................................................................................64
APÊNDICE D..........................................................................................................................67
APÊNDICE E..........................................................................................................................68
ANEXO A.................................................................................................................................70
11
1
INTRODUÇÃO
O ciclo gravídico puerperal é uma fase marcada por diversas alterações caraterísticas
deste período, sendo estas alterações, frutos de fatores físicos, sociais e psicológicos, os quais
podem influenciar desde o desenvolvimento da gestação até o bem-estar e saúde da mãe e do
feto, durante o puerpério (Schiavo, 2018). Neste período são necessários cuidados com a mãe
e o bebê para evitar complicações e garantir uma boa recuperação (Frediani; Andrade, 2023).
O pós-parto é caracterizado por um momento de novas adaptações e desafios, de ordem
fisiológica e psicológica, ou seja, neste momento a mulher passa a viver uma nova realidade,
com uma rotina totalmente diferente, com outros hábitos e muitas responsabilidades (Leite et
al., 2022).
Para muitas mulheres, o puerpério é tido como uma fase agradável, no entanto, o
cuidado dessa mulher é essencial para a saúde materna e neonatal. E para isso, faz-se necessário
a presença do pai, familiares e toda rede de apoio social, uma vez que além de todas as
mudanças vivenciadas pela puérpera, ainda tem as questões relacionadas à autoestima,
maternidade, sexualidade, reorganização da vida pessoal, dentre tantas outras coisas (Leite et
al., 2022).
O puerpério é um período especial na vida da mulher, tem início imediatamente após o
parto e dura em média 6 semanas, o qual merece cuidados específicos, pela complexidade do
processo vivido pelo binômio mãe-filho. O Ministério da Saúde Brasileiro preconiza a
realização de uma consulta puerperal, a qual deve acontecer até 42 dias após o parto. Nesta
consulta, a puérpera deve ser orientada quanto aos cuidados materno-infantis e receber
orientações sobre amamentação, vida reprodutiva e sexualidade (Brasil, 2013).
Frente a diversidade de acontecimentos e modificações que acometem a mulher e a
criança neste período, pode-se perceber que apenas uma consulta puerperal não é suficiente
para passar todas as informações necessárias, sanar todas as dúvidas das puérperas e identificar
os possíveis problemas e dificuldades que possam surgir ao longo desse período puerperal.
Portanto, é preciso traçar estratégias para que essa puérpera se sinta acolhida e inserida na
assistência pelo tempo que ela necessitar, além de garantir uma rede de apoio profissional
capacitada, a qual possa assegurar um cuidado integral e de qualidade não só a puérpera, mas a
este binômio materno-infantil (Meirelles; Alevato; Antônio, 2022).
O avanço das políticas públicas, ao longo dos anos, vem mostrando que essas políticas
voltadas para trabalhar a promoção da saúde, a prevenção de doenças e a redução da
morbimortalidade à saúde materno-infantil tem se destacado como área de interesse na saúde
12
da família. Cada vez mais tem-se aprimorado os serviços de saúde, a assistência prestada e os
programas de atenção ao pré-natal, a puérpera e a criança (Brasil, 2013).
Como exemplo dessas políticas tem-se o Programa de Assistência Integral à Saúde da
Mulher – PAISM, que foi resultado da luta do movimento feminista para que o governo
ampliasse a atenção à saúde da mulher, assim como também o reconhecimento dos seus direitos
(Brasil, 1984), o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento – PHPN, o qual tinha
como objetivo melhorar o acesso, a cobertura, a qualidade do acompanhamento do pré-natal e
da assistência ao parto e puerpério (Brasil, 2002), a Política Nacional de Atenção Integral à
Saúde da Mulher (PNAISM) que contempla princípios e diretrizes, além de ampliar o leque de
ações propostos pelo PAISM (Brasil, 2004), o Programa Rede Cegonha, tem o objetivo de
estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil (Brasil, 2011), entre outros.
De acordo com Cunha et al. (2018) a promoção e a manutenção da saúde materna e
neonatal apresentam grandes resultados tanto para a família quanto para os profissionais
envolvidos e a busca de estratégias para o acompanhamento integral a esse binômio tornam as
intervenções mais eficazes. Sabe-se que o puerpério e os primeiros dias de vida do recémnascido são momentos que devem se ter uma atenção especial, onde a rede de apoio profissional
precisa desenvolver atividades de forma integral a este binômio, além de ofertar um trabalho
individualizado, de acordo com as necessidades de cada um.
Soares e Rodrigues (2018) ao questionarem puérperas de uma Unidade Básica de Saúde
em Paranoá (Brasília/DF), sobre os sentimentos relacionados à maternidade, observaram que a
maioria fazia uma relação entre alegria e desespero/angústia, além disso, relatavam também
certa dificuldade em entender o novo papel que estava sendo assumido, o de ser mãe, fato este
que gerava alguns sentimentos como medo, desespero e dúvida diante do novo.
Ainda segundo Soares e Rodrigues (2018), ficou claro, que no período do puerpério as
mulheres precisam de um maior suporte, mas infelizmente, na realidade esse momento muitas
vezes acaba sendo desvalorizado, por diversas razões, além do fato de muitas mulheres não
compreenderem as mudanças pelas quais estão passando, ou mesmo pelo fato de não querer
admitir que algo de diferente está acontecendo e grande parte das vezes se dá pela falta da rede
de apoio, seja ela social e/ou profissional. Esses fatos fazem com que as puérperas vivenciem
esses momentos sozinhas, gerando sintomas que poderiam ser evitados caso tivessem o suporte
adequado.
Em um estudo realizado por Guedes et al. (2022) com puérperas cadastradas na ESF da
zona rural de Lavras da Mangabeira – CE, sobre a percepção das mesmas quanto as orientações
recebidas durante o pré-natal a respeito do puerpério, constatou-se que poucas receberam uma
13
assistência completa e a forma como se abordavam os assuntos nas consultas deixava muito a
desejar, pois quando aconteciam era de forma fragmentada. Com isso, foi proposto aos
profissionais que implementassem as orientações referentes ao puerpério durante as consultas
de pré-natal para que as mulheres se sintam confiantes para passar por esse período de forma
tranquila e sintam-se acolhidas por uma assistência de qualidade.
Em se tratando de puérperas que residem em zona rural sabe-se que essa atenção
demanda alguns cuidados ainda mais específicos, pois as questões culturais e crenças estão mais
enraizadas e presentes que na zona urbana. Por exemplo, as restrições alimentares, que durante
o “resguardo” as mulheres relatam diversos alimentos, que segundo elas, causam hemorragia,
infecção e inflamação e que por isso devem ser evitados, como melancia, galinha arrepiada,
peixes considerados “remosos” (traíra, cará vermelho), ovo, calabresa, dentre outros (Pereira,
2020).
Ainda segundo Pereira (2020) tudo isso parte da associação que fazem sobre a ingesta
de certos alimentos estarem relacionadas a caraterísticas similares e malformação nos bebês.
Além disso, essas puérperas referem que a quebra da restrição alimentar pode causar desde
febre até outras complicações podendo causar até a morte, pois acreditam que no pós-parto a
mulher se encontra ferida e que certos alimentos tem a característica de inflamar ou infeccionar
essas áreas, assim como as que estão amamentando podem causar inflamação no coto umbilical,
cólicas, candidíase oral e diarreias nos recém-nascidos.
Em um estudo com puérperas de uma maternidade em Barra do Garças (MT), para saber
o que elas pensavam sobre a importância da consulta puerperal foi constatado que as puérperas
são privadas de receber esse benefício, devido ao desinteresse dos profissionais que realizam
esse atendimento e com isso foi sugerido que fossem criadas medidas que possam conscientizar
esses profissionais sobre a importância de orientar e incentivar a consulta puerperal, para que
assim possam intensificar a longitudinalidade do cuidado. Uma vez que a forma como os
profissionais orientam e incentivam a procura pela consulta puerperal, colabora para um
resultado positivo, com o aumento da procura (Vilela; Pereira, 2018).
É preciso que os profissionais de saúde fortaleçam esse vínculo, para que haja adesão
ao serviço prestado. Isso deve ser feito e estimulado durante todo pré-natal, através de
orientações, escuta qualificada e um trabalho de construção da confiança entre profissional e
paciente, para que assim se tenha êxito na continuidade dos cuidados no período pós-parto,
assim como puérperas que estejam aptas a passar por esse momento da melhor maneira.
Assim, diante desta realidade, o presente estudo visa responder a seguinte questão
norteadora: qual a percepção da mulher em relação ao acompanhamento puerperal?
14
2
JUSTIFICATIVA
Dentre os principais fatos destacados pela Organização Pan Americana de Saúde
(OPAS, 2022) em relação a saúde materna, destaca-se o fato da mortalidade materna ser maior
em mulheres que residem em áreas rurais e comunidades mais pobres e que cuidados antes,
durante e após o parto podem salvar mães e bebês.
Em 2021, o Brasil teve uma média de 107 mortes de puérperas a cada 100 mil nascidos
vivos, segundo dados registrados no Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna, onde a
maioria dessas mortes poderiam ter sido evitadas se tratadas a tempo (Granda, 2022).
A Unidade Básica de Saúde Boa Sorte, fica localizada na zona rural do município de
Palmeira dos Índios-AL, sendo este o quarto maior município do Estado de Alagoas e segundo
dados do IBGE (2022) conta com uma população estimada de 71.574 pessoas. A rede de
Atenção Primária a Saúde apresenta um total de 22 Unidades de Saúde da Família, sendo 13
localizadas na zona urbana e 09 na zona rural. A UBS Boa Sorte conta com um total de 9
microáreas, todas cobertas, contabilizando um total médio de 1.753 pessoas.
Na Unidade Básica de Saúde Boa Sorte, local onde atuo como enfermeira, observou-se
que as puérperas acabam sendo “esquecidas” logo após a primeira e quase sempre única
consulta puerperal e que após essa consulta toda a atenção é voltada quase que exclusivamente
para a puericultura. Com isso passamos a nos questionar sobre qual a percepção que as
puérperas têm em relação a esse acompanhamento, o que mudou em sua vida após a chegada
do bebê, com quem elas falam sobre seus anseios, dúvidas, dificuldades e qual conduta seria
adequada para melhorar essa situação.
Em rodas de conversas e reuniões para planejamento e estudos de casos com a equipe,
podemos notar que outros profissionais, também identificam essa lacuna, no que concerne ao
acompanhamento e suporte puerperal, ao serem questionados, principalmente os agentes
comunitários de saúde, diante das queixas relatadas pelas puérperas durante as visitas
domiciliares e o que eles identificam como necessidades, mesmo não relatado por elas.
As maiores queixas estão relacionadas à amamentação, pelas dificuldades que
apresentam para amamentar, os palpites que recebem, os problemas com a mama, as dúvidas
que possuem, assim como também as dificuldades com os cuidados do recém-nascido, a falta
da rede de apoio, pois em sua grande maioria referem que não possuem o suporte necessário,
pois seus maridos voltam logo ao trabalho, e nem sempre possuem familiar disponível para
oferecer esse suporte por mais tempo, precisando assumir grande parte das responsabilidades
sozinhas.
15
Além disso, problemas relacionados ao emprego, uma vez que muitas acabam perdendo,
devido à dificuldade com quem vai deixar o bebê, ou em outros casos tem-se a necessidade de
voltar logo, causando uma volta precoce às atividades laborais e tendo que deixar o bebê com
terceiros, o que acarreta muitos casos de desmame precoce, por exemplo. Fatores emocionais
também são muito presentes e muitas vezes elas não conseguem identificar sozinhas,
necessitando de um suporte profissional para ajudar a resolver tal problema, dentre outras
queixas.
De acordo com a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS, 2022) a Organização
Mundial de Saúde - OMS pede atenção de qualidade para puérperas e recém-nascidos durante
as primeiras semanas cruciais depois do parto e dentre as novas recomendações, destacam a
urgência de apoio à saúde física e mental no período puerperal.
Neste sentido, realizar um estudo que tenha o intuito de conhecer a percepção das
mulheres em relação ao acompanhamento puerperal, irá trazer grandes resultados, os quais
poderão ser evidenciados diante dos benefícios proporcionados na melhoria da qualidade de
vida de muitas mulheres, assim como na redução da morbimortalidade materna e neonatal.
Visto que o mesmo poderá servir de base para a motivação dos profissionais de saúde, no
sentido de sensibilizá-los e assim provocar uma modificação em sua assistência e
consequentemente a melhoria da oferta dos serviços de saúde, através de capacitações e
atualizações, resultando em uma menor morbimortalidade materna e neonatal, assim como
puérperas melhor assistidas diante de suas necessidades.
16
3
OBJETIVOS
3.1
Geral:
Conhecer a percepção das mulheres sobre o acompanhamento puerperal em uma Equipe
de Saúde da Família de uma Unidade Básica de Saúde da Família.
3.2
Específicos:
Identificar vivências e experiências de puérperas quanto ao período estudado.
Identificar ações voltadas ao puerpério que são realizadas na Unidade Básica de Saúde
segundo as puérperas.
Identificar as necessidades das puérperas em relação ao acompanhamento puerperal.
Realizar oficinas, como produto técnico, para os profissionais da Unidade Básica de
Saúde Boa Sorte, voltadas para melhorias na atenção à puérpera.
17
4 REVISÃO DA LITERATURA
A gravidez e o parto são momentos caracterizados por trazer diversas mudanças, tanto
físicas quanto emocionais na vida da mulher. Trata-se de uma fase em que cada gestação vai
ser determinante para seu desenvolvimento, assim como a relação que será estabelecida entre a
mulher e a família com a criança. O puerpério é a primeira fase do pós-parto vivenciada pela
mulher, a qual ocorre já nos primeiros minutos após o desprendimento da placenta, logo após
o nascimento (Santana, 2021).
Define-se puerpério como o período do ciclo gravídico-puerperal onde as modificações
causadas pela gravidez e parto no organismo da mulher, retornam ao seu estado inicial, prégravídico. Tem seu início imediatamente após o parto, porém, sua duração não tem um prazo
determinado, pois varia de acordo com cada mulher e estas variações estão ligadas a questões
anatômicas e fisiológicas, assim como também a fatores psicossociais ligados à maternidade,
autoestima, sexualidade, dentre outras situações. O puerpério pode ser dividido em três fases:
imediato, que vai do 1º ao 10º dia; tardio, que vai do 11º ao 42º dia e remoto, a partir do 43º dia
(Brasil, 2001).
De acordo com Vilela e Pereira (2018) a assistência puerperal começa dentro do
ambiente hospitalar, no qual as primeiras alterações puerperais se manifestam, como por
exemplo, a ansiedade para o parto, as dores, a insegurança, a dependência, a adaptação ao novo,
as dificuldades de amamentar e diversos outros sentimentos que surgem a partir daí.
Ainda segundo Vilela e Pereira (2018), a maior parte das causas de morbimortalidade
materna e neonatal ocorrem na primeira semana de pós-parto, logo faz-se necessário estimular
o retorno da puérpera e do recém-nascido ao serviço, durante o pré-natal, na maternidade e nas
visitas domiciliares realizadas pelos agentes comunitários de saúde e que esta ocorra entre 7 a
10 dias após o parto, já que é considerado o período mais crítico.
Segundo dados da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS, 2022) mais de 3 em
cada 10 mulheres e bebês, em todo o mundo, não recebem cuidados pós-natais nos primeiros
dias após o parto, sendo este período considerado o que ocorre o maior número de mortes
maternas e infantis. Além disso, as consequências físicas e emocionais do parto, se não forem
tratadas podem ser debilitantes, porém quando a atenção é oferecida em tempo hábil, os
resultados são os melhores.
Devido ao puerpério ser um período delicado na vida da mulher, deve-se prestar
bastante atenção às suas condições psíquicas e sociais, uma vez que esse momento pode gerar
muitas ansiedades, o que pode levar a sintomas depressivos, por isso é preciso proteger e apoiar
18
essa mulher. Neste período são comuns momentos de tristeza, devido as mudanças hormonais,
as quais podem durar algumas semanas, portanto é imprescindível que os profissionais da
atenção básica estejam preparados para oferecer o suporte necessário e que possam reconhecer
situações de vulnerabilidade para que possam utilizar os recursos necessários para a resolução
de tais problemas (Brasil, 2016).
Muitas mulheres mencionam que acompanhadas das questões fisiológicas existem
muitas questões de vulnerabilidades atreladas, dentre elas destaca-se a fome, desemprego, falta
de moradia, falta de acesso a condições básicas, abandono do parceiro, violência doméstica e
familiar, gravidez indesejada, medo de questões relacionadas ao aborto, uso abusivo de álcool
e drogas, diagnósticos de ISTs, entre vários outros determinantes sociais que podem trazer
como consequência sérios problemas como abortamento, demora para iniciar pré-natal,
hemorragias, prematuridade, depressão ou mesmo a morte materna (Pereira, 2019).
O puerpério versa um momento de muitas alterações, onde a mulher está mais propícia
a desenvolver alterações no humor, além de alterações psíquicas, dentre as quais tem-se a
tristeza puerperal ou baby blues, a depressão pós-parto e a psicose puerperal (Leite et al., 2022).
A tristeza puerperal ou baby blues é considerada uma alteração psíquica leve e
passageira, tende a desaparecer entre 7 a 10 dias após o parto, ocorre com muita frequência,
porém, caso essa tristeza perdure por mais tempo, poderá levar a um quadro de depressão pósparto. Nesses casos, o tratamento ideal para essas mulheres está relacionado a oferta de suporte
emocional e atenção profissional (Brasil, 2013).
Coburn et al. (2021) relata em seu estudo que existe uma relação entre os sintomas
depressivos pré-natais e um risco aumentado para problemas de saúde logo após o nascimento
para o feto, o que reforça a importância de intervenções eficazes durante o pré-natal para que
assim se possa evitar problemas no feto em desenvolvimento, assim como diminuir os riscos
de problemas futuros para a puérpera.
Soares e Rodrigues (2018) citam que o pós-parto é um período que gera um misto de
sentimentos e é marcado por diversas emoções e expectativas que promovem uma disfunção
no emocional da mulher, alterando entre euforia e depressão. Sendo comum casos de depressão
pós-parto, por exemplo, a qual é caracterizada como um transtorno que impacta não só a
puérpera, mas toda a família e precisa de tratamento adequado, porém não se trata de um
diagnóstico simples, pois apresenta muitos sintomas comuns no puerpério e que podem acabar
passando despercebidos, caso não tenha um olhar crítico para tal situação.
Já a psicose puerperal trata-se de um transtorno psiquiátrico no qual fatores obstétricos
e episódios prévios contribuem para o desenvolvimento dessa patologia, que traz prejuízos tanto
19
para a mãe, quanto para o bebê, trazendo o risco de suicídio materno, faz-se então necessários
diagnósticos precoces e terapêutica apropriada para redução de episódios (Ribeiro et al., 2021).
Fônseca (2019) refere que as dentre tantas patologias que acometem as puérperas,
algumas se destacam, como exemplo: hemorragia puerperal, infecção pós-parto, complicações
da pré-eclâmpsia e eclampsia. Diante de tal realidade, faz-se necessário que os profissionais de
saúde sejam capacitados para prestarem os cuidados necessários.
O puerpério é um momento delicado que requer cuidados e para isso se faz necessário
que a puérpera tenha conhecimento suficiente sobre esta fase, por meio de ações educativas
qualificadas, através de orientações de como a mulher pode cuidar de si e de seu filho. Destacase a importância da escuta qualificada de puérperas, para que não se trate apenas de um
momento de transmissão de conhecimentos da parte de quem está passando as informações,
mas sim que sejam atendidas também as necessidades das mulheres que irão recebê-las (Souza
et al., 2021).
Segundo Soares e Rodrigues (2018) durante o pré-natal pode-se identificar algumas
alterações que podem ser consideradas preocupantes para a gestante, pois podem resultar em
problemas futuros, para a criança e/ou na fase de puerpério, cabe ao profissional que a
acompanha estar atento aos detalhes e caso necessário relatar a família para que juntos procurem
solucionar o problema e prevenir que o mesmo a acompanhe durante o puerpério, além disso,
nunca deve-se subestimar o sofrimento da mulher, pois isso só dificulta o processo e influencia
para o desenvolvimento de alguns transtornos.
Em um estudo realizado com puérperas e gestantes, Cabral (2020) refere que durante as
rodas de conversas o puerpério surge como um momento que vai além da quarentena e do
retorno das condições físicas da mulher, para elas esse momento consiste em questões físicas,
psicológicas, hormonais, emocionais, sociais, culturais, dentre outros e que o tempo de duração
variava entre as mulheres, para umas duravam os 45 dias, outras dois anos e ainda outras
referiam que mesmo seis anos após o parto ainda se sentia no puerpério. E para a maioria delas
o puerpério foi encarado negativamente, devido aos vários desafios enfrentados.
No que diz respeito à consulta puerperal, Vilela e Pereira (2018) realizaram um estudo
com puérperas e identificaram que há uma escassez desta recomendação tanto nos serviços de
atenção primária à saúde, quanto na atenção hospitalar, onde a maioria das puérperas referem
que não foram orientadas quanto a importância da consulta puerperal, mesmo realizando prénatal corretamente. O que fica evidenciado que há uma grande falha na cobertura desses
serviços.
20
Em relação ao cuidado no puerpério, pode-se observar na fala das puérperas, que
participaram do estudo de Soares e Rodrigues (2018) que a presença da rede de apoio social
tem grande impacto neste período, em especial a figura paterna, pois nota-se que há um bemestar materno ainda mais elevado, uma vez que elas esperam que a figura do pai lhe tragam
segurança e apoio neste momento, fortalecendo ainda mais o vínculo com a mãe e o filho, pois
torna a experiência da maternidade mais leve e traz a oportunidade de vivenciar sentimentos e
emoções ainda mais positivas.
Além disso, uma outra forma de cuidado relatado pelas puérperas do mesmo estudo, foi
o reconhecimento de alterações por parte dos profissionais, assim como também a realização
de palestras educativas e grupos durante o pré-natal e do mesmo modo no pós-parto, uma vez
que levam informação confiável e de qualidade o que faz com que as mulheres se sintam mais
confiantes e seguras, pois tornam-se capazes de perceber quando algo não está bem (Soares;
Rodrigues, 2018).
Vale destacar a assistência prestada as mulheres que residem na zona rural, pois de
acordo com Sehnem et al. (2020) na maioria das vezes essa assistência está voltada para o
tratamento das patologias e quase não se detém às necessidades de saúde das puérperas, este
fato só evidencia as falhas existentes nas relações entre profissionais e puérperas, o que acaba
limitando a autonomia das mesmas quanto à tomada de decisão e mostra como a prática
assistencial está fragmentada, com baixa qualidade e resolutividade.
Pesquisas mostram que alguns fatores, como questões administrativas e barreiras físicas,
limitam o acesso, seja ele de rotina ou emergencial, das puérperas da zona rural ao serviço, o
que contribui para o aumento do índice de morbimortalidade no período puerperal. Assim como
as barreiras geográficas, onde as residências de difícil acesso e que apresentam longas distâncias
nas propriedades rurais acabam aumentando as dificuldades encontradas por esse público
(Sehnem et al., 2020).
Assim, morar em zona rural pode-se constituir em uma barreira para o acesso aos
serviços de saúde, devido a questões relacionadas ao deslocamento, uma vez que há
dificuldades com transporte, o que evidencia as desigualdades entre zona urbana e rural.
Em um estudo realizado por Castro (2019) numa comunidade da zona rural, o termo
utilizado para designar puerpério foi “resguardo”, muito comum nesse modelo de população, o
qual é definido como um período de quarenta dias e é marcado pela tradição cultural das
parteiras, as quais são bem respeitadas, principalmente em se tratando de comunidades rurais,
tendo em vista o fato de ser mais comumente encontradas.
21
Segundo Castro (2019) durante o resguardo as parteiras sempre orientam as mulheres
sobre a restrição das atividades sexuais, uma dieta equilibrada, dentre outras coisas, uma vez
que a quebra deste resguardo poderia trazer diversas complicações, como hemorragias ou até
mesmo a morte. Além disso, sempre que possível as parteiras fazem visitas diárias às puérperas
e quando não a fazem geralmente fica um responsável da família ajudando a puérpera e
seguindo as orientações da parteira.
Cabral (2020) realizou uma análise de profissionais que trabalham com puérperas,
dentre eles, uma relatou que criou um programa de cuidados para acolher mulheres no pósparto junto com seus filhos, que incluía diversas atividades, como dança, massagens, yoga e
rodas de conversas sobre os mais variados temas, foi aí que a profissional identificou a
importância desse trabalho e a necessidade de se trabalhar com puérperas, pois o número de
mulheres só crescia e o tema mais pedido pelas puérperas, durante as rodas de conversa, era o
próprio puerpério, a mesma relata que identificou como as mulheres se sentem aliviadas ao
entender mais sobre o que é o puerpério e saber que elas não são as únicas a passar pelas
dificuldades e transformações trazidas por esse momento.
Olivindo et al. (2021) enaltece a importância de constantes capacitações e
aprimoramentos profissionais em se tratando do puerpério, visto que a assistência puerperal
vem deixando a desejar em algumas situações, principalmente no que diz respeito a educação
em saúde, uma vez que as mulheres permanecem com muitas dúvidas, assim como foi
observado que há uma maior atenção aos cuidados com o recém-nascido e a puérpera acaba
ficando de lado.
É visto que a integralidade, humanização, acesso, empatia, profissionais capacitados e
a continuidade dos serviços prestados são de grande importância para o usuário, no caso das
puérperas em especial, uma vez que implica diretamente no sucesso do seu acompanhamento e
dos resultados que serão obtidos ao binômio materno-infantil.
Quanto às mulheres da zona rural, de acordo com Sehnem et al. (2020) faz-se necessário
instigar a realização de diversos estudos na área, que tenham o intuito de conhecer a realidade
das mesmas e buscar estratégias para minimizar as dificuldades existentes. De modo que, os
profissionais de saúde busquem medidas para melhorar a qualidade da assistência e que estas
provoquem a participação ativa dessas mulheres na melhoria da sua própria saúde, através de
busca ativa, estudos específicos e realização do plano de cuidado individualizado para que se
sintam parte importante.
Por fim, faz-se necessário compreender a importância do cuidado com as puérperas,
pois um puerpério complicado, sem rede de apoio, sem atenção e cuidados adequados podem
22
trazer consequências drásticas, tanto para a mulher, quanto para o bebê e para a disposição
familiar que estão inseridos, sem contar nas questões sociais que impõe à mulher a maior parte
da responsabilidade (Cabral, 2020).
23
5 MÉTODO
5.1
Tipo e local do estudo
Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo exploratório, classificado como estudo de
campo, que foi realizado com um total de 09 mulheres que passaram pelo puerpério no período
de janeiro a dezembro de 2023 em uma unidade básica de saúde, na zona rural de Palmeira dos
Índios.
Para Malheiros (2011) as pesquisas qualitativas são pautadas na interpretação que as
pessoas fazem da realidade, uma vez que a realidade não existe por si só. Esse tipo de pesquisa
é essencial para ajudar a compreender vários fenômenos das ciências humanas.
A pesquisa foi realizada na Unidade Básica de Saúde Boa Sorte, localizada na zona rural
do município de Palmeira dos Índios, no Estado de Alagoas. O município conta com 22
unidades básicas de saúde, sendo 13 localizadas na zona urbana e 9 na zona rural. A UBS Boa
Sorte tem uma média de 1753 habitantes, divididos em 9 microáreas.
5.2 Coleta dos dados
A pesquisa utilizou como técnica de coleta de dados um grupo focal, o qual foi mediado
pela pesquisadora, estimulando o debate sobre o tema. De acordo com Trad (2009) o objetivo
do grupo focal é agrupar informações sobre um tema específico e a partir de um grupo de
participantes selecionados buscar informações que possam trazer a compreensão de percepções,
sentimentos e crenças sobre o referido tema.
Para a realização do grupo focal foi reservada a sala da recepção da UBS Riacho Santo
(Posto de apoio da Boa Sorte) em um dia sem atendimentos, onde as participantes foram
distribuídas em cadeiras organizadas em círculo e contaram com a distribuição de lanche e
sorteio de brinde, no final da realização de cada grupo.
As participantes foram as mulheres que estão cadastradas na UBS Boa Sorte e passaram
pelo puerpério no período de janeiro a dezembro de 2023, as quais foram convidadas através
de convites elaborados pela pesquisadora e entregues pelos agentes comunitários de saúde. Para
a próxima etapa foram montados grupos com uma média de 4 e 5 participantes, onde foi
realizada a discussão, após uma breve apresentação dos participantes e dos objetivos do grupo,
onde as mesmas assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e em seguida
deu-se início as falas.
24
O roteiro que norteou a discussão foi elaborado pela moderadora, o qual contara com
09 perguntas sobre o tema estabelecido (Apêndice A), onde foram abordadas questões que
trouxeram reflexões sobre a vida da puérpera enquanto mãe, paciente/puérpera e mulher, assim
como sobre suas necessidades para vivenciar este período da melhor forma possível.
Foi realizada a gravação da discussão do grupo focal em dois celulares, o moderador foi
a enfermeira da unidade e pesquisadora deste trabalho, com o apoio de um agente de saúde da
área. De acordo com Vitoriano e Gasque (2023) ao moderador cabe diversas funções, dentre
elas estão, a forma como conduz as discussões, o modo como aprofunda a comunicação entre
o grupo e o desenvolvimento de competências específicas para para que a coleta de dados
alcance seus objetivos.
5.3
Período da pesquisa
A pesquisa teve início em março e seu término em agosto de 2024.
5.4
Participantes da pesquisa
Participaram da pesquisa nove mulheres que estavam cadastradas na UBS Boa Sorte e
passaram pelo puerpério no período de janeiro a dezembro de 2023.
5.5
Análise dos dados
Foi usada a teoria de análise de conteúdo segundo Bardin (2016) para análise dos dados.
A análise seguiu o método lógico semântico criado por Malheiros (2011) que visa o significado
do conteúdo coletado, os dados foram analisados manualmente e divididos em 4 etapas.
Sendo elas: etapa 1, pré-análise que é a organização dos dados, uma vez que não tendo
categorias prévias, será preciso analisar as respostas e identificar ideias que surgirem das
respostas às questões norteadoras; etapa 2, é a busca das ideias implícitas (foco), com base em
três princípios, que são: da exclusão, onde sempre que um dado ou um conjunto de dados
pertencer a uma categoria, será automaticamente excluído das outras; da pertinência, ou seja,
quando um dado não pode ser integrado a uma categoria por falta de escolha, é preciso que seja
pertinente à categoria que será enquadrado; e da objetividade, que ao ligar um dado a uma
categoria é preciso que ele seja objetivo, para que não influencie na subjetividade na
organização dos dados da pesquisa; etapa 3, quando se busca responder à pergunta da pesquisa
25
através das unidades de registro, onde se relaciona a fala com o foco ou tema, com o intuito de
identificar se o que foi deduzido faz sentido, assim como também exemplificar no texto como
se chegou ao resultado, a unidade de registro, que pode ser uma palavra ou uma frase; e por fim
a etapa 4, a qual tem como objetivo identificar se o resultado permite que o pesquisador execute
sua análise, onde essa análise é feita pelo pesquisador que relaciona os dados levantados com a
literatura disponível.
5.6
Critérios de inclusão e exclusão
Critérios de inclusão: as mulheres cadastradas na UBS Boa Sorte e que passaram pelo
puerpério no período de janeiro a dezembro de 2023.
Critérios de exclusão: as mulheres que tivessem algum transtorno ou déficit mental
diagnosticado antes do puerpério.
5.7
Riscos e benefícios
Quanto aos possíveis riscos, pode-se identificar sinais de constrangimento das
participantes; invasão de privacidade; irritabilidade; incômodo; vergonha; cansaço; alteração
de autoestima; estresse; aborrecimento; estigmatização; discriminação; alterações de
comportamento; quebra de sigilo e confidencialidade; quebra de anonimato; exposição a
situação vexatória; exposição de terceiros; exposição acentuada a situações de desconforto;
dentre outros.
Os benefícios que envolve a pesquisa estão relacionados a fato de que poderá servir de
suporte para a melhoria da atenção à puérpera, assim como também servir de base para a
motivação, no sentido de provocar modificação na atuação dos profissionais e dos serviços de
saúde em se tratando da atenção puerperal, além de propor estratégias para melhorias do serviço
de saúde, quanto ao acompanhamento puerperal.
5.8
Aspectos éticos
Esta pesquisa foi submetida à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
Universidade Federal de Alagoas (UFAL), seguindo os critérios estabelecidos nas Resoluções
do Conselho Nacional de Saúde - CNS nº. 466/2012, nº. 510/2016 e nº. 580/2018, no que se
refere à pesquisa com seres humanos e no âmbito do SUS.
26
Após aprovação dos referidos órgãos este projeto foi encaminhado à Secretaria
Municipal de Saúde de Palmeira dos Índios, para o setor responsável pela gestão da Atenção
Básica, para que fosse autorizado a execução da pesquisa e assim fosse dado início à coleta de
dados.
Foi garantido que todos os participantes apenas participariam da pesquisa após ter
assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), ou seus representantes legais,
conforme a Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, depois que receberam todos os
esclarecimentos e as informações acerca da pesquisa. Este documento foi emitido em duas vias
idênticas, onde uma delas foi entregue ao participante da pesquisa e a outra ficou com o
pesquisador responsável.
Foi mantido total sigilo no que se refere a identificação das participantes envolvidas na
pesquisa, através de medidas que preservassem suas identidades, como utilização de nomes
fictícios, neste caso, utilizou-se nomes de flores, assim como as informações obtidas não serão
utilizadas para outros fins e em caso de recusa, se houvesse, a participante da pesquisa não seria
penalizada de forma alguma e poderia desistir da pesquisa a qualquer momento.
27
6 RESULTADOS
Os resultados deste estudo serão apresentados em forma de artigo científico e produto
técnico.
6.1 Artigo Científico
A PERCEPÇÃO DA MULHER EM RELAÇÃO AO ACOMPANHAMENTO
PUERPERAL EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA ZONA RURAL EM
ALAGOAS
RESUMO
O puerpério é um período marcante na vida da mulher, onde a qualidade dos cuidados recebidos
nesta fase irá contribuir para a saúde materno-infantil. O objetivo do presente estudo foi
conhecer a percepção das mulheres sobre o acompanhamento puerperal em uma Equipe de
Saúde da Família de uma Unidade Básica de Saúde da Família. Trata-se de um estudo
qualitativo, exploratório, classificado como estudo de campo. Apresentou uma amostra de 09
puérperas, que passaram pelo puerpério entre janeiro a dezembro de 2023 em uma Unidade
Básica de Saúde, da zona rural do município de Palmeira dos Índios/AL. Os dados foram
coletados a partir de dois grupos focais, com a participação de 04 e 05 puérperas em cada grupo,
que foram guiados por um roteiro contendo 09 perguntas. Foi utilizado a teoria de análise de
conteúdo segundo Bardin (2011) e seguiu o método criado por Malheiros (2011) que busca o
significado do conteúdo coletado, através da análise da discussão. Toda a discussão foi gravada
e posteriormente transcrita, resultando em uma planilha final contendo a elaboração de 3
categorias e 5 subcategorias relacionadas ao puerpério. Quanto aos resultados, em se tratando
das categorias tem-se: vivências do puerpério, conhecimento sobre puerpério e olhar sobre o
serviço, e em relação as subcategorias: dificuldades e adaptação com o novo, necessidades,
origem e qualidade das informações, satisfação e sugestões de melhorias na assistência. Com
os resultados obtidos, foi proposto um produto técnico, que consiste na realização de oficinas
para capacitação dos profissionais de saúde da unidade. Conclui-se que este estudo contribuiu
para identificar a percepção da mulher quanto ao acompanhamento puerperal, no qual foi
possível observar as suas dificuldades e adaptação com o novo, as necessidades de maior
suporte profissional, de um maior número de consultas puerperais, onde referem que apenas
uma consulta é insuficiente para sanar todas as suas dúvidas, além de mais informações sobre
o processo. Com isso, notou-se a necessidade de sensibilizar e capacitar os profissionais de
saúde, para que ofereçam uma assistência puerperal qualificada.
Palavras-chave: puerpério; Atenção Primária à Saúde; capacitação profissional.
28
ABSTRACT
The puerperium is an important period in a woman's life, where the quality of care received
during this phase will contribute to maternal and child health. The aim of this study was to find
out women's perceptions of puerperal care in a Family Health Team at a Basic Family Health
Unit. This is a qualitative, exploratory study, classified as a field study. It had a sample of 09
puerperal women, who went through the puerperium between January and December 2023 in
a Basic Health Unit in the rural area of the municipality of Palmeira dos Índios/AL. The data
was collected from two focus groups, with the participation of 4 and 5 puerperal women in each
group, who were guided by a script containing 9 questions. We used the theory of content
analysis according to Bardin (2011) and followed the method created by Malheiros (2011)
which seeks the meaning of the content collected by analyzing the discussion. The entire
discussion was recorded and later transcribed, resulting in a final spreadsheet containing 3
categories and 5 subcategories related to the puerperium. As for the results, the categories were:
experiences of the puerperium, knowledge about the puerperium and view of the service, and
the subcategories: difficulties and adaptation to the new, needs, origin and quality of
information, satisfaction and suggestions for improving care. Based on the results obtained, a
technical product was proposed, consisting of workshops to train the unit's health professionals.
The conclusion is that this study helped to identify women's perceptions of puerperal care, in
which it was possible to observe their difficulties and adaptation to the new, the need for greater
professional support, a greater number of puerperal consultations, where they say that just one
consultation is not enough to answer all their questions, as well as more information about the
process. As a result, there was a need to sensitize and train health professionals to provide
qualified puerperal care.
Keywords: puerperium; Primary Health Care; professional training.
6.1.1 Introdução
O ciclo gravídico puerperal é uma fase marcada por diversas alterações caraterísticas
deste período, sendo estas alterações, frutos de fatores físicos, sociais e psicológicos, os quais
podem influenciar desde o desenvolvimento da gestação até o bem-estar e saúde da mãe e do
feto, durante o puerpério (Schiavo, 2018). Neste período são necessários cuidados com a mãe
e o bebê para evitar complicações e garantir uma boa recuperação (Frediani; Andrade, 2023).
Para muitas mulheres, o puerpério é tido como uma fase agradável, no entanto, o
cuidado dessa mulher é essencial para a saúde materna e neonatal. E para isso, faz-se necessário
a presença do pai, familiares e toda rede de apoio social, uma vez que além de todas as
mudanças vivenciadas pela puérpera, ainda tem as questões relacionadas à autoestima,
maternidade, sexualidade, reorganização da vida pessoal, dentre tantas outras coisas (Leite et
al., 2022).
O puerpério é um período especial na vida da mulher, tem início imediatamente após o
parto e dura em média 6 semanas, o qual merece cuidados específicos, pela complexidade do
29
processo vivido pelo binômio mãe-filho. O Ministério da Saúde Brasileiro preconiza a
realização de uma consulta puerperal, a qual deve acontecer até 42 dias após o parto. Nesta
consulta, a puérpera deve ser orientada quanto aos cuidados materno-infantis e receber
orientações sobre amamentação, vida reprodutiva e sexualidade (Brasil, 2013).
Frente a diversidade de acontecimentos e modificações que acometem a mulher e a
criança neste período, pode-se perceber que apenas uma consulta puerperal não é suficiente
para passar todas as informações necessárias, sanar todas as dúvidas das puérperas e identificar
os possíveis problemas e dificuldades que possam surgir ao longo desse período puerperal.
Portanto, é preciso traçar estratégias para que essa puérpera se sinta acolhida e inserida na
assistência pelo tempo que ela necessitar, além de garantir uma rede de apoio profissional
capacitada, a qual possa assegurar um cuidado integral e de qualidade não só a puérpera, mas a
este binômio materno-infantil (Meirelles; Alevato; Antônio, 2022).
De acordo com Cunha et al. (2018) a promoção e a manutenção da saúde materna e
neonatal apresentam grandes resultados tanto para a família quanto para os profissionais
envolvidos e a busca de estratégias para o acompanhamento integral a esse binômio tornam as
intervenções mais eficazes. Sabe-se que o puerpério e os primeiros dias de vida do recémnascido são momentos que devem se ter uma atenção especial, onde a rede de apoio profissional
precisa desenvolver atividades de forma integral a este binômio, além de ofertar um trabalho
individualizado, de acordo com as necessidades de cada um.
Em um estudo realizado por Guedes et al. (2022) com puérperas cadastradas na ESF da
zona rural de Lavras da Mangabeira – CE, sobre a percepção das mesmas quanto as orientações
recebidas durante o pré-natal a respeito do puerpério, constatou-se que poucas receberam uma
assistência completa e a forma como se abordavam os assuntos nas consultas deixava muito a
desejar, pois quando aconteciam era de forma fragmentada. Com isso, foi proposto aos
profissionais que implementassem as orientações referentes ao puerpério durante as consultas
de pré-natal para que as mulheres se sintam confiantes para passar por esse período de forma
tranquila e sintam-se acolhidas por uma assistência de qualidade.
Em se tratando de puérperas que residem em zona rural sabe-se que essa atenção
demanda alguns cuidados ainda mais específicos, pois as questões culturais e crenças estão mais
enraizadas e presentes que na zona urbana. Por exemplo, as restrições alimentares, que durante
o “resguardo” as mulheres relatam diversos alimentos, que segundo elas, causam hemorragia,
infecção e inflamação e que por isso devem ser evitados, como melancia, galinha arrepiada,
peixes considerados “remosos” (traíra, cará vermelho), ovo, calabresa, dentre outros (Pereira,
2020).
30
Ainda segundo Pereira (2020) tudo isso parte da associação que fazem sobre a ingesta
de certos alimentos estarem relacionadas a caraterísticas similares e malformação nos bebês.
Além disso, essas puérperas referem que a quebra da restrição alimentar pode causar desde
febre até outras complicações podendo causar até a morte, pois acreditam que no pós-parto a
mulher se encontra ferida e que certos alimentos tem a característica de inflamar ou infeccionar
essas áreas, assim como as que estão amamentando podem causar inflamação no coto umbilical,
cólicas, candidíase oral e diarreias nos recém-nascidos.
Em um estudo com puérperas de uma maternidade em Barra do Garças (MT), para saber
o que elas pensavam sobre a importância da consulta puerperal foi constatado que as puérperas
são privadas de receber esse benefício, devido ao desinteresse dos profissionais que realizam
esse atendimento e com isso foi sugerido que fossem criadas medidas que possam conscientizar
esses profissionais sobre a importância de orientar e incentivar a consulta puerperal, para que
assim possam intensificar a longitudinalidade do cuidado. Uma vez que a forma como os
profissionais orientam e incentivam a procura pela consulta puerperal, colabora para um
resultado positivo, com o aumento da procura (Vilela; Pereira, 2018).
É preciso que os profissionais de saúde fortaleçam esse vínculo, para que haja adesão
ao serviço prestado. Isso deve ser feito e estimulado durante todo pré-natal, através de
orientações, escuta qualificada e um trabalho de construção da confiança entre profissional e
paciente, para que assim se tenha êxito na continuidade dos cuidados no período pós-parto,
assim como puérperas que estejam aptas a passar por esse momento da melhor maneira.
Assim, diante desta realidade, o presente estudo visa responder a seguinte questão
norteadora: qual a percepção da mulher em relação ao acompanhamento puerperal?
6.1.2 Método
Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo exploratório, classificado como estudo de
campo, que teve como amostra um total de 09 puérperas, que passaram pelo puerpério no
período de janeiro a dezembro de 2023 em uma unidade básica de saúde, da zona rural do
município de Palmeira dos Índios/AL.
A pesquisa foi realizada na Unidade Básica de Saúde Boa Sorte, localizada na zona rural
do município de Palmeira dos Índios, no Estado de Alagoas, município este que fica localizado
a 136 km da capital Maceió. O município apresenta uma população estimada de 71.574
habitantes (IBGE, 2023) e a rede de Atenção Primária a Saúde conta com 24 equipes de Saúde
da Família, sendo 13 localizadas na zona urbana, 09 na zona rural e 02 equipes de atenção
31
básica. A UBS Boa Sorte tem uma média de 1.753 habitantes, divididos em 9 microáreas, todas
cobertas.
A interpretação das informações será apresentada pela pesquisadora, tendo como fonte
de dados as percepções das participantes, a partir de um grupo focal. As puérperas foram
convidadas através de convites elaborados pela pesquisadora e entregues pelos agentes
comunitários de saúde, onde foi explicado sobre a pesquisa e reforçado sobre a não
obrigatoriedade em participar do estudo.
Para a próxima etapa foram montados 02 grupos de puérperas, os quais ocorreram nos
dias 30 de abril e 14 de maio do corrente ano e contou com a participação de 04 e 05 puérperas
cada grupo. Após uma breve apresentação das participantes e dos objetivos do grupo, as
mesmas assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) dando-se início as
falas, norteadas pelo roteiro contendo 09 perguntas sobre o tema estabelecido, ou seja: reflexões
sobre a vida da puérpera enquanto mãe, paciente/puérpera e mulher e suas necessidades para
vivenciar este período.
Toda a discussão do grupo focal foi gravada em dois celulares e contou com a presença
da moderadora, que é enfermeira da unidade e a pesquisadora do estudo, além do apoio de um
agente comunitário de saúde da área. Para análise dos dados foi utilizada a teoria de análise de
conteúdo segundo Bardin (2016), a qual seguiu o método criado por Malheiros (2011) buscando
o significado do conteúdo coletado, sendo seguidas de 4 etapas descritas a seguir.
Etapa 1, pré-análise que é a organização dos dados e para isso, foi realizada a transcrição
literal dos depoimentos para uma planilha. Segundo Correia et al. (2020) esta fase tem o
objetivo de criar categorias através de uma leitura aprofundada, uma vez que não se tem
categorias prévias, e com isso identificar a unidade de contexto.
Etapa 2, é a busca das ideias implícitas (foco), na qual foi elaborada uma segunda
planilha, onde foram armazenadas as ideias explícitas (categorias) e implícitas (focos) com base
em três princípios, que são: da exclusão, onde sempre que um dado ou um conjunto de dados
pertencer a uma categoria, será automaticamente excluído das outras; da pertinência, ou seja,
quando um dado não pode ser integrado a uma categoria por falta de escolha, é preciso que seja
pertinente à categoria que será enquadrado; e da objetividade, que ao ligar um dado a uma
categoria é preciso que ele seja objetivo, para que não influencie na subjetividade na
organização dos dados da pesquisa (Malheiros, 2011).
Segundo Malheiros (2011) a etapa 3 busca responder à pergunta da pesquisa através das
unidades de registro, onde se relaciona a fala com o foco ou tema, com o intuito de identificar
32
se o que foi deduzido faz sentido, assim como também exemplificar no texto como se chegou
ao resultado, a unidade de registro, que pode ser uma palavra ou uma frase.
E por fim, a etapa 4, quando os dados são relacionados com a literatura disponível. Aqui
foram elaboradas duas planilhas, em uma foi interpretado os focos e as unidades de registro,
finalizando com a síntese para cada foco; e na outra planilha a elaboração de categorias e
subcategorias.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Federal
de Alagoas (Ufal), com Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE), Processo
nº 76871723.6.0000.5013, não havendo conflitos de interesse.
6.1.3 Resultados e discussão
Os dois grupos focais contaram com 09 puérperas, as quais tinham idades que variavam
entre 17 e 39 anos. Quanto ao nível de escolaridade, 33,33% das participantes possuem Ensino
Fundamental completo, 33,33% possuem Ensino Fundamental Incompleto, 22,22% possuem
Nível Médio Completo e 11,11% possuem Nível Médio Incompleto. Em relação a
profissão/emprego, 100% afirmaram ser donas de casa e quanto ao acesso à internet apenas
22,22% não possui acesso.
Os dados resultaram em três categorias relacionadas ao puerpério, refletindo a
percepção da puérpera em diversas situações. As categorias definidas foram: vivências do
puerpério, conhecimento sobre puerpério e olhar sobre o serviço, as quais foram organizadas
com suas respectivas subcategorias, conforme quadro abaixo:
QUADRO 1 – Categorias e subcategorias de análise
Categoria
1. Vivências do puerpério
Subcategoria
Dificuldades e adaptação com o novo
Necessidades
2. Conhecimento sobre puerpério
Origem e qualidade das informações
3. Olhar sobre o serviço
Satisfação
Sugestões de melhorias na assistência
Fonte: Elaborado pela autora (2024).
33
Categoria 1: Vivências do puerpério
Ao questionar as participantes desse estudo sobre o que era puerpério (resguardo) para
elas, foi possível observar que este momento foi encarado como um desafio, como uma nova
experiência, que trazia sentimentos positivos, mas também algumas dificuldades como pode ser
visto nas falas abaixo:
“É uma experiência nova né? Pra quem nunca foi mãe... Foi um pouquinho difícil
né?” (Orquídea)
“ É, foi bom né? Mas, foi muito dolorido pra mim.” (Girassol)
Soares e Rodrigues (2018) ao questionarem puérperas de uma Unidade Básica de Saúde
em Paranoá (Brasília/DF), sobre os sentimentos relacionados à maternidade, observaram que a
maioria fazia uma relação entre alegria e desespero/angústia, além disso, relatavam também
certa dificuldade em entender o novo papel que estava sendo assumido, o de ser mãe, fato este
que gerava alguns sentimentos como medo, desespero e dúvida diante do novo.
Atualmente os estudos científicos têm se voltado para o lado mais humanizado da
maternidade, abrangendo aspectos sociais, fisiológicos e psicológicos, no entanto, a visão
romantizada da maternidade ainda prevalece, onde o amor materno tudo supre, frente a essa
realidade faz-se necessário entender as características e de que forma a maternidade real
influencia a vida das mulheres que acabaram de se tornar mães (Souza; Fernandes; Paula, 2022).
O puerpério é um momento que requer cuidados e para isso se faz necessário que a
puérpera tenha conhecimento suficiente sobre esta fase, por meio de ações educativas
qualificadas, através de orientações de como a mulher pode cuidar de si e de seu filho. Destacase a importância da escuta qualificada de puérperas, para que não se trate apenas de um
momento de transmissão de conhecimentos da parte de quem está passando as informações,
mas sim que sejam atendidas as necessidades das mulheres que irão recebê-las (Souza et al.,
2021).
Baseado nas vivências do puerpério mencionadas pelas participantes, foi possível
dividir essa categoria em duas subcategorias, as quais serão melhor detalhadas a seguir.
Subcategorias
34
Dificuldades e adaptação com o novo
Através das falas abaixo, pode-se notar as dificuldades de adaptação com a nova fase,
vivenciadas pelas puérperas deste estudo, uma vez que referem o quanto a rotina mudou, a falta
de tempo para atividades simples, o quanto o fator sono é alterado, dentre outras queixas.
“A rotina né? Fica tudo diferente ali, acordar mais cedo, as dormidas ficam
diminuídas”. (Rosa)
“Lá em casa mesmo mudou foi tudo. Não tem tempo pra fazer nada, só correr atrás
dele”. (Cravo)
Ao entrar no puerpério as mulheres passam por diversas dificuldades no âmbito social,
biológico, fisiológico, psicológico e com isso precisam do suporte de pessoas que estejam
próximas para oferecer apoio e encorajá-las a desenvolver a nova função que lhe foi concebida,
pois além de mulher, ganha também o papel de mãe, levando-a a se reconhecer em seu novo
meio social (Comin, 2022).
“Ai meu Deus sem tempo, sem tempo pra nada... Até pra comer tem que ser assim”.
(Girassol)
“Antes tinha tempo pra tomar banho, de lavar um cabelo, fazer as coisas, agora não
tem tempo pra nada”. (Orquídea)
Por se tratar de uma fase difícil e de muitas adaptações, o puerpério é considerado um
período marcante na vida da mulher, onde ela irá vivenciar experiências novas, assim como
desfazer idealizações, descobrir as multifaces da maternidade, com todos os seus sentimentos
e emoções, além de todas as mudanças em sua estrutura familiar e em si própria, principalmente
(Souza; Fernandes; Paula, 2022).
É possível notar que a maternidade é marcada por uma série de mudanças e
transformações, as quais interferem diretamente no modo de pensar das mulheres, alterando sua
rotina, trazendo novas prioridades, responsabilidades, valores e princípios. Sendo assim, vale
salientar a importância que essas mulheres sejam amparadas (Souza; Fernandes; Paula, 2022).
Necessidades
No que diz respeito às necessidades das puérperas, pode-se perceber que as falas das
participantes estão voltadas para percepções semelhantes. E em sua grande maioria estavam
35
voltadas para necessidades relacionadas aos cuidados com o bebê, sempre priorizando a criança.
As falas abaixo refletem essa realidade:
“No caso, eu gostaria que eu tivesse um apoio maior com ela. No caso assim, na parte
de vocês né? Pra me ensinar, como eu sou mãe de primeira viagem né, eu tive que
aprender sozinha e pesquisando. Então eu senti falta disso”. (Girassol)
“É mais pra criança, né? Porque a pessoa quando vem se cuidar... É só Jesus...”
(Violeta)
Segundo Baratieri e Natal (2019), existem vários estudos sobre a abordagem da mulher
na consulta de puerpério, os quais mostram a assistência precária que é ofertada na Atenção
Primária a Saúde, focando sempre na criança e na mulher enquanto ‘mãe’, além de um modelo
biologicista e uma atenção fragmentada.
Quando as perguntas foram mais direcionadas para as necessidades das mulheres,
tirando o foco da criança, percebe-se que o resultado das respostas mudou. Elas passaram a
olhar mais para si, apesar de alguns momentos ainda estarem ligados à maternidade. Mostrando
a necessidade de dormir melhor, de ter um tempo para cuidar de si mesma, de poder sair, de
ajuda em casa/rede de apoio, momentos que ajudem a elevar sua autoestima, dentre outras
necessidades. Como pode ser visto nas falas abaixo:
“Que tivesse mais um tempo só para nós, né? Tipo, sair um pouquinho, né? Sozinha.
Almoçar tranquila né? ” (Margarida)
“De ajuda dentro de casa, com meus filhos, não saio pra nenhum canto, só me
dedicando pra eles em casa, cuidando deles”. (Lírio)
Em relação as necessidades das mulheres no puerpério podem-se notar que normalmente
estão relacionadas a privação do sono, dificuldades no autocuidado, cansaço, abnegação da
própria vida, amamentação, dentre outras. Porém pode-se observar que em sua grande maioria,
o tempo para olhar para si mesma é deixado de lado, pois é substituído pela função de mãe, por
isso acabam esquecendo as suas necessidades como mulher (Meirelles; Alevato; Antônio,
2022).
De acordo com Guedes et al. (2022), a falta de informação pode trazer frustração de
expectativas e preocupações muitas vezes desnecessárias para a mulher que passa pela gestação,
parto e puerpério, sendo assim, convém que o período do pré-natal seja aproveitado pelos
profissionais de saúde para ofertar orientações para a mulher e seu parceiro, para que estes
possam encarar os novos momentos do puerpério com mais segurança e prazer.
O que nos dá subsídios para discutir a próxima categoria a seguir.
36
Categoria 2: Conhecimento sobre puerpério
Ao serem questionadas sobre o que era puerpério (resguardo) e de que forma obtiveram
essas informações, as participantes deixaram claro o quanto seus conhecimentos ainda geram
dúvidas e insegurança. Resumindo-se a respostas pontuais, mesmo tendo passado ou estando
passando por essa fase, muitas não sabiam expressar com maiores detalhes sobre este período
desafiador, cheio de novidades e aprendizados.
Pode-se observar em seguida como suas falas demonstram dúvidas e insegurança.
“É o pós-parto? Seria o primeiro momento que a mulher passa ali, né, se dedicando
ao filho e aproveitando o momento entre ela e o bebê, né? Não sei se é isso daí”?
(Rosa)
“É a recuperação de um parto, né? Varia de pessoa pra pessoa, é diferente”. (Flora)
Percebe-se assim, o quanto se faz necessário a assistência da equipe de saúde, quanto
ao seu papel educativo e formador de conhecimento, tendo em vista que a maior parte do
puerpério a mulher passa em seu convívio familiar, o qual geralmente é composto de crenças e
tabus, cabe aos profissionais de saúde, oferecer informações pertinentes aos cuidados com o
bebê e com ela mesma, além de poder também ofertar conhecimento a própria rede de apoio
familiar (Guedes et. al., 2022).
Subcategoria
Origem e qualidade das informações
Durante as discussões do grupo foi possível identificar que praticamente todas as
puérperas recebiam apoio da sua rede familiar, durante o puerpério, sendo esta formada
principalmente pelas mães, sogras e/ou irmãs, além dos companheiros. Visto isso, pode-se
compreender o quanto essas puérperas são influenciadas pelas orientações desse público, as
quais muitas vezes estão carregadas de mitos e tradições, logo, presume-se que boa parte das
informações adquiridas pelas puérperas, partem da sua rede de apoio.
A seguir observa-se as falas de duas puérperas que demonstram tanto a presença da rede
de apoio, quanto a falta de referências para sanar suas dúvidas, fato que nos leva a reforçar a
ideia de que a origem das informações muitas vezes vem da rede de apoio familiar.
37
“Eu tive (apoio) da minha família, das minhas irmãs, da minha mãe e, principalmente,
da minha sogra também... Do meu marido, o apoio dele foi quase nada (...), quando
eu tive, foi de estresse”. (Cravo)
“Geralmente mãe de primeiro parto, assim, tem muita dúvida, mas não tem com quem
tirar”. (Flora)
Em um estudo realizado por Pinho, Dodou e Oriá (2017) com puérperas, observou-se
através de suas falas que as participantes veem o puerpério como algo que demanda grandes
cuidados e em sua grande maioria, essa ajuda parte da rede de apoio familiar, ou seja, a maior
parte do apoio e das orientações ofertadas pelos familiares são recebidas pelas puérperas como
algo necessário para que possam ter uma melhor adaptação durante este processo.
Outros relatos deste estudo que reforçam o quanto as informações recebidas pelas
puérperas nem sempre são confiáveis, assim como demonstra também uma ausência de
informações qualificadas, ou seja, a assistência profissional está um tanto deficiente neste
quesito. Conforme identifica-se abaixo:
“Com a criança, não pode sair do quarto com sete dias, porque vai acontecer alguma
coisa (...) O povo diz que se lavar o cabelo fica doida, a pessoa já fica doida é do
estresse (risos). Não é de lavar o cabelo não. É estresse mesmo (...). É assim, coisa do
povo mais velho, de antigamente”. (Margarida)
“Aí quer dizer que na parte de alimentação, a pessoa pode comer macarrão, feijão?
Por que minha fia, eu mesmo de resguardo, já vivia azeda de sopa e arroz branco”.
(Cravo)
De acordo com Pinho, Dodou e Oriá (2017) a enfermagem deve ser uma grande aliada
da puérpera, no que diz respeito à adaptação do puerpério, ofertando uma assistência que
possibilite a mulher ter os cuidados necessários com seu filho e principalmente o seu
autocuidado, de forma que possa passar por esse período segura e com informações de
qualidade.
Categoria 3: Olhar sobre o serviço
Ao serem questionadas sobre o cuidado e atenção que receberam durante o puerpério
pelo serviço de saúde, as puérperas relatavam que a assistência tinha sido positiva, que no geral,
foi bom. No entanto, ao questioná-las sobre ser suficiente o número de consultas puerperais,
todas referiram que era insuficiente, uma única consulta para sanar todas as suas dúvidas e
prestar a assistência que elas necessitavam. Como pode ser observado na fala da Rosa:
38
“Deveria ter mais consultas... que tivesse mais assistência, porque só um momento,
uma única (consulta), é muito pouco”. (Rosa)
A fala das mulheres se contrapõem a quantidade de consulta que o Ministério da Saúde
preconiza, ou seja, de acordo com o Mistério da Saúde deve ser intensamente divulgada a
necessidade de uma consulta de controle pós-parto, que deve ser realizada até 42 dias após o
parto para que se tenha um controle efetivo da saúde geral e ginecológica da mulher, assim
como prestar informações sobre os cuidados com ela e o bebê (Brasil, 2013).
A literatura aponta que as orientações prestadas pelos serviços de saúde, relacionadas
aos cuidados da mulher durante o puerpério, ainda são bastante escassas e que o grande desafio
é justamente fazer com que as unidades de saúde possam atuar como protagonistas na promoção
da saúde, prevenção de doenças e na oferta de apoio a essas mulheres. Pode-se observar o
quanto a rede de apoio profissional se faz importante durante todo o puerpério e até bem antes
dele. Uma vez que essas mulheres precisam estar embasadas de conhecimento para que possam
passar por essa fase de forma segura e mais tranquila (Guedes, 2022).
Subcategorias
Satisfação
Pode-se notar ao longo deste estudo, que apesar de relatarem satisfação com o serviço,
as puérperas também sentem necessidades de algumas melhorias no que diz respeito a mais
atenção, cuidado, informação, acesso, dentre outros. Quanto a satisfação com o serviço
oferecido na unidade, as puérperas relataram:
“... pela parte dos agentes de saúde e vocês aqui, foi muito bom depois que eu ganhei
o meu neném”. (Orquídea)
“Ótimo né? Recebemos acompanhamento, recebemos orientação. Todo o cuidado
bem, né? Tudo ali explicadinho, direitinho como era”. (Margarida)
Quando se trata da satisfação das usuárias em relação à assistência recebida durante o
puerpério, pode-se perceber que normalmente existem aspectos positivos e negativos, no que
se refere aos fatores positivos percebe-se a preocupação dos profissionais de enfermagem
quanto ao conforto e bem-estar das puérperas, voltado para um atendimento humanizado e de
qualidade, já em se tratando dos fatores negativos é visto que há uma ausência de ações
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educativas e também atividades de prevenção de intercorrências como queixas frequentes, logo
os profissionais de saúde que atuam nessa área devem exercer um trabalho humanizado,
promovendo uma assistência de qualidade (Souza et al., 2021).
Nesse sentido, também pode ser observado neste estudo, o relato de aspectos positivos
e negativos quanto à satisfação com o serviço, conforme evidenciado na fala das puérperas
abaixo:
“Foi bom, tranquilo”. (Rosa)
“ (Que tivessem) mais orientações... mais palestras, né? Pra ficar tudo explicadinho”.
(Margarida)
“Foi bom, deu atenção... mas gostaria que tivesse mais orientações, mais tempo”.
(Girassol)
De acordo com Pinho, Dodou e Oriá (2017) as puérperas sentem a necessidade de que
tanto os serviços de saúde, quanto os profissionais da atenção básica, estejam com sua atenção
voltadas para o momento do puerpério, buscando auxiliá-las através de conhecimento, para elas
e seu bebê, e consequentemente, fazendo com que as mesmas estejam aptas a buscar melhorias
na saúde como um todo.
Ainda segundo Pinho, Dodou e Oriá (2017) convém destacar a importância do
enfermeiro na atenção à puérpera, uma vez que este profissional oferece uma assistência de
qualidade, de forma integral e humanizada, buscando focar nas necessidades da mulher,
oferecendo o suporte necessário para enfrentar todas as modificações trazidas pelo puerpério,
através da promoção da sua saúde.
Sendo assim, fica claro a necessidade dos profissionais de saúde terem mais atenção e
uma maior preocupação no que diz respeito à promoção da saúde e prevenção de doenças
relacionadas ao puerpério, além de trabalhar a humanização no serviço de saúde, promovendo
uma assistência de forma integral durante este período (Guedes et al., 2022).
Sugestões de melhorias na assistência
Durante as conversas nos grupos foi possível identificar a necessidade de todas elas para
mais atenção dos serviços e profissionais de saúde, durante este momento do puerpério.
Inclusive, foram sugeridas algumas estratégias por elas para que fosse possível trazer melhorias
para esta fase, como mais atividades educativas, as quais envolveriam não só elas, como
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também sua rede apoio, maior número de consultas, formação de grupos desde o pré-natal até
o puerpério, dentre outras sugestões.
“ Às vezes já gera mais dúvida, a decorrer do tempo, né? Se fosse, tipo, visita duas
vezes ao mês ou alguma coisa pra ir tirando a dúvida, entendeu? (...) É, por isso que
é bom ter sempre palestra. E é sempre bom também falar, tipo, não só pra mãe, mas
tipo casal... porque às vezes tem marido que passa também pela mesma coisa, né?
Porque se a mulher tá de resguardo, o marido também tá.” (Flora)
Estudos mostram que a atenção puerperal ainda prioriza o cuidado ao recém-nascido e
o puerpério imediato, o que deixa claro a necessidade de melhorias nos cuidados a longo prazo,
principalmente no que concerne à longitudinalidade do cuidado e que o foco esteja na qualidade
da atenção à mulher no puerpério (Baratieri; Natal, 2019).
A equipe de saúde deve prestar um cuidado contínuo à puérpera, o qual deve ser ainda
maior no puerpério remoto e tardio, já que durante esta fase há uma maior facilidade de
interação entre profissional e puérpera, permitindo uma maior oportunidade de espaços para
promoção da saúde e oferta de um cuidado com foco nas necessidades da mulher, sendo estes
momentos realizados através de consultas puerperais ou mesmo visitas domiciliares (Pinho;
Dodou; Oriá, 2017).
Quando indagadas sobre o que acharam da realização do grupo, a maioria referiu que
foi muito bom, pois além de obter conhecimentos também trocavam informações entre si e que
inclusive poderia continuar tendo momentos com outros profissionais, os quais também
pudessem contribuir, conforme pode-se observar nas falas abaixo.
“Foi muito bom (esse momento), dá pra fazer mais (risos), tanto pra gestante, quanto
pra puérpera”. (Girassol)
“(...) ou poderia juntar, fazer uma palestra com as mães, com os filhos, tudo. Tipo, vai
se reunir, vai vir pediatra, vai vir doutor, vai vir tudo, pra um centro, tal canto. Pra se
juntar as mães”. (Flora)
Sendo assim, de acordo com Corrêa et al. (2017) os profissionais de saúde precisam
estar capacitados para um cuidado puerperal de excelência, baseado em conhecimento técnicocientifico de qualidade e habilidades de comunicação, para que possam formar projetos,
reorganizar processos de trabalho, assegurar que as mudanças serão mantidas, mediante
supervisão periódica e avaliação continuada pelos membros da equipe, uma vez que o processo
de acolhimento implica em grandes transformações nas concepções e práticas de todos os
envolvidos.
41
6.1.4 Considerações Finais
Pode-se notar que são necessárias diversas mudanças nas questões que envolvem o
puerpério, onde as consultas puerperais sejam de fato valorizadas e realizadas, que as políticas
públicas sejam revistas e que mantenham o foco no cuidado integral da puérpera, que os
profissionais de saúde se capacitem para que possam oferecer um serviço de excelência à essa
mulher, buscando atender suas necessidades e consequentemente auxiliar na redução da
morbimortalidade materno infantil.
É possível observar que a atenção no pós-parto ainda mantém o foco para os cuidados
com o recém-nascido e puerpério imediato, o que evidencia a necessidade de melhorias nos
serviços de saúde e ao cuidado integral e a longo prazo dessa mulher/puérpera. Para isso, se faz
necessário que os profissionais de saúde e gestores sejam sensibilizados, para que possam ser
agentes modificadores e se obtenha uma atenção puerperal diferenciada.
Os resultados desse estudo apontam para a necessidade de mudanças no que se refere
ao acompanhamento puerperal, em se tratando de melhorias nas ações voltadas ao puerpério,
as quais estejam focadas no acolhimento, em orientações, transmissão de conhecimento,
atendimento humanizado, o qual esteja voltado às necessidades individuais de cada mulher e
que seja garantido profissionais que estejam capacitados e atualizados para acolher as demandas
desse público, além de ofertar um serviço de qualidade.
Diante dos resultados obtidos é possível sensibilizar os profissionais de saúde quanto à
necessidade de melhorias na atenção à puérpera, no que diz respeito a uma assistência
humanizada, a integralidade do cuidado, a promoção da saúde, prevenção de doenças,
capacitação e atualização profissional permanente.
6.1.5 Referências
BARDIN, L. Análise do conteúdo/ Laurence Bardin; tradução Luís Antero Reto, Augusto
Pinheiro, São Paulo. Edições 70, 2016. Disponível em:
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco [Recurso eletrônico]/ Ministério da Saúde.
42
Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – 1.ed. rev. - Brasília :
Editora do Ministério da Saúde, 2013.
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recém-nascido: uma revisão integrativa. 2022. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
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2022.
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43
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VILELA, M. L. F.; PEREIRA, Q. L. C. Consulta puerperal: orientação sobre sua importância.
Journal Health NPEPS. Mato Grosso, v. 3, n. 1, p. 228-240, 2018.
44
6.2 Produto Técnico
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL
FACULDADE DE MEDICINA - FAMED
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA – PROFSAÚDE
Stephany Julliana Dos Santos Tôrres
QUALIFICAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EQUIPE SAÚDE DA FAMÍLIA
PARA MELHORIAS NO ACOMPANHAMENTO PUERPERAL
Maceió
2024
45
Stephany Julliana Dos Santos Tôrres
QUALIFICAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EQUIPE SAÚDE DA FAMÍLIA
PARA MELHORIAS NO ACOMPANHAMENTO PUERPERAL
Produto Técnico apresentado ao Programa de
Pós-Graduação em Saúde da Família –
PROFSAÚDE, vinculado à Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Alagoas UFAL, como requisito para a obtenção do título
de Mestre em Saúde da Família.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Divanise Suruagy
Correia
Coorientadora: Prof.ª Dr.ª Maria das Graças
Monte Mello Taveira
Linha de pesquisa: Atenção à saúde, acesso e
qualidade na Atenção Básica em Saúde.
Maceió
2024
46
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Sistematização das oficinas....................................................................................49
47
LISTA DE SIGLAS
ACS
Agente Comunitário de Saúde
AL
Alagoas
APS
Atenção Primária à Saúde
CAAE
Certificado de Apresentação para Apreciação Ética
CEP
Comitê de Ética em Pesquisa
CNS
Conselho Nacional de Saúde
ESF
Estratégia Saúde da Família
MS
Ministério da Saúde
SMS
Secretaria Municipal de Saúde
SUS
Sistema Único de Saúde
UBS
Unidade Básica de Saúde
UFAL
Universidade Federal de Alagoas
48
6.2.1 Tipo de produto
Curso de Capacitação Profissional.
6.2.2 Público-alvo
Profissionais de saúde da Unidade Básica de Saúde Boa Sorte, zona rural do município
de Palmeira dos Índios-AL.
6.2.3 Introdução
O puerpério é um período caracterizado por novas adaptações e desafios, de ordem
fisiológica e psicológica, em que a mulher passa a viver uma nova realidade, marcada por uma
rotina totalmente diferente, com outros hábitos, mudanças na autoestima, na vida pessoal, além
de muitas responsabilidades (Leite et al., 2022).
Durante o puerpério são necessários cuidados com a mãe e o bebê para evitar
complicações e garantir uma boa recuperação (Frediani; Andrade, 2023). Esta fase do ciclo
gravídico puerperal é marcada por várias alterações, frutos de fatores físicos, sociais e
psicológicos, os quais podem influenciar desde o desenvolvimento da gestação até o bem-estar
e saúde da mãe e do feto, durante o puerpério (Schiavo, 2018).
O puerpério tem início imediatamente após o parto e apresenta uma duração média de 6
semanas, sendo necessários cuidados específicos neste período, devido à complexidade do
processo vivido pelo binômio mãe-filho. O Ministério da Saúde Brasileiro recomenda a
realização de uma consulta puerperal, a qual deve acontecer até 42 dias após o parto e nesta
consulta, a puérpera deve ser orientada quanto aos cuidados materno-infantis, amamentação,
vida reprodutiva e sexualidade (Brasil, 2013).
Diante de tantos acontecimentos e modificações que acometem a mulher e a criança
neste período, percebe-se que apenas uma consulta puerperal não é suficiente para passar todas
as informações necessárias, sanar todas as dúvidas das puérperas e identificar os possíveis
problemas e dificuldades que possam surgir ao longo desse período puerperal. Sendo assim, se
faz necessário traçar estratégias para que essa mulher se sinta acolhida e inserida na assistência
pelo tempo que ela precisar, além de garantir uma rede de apoio profissional capacitada, a qual
possa assegurar um cuidado integral e de qualidade não só a puérpera, mas a este binômio
materno-infantil (Meirelles; Alevato; Antônio, 2022).
49
Olivindo et al. (2021) ressalta a importância de constantes capacitações e
aprimoramentos profissionais em se tratando do puerpério, uma vez que a assistência puerperal
vem deixando a desejar em algumas situações, principalmente no que diz respeito a educação
em saúde, uma vez que as mulheres permanecem com muitas dúvidas, assim como pode-se
observar também que há uma maior atenção aos cuidados com o recém-nascido e a puérpera
acaba ficando de lado.
A proposta de produto técnico a qual compreende uma estratégia do Mestrado
Profissional em Saúde da Família a ser desenvolvida no âmbito profissional, será o
desenvolvimento de oficinas, voltadas para os profissionais que atuam na Estratégia Saúde da
Família, como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde.
Propõe-se que as oficinas aconteçam com os profissionais da Unidade Básica de Saúde
Boa Sorte, localizada na zona rural do município de Palmeira dos Índios – AL, para que os
mesmos sejam capacitados e busquem melhorias no serviço e na atenção à puérpera. Podendo
servir de piloto para as demais unidades do município, se os outros profissionais e os gestores
julgarem pertinentes.
Afonso (2018) define oficina como um trabalho estruturado com grupos, que tem como
foco um assunto central em que o grupo escolhe trabalhar, dentro de um contexto social. As
produções desenvolvidas nas oficinas envolvem os participantes de forma integral, com suas
diferentes formas de pensar, agir e sentir. Refere também, que as oficinas não possuem um
número determinado ou padrão de encontros, mas que acontecem de acordo com as
necessidades identificadas em cada situação.
O uso de oficinas desperta uma nova visão dos participantes envolvidos, uma vez que o
trabalho em equipe é visto como algo importante, pois o mesmo fortalece o desenvolvimento
de ações de forma harmônica, assim como o trabalho colaborativo, fato estes que otimizam a
qualidade do trabalho, transformando saberes em prática e agrega os vínculos e relações entre
os envolvidos (Rodrigues et al., 2020).
De acordo com Rodrigues et al. (2019) as oficinas estabelecem a democratização de um
espaço para que sejam realizadas reflexões, debates, construção de conhecimentos e trocas entre
diferentes visões para transformar as práticas em saúde, assim como também é considerada um
recurso importante para otimizar a qualidade do trabalho e fortalecer a relação entre os
profissionais envolvidos.
Conforme ressalta Afonso (2018) o uso de oficinas nas áreas de saúde e educação podem
ser úteis, uma vez que utilizam informações e reflexões, além de trabalhar os significados
afetivos e as vivências relacionadas aos assuntos em debate. Ao passo que trabalha com
50
emoções e vivências dos participantes envolvidos, não quer dizer que pretende realizar uma
análise psíquica dos mesmos, já que se limita a um determinado foco.
Sendo assim, optou-se pelo uso das oficinas como estratégia, com o intuito de qualificar
os profissionais de saúde, para que prestem um serviço de acompanhamento puerperal de
excelência dentro da Unidade Básica de Saúde, estimulando o diálogo e atualizações acerca do
assunto numa perspectiva de construção coletiva. Baseado na classificação ProfSaúde/CAPES,
este produto técnico encontra-se no eixo 2 - formação, tipo de produto - curso de formação
profissional e subtipo – atividade docente, capacitação criada ou organizada.
6.2.4 Objetivos
6.2.4.1 Objetivo Geral
Qualificar os profissionais de saúde da Unidade Básica de Saúde Boa Sorte, zona rural
do município de Palmeira dos Índios-AL, sobre o acompanhamento puerperal.
6.2.4.2 Objetivos Específicos
Sensibilizar os profissionais de saúde da Estratégia Saúde da Família, sobre a
importância do acompanhamento puerperal;
Estimular a atualização e capacitação continuada dos profissionais de saúde,
enfatizando a importância de uma equipe multiprofissional qualificada.
6.2.5 Método
a)
Etapa 1: Produção do conhecimento
Para que fosse possível determinar esse tipo de produto, foi realizado um estudo de
campo, que teve uma amostra de 09 puérperas que passaram pelo puerpério entre janeiro a
dezembro de 2023 em uma Unidade Básica de Saúde, na zona rural do município de Palmeira
dos Índios-AL.
Inicialmente foram montados dois grupos de puérperas, que tinham o intuito de
conhecer a percepção das mulheres sobre o acompanhamento puerperal em uma Equipe de
Saúde da Família de uma Unidade Básica de Saúde da Família, provocando uma reflexão sobre
51
a vida da puérpera enquanto mãe, paciente/puérpera e mulher, além de discutir suas
necessidades para vivenciar esse período, sendo toda essa discussão norteada por um roteiro de
09 perguntas sobre o tema estabelecido.
E diante dos resultados obtidos foi possível perceber a necessidade de sensibilizar os
profissionais de saúde quanto à necessidade de melhorias na atenção à puérpera, no que diz
respeito a uma assistência humanizada, a integralidade do cuidado, a promoção da saúde,
prevenção de doenças, capacitação e atualização profissional permanente, além de servir como
fonte de inspiração para novos projetos que visem a assistência integral da mulher/puérpera.
De acordo com Lima (2022) a educação permanente, por meio de atividades de
capacitação, como as oficinas por exemplo, impulsiona o trabalho em conjunto para construção
de novas práticas, através da problematização do processo de trabalho e com isso surge a
elaboração de produtos voltados para as necessidades dos usuários, num processo contínuo de
construção.
Sendo assim, é notório que uma estratégia que pode ser adotada para melhoria do
acompanhamento puerperal e que consequentemente gera um impacto positivo nos indicadores
de morbimortalidade materno-infantil, seria através da capacitação permanente dos
profissionais de saúde envolvidos, visto que o conhecimento e atualização são a chave para
grandes avanços.
b) Etapa 2: Criação do produto
A proposta inicial envolve a realização de dois momentos, sob a forma de encontros
mensais, com os profissionais da Unidade Básica de Saúde Boa Sorte e tem como objetivo
qualificar os profissionais para melhorias no acompanhamento puerperal. Os encontros serão
realizados na própria Unidade Básica de Saúde Boa Sorte, situada na zona rural do município
de Palmeira dos Índios-AL.
Como critérios de inclusão tem-se os profissionais que trabalham na Unidade Básica de
Saúde Boa Sorte e os critérios de exclusão são os profissionais que estiverem de férias, atestado
médico ou apresentarem falta justificada no período da realização das oficinas. Os profissionais
que aceitarem participar das oficinas, deverão assinar um termo de autorização de uso de
imagem e voz, uma vez que estes momentos serão audiogravados e registados em diário de
campo, todavia os dados obtidos serão exclusivamente utilizados apenas para fins científicos e
educacionais.
52
Durante os encontros serão realizados dinâmicas e rodas de conversa, estimulando a
reflexão, debate e conscientização acerca da importância de identificar a percepção das
puérperas em relação ao acompanhamento puerperal e com isso traçar estratégias para serem
implementadas no serviço para que possam sanar as lacunas identificadas e assim melhorar a
qualidade do serviço.
As oficinas serão organizadas da seguinte forma:
QUADRO 1 – Sistematização das oficinas
Oficina 1
Oficina 2
Acolhimento;
Mostrar os objetivos da
Acolhimento;
pesquisa e das oficinas;
Elaborar uma proposta de
Descrição das
atividades
Apresentar os resultados
intervenção no que concerne à
oriundos da pesquisa com as
melhoria da qualidade no
puérperas;
acompanhamento puerperal pela
Propor uma reflexão de acordo
equipe de saúde da família;
com a realidade de cada
Traçar estratégias para melhoria
do acompanhamento puerperal.
profissional, acerca do que foi
apresentado.
Objetivos
Sensibilizar os profissionais
Estimular a reflexão e a
sobre a importância de
elaboração de estratégias que
melhorias no acompanhamento
busquem melhorias no serviço e
puerperal.
no acompanhamento puerperal.
Facilitador
Pesquisadora
Pesquisadora
Dinâmica
Roda de conversa
Roda de conversa
O que eu trouxe? O que eu levo?
O que eu trouxe? O que eu levo?
Notebook, data show, papel A4,
Notebook, data show, papel A4,
cartolina, canetas.
cartolina, canetas.
Avaliação do
momento
Materiais
Fonte: Elaborado pela autora (2024).
53
6.2.6 Resultados Esperados
Como resultados espera-se que estas oficinas representem uma oportunidade de
interação e construção entre os profissionais da equipe e que utilizem os dados obtidos acerca
da percepção das puérperas sobre o acompanhamento puerperal para construção de ferramentas
voltadas para a promoção da saúde puerperal e que as lacunas identificadas por elas sejam
sanadas.
Além disso, estima-se que estas oficinas sejam um instrumento que possa ser
multiplicado para outros profissionais de saúde, de diferentes localidades, favorecendo um
número significativo de puérperas melhor assistidas. Em resumo, almeja-se melhorar a
qualidade dos serviços de saúde ofertado às puérperas.
6.2.7 Considerações Finais
O desenvolvimento de oficinas de capacitação para os profissionais de saúde da Atenção
Primária, visando melhorias no acompanhamento puerperal, mostra-se uma estratégia
apropriada, uma vez que provocará nos profissionais uma reflexão sobre a realidade vivenciada
pelas puérperas, favorecendo a discussão sobre os desafios e a elaboração de medidas que visem
melhorias no serviço e na qualidade do atendimento.
Além disso, as oficinas oferecem a oportunidades dos profissionais estreitarem seus
laços, pois oferecem um ambiente de discussão, troca de experiências, reflexões, atualização,
que somados as dinâmicas realizadas, trazem momentos de interação e um novo olhar para
diferentes situações, que dificilmente seria conseguido durante a rotina de trabalho diária.
Nesse sentido, espera-se que este produto possa despertar o interesse dos profissionais
de saúde, em busca de atualização profissional continuada, a fim de alcançar um impacto
positivo na qualidade do serviço ofertado à mulher/puérpera, pautado no atendimento
humanizado, individualizado, integral, com escuta qualificada e um olhar ampliado para um
acompanhamento puerperal de qualidade.
6.2.8 Referências
AFONSO, M. L. M. Oficinas em dinâmica de grupo: um método de intervenção
psicossocial. Artesã Editora. 3ª edição. 2018.
54
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco [Recurso eletrônico]/ Ministério da Saúde.
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no Estado de Rondônia. Rio Branco: Stricto Sensu, 2020.
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http://materonline.com.br/ebook.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO TCM
O acompanhamento puerperal de qualidade precisa ser fortalecido e qualificado em sua
operacionalização, visto que o foco desse período se encontra no bebê e no puerpério imediato
55
e muitas vezes essa mulher que acabou de se tornar mãe/puérpera acaba sendo esquecida em
sua longitudinalidade.
O presente estudo contribuiu para identificar a percepção da mulher em relação ao
acompanhamento puerperal recebido em uma Unidade Básica de Saúde, onde através dos seus
relatos pode-se reconhecer que o puerpério é visto como algo intenso e que merece maior
atenção e cuidado. Foi possível perceber que há uma empatia entre elas e os profissionais de
saúde da unidade em estudo, o que foi visto como algo positivo, no entanto, foi salientado a
necessidade de um atendimento continuado e de forma integral envolvendo o binômio maternoinfantil, principalmente no que diz respeito ao fortalecimento de ações voltadas para a educação
em saúde.
Sendo assim, esse estudo mostra a importância do fortalecimento de uma assistência
puerperal de qualidade e humanizada, que envolva a mulher de forma integral e contínua, que
esta mulher seja ouvida para que suas necessidades sejam atendidas, assim como também fica
evidente a necessidade de melhorias nos serviços de saúde, a relevância de atualizações por
parte dos profissionais de saúde, o incentivo a busca por melhores estratégias de trabalho, para
que esta mulher sinta-se acolhida pelo serviço e pelos profissionais de saúde pelo período que
ela necessitar.
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60
APÊNDICE A
Questões norteadoras do grupo focal
1. Para você o que é resguardo?
2. Falaram com você durante o pré-natal sobre isso? Quem? O que?
3. Como está sendo a sua vida após o parto? E o que mudou?
4. Você recebe apoio para cuidar de você e do bebê? De quem?
5. Como você se sente em relação ao apoio que tem recebido (familiar e extrafamiliar)?
6. Quais as suas principais necessidades enquanto mãe que acabou de parir e mulher?
7. O que você acha do cuidado/atenção que recebe ou recebeu nesta unidade de saúde
para o seu acompanhamento pós-parto?
8. O que você gostaria de falar durante a consulta ou visita domiciliar?
9. Quais sugestões você daria para melhorar a assistência prestada no resguardo?
61
APÊNDICE B
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (T.C.L.E.)
Você está sendo convidada a participar do projeto de pesquisa A PERCEPÇÃO DA
MULHER EM RELAÇÃO AO ACOMPANHAMENTO PUERPERAL EM UMA
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA ZONA RURAL EM ALAGOAS da pesquisadora
STEPHANY JULLIANA DOS SANTOS TÔRRES. A seguir, as informações do projeto de
pesquisa com relação a sua participação neste projeto:
1. O estudo tem como objetivo avaliar a percepção das mulheres em relação ao
acompanhamento puerperal em uma Unidade Básica de Saúde, na zona rural do município de
Palmeira dos Índios/Alagoas.
2. A relevância deste estudo é poder servir de base para a melhoria da atenção à puérpera, assim
como para a motivação no sentido de provocar modificação na atuação dos profissionais e dos
serviços de saúde em se tratando da atenção puerperal.
3. Os resultados que se desejam alcançar são os seguintes: identificar a percepção da mulher
em relação ao acompanhamento puerperal e a partir daí traçar estratégias para modificar a
atuação dos profissionais e dos serviços de saúde, quanto a atenção puerperal.
4. A coleta de dados começará em março e terminará em maio de 2024.
5. O estudo será feito da seguinte maneira: A pesquisa utilizará como técnica de coleta de dados
um grupo focal com puérperas da UBS Boa Sorte.
6. A sua participação será nas seguintes etapas: na coleta de dados com as puérperas da unidade
de saúde, por meio da realização de um grupo focal, que ocorrerá na recepção do posto de apoio
Riacho Santo, onde será realizada a discussão, após uma breve apresentação dos participantes
e dos objetivos do grupo sendo esse momento gravado eletronicamente.
7. A presente pesquisa não apresenta riscos à vida, não apresenta risco à sua saúde física e/ou
mental ou a biossegurança.
8. Os benefícios esperados com a sua participação no projeto de pesquisa, mesmo que não
diretamente, são: contribuir para a melhoria da atenção à puérpera da unidade básica de saúde.
Assinatura da pesquisadora_________________________________
Assinatura da participante__________________________________
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9. Você poderá contar com a seguinte assistência: assistência da FAMED-AL, sendo
responsável por ela a direção da instituição.
10. Você será informado (a) do resultado final do projeto e sempre que desejar, serão fornecidos
esclarecimentos sobre cada uma das etapas do estudo.
11. A qualquer momento, você poderá recusar a continuar participando do estudo e, também,
poderá retirar seu consentimento, sem que isso lhe traga qualquer penalidade ou prejuízo.
12. As informações conseguidas através da sua participação não permitirão a identificação da
sua pessoa, exceto para a equipe de pesquisa, e que a divulgação das mencionadas informações
só será feita entre os profissionais estudiosos do assunto após a sua autorização.
13. Você receberá uma via do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado por todos.
Eu ................................................................................................................................., tendo
compreendido perfeitamente tudo o que me foi informado sobre a minha participação no
mencionado estudo e estando consciente dos meus direitos, das minhas responsabilidades, dos
riscos e dos benefícios que a minha participação implicam, concordo em dele participar e para
isso eu DOU O MEU CONSENTIMENTO SEM QUE PARA ISSO EU TENHA SIDO
FORÇADO OU OBRIGADO.
Endereço da equipe da pesquisa:
Instituição: Universidade Federal de Alagoas
Unidade/órgão: Faculdade de Medicina (FAMED)
Endereço: Campus A.C. Simões, S/N. KM97, BR 104. Tabuleiro do Martins.
Maceió/AL. CEP: 57072-900
Telefone: (82) 3214-1140 / 1141
Contato de urgência: Sr(a). Stephany Julliana dos Santos Tôrres
Endereço: R.Creuza Rodrigues do Nascimento, n° 300.
Arapiraca-AL /CEP: 57301-360.
Telefone: (82) 99972-9345
E-mail: stephany_july@hotmail.com
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Maceió - AL,
de
de
.
Assinatura ou impressão
Nome e Assinatura do Pesquisador pelo estudo
datiloscópica d(o,a) voluntári(o,a)
(Rubricar as demais páginas)
ou responsável legal e rubricar as
demais folhas
Assinatura da pesquisadora_______________________________
Assinatura da participante_________________________________
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APÊNDICE C
TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Convidamos você, após autorização dos seus pais (ou dos responsáveis legais) a participar como
voluntário (a) da pesquisa “A PERCEPÇÃO DA MULHER EM RELAÇÃO AO
ACOMPANHAMENTO PUERPERAL EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA
ZONA RURAL EM ALAGOAS”. Esta pesquisa é da responsabilidade de Stephany Julliana
dos Santos Tôrres, mestranda do PROFSAÚDE/FAMED/UFAL (Universidade Federal de
Alagoas). Este Termo de Consentimento pode conter informações que você entenda. Caso haja
alguma dúvida, pergunte ao responsável pela pesquisa para que esteja bem esclarecido (a) sobre
sua participação na pesquisa. Você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer pagamento
para participar. Você será esclarecido (a) sobre qualquer aspecto que desejar e estará livre para
participar ou recusar-se. Após ler as informações a seguir, caso aceite participar do estudo,
assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é para ser entregue aos seus
pais para guardar e a outra é do pesquisador responsável. Caso não aceite participar, não haverá
nenhum problema se desistir, é um direito seu. Para participar deste estudo, o responsável por
você deverá autorizar e assinar um Termo de Consentimento, podendo retirar esse
consentimento ou interromper a sua participação a qualquer momento, sem nenhum prejuízo.
1) Este estudo se destina a avaliar a percepção da mulher em relação ao acompanhamento
puerperal em uma Unidade Básica de Saúde, na zona rural do município de Palmeira dos
Índios/Alagoas.
2) Os resultados que se desejam alcançar são os seguintes: identificar a percepção da mulher
em relação ao acompanhamento puerperal e a partir daí traçar estratégias para modificar a
atuação dos profissionais e dos serviços de saúde, quanto a atenção puerperal.
3) Esse estudo começará em março e terminará em agosto de 2024.
4) O estudo será feito da seguinte maneira: participarei fazendo parte apenas do grupo focal, o
qual tem o objetivo de juntar informações sobre um determinado tema, a partir de um grupo de
participantes selecionadas.
5) Eu participarei das seguintes etapas: assinatura deste termo, participante do grupo focal.
6) Os incômodos que poderei sentir com a minha participação são possíveis constrangimentos
para responder algumas perguntas da entrevista em grupo.
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7) Os possíveis riscos à minha saúde física e mental são: à possibilidade das informações
adquiridas serem extraviadas, podendo acarretar desconforto, constrangimento ou incômodo
aos indivíduos envolvidos. Porém, preventivamente toda e qualquer informação obtida nas
avaliações serão relacionadas a uma numeração sequencial de controle próprio ou código e não
ao nome ou iniciais dos pacientes;
8) Deverei contar com a seguinte assistência: apoio a não participar mais da pesquisa caso haja
algum desconforto ao responder as perguntas no grupo, sendo responsável por ela: Stephany
Julliana dos Santos Tôrres.
9) Os benefícios que deverei esperar com a minha participação, mesmo que não diretamente,
estão relacionados à grande importância que esse estudo vem trazer para os profissionais da
área de saúde e para as puérperas.
10) A minha participação será acompanhada do seguinte modo: serei recebido pelo responsável
pela pesquisa, o qual explicará inicialmente a importância do estudo e da minha contribuição
para ele. Em seguida será iniciada a fase de leitura destes termos, para, finalmente, a avaliação.
11) Sempre que desejar, serão fornecidos esclarecimentos sobre cada uma das etapas do estudo.
12) A qualquer momento, eu poderei recusar a continuar participando do estudo e, também, que
eu poderei retirar este meu consentimento, sem que isso me traga qualquer penalidade ou
prejuízo.
13) As informações conseguidas através da minha participação não permitirão a identificação
da minha pessoa, exceto aos responsáveis pelo estudo, e que a divulgação das mencionadas
informações só será feita entre os profissionais estudiosos do assunto.
14) O estudo não acarretará nenhuma despesa para o participante da pesquisa.
15) Eu receberei uma via do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido. Finalmente, tendo eu
compreendido perfeitamente tudo o que me foi informado sobre a minha participação no
mencionado estudo e estando consciente dos meus direitos, das minhas responsabilidades, dos
riscos e dos benefícios que a minha participação implicam, concordo em dele participar e para
isso eu dou o meu consentimento sem que para isso eu tenha sido forçado ou obrigado.
Endereço d(o,a) participante-voluntári(o,a)
Domicílio (rua, praça, conjunto):
Bloco:
Nº:
Bairro:
Telefone:
Ponto de referência:
Complemento:
CEP:
Cidade:
66
Contato de urgência:
Sr(a). Stephany Julliana dos Santos Tôrres
Endereço: R.Creuza Rodrigues do Nascimento, n° 300.
Arapiraca-AL /CEP: 57301-424.
Telefone: (82) 99972-9345
E-mail: stephany_july@hotmail.com
Endereço da equipe da pesquisa (OBRIGATÓRIO):
Instituição: Universidade Federal de Alagoas
Unidade/órgão: Faculdade de Medicina (FAMED)
Endereço: Campus A.C. Simões, S/N. KM97, BR 104. Tabuleiro do Martins.
Cidade/CEP: 57072-900
Telefone: (82) 3214-1140 / 1141
ATENÇÃO: Para informar ocorrências irregulares ou danosas durante a sua
participação no estudo, dirija-se ao:
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas
Prédio do Centro de Interesse Comunitário (CIC), térreo, Campus A.C. Simões,
Cidade Universitária. Telefone: 3214-1041. E-mail: comitedeeticaufal@gmail.com
Maceió - AL, ___de _____________________de .
Assinatura ou impressão datiloscópica d(o,a) Nome e Assinatura do Pesquisador pelo estudo
voluntári(o,a) ou responsável legal e rubricar (Rubricar as demais páginas)
as demais folhas
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APÊNDICE D
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APÊNDICE E
TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE GRAVAÇÃO DE VOZ
Eu,
_________________________________________________________
(nome
do
participante de pesquisa), nacionalidade __________________________, estado civil
________________, portador da Cédula de identidade RG nº. __________________, inscrito
no
CPF/MF
sob
nº
__________________________,
residente
_______________________________________________________,
nº.
à
Av/Rua
_________,
município de ______________________________/ UF de ____________________, depois de
entender os riscos e benefícios que a pesquisa intitulada “A PERCEPÇÃO DA MULHER
EM RELAÇÃO AO ACOMPANHAMENTO PUERPERAL EM UMA UNIDADE
BÁSICA DE SAÚDE DA ZONA RURAL EM ALAGOAS” poderá trazer e entender
especialmente os métodos que serão usados para a coleta de dados, assim como, estar ciente da
necessidade da gravação do grupo focal, AUTORIZO, por meio deste termo, os pesquisadores,
Stephany Julliana dos Santos Tôrres pertencente à Instituição Proponente UFAL (Universidade
Federal de Alagoas), sob orientação da Prof.ª Dr.ª Divanise Suruagy Correia e coorientação da
Prof.ª Dr.ª Maria das Graças Monte Mello Taveira, responsáveis pela pesquisa, a realizar a
gravação de voz do grupo focal, sem custos financeiros a nenhuma parte.
Esta AUTORIZAÇÃO foi concedida mediante o compromisso dos pesquisadores
acima citados em garantir-me os seguintes direitos:
a) poderei ler a transcrição de minha gravação;
b) os dados coletados serão usados exclusivamente para gerar informações para a pesquisa aqui
relatada e outras publicações dela decorrentes, quais sejam: revistas científicas, congressos e
jornais;
c) minha identificação não será revelada em nenhuma das vias de publicação das informações
geradas;
d) qualquer outra forma de utilização dessas informações somente poderá ser feita mediante
minha autorização;
e) os dados coletados serão guardados por 05 anos, sob a responsabilidade do(a) pesquisador(a)
coordenador(a) da pesquisa, e após esse período, serão destruídos, sendo os áudios apagados da
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memória do gravador de voz utilizado durante as gravações, bem como da memória
computadores e/ou drives onde estes arquivos estiverem salvos.
f) serei livre para interromper minha participação na pesquisa a qualquer momento e/ou solicitar
a posse da gravação e transcrição de minha entrevista.
Por ser verdade, assino e rubrico o presente documento em duas vias de igual teor e
forma, ficando uma em minha posse.
Palmeira dos Índios, ______(dia), de __________________(mês) de 20___.
_____________________________________________________
[Nome por extenso do(a) participante de pesquisa]
(Assinatura Igual ao Documento de RG)
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ANEXO A
Parecer Consubstanciado do CEP
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