Professor Doutor José Humberto Belmino Chaves é o mais novo membro da Academia Alagoana de Letras


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A Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas, que orgulhosamente já contava com nomes de peso ocupando cadeiras na academia alagoana de letras, como o ex-professor Ronald Mendonça, os professores titulares Ricardo Nogueira e Fernando Gomes. Recentemente, o Professor da Disciplina Saúde da Mulher Professor Doutor José Humberto Belmino Chaves, é o mais novo membro da Academia Alagoana de Letras. Ele assume a cadeira de número 19, cujo patrono é o Cônego João Machado de Melo. Por conta da pandemia do novo coronavírus, a eleição e assinatura do termo de posse ocorreram respectivamente, nos dias 23 e 25 de setembro do ano corrente respeitando-se todos os cuidados de isolamento social.

A aprovação na acirrada eleição do Ginecologista-Obstetra é decorrente dos resultados de seu trabalho em obra especializada ao longo das duas últimas décadas. Professor Humberto Chaves é pós-doutor em comunicação em Saúde pela Universidade Aberta de Lisboa – Portugal, bioeticista, militante das boas práticas em patologia do trato genital inferior e colposcopia, membro da academia brasileira de médicos escritores - sessão Alagoas, conselheiro do conselho regional de medicina de Alagoas  e, professor titular de Ginecologia da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas.

‘’Desde muito fui apresentado ao poder das palavras e consequentemente fui envolvido por uma razão. Esse envolvimento evoluiu para uma necessidade, fazendo assim parte do meu imaginário de justificativas. De repende me vi refém das letras, para tudo que precisava realizar, portanto a maior concentração de ideias na minha profissão médica está na palavra em suas mais diversas formas de comunicação’’, diz.

O professor reafirma a imensa satisfação em ocupar um dos 40 assentos da Academia Alagoana de Letras-AAL, entidade literária máxima do Estado de Alagoas que teve como ocupantes da cadeira 19, Antônio Guedes de Miranda (um dos fundadores da academia Alagoana de Letras); Teotônio Vilela (o menestrel das Alagoas); Lêdo Ivo (universalizou a alagoanidade) e Carlos Alberto Pinheiro de Mendonça (Professor de Direito da Universidade Federal de Alagoas).

Reitera ainda que a motivação para concorrer a membro da Academia Alagoana de Letras nasce na necessidade de misturar medicina, bioética e literatura. Pois estamos vivendo uma época de grandes mudanças e transformações, não somente biocientíficas ou tecnocientíficas, mas também com relação à cultura e à moralidade. Essas mudanças veem transformando de modo radical e sistemático a vida humana e o que ela representa eticamente.

“Dentro dessa perspectiva de uma abordagem ética e moral, frente a esse “novo” ser humano do futuro, a bioética é uma ciência que tem mostrado sua força, desde sua origem, com Van Potter, em 1971, contra aqueles que ameaçam ou destroem não somente a vida humana, mas também a vida não humana e a natureza como um todo. A bioética é pois a ciência da sobrevivência humana”.

 “O ser humano necessita de relações com a alteridade e de conviver com os outros. A relação intersubjetiva faz parte da natureza humana. Nesse horizonte de possibilidades, a abordagem bioética possibilita uma aproximação entre os avanços tecnológicos desenvolvidos pelas ciências naturais e os ensinamentos crítico-reflexivos preconizados pelos humanistas. Ou seja, busca-se uma repensada metafísica do humano em vista do estabelecimento de uma cultura que valorize o ser humano de forma integral. Esse desenvolvimento integral do homem é a chave para o contato com o outro e, consequentemente, possibilidade de encontro, diálogo e edificação de um mundo mais humano”.

 O novo membro diz que optar pela bioética como uma ciência literária é mergulhar num campo da interprofissionalidade que envolve a biologia, as ciências da saúde,  a filosofia e o direito. Se não tomarmos o cuidado de chamar as diversas disciplinas para criar um balizamento ético, a sociedade pode se autodestruir. A bioética coloca em interação não somente a filosofia, mas também todas as ciências humanas e exatas. Sendo este o meu epicentro para partida literária como papel social acadêmico”, finaliza José Humberto.