Agentes Comunitários de Saúde: Elo Vital na Promoção de Saúde e Bem-Estar nas Comunidades

            As atividades dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) têm se destacado como um elemento essencial na promoção da saúde e na garantia do acesso aos serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Muito além de serem a porta de entrada para os serviços de saúde, os ACS são o elo de prevenção, acesso e cuidados, desempenhando um papel crucial na detecção precoce de problemas de saúde e na articulação de ações que beneficiam as comunidades mais vulneráveis.

          Apesar de não serem profissionais de nível superior, como médicos ou enfermeiros, os ACS são muitas vezes os primeiros a identificar problemas ou condições de saúde dos usuários do SUS. Seu trabalho vai além das visitas domiciliares básicas: eles realizam a identificação territorial, mapeiam questões endêmicas, como hanseníase e tuberculose, e monitoram condições de vida, como renda, acesso ao saneamento e alimentação. Além disso, os ACS desenvolvem uma classificação de risco familiar, detectando desde condições crônicas, como diabetes e hipertensão, até situações de violência doméstica e outros tipos de abuso.

          As visitas domiciliares são guiadas por um sistema de pontuação que determina a frequência das visitas, conforme a necessidade de cada  família. Essa avaliação, que varia de 0 a 4, é fundamental para garantir que aqueles que mais precisam recebam acompanhamento contínuo. Os ACS também desempenham um papel essencial ao facilitar o acesso dos outros profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) a pacientes  acamados e domiciliados.

          O trabalho dos ACS é imprescindível para a saúde pública e sem eles seria praticamente impossível atingir as metas de acesso à saúde estabelecidas pelo programa Previne Brasil e pela APS do Futuro. Em situações como a vacinação infantil, por exemplo, os ACS são fundamentais  ao identificar e buscar crianças que não estão com o calendário vacinal atualizado, garantindo assim a cobertura necessária.

           Em Maceió, a cobertura do programa Estratégia Saúde da Família (ESF) é de apenas 27,8%. Nas áreas onde as estratégias de saúde estão  presentes, os dados são mais precisos, graças ao trabalho minucioso dos ACS. Com a visão territorial que eles proporcionam, é possível não apenas  prestar cuidados de saúde, mas também orientar a criação de políticas públicas mais eficazes, baseadas nas reais necessidades das
comunidades.

           Assim, os Agentes Comunitários de Saúde são a espinha dorsal de muitas iniciativas de saúde pública, e seu papel é fundamental não apenas na promoção do bem-estar, mas também na construção de um sistema de saúde mais justo e acessível para todos.